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ESPONDILITE ANQUILOSANTE

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ESPONDILITE ANQUILOSANTE 
- Compões grupo de espondiloartrites
- Ocorrência de artrite periférica, com frequência assimétrica, na qual há predomínio da oligoar-
trite de grandes articulações, em especial dos membros inferiores. Da mesma maneira, desta-
ca-se a possibilidade de apenas o esqueleto axial ser acometido.
- Predominantemente axial: acomete preferencialmente coluna vertebral e sacroilíacas
- Frequente participação do processo inflamatório ao nível das ênteses (do grego enthesis, que 
significa inserção), que são sítios constituídos de um tecido de transição composto por fibro-
cartilagem ou tecido conjuntivo fibroso onde tendões, ligamentos, cápsulas articulares e fásci-
as ligam-se aos ossos. Essa inflamação costuma não se limitar ao tecido conjuntivo da êntese, 
envolvendo também cartilagem e osso adjacentes e resultando em periostite e osteíte, por ve-
zes erosiva e com neoformação óssea, chamada entesófito, muito frequente na inserção do 
tendão de Aquiles, no retrocalcâneo e na inserção da fáscia plantar
- Tendência à sobreposição clínica entre as diversas enfermidades, como psoríase e doença in-
flamatória intestinal
- A entesite é marco das espondiloartrites
- Sacroileíte radiográfica
- Existe a espondilite axial não radiográfica, espondilite sem alterações radiográficas
- Epidemiologia e etiologia: 
- Adulto jovem
- Sexo masculino: 3:1
- Caucasianos
- Maior associação ao HLA B27, molécula do complexo principal de histocompatibilidade 
(MHC) classe I.
- Na mulher: quadro é atípico - pode começar o quadro na região cervical
- História natural: envolvimento ascendente -> Sacroilíaca, torácica, cervical
- Os pacientes com EA podem, em algumas casuísticas, como em brancos do norte da Eu-
ropa, apresentar 80 % a 90% de positividade.
- Em outros grupos étnicos, como os africanos, mais da metade dos pacientes com EA é 
B27 negativa
- Marcante herança familiar, Até 20% dos parentes de pacientes espondiloartríticos, positi-
vos para o subtipo B27 do antígeno leucocitário humano (HLA-B27) desenvolverão uma 
espondiloartrite, enquanto menos de 5% dos positivos na população geral o farão.
- Fisiopatologia:
- HLA B27: papel fisiopatogênico
- Discutir-se a função do HLA-B27, as principais células envolvidas, o eixo IL23/IL17 
como citocinas-chave da diferenciação Thl 7 a importância do estresse mecânico no 
complexo sinovioentesial (CSE) e a neoformação óssea, marcante neste grupo de 
doenças.
- O papel do HLA-B27 na etiologia e fisiopatologia das espondiloartrites tem sido es-
tudado desde os primeiros relatos de sua associação à espondilite anquilosante.
- O número de subtipos conhecidos continua a crescer, sendo, atualmente, reconhecidos 
mais de 80 deles
- Peptídeo artritogênico seria apresentado ao linfócitos CD8 pelo HLA B27 
- HLA B27 com diferente conformação tem alteração no retículo endoplasmático - isso faz 
a superexpressão da IL 23 
- Superexpressão de HLA B27 na superfície da célula apresentadora de antígeno -> respos-
ta TH 17 
- Teoria da disbiose intestinal: causaria superexpressão do IL 23
- Ocorre ativação de osteoclastos
- Osteoclasto: causa erosão óssea
- Osteoblasto: causa proliferação óssea - responde pelas pontes, pelos sindesmófitos
- Sindesmófitos: gera perda da mobilidade da coluna
- Fibroblastos, macrófagos, TNF: causam a sinovite e entesite
- Quadro clínico: 
- Acometimento preferencial das articulações sacroilíacas (sacroiliite) e da coluna vertebral 
(espondilite), especialmente, a coluna lombar. Há de se ressaltar a possibilidade de qua-
dro exclusivamente periférico, sem envolvimento axial.
- Oligoartrite assimétrica de MMII
- Sintomas constitucionais
- Mais típico: lombalgia de ritmo inflamatório, dor alternante em nádegas e rigidez matinal 
prolongada
- História natural: anquilose ascendente; coluna em bambu
- Entesite: inflamação da êntese (local onde se insere no osso os tendões)
- Sacroileíte 
- Não é patognomônico
- Pode ser mecânica, infecciosa, osteíte condensante
- A sacroileíte clássica da Espondilite anquilosante são no terço in-
ferior e simétrica
- Alterações de corpos vertebrais
- Lesão de Romanus: cantos da vértebra brilhantes
- Quadratura vertebral: vértebra perde a curva
- Manifestação extra-articular mais importante: uveíte anterior - aguda, unilateral, recorren-
te; pode levar à cegueira
- Outras manifestações:
- Fibrose pulmonar apical
- Insuficiência aórtica
- BAV 1º grau
- Nefropatia por IgA
- Amiloidose Secundária 
- Exame físico: 
- Palpar articulações periféricas
- Pesquisar entesite: atenção ao calcâneo, palpar a inserção da fáscia plantar
- Pesquisar sacroileite
- Manobra de Patrick Fabere
- Por uma mão no quadril e outra no joelho contralateral
- Tentar abrir a articulação 
- Se o paciente tiver dor do mesmo lado do joelho, a patologia 
é de quadril
- Se a dor é posterior no quadril, ie, contralateral, fala 
a favor de sacroileite
- Manobra de Gaenslen
- Testa o mesmo lado
- Avaliação da coluna cervical:
- Distância tragus-parede ou distância occipito-parede
- Avaliar extensão, flexão, lateralização, rotação
- Avaliação da expansibilidade torácica: normal 6-7 cm
- Avaliação da coluna lombar
- Teste de Schober
- Marcar a crista ilíaca post-sup
- Pedir para paciente fletir a coluna tentando alcançar os pés 
sem dobrar os joelhos
- Oscilação da medida tem que ser no mínimo 5 cm: distância 
total 15 cm
- Exames complementares: 
- Provas de atividade inflamatória
- Pesquisa do HLA B27
- Lâmpada de fenda: olho vermelho, dor ocular
- Radiografia de coluna total
- Radiografia de sacroiliacas
- RX joelho: erosão
- Ressonância ou US: ver entesite
- Negatividade para a pesquisa do fator reumatoide (FR) pelos métodos convencionais e 
ausência de nódulos reumatoides subcutâneos
- Critérios: 
- Diagnostico diferencial: 
- DISH (doença de Forestier)
- Idosos
- É uma calcificação do ligamento longitudinal
- Dor não é marcante
- Ausencia de autoimunidade
- Predileção torácica e a direita
- Tratamento: 
- Educação do paciente
- Reabilitação e atividade física
- Orientação quanto a INSS e auxílio saúde
- AINE: 1ª linha de tratamento -> reduz a evolução radiográfica da doença; dose plena
- Ausência de resposta: outra classe
- Anti-TNF
- Refratariedade aos AINE
- EV ou SC
- Screening infeccioso–alto risco infeccioso
- Remédio de alto custo
- Sulfassalazina:
- Boa em caso de entesite artrites perifericas, sem eficácia no acometimento axial
- Efeito na doença inflamatoria intestinal
- Dosar G6PD dada a associação a hemólise
- Atenção aos casos de alergia a sulfa
- Na porfiria pode levar a crises porfíricas
- Efeito colateral: mielotoxicidade, intolerância gastrintestinal, oligoespermia (reversível) 
e infertilidade (reversível)
- Pro-droga que é fragmentada no intestino sob ação das bactérias colônicas
- A sulfapiridina responde pelos efeitos colaterais 
- Prognóstico:
- Bom
- Expectativa de vida: boa
- Qualidade de vida:
- Ruim se diagnóstico tardio
- Fibrose pulmonar e BAV são situações raras

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