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Feito por: Emilly Rebecca Clínica de grandes animais III Laparotomia exploratória em equinos - A realização desse tipo de cirurgia foi favorecida por conta da anestesia inalatória. Pois, as cirurgias são mais seguras e o aprimoramento das técnicas cirúrgicas possibilitaram a execução de cirurgias abdominais em equinos com uma margem de segurança reduzindo o número de óbitos. - Mesmo com todo aprimoramento ainda há risco de 75 a 80% de chances de óbito em cirurgias abdominais. Obs: O uso de anestesias dissociativas em procedimentos no sistema digestório de grandes animais aumenta o risco de morte - Se for cirúrgico, é necessário ir para mesa e ter uma equipe, pois é uma cirurgia longa e cansativa. - O sucesso da cirurgia abdominal depende do tempo decorrido até a cirurgia, da condição clínica do paciente, da resposta pós inflamatória e das medidas terapêuticas adotadas. Principais sinais de incomodo abdominal - Dor com sinais de rolamento, deslocamento do olho em direção ao flanco, pateamento no chão, morder a região abdominal, agressividade e irritabilidade. Dói muito! Cólica - Origem: Latim Dor abdominal aguda localizada em órgão oco e frequentemente causado por espasmos, obstrução (Por presença de parasitas, animal desidratado, corpo estranho, alimento muito seco...) ou torção. - Sinais inespecíficos que pode ter origem em alteração do trato gastrointestinal Origem: Extra abdominal como: Gênito-urinário e muscular. - Fatores predisponentes: • Mudança da alimentação, forrageira e no concentrado aumentam o risco do desenvolvimento de cólica, mudança bruscas na dieta também aumentam o risco de cólica. Obs: A forma que o animal se alimenta também pode influenciar. - Estudos epidemiológicos estimam que aproximadamente 1/3 de casos Feito por: Emilly Rebecca de cólicas está associado ao histórico de mudança recente na alimentação. • O consumo insuficiente de água leva a desidratação do conteúdo intestinal e consequentemente impactação • A exposição a uma grande quantidade de alimentos concentrados em relação a alimentação de forrageira é considerado como um elevado fator de risco para cólica. • O fornecimento de 2,5 a 5kg de concentrado ao dia eleva o risco de cólica 4-8 e 6-3 vezes • Cavalos que manifestam determinados vícios: - Aerofagia: Ingestão de grandes quantidades de ar causando distensão. - “Dança de urso” – Ficar se balançando de um lado para o outro (causa encarceramento esplênico) - Excesso de mastigação Estão mais predispostos a desenvolver cólica - Locais com maior potencial de obstrução: Esternal, diafragmático e pélvico • Falta de tratamento dentário pode está associado ao desenvolvimento de obstrução simples do cólon • Reduzida mastigação dos alimentos com consequente ingestão de partículas fibrosas maiores, pode ser importante no desenvolvimento da obstrução Características anatômicas - Constituição da parede do estômago na zona não glandular impede o movimento retrógado de ingesto por impossibilidade de abertura da cárdia - Quando avaliar se o animal tem refluxo, avaliar o pH: • Se for ácido – vem do estômago • Se for básico – vem do duodeno (intestino delgado) Fatores anatômicos - Impossibilidade de vomitar devido a disposição das fibras musculares em torno da cárdia – Musculatura Mucosas são formadas por duas camadas de músculo liso (circular interna e longitudinal externa) - As fibras se dispõem em direções opostas, juntamente com a espessura muscular externa (também com duas camadas musculares) - Mesentério do intestino delgado muito longo Classificação da cólica - Quanto a origem ▪ Tóxica ▪ Congênita Feito por: Emilly Rebecca ▪ Parasitária ▪ Neoplasias (Ex: tumor ovariano) Obs: Amitraz não é indicado para equino - Quanto a duração ▪ Aguda: Duração inferior a 24 – 36 horas ▪ Crônica: Prolongam-se por mais de 24-36 horas ▪ Recorrente: Episódios separados por períodos maiores que 2 dias Analgesia -> descompressão -> lavagem gástrica - Quanto as modificações fisiológicas ▪ Timpanismo ▪ Obstrução simples – Inicialmente não é acompanhada de comprometimento vascular ▪ Obstrução estrangulada – Obstrução do lúmen com acompanhamento de interrupção de fluxo sanguíneo ▪ Enfarte não estrangulado – Enterites, peritonites, aderência, ulcerações Aspectos determinantes na avaliação da cólica - Determinação dos sinais e história pregressa - Realização de exame físico - Seleção e realização de teste diafragmáticos - Determinação de planos terapêuticos e do prognóstico e considerar métodos para prevenir recorrência - Obs: Animais com lactato alto não entram em cirurgia pois não irá resistir a anestesia. - A referência do lactato em equinos varia de 1,2 – 2,5 mas isso também depende da quantidade de lactato total. Intussuscepção cecal MPA: (Medicação pré-anestésica) - Fenotiazínico – Acepromazina - α 2 agonista – Xilazina, detomidina - Benzodiazepínicos – Diazepam Pós MPA: - Cetamina – Fármacos dissociativos (Promove anestesia) - Utilizada para indução Todas são aplicadas por via endovenosa É anestesia geral Doses Xilazina 1,1 mg/kg Diazepam 0,05 mg/kg Cetamina 2,2 mg/kg Feito por: Emilly Rebecca - Animal tem que ser totalmente tricotomizado (da região xifoide a púbis, 30 cm de distância da linha média) - É feita antissepsia, animal fica em decúbito dorsal - Indução anestésica sempre é feita com associação de fármacos Ex: Acepromazina, α 2 agonistas, Diazepam, butorfanol, guaifenesin, Cetamina. Animal tem que estar sondado e com manutenção da anestesia inalatória Etapas cirúrgicas - A cobertura do campo operatório abrange a região de jarrete - É também utilizado, proteção no pênis e nos pés do animal - É feito o uso de campos de borracha, impermeáveis para colocação do intestino pós exteriorização - Incisão tem que ser feita cranial a região umbilical, medindo 30/40 cm aproximadamente Técnicas cirúrgicas - Pele e tecido subcutâneo é incisado para exposição e incisão da linha alba - Tecido adiposo retroperitonial – peritônio Obs: Qualquer alça intestinal exposta deve ser mantida úmida durante a exploração Principal: Íleo adinâmico (Atividade intestinal diminuída pós cirúrgico) - Utiliza-se ringer lactato, solução fisiológica... - Após a abertura abdominal a patologia poderá ser imediatamente identificada, ou rapidamente encontrada mediante a realização do exame de forma minuciosa Há casos em que não será possível identificar a patologia. - A laparoscopia: Minimamente invasiva - O ceco é o ponto de referência para exploração sistemática tanto do intestino delgado, quanto do intestino grosso Dobra cecocólica - Faz-se palpação da região do piloro Cólon ventral esquerdo – Flexura esternal Cólon dorsal direito – Flexura diafragmática Cólon transverso – Superfície medial da base do ceco Cólon menor – Duodeno distal – jejuno proximal Feito por: Emilly Rebecca Prega ceco-cólica – Porção direita ventral do cólon maior Obs: Faz-se exploração e “ordenha” de todas essas partes para identificar área de lesão e retirar conteúdo gástrico Enteretomia - “Incisão da alça” - Está indicada para resolução de impactações, remoção de enterólito ou remoção de corpos estranhos. - Alguns cirurgiões fazem enterotomias a nível da flexura pélvica na rotina em cavalos com cólica com o objetivo de aumentar a motilidade intestinal e melhorar o conforto pós cirúrgico. - Anastomose: Fechamento da alça - A mangueira tem água que vai ajudar a dissolver o conteúdo. - Procedimento sujo, precisa de vigilância constante para prevenir contaminaçãoque pode gerar uma infecção incisional de peritonite. - Incisão – de 12 a 15cm, atingindo a espessura da parede intestinal - Posteriormente move-se a mangueira mais profundamente no lúmen intestinal e simultaneamente massageia-se o intestino que se encontra mais profundamente no abdômen, em direção a região da enterotomia. Enterorrafia - “Síntese da cavidade abdominal” - Sutura de lembert, seguida de Cushing utilizando fio 2-0 de polidioxanona - A sutura deve visar unir as bordas para dentro, invaginantes não contaminante - Segunda sutura pode ser realizada com fio 3-0 - A sutura de lembert é feita com os pontos penetrando cerca de 1mm a 2mm a bordo da incisão, com cerca de 8mm de largura e 10mm de distância - Deve-se ter atenção com sutura de Cushing, para que fique próxima da sutura de lembert levando a inversão do tecido - Fios – Absorvíveis (Ex: Vicryl, Poliglactina) - É realizada a síntese em 3 câmeras: Peritônio, linha alba e subcutâneo Para fechar a cavidade abdominal: “X” festonado, contínuo 1- Linha alba: Sutura interrompida simples 1x1cm – Utilizar fio absorvível Feito por: Emilly Rebecca 2- Tecido subcutâneo: Sutura simples contínua – Utilizar fio absorvível 3- Pele: Sutura simples continua ancorada – Utilizar fio inabsorvível Conduta pós-operatória - Uso de: Anti-inflamatórios, analgésicos, antipirético, antibióticos - Retirada da sutura com 12 a 14 dias - Manutenção metabólica do animal para evitar laminite: • Emergir os cascos do animal em água com gelo de 12/24 até 72hrs • Faz-se uso de alimentação mais macia (capim + macio) Vantagens do procedimento - Topografia dos órgãos não é alterada pelo decúbito - Acesso a vísceras que não podem ser acessadas pelo flanco - Permite a manipulação parcial de: • Intestino delgado • Cólon menor • Cólons dorsal e ventral esquerdos Limitações do procedimento - Ambiente cirúrgico • Não hospitalar • Centro hospitalares - Equipamentos • Anestésicos • Órgãos situados caudalmente no abdômen não são acessíveis o suficiente Alta de 15 a 20 dias pós operação Laparotomia em posição quadrupedal – flanco - Principais indicações: • Ovariectomia • Descompressões gasosas • Corpos estranhos e fecaloma • Hernias inguinais iniciais - Bloqueio local no “L invertido” para fazer incisão e acesso cirúrgico - Secção de pele -> peritônio -> músculo obliquo abdominal interno -> músculo abdominal transverso - Síntese da cavidade abdominal: • Em 5 camadas: 1- Peritônio e musculo abdominal transverso 2- Músculo obliquo abdominal interno 3- musculo obliquo abdominal externo 4- Tecido subcutâneo 5- Pele Manter o emasculador de 5 a 8 minutos para realizar a secção Feito por: Emilly Rebecca - Padrões de sutura – Contínuo ancorado, sultan (musculatura) Wolf - A laparotomia pode ser terapêutica ou para diagnóstico - No sentido terapêutico é o último recurso a ser adotado, mas é o primeiro quando o diagnostico presume a correção cirúrgica - Palpação retal – muito importante tanto para diagnosticar quando para o cirurgião ter acesso cirúrgico - Torção e hernia geram mais complicações associadas ao tempo do distúrbio.
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