Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
PROCESSOS PATOLÓGICOS OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM > Definir hiperemia, congestão e edema. > Determinar os eventos biológicos associados a esses processos. > Relacionar os processos de edema e hiperemia e os sinais cardinais da inflamação. Introdução Alguns eventos podem provocar alterações locais na circulação sanguínea e linfática por meio da alteração do fluxo sanguíneo e das trocas de líquido entre plasma e interstício. Essa perturbação da homeostase influencia diretamente na saúde tecidual, uma vez que o sistema circulatório entrega nutrientes e retira resíduos do metabolismo celular. Em circunstâncias normais, há uma harmonia na troca de líquidos entre os capilares e o interstício, o que garante a homeostase desse sistema. Quando o desequilíbrio dessa troca de fluidos acontece, teremos a formação de um edema. Esse desequilíbrio pode, também, ser causado pelos outros dois distúrbios que trataremos aqui, uma vez que o aumento de fluxo sanguíneo causado pela hiperemia e pela congestão pode alterar a relação entre as pressões hidrostática e osmótica plasmática (ou oncótica) (BRASILEIRO FILHO, 2016; KUMAR; ABBAS; ASTER, 2013). Neste capítulo, você estudará alguns dos distúrbios hemodinâmicos. Aqui você encontrará, detalhadamente, as definições e os processos biológicos que precisam acontecer para a ocorrência de hiperemia, congestão e edema. Além disso, vai identificar as repercussões desses distúrbios nos tecidos e órgãos. Edema e hiperemia Naiadja de Santana Cerqueira Definições Edema Dividida entre compartimentos intra e extracelulares, a água é o maior com- ponente da massa corpórea, correspondendo a 60% desta. Em condições de normalidade, a sua maior parte (cerca de 2/3) está localizada intracelular- mente, e a maior parte do terço restante encontra-se na matriz extracelular, formando o líquido intersticial. Para que haja o entendimento da etiologia do edema, é importante entender a fisiologia circulatória (KUMAR; ABBAS; ASTER, 2013). O sistema circulatório é formado por sangue, coração e vasos sanguíneos, estes divididos em vasos de maior (artérias e veias) e de menor calibre (vasos capilares). Nesse sistema, o coração funciona como uma bomba, os grandes vasos como tubos de distribuição e coleta, e os menores vasos como uma rede de pequenos tubos que permitem a comunicação e a troca de substâncias entre o sangue, as células e o meio extracelular (BRASILEIRO FILHO, 2016). O sistema circulatório está em constante movimentação para manter a homeostase do fluxo sanguíneo e das trocas essenciais entre sangue e tecidos. Em condições ideais, por meio de artérias, veias e capilares, esse sistema levará nutrientes e oxigênio e retirará metabólitos desses tecidos. Além destes, os vasos linfáticos completam o time da hemodinâmica do or- ganismo, apoiando o sistema vascular e equilibrando a chegada e o retorno de fluido intersticial (REISNER, 2016). O líquido intersticial é oriundo das arteríolas, leva nutrientes para as células locais, depois é drenado pelas vênulas ou pelos vasos linfáticos e leva os metabólitos celulares. O que garante esse equilíbrio entre a saída e o retorno do líquido intersticial é a relação entre forças opostas, que são as pressões hidrostática vascular e oncótica. Quando há um desequilíbrio entre elas, como o aumento da pressão hidrostática vascular ou a redução da pressão oncótica, ocorrerá o edema. Sendo assim, o edema consiste no acúmulo de líquido intersticial nos tecidos ou em cavidades corporais pré- -formadas, como a pleural, a pericárdica e a peritoneal. Entretanto, existem outras causas para o edema além da desarmonia entre essas forças. Ele pode ser causado, ainda, pelo aumento da permeabilidade vascular e pela defici- ência na drenagem linfática. Etiologicamente falando, a pressão hidrostática regula a saída do fluido para o interstício e a pressão osmótica plasmática a compensa, promovendo o retorno do líquido para o interior dos vasos, restando uma pequena quantidade fluido intersticial que será drenada pela Edema e hiperemia2 circulação linfática. Se a pressão hidrostática se torna elevada, ou a osmótica diminuída, um maior fluxo de fluido intersticial será detectado, gerando edema. Se, nesse caso, a drenagem linfática for eficaz, o desequilíbrio será solucionado. No entanto, caso haja uma deficiência nos vasos linfáticos, o edema se instalará. O fluido que se acumula devido ao desequilíbrio entre as pressões hidrostática intravascular e a pressão osmótica coloidal é o chamado transudato, líquido pobre em proteínas (BRASILEIRO FILHO, 2016; KUMAR; ABBAS; ASTER, 2013). Clinicamente, o edema pode se apresentar de diferentes formas: por acúmulo de líquido no interstício ou em cavidades corporais pré-formadas. Quando o acúmulo se dá nas cavidades corporais, pode-se ter a formação de um hidrotórax, hidropericárdio ou hidroperitônio, dependendo da cavi- dade atingida, sendo, respectivamente, a cavidade pleural, a pericárdica e a peritoneal. Quando ocorre um edema generalizado, havendo acúmulo de líquido intersticial e nas cavidades corporais, chamamos de anasarca (KUMAR; ABBAS; ASTER, 2013). O edema subcutâneo é facilmente identificável durante um exame físico. Ao exercer uma pressão digital sobre o tecido, o fluido in- tersticial é deslocado e uma depressão é formada no tecido. O edema cerebral pode ser localizado ou generalizado, dependendo da natureza e da extensão do processo patológico ou lesão. Já no edema pulmonar, é possível observar uma mistura de ar, fluido e hemácias extravasadas. O exame microscópico de um tecido edemaciado revela e separação dos elementos da matriz extracelular. Embora qualquer tecido possa ser envolvido, o edema é mais frequente em tecidos subcutâneos, pulmão e cérebro (KUMAR; ABBAS; ASTER, 2013). O edema pulmonar é um quadro perigoso, podendo levar o paciente a óbito em razão do impacto na função respiratória normal. É comumente as- sociado ao qua dro de insuficiência ventricular esquerda, além de ser possível observá-lo em casos de insuficiência renal, de infecção pulmonar, distúrbios inflamatórios do pulmão e síndrome da angústia respiratória aguda. No edema cerebral, pode haver uma herniação do tecido cerebral e compressão do su- primento sanguíneo do tronco encefálico, sendo um quadro potencialmente fatal (KUMAR; ABBAS; ASTER, 2013). Edema e hiperemia 3 Hiperemia e congestão Trataremos desses dois distúrbios juntos por possuírem uma dinâmica pa- recida e ambos se referirem ao aumento de volume sanguíneo nos capilares teciduais, diferenciando-se em alguns detalhes de seus mecanismos. Esse aumento de volume pode ser em razão da maior chegada de aporte sanguíneo ou de redução da drenagem venosa (BRASILEIRO FILHO, 2016). A hiperemia consiste no aumento do volume sanguíneo em razão de dilata- ção arteriolar, permitindo maior chegada e acúmulo de sangue oxigenado nos capilares. A congestão, por sua vez, também chamada de hiperemia passiva, trata-se de um processo que ocorre como consequência de problemas na drenagem venosa pós-capilar. Ou seja, há um comprometimento do retorno do sangue venoso (BRASILEIRO FILHO, 2016; KUMAR; ABBAS; ASTER, 2013). Ela pode ocorrer de forma local, devido a uma obstrução venosa localizada (como em uma trombose), ou sistemicamente, como na insuficiência cardíaca, na congestão pulmonar aguda, congestão pulmonar crônica, congestão hepática aguda e congestão passiva crônica. Na congestão pulmonar aguda, há capilares alveolares ingurgitados com sangue; na crônica, é possível observar septos espessados e fi bróticos; na congestão hepática aguda, o sangue provoca distensão da veia central e dos sinusoides; e na hepática passiva crônica, as regiões centrais dos lóbulos hepáticos apresentam-se diminuídas (devido à perda celular) (KUMAR; ABBAS; ASTER, 2013). Entendendo os eventos biológicos associados Edema Como dito anteriormente, o movimento do líquido entre interstício e am- biente vascular é regidopor pressões que se opõem: a hidrostática vascular e a osmótica originada das proteínas plasmáticas. O acúmulo de líquido no interstício poderá ser causado por diferentes fatores. Dentre eles há o aumento da pressão hidrostática vascular, redução da pressão osmótica plasmática, deficiência na drenagem linfática e aumento da permeabilidade vascular. Observe, a seguir, a ação de cada um desses fatores na formação do edema (BRASILEIRO FILHO, 2016; KUMAR; ABBAS; ASTER, 2013). Edema e hiperemia4 Aumento da pressão hidrostática sanguínea A elevação da pressão hidrostática vascular geralmente ocorre devido a um retorno venoso comprometido, uma obstrução venosa. Pode acontecer tanto de forma localizada quanto sistêmica. Localmente pode ser consequência de uma trombose e por insuficiência de válvulas venosas. Uma vez que o retorno venoso é comprometido, ocorrerá uma congestão, aumentando essa pressão intravascular e forçando a saída de fluido para o meio extracelular, culminando no edema. Sistemicamente podemos citar a insuficiência cardíaca congestiva como causa de um aumento generalizado da pressão venosa sistêmica (BRASILEIRO FILHO, 2016; KUMAR; ABBAS; ASTER, 2013). Redução da pressão osmótica plasmática A redução da pressão osmótica plasmática diminui o retorno do fluido intersticial para os vasos, gerando um acúmulo do líquido no interstício, ocasionando o edema. A maior causa desse desequilíbrio é a redução da quantidade de proteínas plasmáticas, principalmente a albumina, que, em condições de normalidade, representa grande parte da proteína plasmática total. Algumas causas da redução da albumina plasmática são a desnutrição proteica, hepatopatias, perda de proteína nas fezes e síndrome nefrótica, ocasionando perda de albumina na urina (BRASILEIRO FILHO, 2016; KUMAR; ABBAS; ASTER, 2013). Drenagem linfática deficiente Eventos inflamatórios e neoplasias podem provocar obstrução de vasos linfáticos, o que desfavorece a drenagem linfática adequada, ocasionando em linfedema na região. Geralmente, no edema linfático, a região apresenta consistência mais endurecida em razão da falta de drenagem de proteínas do líquido intersticial (BRASILEIRO FILHO, 2016; KUMAR; ABBAS; ASTER, 2013). Aumento da permeabilidade vascular O edema decorrente do aumento da permeabilidade vascular é comumente provocado pela presença de inflamação. Esse processo permite a saída de fluido rico em proteínas para o interstício, o que ocasionará aumento da pressão osmótica no meio extracelular, levando a maior efluxo de água do sangue (Figura 1). O que ocorre é a ação de mediadores inflamatórios sobre o endotélio. Algumas causas da permeabilidade vascular são: Edema e hiperemia 5 � contração da célula endotelial, formando lacunas intercelulares nas vênulas; � lesão endotelial, resultando em extravasamento vascular; � aumento da transcitose de proteínas através de canais forma dos pela fusão de vesículas intracelulares; � extravasamento de novos vasos sanguíneos, pois novos vasos são ainda permeáveis até a completa diferenciação das células endoteliais, favorecendo a formação das junções celulares. O fluido que acumula no interstício em razão da inflamação é chamado de exsudato, por ser rico em proteínas (BRASILEIRO FILHO, 2016; KUMAR; ABBAS; ASTER, 2013). Figura 1. Fatores que influenciam o movimento de fluido através das paredes dos capilares. As forças hidrostáticas e osmóticas capilares são normalmente equilibradas, de modo que há pouco movimento líquido do fluido dentro do interstício. Entretanto, a pressão hidros- tática aumentada ou a pressão osmótica plasmática diminuída leva ao acúmulo de fluido extravascular (edema). Os linfáticos teciduais drenam grande parte do excesso de fluido de volta à circulação por meio do ducto torácico; en tretanto, se a capacidade para a drenagem linfática for excedida, resulta o edema tecidual. Fonte: Adaptada de Kumar, Abbas e Aster (2013). Linfáticos Para o ducto torácico e eventualmente para a veia subclávia esquerda Pressão hidrostática Pressão do fluido intersticial aumentada Extremidade venosaExtremidade arterial Leito capilar Pressão osmótica coloide plasmática Hiperemia e congestão Conforme pode ser visualizado na Figura 2, na hiperemia o aumento do volume sanguíneo ocorre devido a uma vasodilatação das arteríolas, permitindo Edema e hiperemia6 maior chegada de sangue oxigenado, o que explica o fato de todo tecido hiperemiado apresentar coloração avermelhada. Trata-se de um processo ativo que pode ser provocado por estímulos neurogênicos (provocando uma vasodilatação em casos de rubor facial, por exemplo), metabólicos (como a necessidade de oxigenação muscular durante uma atividade física) ou por mediadores inflamatórios. A hiperemia causada por estímulo neurogênico e metabólico é fisiológica e transitória, enquanto a causada pela inflamação é um evento patológico (BRASILEIRO FILHO, 2016; KUMAR; ABBAS; ASTER, 2013). A congestão ocorre como consequência de problemas na drenagem venosa. Ou seja, há um comprometimento do retorno do sangue venoso. Pode ser um evento local, que normalmente ocorre em razão de uma obstrução venosa (como uma trombose), como pode ocorrer sistemicamente devido à redução do retorno venoso sistêmico (como na insuficiência cardíaca). Por se tratar do acúmulo de um sangue de retorno venoso, com hemoglobina desoxigenada, o tecido pode se apresentar cianótico, ou seja, com coloração azulada. Em casos de longa duração, a hipóxia pode levar à morte celular no local, e a constante pressão intravascular pode provocar um desequilíbrio na troca de líquidos com o interstício, ocasionando em edema, e até a ruptura do vaso, causando uma hemorragia (BRASILEIRO FILHO, 2016; KUMAR; ABBAS; ASTER, 2013). Figura 2. À esquerda um esquema ilustrativo da hiperemia, mostrando vasodilatação arteriolar com chegada de sangue oxigenado. À direita, ilustração do acúmulo de sangue venoso, com drenagem dificultada. Fonte: Adaptada de Laboratório de Investigação de Câncer e Inflamação (2012). Arteríola Arteríola Normal Normal HIPEREMIA CONGESTÃO Hiperemia eritema Congestão cianose/hipóxia Vênula Vênula Aumento da entrada (por exemplo, exercício, inflamação) Diminuição da saída (por exemplo, obstrução local, insuficiência cardíaca congestiva) Edema e hiperemia 7 Conforme é possível observar na Figura 2, a hiperemia e a congestão são eventos vasculares em que há maior quantidade de sangue no interior dos vasos. Entretanto, ocorrem por motivos diferentes; enquanto na hiperemia há maior chegada de sangue com a vasodilatação, na congestão o retorno sanguíneo está prejudicado. Edema, hiperemia e inflamação A reação inflamatória foi definida, pelos gregos, por meio de seus sinais e sintomas típicos, considerados sinais cardinais: calor, rubor, tumor e dor. A esta lista de sinais foi, posteriormente, incluída a alteração funcional (ou perda de função), que está comumente associada ao processo inflamatório. Essa caracterização foi baseada em observações de inflamações que pudessem ser visualizadas clinicamente (como em cavidade bucal, por exemplo). Após a aquisição de mais conhecimento, em especial sobre o sistema circulatório, surgiram os questionamentos e a necessidade de conhecer melhor a reação inflamatória (ABBAS; LICHTMAN; PILLAI, 2015; BRASILEIRO FILHO, 2016; KUMAR; ABBAS; ASTER, 2013; REISNER, 2016). Figura 3. Processo inflamatório e seus sinais cardinais. Fonte: Brasileiro Filho (2016, p. 94). Edema e hiperemia8 A inflamação compreende uma forma de defesa em resposta a uma agres- são tecidual. O desencadeamento dessa resposta é complexo e depende de uma série de eventos e etapas: 1. irritação por parte do agente inflamatório e o seu reconhecimento (que se dará por meio de moléculas sinalizadoras reconhecidas pelo sistema imunológico); 2. liberação de mediadores inflamatórios que causarão alterações na microcirculação local com exsudação plasmáticae celular, com a evo- lução do processo, a ocorrência de lesões degenerativas e necróticas; 3. resolução do processo inflamatório; 4. a reparação tecidual (ver Figura 3). Dentre os vários eventos necessários para que a resposta inflamatória ocorra da forma ideal, as alterações da fase vascular estão associadas ao aumento da permeabilidade vascular, ao extravasamento de células e me- diadores para o tecido e à formação do edema tecidual (ABBAS; LICHTMAN; PILLAI, 2015; BRASILEIRO FILHO, 2016; REISNER, 2016). Uma parte importante do evento inflamatório é o recrutamento de leucóci- tos e proteínas plasmáticas para o local da agressão. Após o reconhecimento do agente agressor (seja um agente infeccioso, traumático, entre outros), será iniciada a resposta de defesa do organismo. O objetivo da resposta inflamatória é distribuir células e moléculas de defesa para combater o agente agressor (ABBAS; LICHTMAN; PILLAI, 2015). A distribuição desses importantes componentes para os locais da agressão é dependente de alterações nos vasos sanguíneos do local afetado. Sendo assim, conforme pode ser observado na Figura 3, os sinais cardinais da inflamação estão diretamente associados às alterações vasculares que ocorrem no início do processo inflamatório (BRASILEIRO FILHO, 2016; REISNER, 2016). Dada a necessidade de recrutamento de células de defesa para o local da agressão, ocorrem mudanças no fluxo sanguíneo atribuídas a uma vasodila- tação arteriolar, no intuito de aumentar o aporte sanguíneo local, maior ade- sividade de leucócitos circulantes, seguida pelo aumento da permeabilidade dos capilares (conforme Figura 4), e das vênulas às proteínas plasmáticas e fluidos (ABBAS; LICHTMAN; PILLAI, 2015; REISNER, 2016). Edema e hiperemia 9 A vasodilatação das arteríolas pré-capilares provoca a hiperemia, evento biológico responsável por essa chegada de maior volume de sangue nos capilares teciduais. Essa hiperemia está associada a dois sinais cardinais da inflamação: “rubor” e “calor” (ABBAS; LICHTMAN; PILLAI, 2015; KUMAR; ABBAS; ASTER, 2013; REISNER, 2016). A ação de mediadores inflamatórios torna a microcirculação mais per- meável, provocando o aumento da permeabilidade vascular. Este evento que ocorre, usualmente, nos capilares e nas vênulas pós-capilares, permite maior movimentação de líquido e proteínas (exsudato) para o interstício. O fluido rico em proteínas extravasa para o meio extracelular, favorecendo a formação de edema, equivalente ao sinal cardinal “tumor”, e “perda de fun- ção”. Além disso, a “dor”, além de ser causada por mediadores inflamatórios, também pode ser causada pelo edema, dependendo da extensão deste e de quais estruturas ele pode comprimir (BRASILEIRO FILHO, 2016; KUMAR; ABBAS; ASTER, 2013; REISNER, 2016). Figura 4. Formação de exsudatos e transudatos. (a) Pressão hidrostática normal. (b) Transudato é formado quando o fluido extravasa em razão do aumento da pressão hidrostática ou da diminuição da pressão osmótica. (c) Exsudato é formado na inflamação em razão do aumento da permeabilidade vascular como consequência do afastamento das células endoteliais. Fonte: Kumar, Abbas e Aster (2013, p. 33). Edema e hiperemia10 A correlação dos sinais cardinais com eventos como hiperemia e edema facilita a compreensão da etiopatogenia da inflamação, o que favorece a condução do diagnóstico e o tratamento do caso, conferindo mais segurança ao profissional para lidar com as mais diversas situações em que a inflamação estará presente. Em resumo, pode-se perceber que alterações hemodinâmicas são eventos biológicos que podem ocorrer em diversas condições que acometem o orga- nismo e podem ter diferentes fatores desencadeadores, como a presença de inflamação. Na inflamação, as alterações estão elencadas nos seus eventos vasculares. Referências ABBAS, A. K.; LICHTMAN, A. H.; PILLAI, S. Imunologia celular e molecular. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015. BRASILEIRO FILHO, G. Bogliolo patologia. 9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. KUMAR, V.; ABBAS, A. K.; ASTER, J. C. Robbins patologia básica. 9. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013. LABORATÓRIO DE INVESTIGAÇÃO DE CÂNCER E INFLAMAÇÃO. Hiperemia/hyperemia. Natal: LAICI, 2012. Disponível em: http://labpath.blogspot.com/2012/02/hiperemia. html. Acesso em: 24 dez. 2021. REISNER, H. Patologia: uma abordagem por estudos de casos. Porto Alegre: AMGH, 2016. Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu funcionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os edito- res declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links. Edema e hiperemia 11
Compartilhar