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GESTÃO DE RESULTADOS NA QUALIDADE UNIASSELVI-PÓS Autoria: Valquiria Constancio Batista Indaial - 2021 1ª Edição CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090 Reitor: Prof. Hermínio Kloch Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol Equipe Multidisciplinar da Pós-Graduação EAD: Carlos Fabiano Fistarol Ilana Gunilda Gerber Cavichioli Jairo Martins Jóice Gadotti Consatti Marcio Kisner Norberto Siegel Julia dos Santos Ariana Monique Dalri Marcelo Bucci Revisão Gramatical: Equipe Produção de Materiais Diagramação e Capa: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Copyright © UNIASSELVI 2021 Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. Impresso por: B333g Batista, Valquiria Constancio Gestão de resultados na qualidade. / Valquiria Constancio Batista. – Indaial: UNIASSELVI, 2021. 126 p.; il. ISBN 978-65-5646-335-3 ISBN Digital 978-65-5646-334-6 1. Desempenho organizacional. - Brasil. II. Centro Universitário Leonardo da Vinci. CDD 658.1 Sumário APRESENTAÇÃO ............................................................................5 CAPÍTULO 1 Introdução à Gestão Estratégica ............................................. 7 CAPÍTULO 2 Desempenho Organizacional .................................................... 51 CAPÍTULO 3 Gestão de Indicadores do Desempenho Organizacional .................................................... 91 APRESENTAÇÃO Este livro é o instrumento didático do curso que possibilita o aprendizado dos temas apresentados. O objetivo é que o aluno possa apreender os fundamentos e os principais aspectos relacionados à gestão de resultados na qualidade. Este documento foi estruturado para facilitar o processo de ensino-aprendizagem em três capítulos. O Capítulo 1 introduz a gestão estratégica, e possui três seções: Premissas e Conceitos Fundamentais da Gestão Estratégica Organizacional, Planejamento Estratégico e Gerenciamento de Resultados e Gestão Estratégica da Qualidade com Foco em Resultados. O Capítulo 2 mostrará o instrumento de avaliação de desempenho das organizações, e será dividido nas seções: Conceitos e Fundamentos da Gestão e Avaliação do Desempenho Organizacional, Métodos de Avaliação de Desempenho e da Qualidade e finalizará apresentando a metodologia Balanced Scorecard (BSC). Finalizando, o Capítulo 3 apresentará o contexto da gestão de indicadores de desempenho organizacional. A primeira seção indicará os conceitos, as definições e os principais atributos que envolvem os indicadores. Na segunda, a classificação de indicadores de desempenho e da qualidade e, por último, ocorrerão a análise e o estabelecimento de indicadores que devem compor um sistema de medição do desempenho organizacional. Todos os três capítulos foram estruturados com metodologia de ensino teórico-aplicada, que alterna a transmissão de conceitos e de instrumentos com a prática, por intermédio de exercícios. Este material também tem, como finalidade, servir de instrumento de consulta rápida para esclarecer eventuais dúvidas do aluno na aplicação dos conhecimentos adquiridos. Bons estudos! CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO À GESTÃO ESTRATÉGICA A partir da perspectiva do saber-fazer, neste capítulo você terá os seguintes objetivos de aprendizagem: • Apresentar uma visão geral do gerenciamento estratégico organizacional. • Apresentar as funções do planejamento e da qualidade como uma diretriz estratégica e a utilização de ferramentas que fundamentam a gestão para os resultados das organizações. • Desenvolver capacidades crítica, analítica e estratégica com foco em planos estratégicos, para aplicar a melhor gestão competitiva nas organizações. • Identifi car e analisar os contextos estratégicos de uma organização para alcançar objetivos, metas e resultados esperados. 8 Gestão de Resultados na Qualidade 9 INTRODUÇÃO À GESTÃO ESTRATÉGICA Capítulo 1 1 CONTEXTUALIZAÇÃO Nas atuais circunstâncias de mudanças e de transformações nas organizações, a busca pela competitividade entre as empresas globais está se tornando cada vez mais constante. Diferenciar-se dos concorrentes, em termos de qualidade, serviço, fl exibilidade, inovação e resposta rápida às mudanças do mercado se tornou uma das características mais importantes da gestão estratégica organizacional (DIAS, 2008). A chamada gestão organizacional nada mais é que a gestão de uma empresa, negócio ou organização, com o objetivo de atingir metas e resultados positivos e lucrativos. A função dessa gestão é orientar pessoas e processos com efi cácia, além de promover a melhoria, criar um ambiente colaborativo, positivo e propício ao autodesenvolvimento e, assim, alcançar excelentes resultados (FALCONI, 2006). Antes de tomar uma decisão e agir, seja na vida pessoal ou na profi ssional, devemos estudar e analisar a viabilidade da ação. Devemos nos perguntar se esse tipo de ação é o mais correto entre as várias opções que fi zemos, por isso, é importante saber qual é o nosso real objetivo e o que queremos alcançar. O mesmo acontece nas organizações, porque, diante da concorrência, as organizações devem enfrentar a mudança. Devem, primeiramente, defi nir para onde querem ir e, em seguida, traçar o caminho, a estratégia e defi nir o que farão e como farão a partir de lá, de modo a atingir os objetivos. Com um mundo totalmente globalizado, independentemente dos modelos de gestão, torna-se fundamental o planejamento. Planejar e acompanhar estratégias e metas são os fatos principais para as organizações implementarem uma cultura em gestão de resultados. A estratégia é um termo frequentemente usado em ambientes de negócios e é a ferramenta básica para uma organização atingir objetivos. O pensamento estratégico permite que a organização esteja ciente das oportunidades e das ameaças em torno da organização. Frente ao contexto, no qual as mudanças ocorrem a todo o momento, as empresas estão incorporando, no seu ambiente, ferramentas de gestão como um instrumento importante para o sucesso, contribuindo para que essas tenham grande vantagem competitiva e melhor gerenciamento das informações, o que infl uencia diretamente no crescimento da organização (PAGLIUSO, 2010). Gestão de uma empresa, negócio ou organização, com o objetivo de atingir metas e resultados positivos e lucrativos. As empresas estão incorporando, no seu ambiente, ferramentas de gestão como um instrumento importante para o sucesso, contribuindo para que essas tenham grande vantagem competitiva e melhor gerenciamento das informações. 10 Gestão de Resultados na Qualidade 2 PREMISSAS E CONCEITOS FUNDAMENTAIS DA GESTÃO ESTRATÉGICA ORGANIZACIONAL Antes de estudarmos a gestão estratégica organizacional, é importante entendermos o contexto histórico do conceito de estratégia. Olhando para trás, para o pensamento estratégico, o termo "estratégia" tem uma longa história e muitos signifi cados, mas não perdeu o fundamento semântico. Segundo Chiavenato e Sapiro (2003), o conceito de estratégia não é novidade, pois, para os autores, essa estratégia sempre existiu como uma solução esperada desde que os homens das cavernas começaram a caçar, pescar ou lutar pela sobrevivência. A “estratégia” foi criada pelos gregos, que deram, a esse conceito, um signifi cado militar. Desde então, a palavra estratégia esteve associada às atividades militares. A incorporação pela literatura gerencial se dá, principalmente, a partir dos anos 50, em uma orientação afi nada com o discurso fi losófi co preponderante da administração científi ca de Taylor, Fayol e seguidores (MAXIMIANO, 2000). Segundo Baptista (2009), a estratégia, originalmente, refere-se à ação de comandar ou de lideraro exército durante o esforço de guerra. Para Ghemawat (1993), signifi cava um meio de vencer o inimigo, o meio de vitória na guerra, e, posteriormente, estendido a outras áreas do relacionamento humano, como economia, política e contexto empresarial. Embora a estratégia tenha origem no campo militar, evoluiu para o campo da gestão, ganhando mais espaço nas organizações que querem conquistar o mercado e, assim, tendo vantagem entre os concorrentes. A estratégia formulada, com a dedicação de todos os envolvidos na organização, torna-se uma vantagem competitiva. O conceito de estratégia militar infl uenciou fortemente os autores e os praticantes de estratégia, sobretudo, nos estudos iniciais de estratégia e, de certa forma, até hoje. Conceitos, como concorrência, competição e, até mesmo, inimigo, ou guerra, aparecem com frequência em textos ligados à gestão de empresas (MEIRELLES; GONÇALVES, 1995). Após várias etapas e signifi cados, o termo "estratégia" se desenvolveu em conhecimento de gestão, gestão estratégica, com conteúdo, conceito e razões 11 INTRODUÇÃO À GESTÃO ESTRATÉGICA Capítulo 1 práticas, e tem tido espaço nos âmbitos acadêmico e empresarial. O papel da estratégia representa uma importante ferramenta de gestão de negócios no mercado atual, altamente competitivo e turbulento, e o principal objetivo é utilizar, de forma sistemática e objetiva, habilidades, qualifi cações e recursos internos da empresa para permitir que a organização enfrente o ambiente adverso de hoje (DESS; LUMPKIN; EISNER, 2007). 2.1 CONCEITOS FUNDAMENTAIS BÁSICOS Algumas defi nições prévias se fazem necessárias para continuar o capítulo com uma perspectiva para auxiliar a compreensão do problema estratégico e das soluções ao longo do tempo. 2.1.1 Conceito de organização Para Chiavenato (2003, p. 291), “as organizações são conjuntos de relações sociais estáveis, deliberadas e criadas com a explícita intenção de alcançar objetivos ou propósitos”. Maximiano (2000, p. 5) menciona que “uma organização é um sistema de recursos que procura realizar objetivos. Considerando que, além de objetivos e recursos, as organizações têm outros componentes importantes, como processos de transformação, cultura, tecnologia e divisão de trabalho’’. 2.1.2 Conceito de processo Porter (1991) desenvolveu a ideia de “cadeia de valor” (value chain), uma visão revolucionária da organização empresarial para a época que, basicamente, desagrega a organização em atividades estrategicamente relevantes e passíveis de mensuração. Processo é como um conjunto estruturado e mensurável de atividades projetadas para produzir uma saída específi ca para um mercado ou consumidor particular. Para Harrington (1993), processo é qualquer atividade que recebe uma entrada (input), agrega valor (faz uso dos recursos da organização) e gera uma saída (output) para um cliente interno ou externo. Cabe ressaltar a classifi cação do autor quanto à abrangência, separando dois tipos de processos: funcionais e interfuncionais. Muitas abordagens de gestão empresarial usam a lógica de melhoria de processos, pecando, entretanto, pela visão dos processos 12 Gestão de Resultados na Qualidade intrafuncionais. 2.1.3 Conceito de estratégia Para Camargo e Dias (2003), a origem do termo surgiu como um meio de “um vencer o outro”, a vantagem de o general conduzir o próprio exército à vitória por meio de estratégias e de meios, garantindo a superioridade sobre o inimigo. Considerando que a estratégia é algo fundamental para as organizações da atualidade, a formulação e a implementação trazem vários desafi os para a organização: escolher entre reduções defensivas e manter ou ampliar o escopo da empresa. Essa escolha envolve muito trabalho para toda a organização. O conceito de estratégia não é único para todas as organizações. Depende de cada organização e da atuação dessa organização. Para algumas, a estratégia está mais relacionada com planos, já, para outras, à forma de concorrer no mercado. Isso pode ser constatado ao serem encontradas, na literatura, diversas defi nições para estratégia ao longo do tempo. TABELA 1 – DEFINIÇÕES DE ESTRATÉGIA NO CONTEXTO ORGANIZACIONAL Autor(es) Defi nição de Estratégia Von Neumann e Morgenstern (1947) Estratégia é uma série de ações realizadas por uma empresa, conforme uma situação em particular. Chandler (1962) Estratégia é a fi xação de objetivos básicos de longo prazo de uma empresa e a adoção de ações adequa- das e recursos para atingir esses objetivos. Ansoff (1965) Estratégia é um conjunto de decisões determinadas pelo mercado do produto a comercializar, crescimen- to objetivado, vantagens competitivas da organização e sinergia organizacional. Mintzberg (1967) Estratégia é a soma das decisões tomadas por uma organização em todos os aspectos, comerciais e es- truturais, sendo que a estratégia evolui, de acordo com o processo de aprendizado do gestor da fi rma. Cannon (1968) Estratégias são as decisões voltadas à realização de ações direcionadas, que são requeridas para que a empresa seja competitiva e alcance os objetivos. Learned, Christensen, Andrews e Guth (1969) Estratégia é o conjunto de objetivos, propostas, ma- crodiretrizes e planos para alcançar objetivos, que declara em qual caminho a empresa deve seguir, ou qual é o tipo de negócio da empresa, ainda, o que a empresa quer ser. 13 INTRODUÇÃO À GESTÃO ESTRATÉGICA Capítulo 1 Newman e Logan (1971) Estratégias são planos que veem o futuro e antecipam mudanças. Oferecem ações que levam a vantagens competitivas para aproveitar uma ou mais oportuni- dades, e são integradas na missão da organização. Schendel e Hatten (1972) Estratégia é defi nida como os objetivos básicos da organização, as diretrizes para orientar as ações e atingir esses objetivos, e a alocação de recursos para a organização se relacionar com o ambiente. Uyterhoeven, Ackerman e Rosenblun (1973) Estratégia é prover direção e coesão na empresa, e é composta por diversos passos: identifi car os vários perfi s estratégicos, realizar uma previsão estratégica, auditar os recursos disponíveis, avaliar as alternati- vas de possíveis estratégias, testar a consistência das estratégias potenciais, realizar a escolha da es- tratégia a seguir. Ackoff (1974) Estratégia é ligada aos objetivos de longo prazo e aos caminhos para conquistá-los, e que afetam toda a or- ganização. Paine e Naumes (1975) Estratégias são macroações ou padrões de ações para o atingimento dos objetivos da empresa. McCarthy, Minichello e Curran (1975) Estratégia é uma análise do ambiente onde está a organização, além da seleção de alternativas que de- vem orientar os recursos e os objetivos da organiza- ção, conforme o risco, as possibilidades de lucros e a viabilidade que cada alternativa oferece. Glueck (1976) Estratégia é um plano de unifi cação, compreensão e integração da empresa, desenhado para assegurar que os objetivos da organização sejam alcançados. Michel (1976) Estratégia é a decisão sobre quais recursos devem ser adquiridos e usados para que se possa tirar pro- veito das oportunidades, além de minimizar fatores que ameaçam a consecução dos resultados desejados. McNichols (1977) Estratégia está inserida em uma formulação de polí- ticas: ela contém uma série de decisões que refl etem os objetivos básicos do negócio da organização, e como utilizar as capacidades e os recursos internos para atingir esses objetivos. 14 Gestão de Resultados na Qualidade Steiner e Miner (1977) Estratégia é a formulação das missões, propósitos e objetivos organizacionais básicos; políticas e progra- mas para atingi-los; e métodos necessários para as- segurar que as estratégias são implementadas para conseguir atingir os objetivos organizacionais. Ansoff (1979) Estratégia é um conjunto de regras de tomada de decisão em condições de desconhecimento parcial. As decisões estratégicasdizem respeito à relação da empresa com o ecossistema. Mintzberg (1979) Estratégia é uma mediação de forças entre a organi- zação e o ambiente: estabelece padrões consistentes de decisões organizacionais, conforme o ambiente vi- venciado. Schendel e Hofer (1979) Estratégia provê sugestões de direções para a orga- nização, que permite, à empresa, alcançar os objeti- vos e contemplar as oportunidades e as ameaças do ambiente externo. Bracker (1980) Estratégia tem duas características: uma análise si- tuacional ou ambiental, que determina a posição da empresa no mercado; o uso apropriado dos recursos da empresa para alcançar os objetivos. Hambrick (1980) Estratégia é o padrão de decisões que orienta a or- ganização no relacionamento com o ambiente, afeta os processos e as estruturas internas e infl uencia no desempenho das organizações. Porter (1981) Estratégia é a escolha da fi rma de variáveis de de- cisão-chave, como preço, promoção, quantidade e qualidade. A empresa, para ter bom desempenho, deve se posicionar corretamente na indústria. Mintzberg e McHugh (1985) Estratégia é um padrão em uma corrente de ações ou decisões. Desconsidera possibilidades de diferentes estratégias para condições ambientais diversas. Porter (1985) Estratégia é um conjunto de ações ofensivas ou de- fensivas para criar uma posição defensável em uma indústria, para enfrentar, com sucesso, as forças competitivas e, assim, obter um retorno maior sobre o investimento. Fahey (1989) Estratégia explícita como a empresa utiliza os recur- sos e as capacidades para construir e sustentar as vantagens competitivas que infl uenciam, de forma fa- vorável, as decisões de compra dos clientes. 15 INTRODUÇÃO À GESTÃO ESTRATÉGICA Capítulo 1 Henderson (1989) Estratégia é, sob o enfoque emergente, o uso da ima- ginação e da lógica para responder ao meio ambien- te, de tal forma que se gere, como resultante, uma vantagem competitiva para a empresa. Ansoff e McDonell (1990) Estratégia é um conjunto de regras de tomada de decisão para orientação do comportamento de uma organização. Há quatro tipos distintos de regras: pa- drões pelos quais os desempenhos presente e futuro da empresa são medidos (objetivos, metas); regras para o desenvolvimento da relação com o ambien- te externo (estratégia de produto e mercado, ou es- tratégia empresarial); regras para o estabelecimento das relações e dos processos internos na organiza- ção (conceito organizacional); regras pelas quais a empresa conduz as atividades do dia a dia (políticas operacionais). Andrews (1991) Estratégia é o padrão de decisão em uma empresa que determina e revela objetivos, propósitos ou me- tas, produz as principais políticas e planos para a ob- tenção dessas metas e defi ne a escala de negócios em que a empresa deve se envolver, os tipos de or- ganizações econômica e humana que pretende ser, assim como a natureza das contribuições econômica e não econômica que pretende proporcionar a acio- nistas, funcionários e comunidades. Henderson (1991) Estratégia é a busca deliberada por um plano de ação para desenvolver e ajustar a vantagem competitiva de uma empresa. As diferenças entre a organização e os competidores são a base da vantagem compe- titiva. Mintzberg e Quinn (1991) Estratégia é um modelo ou plano que integra os ob- jetivos, as políticas e as ações sequenciais de uma organização, em um todo coeso. Rumelt, Schendel e Tee- ce (1994) Estratégia é a defi nição da direção das organizações. Isso inclui assuntos de preocupação primária para o gestor ou qualquer pessoa que busque razões para o sucesso e o fracasso entre as organizações. 16 Gestão de Resultados na Qualidade Thompson Jr. e Strickland III (1995) Estratégia é um conjunto de mudanças competitivas e abordagens comerciais que os gerentes execu- tam para atingir o melhor desempenho da empresa. É o planejamento do jogo de gerência para reforçar a posição da organização no mercado, promover a satisfação dos clientes e atingir os objetivos de de- sempenho. Miller e Dess (1996) Estratégia é um conjunto de planos feitos ou decisões tomadas em esforço para ajudar as organizações a atingirem os objetivos. Porter (1996) Estratégia signifi ca desempenhar atividades diferen- tes das exercidas pelos rivais ou desempenhar as mesmas atividades de maneira diferente. Wright, Kroll e Parnell (1997) Estratégia é o conjunto de planos da alta administra- ção para alcançar resultados consistentes com a mis- são e os objetivos gerais da organização. Mintzberg, Ahlstrand e Lampel (1998) Estratégia é força mediadora entre a organização e o meio envolvente, centrando-se nas decisões e nas ações que surgem naturalmente. A formação da estratégia não se limita aos processos intencionais, mas pode ocorrer como um padrão de ações forma- lizadas ou não. Barney (2001) Estratégia é a teoria da fi rma de como competir com sucesso. Considera, também, o desempenho, como um fator infl uenciado pela estratégia, já que se pode considerar que competir com sucesso signifi ca ter um desempenho satisfatório. FONTE: Adaptada de Mainardes, Ferreira e Raposo (2011) Observe que, desde o início dos anos 50, defi nições estratégicas para o ambiente de negócios foram publicadas. Podemos perceber que, nas defi nições apresentadas, a maioria das defi nições possui alguns termos, como objetivo, plano, ação, decisão e resultado. Como vimos anteriormente, a estratégia tem origem militar e, assim como os generais expressam os soldados de maneira estratégica, os gerentes também devem gerenciar, estrategicamente, os colaboradores e os outros recursos organizacionais para obter resultados. 17 INTRODUÇÃO À GESTÃO ESTRATÉGICA Capítulo 1 Quer saber mais a respeito da estratégia? Então, vale a pena conhecer algumas ideias do livro A Arte da Guerra, de Sun Tu. O livro A Arte da Guerra foi escrito pelo general chinês Sun Tzu, por volta de 500 a.C., sendo apontado como o mais antigo de estratégia já escrito. O livro, dividido em 13 capítulos, discute temas ligados à estratégia militar, acerca de como se posicionar no campo de batalha, como identifi car pontos fortes e fracos do inimigo, dentre muitos outros. O poder do planejamento Sun Tzu disse que o general que vence a guerra é aquele que faz muitos cálculos antes de a batalha acontecer, ou seja, aquele que tem o maior nível de planejamento vence. O vencedor sabe a hora de lutar e a hora de não lutar, sabe ser paciente para pegar o inimigo despreparado Existem lutas em que se ganha fugindo delas. Da mesma forma, ser paciente e estar preparado para pegar o “inimigo” despreparado são pontos muito importantes. Olhar para outras direções enquanto a boiada está obcecada com um determinado ativo, entender o mercado quando todos estão excessivamente confi antes, ter um plano B para caso as coisas não saiam como esperado, isso tudo é Considerando as defi nições citadas, além de outras centenas existentes, conclui-se que a defi nição do que é estratégia não é algo fechado ou simples. Não se pode dizer que uma ou outra defi nição está correta. Cada uma das defi nições existentes está correta, mas apresenta limitações no conjunto de suposições e dimensões relacionadas (BHALLA et al., 2009). O conceito de estratégia é muito importante na sua trajetória de aprendizado, assim, é importante lembrar que o conceito também é usado para se referir a um plano ideal para resolver um tópico e especifi car um conjunto de regras que garante que a melhor decisão seja tomada em todos os momentos. Em outras palavras, uma estratégia é o processo selecionado através do qual se prevê alcançar um determinado estado futuro. Conclui-se que a defi nição do que é estratégia não é algo fechado ou simples. Não se pode dizer que uma ou outra defi nição está correta. Cada uma das defi nições existentes está correta, mas apresenta limitações no conjunto de suposiçõese dimensões relacionadas. 18 Gestão de Resultados na Qualidade estar preparado para obter bons ganhos (ou minorar perdas) quando todos estão despreparados. Deixe os métodos serem guiados pelas circunstâncias Para fechar, esse, talvez, seja um dos grandes ensinamentos do livro. Sun Tzu diz que as táticas que fazem o vencedor até aqui não o garantem sucesso futuro, e que o bom general se adapta, como a água, às circunstâncias. TZU, S. A arte da guerra. 1. ed. São Paulo: Novo Século, 2015. BARNARD, C. As funções do executivo. São Paulo: Atlas, 1979. PENROSE, E. Teoria do crescimento da fi rma. Campinas: Unicamp, 2006. SELZNICK, P. Liderança em administração. Rio de Janeiro: FGV, 1971. 2.1.4 Gestão estratégica De acordo com Certo e Peter (1993), o conceito para gestão estratégica tem evoluído através do tempo e continuará a evoluir. Como resultado, é perceptível a falta de consenso a respeito do que, precisamente, o termo signifi ca. Apesar do impasse conceitual, a gestão estratégica é executada em inúmeras organizações, e muitas delas se benefi ciam signifi cativamente. A gestão estratégica pode ser defi nida como a ação de gerir todos os recursos que uma organização realiza para atingir os objetivos. Como o próprio nome sugere, representa uma forma de gerenciar toda a empresa, com foco em um plano estratégico que permeia toda a estrutura organizacional. Portanto, a gestão estratégica da empresa envolve o estabelecimento de metas, a análise dos ambientes competitivo e organizacional, a avaliação das estratégias, a implementação e o monitoramento. 19 INTRODUÇÃO À GESTÃO ESTRATÉGICA Capítulo 1 Atualmente, a gestão estratégica é uma das áreas do campo de gestão de maior destaque e relevância. A importância reside no fato de se consistir em um conjunto de ações gerenciais que permite, aos gestores de uma empresa, mantê-la integrada ao meio envolvente e ao curso correto de desenvolvimento, possibilitando atingir os objetivos e a missão (DESS; LUMPKIN; EISNER, 2007). Há uma grande diferença entre gestão estratégica e planejamento estratégico tradicional. O conceito de gestão estratégica é muito mais amplo do que o planejamento estratégico. Engloba desde as avaliações de diagnósticos e de prontidão, a estruturação dos processos de planejar e de formular um propósito compartilhado para a organização, a escolha de estratégias, a fi xação de metas e de desafi os, até a atribuição de responsabilidades para o detalhamento dos planos e dos projetos e para conduzir e acompanhar as etapas da implantação, de forma dinâmica. Grande parte dos autores considera, como pilares da gestão estratégica, o planejamento estratégico, a prospectiva estratégica e a inteligência competitiva com todas as ferramentas agregadas. É, portanto, um universo de opções e de ferramentas que se coloca à disposição dos empresários ou dos gestores públicos para contribuir com o sucesso das organizações. 1 - A palavra estratégia possui apenas um conceito para todas as organizações. Essa afi rmação está correta? Comente com as suas palavras. 3 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO E GERENCIAMENTO DE RESULTADOS Para o que serve o planejamento estratégico? Planejamento estratégico não serve para a pequena empresa, apenas para as grandes, que podem ter vários técnicos especializados encarregados da formulação. Para que devo pensar em planejar se tudo está mudando tão rápido? Não tenho tempo para fazer planos, prefi ro agir. São frases e dúvidas que ouvimos com frequência (FONTES FILHO, 2013). 20 Gestão de Resultados na Qualidade A seguir, serão apresentadas e discutidas algumas das principais mudanças ocorridas no ambiente organizacional, em geral, e como o planejamento e a estratégia evoluíram para atender a necessidades, discutindo e detalhando as ferramentas de planejamento estratégico. 3.1 EVOLUÇÃO DO PLANEJAMENTO ESTATÉGICO Ansoff, Declerck e Hayes (1990) relatam que, no início da década de 1950, surgiu o planejamento estratégico com a fi nalidade de tratar do problema técnico- econômico entre oferta e demanda, quando, primeiramente, as empresas e, posteriormente, outros tipos de organizações passaram a se preocupar com o ambiente. Surgiu como método racional de análise das oportunidades ambientais, dos pontos fortes e fracos das empresas e da melhor estratégia para aproveitá- las. De acordo com Tavares (2000), a evolução do planejamento teve início com a contribuição esparsa de teóricos e de práticos da administração através da interação com a prática, sistematizada em quatro momentos: planejamento fi nanceiro, planejamento a longo prazo, planejamento estratégico e gestão estratégica. O planejamento fi nanceiro teve início na última década de 50, nos Estados Unidos da América. Representado pelo orçamento, baseava-se na estimativa de gastos derivados da previsão de receitas. Nos anos 60, surgiu o planejamento a longo prazo, baseado na crença de que se podia alcançar um melhor resultado no futuro através de uma intervenção no presente. Na década de 70, mostrou-se o planejamento estratégico, caracterizado por fórmulas simplistas e nem sempre de fácil utilização. Mais recentemente, ocorreu a gestão estratégica, com o sentido de superar um dos principais problemas apresentados pelo planejamento estratégico, que, segundo o autor, é o da implantação. A partir do desenvolvimento dos modelos de planejamento estratégico, principalmente, na década de 70, as organizações relegaram, a segundo plano, os modelos fortemente quantitativos das décadas de 50 e 60. O importante se tornou avaliar, criticamente, as forças e as fraquezas, analisar as oportunidades e as ameaças do mercado, e, a partir dessas considerações, defi nir os objetivos e as estratégias (FONTES; FILHO, 2013). Conforme Bateman e Snell (1998, p. 125), “dos anos 60 até os anos 80, o planejamento estratégico enfatizou uma abordagem de cima para baixo para 21 INTRODUÇÃO À GESTÃO ESTRATÉGICA Capítulo 1 o estabelecimento de objetivos e de planejamento”. Já nos anos 90, os autores mencionam que os principais executivos estavam envolvendo, cada vez mais, os administradores de toda a organização no processo de planejamento. As mudanças forçaram os executivos a olharem para todos os níveis da organização em busca de ideias e de inovações que pudessem torná-la mais competitiva. Os administradores táticos e operacionais passaram a ter autonomia em alguns casos. Silva e Menezes (2001, p. 41) mencionam que “a evolução do planejamento estratégico ocorre em função da velocidade das mudanças ocorridas no âmbito empresarial. Contudo, esse processo evolutivo, ao invés de descartar os enfoques antecedentes, assimila os elementos mais valiosos e condizentes com as mudanças”. 3.2 FUNDAMENTOS E CONCEITOS DE PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO O planejamento inclui formas de pensar, de perguntar e de questionar tudo, e tem premissas básicas, como: o que fazer, como, quando, quanto, por que, para quem e como usar os recursos para desenvolver tecnologias e atitudes. Ainda, procedimentos administrativos voltados para o futuro. No entanto, planejamento não pode ser confundido com previsão, projeção, solução de problemas ou de planos. Entende-se que planejar é elaborar meios para alçar metas e objetivos. É um processo contínuo de ideias e de pensamentos acerca do futuro da empresa, ou seja, planejar é se preparar para o futuro, estabelecendo metas e objetivos por meio de planos. Podemos encontrar defi nições com terminologias diferentes na literatura a respeito do planejamento estratégico, como: planejamento estratégico, administração estratégica, gestão estratégica, planejamento estratégico participativo, planejamento estratégico orientado para o mercado, planejamento estratégico empresarial ou, simplesmente, planejamento (BOFF, 2003). Com o planejamento estratégico, não se pretende adivinhar o futuro, mas traçar objetivos futuros viáveis e proporações para alcançá-los. A questão não é saber o que acontecerá amanhã, mas o que fazer para evitar ser surpreendido com as incertezas do amanhã. 22 Gestão de Resultados na Qualidade Maximiano (2000) diz que o planejamento estratégico é o processo de elaborar uma estratégia baseada na análise dos ambientes externo e interno da organização e consiste em defi nir objetivos para a relação com o ambiente, levando em conta os desafi os e as oportunidades internos e externos. Com o planejamento estratégico, pode-se fazer uma análise das perspectivas da organização, identifi cando-se tendências, ameaças, oportunidades e descontinuidades que possam alterar as tendências históricas para garantir êxito no futuro. O planejamento estratégico é um enfoque sistemático cada vez mais essencial da administração para posicionar e relacionar a organização ao ambiente, de modo que garanta o sucesso continuado. O pensamento estratégico dá, aos gestores, a fundamentação necessária para a construção de um modelo e de ferramentas gerenciais sufi cientemente potentes, garantindo efetividade na gestão das organizações públicas e privadas. Por conseguinte, em uma época de grandes transformações, com uma sensível ampliação das variáveis e das possibilidades de mudanças, é fundamental que as organizações adotem o pensamento estratégico para orientar o modelo de gestão de planejamento (ZIMMERMAN, 2013). Portanto, o processo de planejamento prevê, com antecedência, o que deve ser feito, quais são os objetivos, os controles, o tipo de gestão mais adequado a ser adotado para o alcance dos resultados, alicerces de outras funções da gestão da empresa (SANTOS, 2006). Com relação aos objetivos, o planejamento, na abordagem de Matias-Pereira (2009, s.p.), objetiva: alcançar a efi ciência, isto é, a execução perfeita de uma tarefa que se realiza, além da efi cácia, ou seja, que se façam as coisas que realmente importa fazer porque são socialmente desejáveis. O planejamento tem, ainda, as funções de tornar transparente e precisa a ação de organizar o que deve ser executado, de sistematizar as ideias e os recursos para tornar mais efi cientes as ações governamentais. Para poder entender as novas exigências do mercado, é preciso entender o planejamento estratégico que a empresa deve adotar. Segundo Porter (1990), a estratégia competitiva tem, como objetivo, buscar o melhor posicionamento estratégico em relação às cinco forças competitivas, que são: ameaça de novos entrantes, rivalidade entre os concorrentes, pressão dos produtos substitutos, poder de negociação dos clientes e poder de negociação dos fornecedores. David (1995), na sua obra, elencou alguns dos principais benefícios do planejamento estratégico, mostrados a seguir. 23 INTRODUÇÃO À GESTÃO ESTRATÉGICA Capítulo 1 TABELA 2 – PRINCIPAIS BENEFÍCIOS DO PENSAMENTO ESTRATÉGICO BENEFÍCIOS DO PLANEJAMENTO Permitir a identifi cação, a priorização e a exploração de oportunidades Permitir uma visão objetiva dos problemas gerenciais Melhorar a coordenação e o controle das atividades Minimizar os efeitos de condições adversas e de mudanças Permitir decisões mais abrangentes para melhor suportar os objetivos estabele- cidos Permitir uma alocação mais efetiva de tempo e recursos para determinada opor- tunidade Permitir dedicar menos tempo e recursos à correção de decisões erradas ou ad hoc Criar uma estrutura de referência para a comunicação interna com o pessoal Ajudar a integrar o comportamento das pessoas ao esforço global Prover uma base para a clarifi cação das responsabilidades individuais Encorajar o pensamento prospectivo Prover uma abordagem cooperativa, integrada e entusiástica para atacar prob- lemas e oportunidades Encorajar uma atitude favorável frente às mudanças FONTE: Adaptada de David (1995) Observe que estão dispostos os principais benefícios do planejamento, apresentado por David, em 1995. Podemos perceber que, já nessa época, foram identifi cados benefícios que, na atualidade, são essenciais para o sucesso organizacional: identifi car, priorizar e aproveitar oportunidades; minimizar o impacto de condições adversas e mudanças; fornecer métodos cooperativos, integrados e entusiasmados para resolver problemas e oportunidades etc. 3.3 TIPOS DE PLANEJAMENTO Podemos encontrar informações a respeito dos três tipos de planejamento na literatura: estratégico, tático e operacional. 24 Gestão de Resultados na Qualidade Vejamos a defi nição para cada um desses níveis, de acordo com Oliveira (2010): Nível estratégico: este nível é de responsabilidade dos níveis mais altos da empresa e diz respeito à aquisição de objetivos e à seleção dos cursos de ação implementada a serem seguidos para a consolidação, levando em conta como condições externas e internas à empresa e à evolução esperada. Neste nível, as condições externas direcionam o rumo da organização, o caminho que ela deve seguir. Nível tático: este nível é desenvolvido pelos níveis intermediários, no qual há a utilização efi ciente dos recursos disponíveis para uma consolidação dos objetivos já fi xados. Nível operacional: neste nível, surgem as ações a líderes, supervisores, responsáveis pelos processos internos da organização, com foco nas atividades do dia a da organização. FIGURA 1 – TIPOS E NÍVEIS DE PLANEJAMENTO FONTE: Adaptada de Oliveira (2001) e Zimmerman (2013) Seguindo essa estrutura hierárquica, apresentada na fi gura anterior, o planejamento estratégico se torna responsável por traçar estratégias para uma empresa em um período de longo prazo, buscando estabelecer o método de atingir os objetivos. O planejamento tático se torna responsável por traçar estratégias mais direcionadas às partes da empresa, com um período para elaboração e execução mais curto. Contudo, o planejamento operacional acaba sendo responsável pela execução de planos de ação ou operacionais em um período de tempo menor do que o planejamento tático (OLIVEIRA, 2001). 25 INTRODUÇÃO À GESTÃO ESTRATÉGICA Capítulo 1 Vimos o que é o planejamento, os tipos e os níveis, e, através das defi nições apresentadas, é possível compreender a importância para as organizações no cenário atual. Agora, analisaremos e compreenderemos os objetivos e a importância acerca do planejamento estratégico. Pereira (2010) lista os seguintes objetivos do planejamento estratégico: • Levar a organização a atingir a resolutividade. • Aumentar a competitividade, sempre e cada vez mais. • Manter os potenciais de competitividade da organização. • Diminuir os riscos de tomar uma decisão errada. • Pensar e refl etir a respeito do futuro para construir o próprio futuro. • Integrar decisões isoladas das áreas funcionais da organização (Finanças, Recursos Humanos, Produção e Serviço e Marketing, Vendas ou Comercial) em um plano único e consistente com a estratégia global da organização. • Fortalecer os pontos fortes e eliminar os pontos fracos da organização. Já Oliveira (2010) aponta que as organizações utilizam o planejamento estratégico para: • Contrabalançar as incertezas, desenvolvendo planos alternativos. • Concentrar a atenção nos resultados esperados, representados pelos objetivos, desafi os e metas. • Otimizar o modelo de gestão da empresa. • Facilitar o controle, a avaliação e o aprimoramento dos resultados. • Otimizar o processo de identifi cação de oportunidades no mercado. • Consolidar a vantagem competitiva da empresa. Realizar o planejamento estratégico é importante devido à velocidade da mudança em um ambiente de negócio, com o aumento do risco de fracasso ou a perda de posição no mercado. Sem o planejamento, os gerentes acabam consumindo muito do tempo "apagando incêndios", ou seja, em vez dos gestores anteciparem as mudanças e as formas de lidar com as crises, acabam apenas reagindo a elas. 3.4 DESENVOLVIMENTO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO Vimos, anteriormente, que o planejamento estratégico podeser defi nido como um processo gerencial que visa ao estabelecimento de um rumo a ser 26 Gestão de Resultados na Qualidade seguido pela empresa para a obtenção da otimização na relação com o ambiente. Refere-se à formalização das estratégias empresariais (FONTES FILHO, 2013). Existem abordagens metodológicas diferentes para realizar o processo. Questões do tipo sequência de análise, seleção de variáveis relevantes, quem participa de cada etapa, como se organizar para realizar as atividades e como avaliar resultados variam, dependendo da opção metodológica (ZIMMERMAN, 2013). Existem vários modelos de planejamento estratégico e formas de implementá-los. O que deve ser extraído dos vários modelos é que o planejamento estratégico busca, na sua essência, identifi car mudanças e propor alterações de comportamento que devem ser executadas para que a organização não seja surpreendida no futuro. Afi nal, como é realizado um planejamento estratégico? Oliveira (2010) propõe uma metodologia que é composta de quatro fases: Fase I: Diagnóstico estratégico. Fase II: Missão da empresa. Fase III: Instrumentos prescritivos e quantitativos. Fase IV: Controle e avaliação. A seguir, serão analisadas essas quatro fases, de acordo com a visão de Oliveira (2010): 3.4.1 Fase I – Diagnóstico estratégico A primeira fase do planejamento estratégico, por Oliveira (2010), é identifi car as condições atuais, externas e internas da organização. A análise da situação atual tem, como objetivo, avaliar os recursos disponíveis internamente na empresa, sendo fi nanceiros, humanos e materiais, além das possibilidades disponíveis no mercado. A fase de diagnóstico se divide em cinco etapas: a) Identifi cação da visão: é o objetivo da organização. É aquilo que se espera ser em um determinado espaço de tempo. A visão é um plano, uma ideia mental que descreve o que a organização quer realizar objetivamente nos próximos anos de existência. Normalmente, é um prazo longo, de, pelo menos, cinco anos (OLIVEIRA, 2010). 27 INTRODUÇÃO À GESTÃO ESTRATÉGICA Capítulo 1 A visão deve apontar para o futuro da empresa, deve ser inspiradora, clara e concisa, manter-se curta e compreensiva para que todos se lembrem. A visão deve responder a uma pergunta: Onde a empresa quer chegar? Como exemplo de visão, vamos conhecer a visão da Avon, tradicional empresa de cosméticos: “Ser a empresa que melhor entende e satisfaz, globalmente, necessidades de produto, serviço e autorrealização da mulher” (AVON, 2021, s.p.). b) Identifi cação dos valores: representação dos conjuntos dos princípios, crenças, ética da organização, valores básicos de sustentação para as principais decisões que envolvem uma organização. São os ideais de atitude, comportamento e resultados que devem estar presentes nos colaboradores e nas relações da empresa com clientes, fornecedores e parceiros (OLIVEIRA, 2010). Exemplifi caremos, citando os valores da empresa Avon, que são: confi ança, respeito, crença, humildade e integridade (AVON, 2021). Valores são úteis se a prática do dia a dia, do presidente ao porteiro, mostra e demonstra ser, esse o conjunto de regras, que rege a conduta do pessoal da empresa. Certo e Peter (1993, p. 13) definem que a “análise do ambiente é o processo de monitorar o ambiente organizacional para identificar os riscos e as oportunidades presentes e futuras”. O ambiente organizacional possui um conjunto de fatores que influencia o dia a dia. Esses fatores podem ser internos e externos. Há fatores que podem ser diretamente atacados pela ação gerencial, pois estão no âmbito de controle da empresa, estão no denominado ambiente interno. Outros, entretanto, situam-se fora da possibilidade de atuação, não há como modifi cá-los pela ação gerencial: estão no ambiente externo. c) Análise externa: nesta etapa, verifi cam-se as oportunidades e os limites que estão no ambiente da empresa. Oliveira (2010) destaca alguns assuntos que devem ser considerados na análise externa: mercados nacional e regional, mercado internacional, evolução tecnológica, fornecedores, mercado fi nanceiro etc. d) Análise interna: nesta etapa, analisam-se pontos fracos, fortes e neutros. Oliveira (2010) destaca que pontos neutros são pontos identifi cados, pela empresa, como importantes, mas que não há parâmetros que os classifi cam como fortes ou fracos. Na análise interna, existem alguns fatores que devem ser considerados, apontados por Oliveira (2010): 28 Gestão de Resultados na Qualidade produtos e serviços atuais, novos produtos e serviços, promoção, imagem institucional, comercialização, sistema de informação etc. Para a administração em um planejamento estratégico, é possível se beneficiar com a análise de pontos favoráveis ou não da empresa, através de uma análise SWOT (vindo do inglês, strengths (forças), weaknesses (fraquezas), opportunities (oportunidades) e threats (ameaças), ou análise FOFA, em português). Essa ferramenta demonstra, através de dados levantados e expostos, de forma lógica e clara, forças, fraquezas, oportunidades e ameaças de um negócio (KOTLER, 2000). Martins (2007) destaca que a análise SWOT é muito utilizada para a elaboração de um bom diagnóstico. Também conhecida como análise de equilíbrio, visa confrontar aspectos negativos e positivos em relação às condições internas (forças e fraquezas) e externas (oportunidades e ameaças), que podem afetar, de alguma forma, a organização. É de extrema importância conhecer, mais profundamente, os vários aspectos internos e externos da empresa, de forma a dar resposta a eventuais problemas detectados ou atacar os concorrentes nas fragilidades encontradas. Como demonstrado a seguir, é recomendado que se criem quatro quadrantes nos quais são descritas, de forma resumida e clara, as variáveis que podem ser controladas e as que não podem ser controladas pela empresa. Deve-se tomar, como referência, aspectos positivos e negativos de um produto ou serviço oferecido pela empresa. FIGURA 2 – SÍNTESE DO MODELO SWOT FONTE: Adaptada de Sebrae (2021a) 29 INTRODUÇÃO À GESTÃO ESTRATÉGICA Capítulo 1 Dicas de uso da ferramenta Prepare-se para a guerra! A Análise SWOT tem forte infl uência da escola militarista de formulação estratégica. Isso signifi ca analisar, detalhadamente, o adversário e o ambiente em que se realiza o combate, para identifi car oportunidades, ameaças e pontos fortes e fracos da tropa. Com base nessa análise, busca-se o melhor posicionamento, além da defi nição do melhor plano de ação para o ataque e a defesa. Empreendedores não podem ser ingênuos e deixar de imaginar que a empresa está em uma guerra com os concorrentes para conquistar o espaço no mercado consumidor. Por mais que se fale de temas, como competição cooperativa (“coopetição”) ou organização dos competidores em arranjos produtivos locais, sempre, a empresa tem um (ou muitos) competidor (es) que pensa (m) que concorrente bom é concorrente morto. Se você não concorda com isso, é melhor pensar que “si vis pacem, para bellum”, ou, em um bom português, se quer a paz, prepare-se para a guerra. A arte da guerra: Depois de tanto tempo publicada (século IV a.C.), a obra A Arte da Guerra, de Sun Tzu, virou até livro de autoajuda, mas os ensinamentos podem ser úteis para qualquer empreendedor. A máxima do livro é: “Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas. Se você se conhece, mas não conhece o inimigo, para cada vitória ganha, sofrerá uma derrota. Se você não conhece nem o inimigo nem a si mesmo, perderá todas as batalhas”. Em tempos de internet e de globalização, está cada vez mais difícil conhecer o “inimigo” e, até mesmo, o “autoconhecimento” é uma prática pouco exercitada entre os empreendedores. Por isso, é tão complicado ganhar “todas” as batalhas. A Análise SWOT é um importante instrumento utilizado para o planejamentoestratégico. Essa ferramenta consiste em recolher dados importantes que caracterizam o ambiente interno (forças e fraquezas), que, quase sempre, pode ser controlado pelas organizações, e é dada pelo cenário atual em que as organizações se encontram; e externo (oportunidades e ameaças), referindo-se ao ambiente externo, como uma antecipação do futuro. Ambos se fazem pela análise de cenários. 30 Gestão de Resultados na Qualidade Otimismo e imbecilidade: Empreendedores são otimistas por princípio. Nenhum pessimista abre um negócio próprio. Em um primeiro momento, esse otimismo pode levar o empreendedor a identifi car vários pontos fortes e oportunidades, mas poucos pontos fracos e ameaças durante a criação da empresa. Depois de algum tempo, já como empresário experiente, a lista de pontos fracos e de ameaças aumenta consideravelmente. Nesse momento, o sentimento de imbecilidade pode prevalecer, com a pergunta: Por que não pensei nisso antes? Otimismo e ingenuidade: Apesar de útil em diversas situações, a Análise SWOT pode ser uma ferramenta venenosa para muitos negócios nascentes, em especial, os mais inovadores. Se alguns grandes empreendedores tivessem feito a Análise SWOT no início dos empreendimentos, provavelmente, não tomariam a decisão de continuar. Walt Disney, por exemplo, não teria vislumbrado quase nenhum ponto forte (ele nem desenhava tão bem) e nenhuma grande oportunidade (desenhos animados eram um nicho de mercado se comparados aos grandes fi lmes épicos de Hollywood). O negócio tinha vários pontos fracos (não tinha dinheiro ou acesso aos grandes distribuidores) e um monte de ameaças não previstas (como o roubo do personagem Coelho Oswald). Da mesma forma, Henry Ford não teria criado uma empresa para fabricar a “carruagem sem cavalos”. Depois que os negócios fazem sucesso, esses empreendedores são chamados de visionários, mas, no início, eram considerados ingênuos. Não encare esse argumento para deixar de fazer a Análise SWOT para o negócio. Ela se torna mais imprescindível na medida em que a empresa evolui. Peça a revisão de terceiros: Quando o empreendedor elabora a Análise SWOT para o negócio, é bem possível que a análise não seja totalmente imparcial. Nenhum pai ou mãe consegue fazer uma avaliação do fi lho ou da fi lha sem destacar os pontos fortes e deixar os fracos com um destaque menor. Assim, peça, a pessoas que o (a) conhecem, e também estão familiarizados com o negócio, para avaliar a análise. Preenchi os quadrantes SWOT e agora? Principal falha no uso da Análise SWOT é imaginar que basta preencher os quadrantes. Esse é só o começo da Análise SWOT. Depois do preenchimento, é preciso analisar o que a empresa poderá (ou deverá) fazer para aproveitar os pontos fortes e as oportunidades, melhorar os 31 INTRODUÇÃO À GESTÃO ESTRATÉGICA Capítulo 1 pontos fracos e tentar extinguir ou minimizar o efeito das ameaças potenciais. Em outras palavras, é necessário um plano de ação. Leia mais em: SEBRAE. Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. Análise SWOT. 2021a. Disponível em: https:// www.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/Anexos/ME_Analise- Swot.PDF. Acesso em: 29 jan. 2021. e) Análise dos concorrentes: mesmo fazendo parte da análise do mercado, a análise dos concorrentes é realizada para enfatizar a sua importância, pois oferece a identifi cação das vantagens competitivas da própria organização e dos concorrentes. Segundo Chiavenato e Sapiro (2003), para alcançar um desempenho excelente, a organização precisa identifi car, também, a intenção estratégica dos clientes, fornecedores, parceiros e concorrentes. Deve-se olhar ao redor, além de avaliar o que os demais estão fazendo ou pretendendo. A atitude mais prudente para os novos negócios e as empresas que estão em fase de crescimento é investir tempo e recursos na formulação de uma boa estratégia, além de exigir, dos executivos, uma competente implantação e um controle com esforço focado na conquista das metas estabelecidas. O modelo de Porter (1999) depende de cinco forças competitivas básicas que determinam o potencial fi nal na empresa: concorrentes, fornecedores, compradores, entrantes potenciais e substitutos. Ainda hoje, o modelo Porter é extremamente utilizado pela capacidade de sintetizar o conjunto de forças competitivas no setor, inclusive, com comprovação empírica; e pela facilidade de uso. Observe o modelo de Porter: 32 Gestão de Resultados na Qualidade Dicas de uso da ferramenta Atualize a sua análise das cinco forças de Porter diariamente: Os melhores empreendedores têm uma obsessão por superar a concorrência e a estudam diariamente, com detalhes. Enquanto Sam Walton, fundador do Walmart, tinha apenas uma pequena loja, visitava a concorrente da frente todos os dias pela manhã e, só depois disso, ia para a sua empresa. Antes de abrir as portas, fazia anúncios e promoções que eram sempre melhores FIGURA 3 – FORÇAS DE PORTER FONTE: Adaptada de Sebrae (2021b) No modelo de análise de cinco forças, Porter usa essas cinco para moldar a estratégia competitiva de uma empresa. É uma ferramenta muito útil na formulação da estratégia, pois revela a força de cada uma das cinco forças- chave em um determinado setor. É amplamente usada para identifi car se novos produtos, serviços ou empresas têm potencial para serem lucrativos. Também pode ser muito esclarecedora quando usada para entender o equilíbrio de poder em outras situações. 33 INTRODUÇÃO À GESTÃO ESTRATÉGICA Capítulo 1 do que os do seu concorrente direto. Parece que deu certo, pois ninguém se lembra da loja que fi cava em frente... Não subestime os substitutos: Uma das maiores lições de negócio está contida no artigo Miopia de Marketing, de Theodore Levitt, publicado na Harvard Business Review, em 1960. No texto, Levitt conta que as empresas ferroviárias não cresceram no século 20 da mesma forma que evoluíram no anterior, pois entendiam que estavam no mercado de ferrovias, e não no de transportes. Essa miopia de entendimento persiste até hoje. Muitos fabricantes de brinquedos ainda acreditam que estão no negócio de brinquedos, e não no de entretenimento ou educação infantil. Por outro lado, muitas padarias brasileiras já, há algum tempo, perceberam que não vendem pão, mas alimentação de conveniência. Fornecedores devem ser parceiros: Parceria com fornecedores não deve ser só prática de empresa de grande porte. Howard Schultz, empreendedor da Starbucks, desde quando a empresa tinha apenas duas lojas, já buscava produtores de cafés em busca de produtos exclusivos. Um conhecido que tem dois restaurantes se orgulha do ovo frito que oferece aos clientes. Ele buscou e encontrou um produtor que conseguia produzir ovos com um menor teor de água. Assim, os ovos fritos fi cavam mais vistosos e uniformes. Difi culte a chegada de novos concorrentes: Não tem jeito! Se a sua empresa oferecer um produto inovador ou diferenciado que seja um sucesso, surgirá um monte de concorrentes que tentará copiar a sua fórmula. Se você pensar nas lojas de sorvetes de iogurte, temakerias e lavagem a seco de automóveis, será mais fácil compreender o exemplo. Mesmo que seja difícil impedir que alguém copie o seu negócio, cabe, a você, criar barreiras para tentar impedir que isso aconteça. A obtenção da patente de um produto pode ajudar a evitar as cópias (mas isso não é defi nitivo, já que a obtenção da carta-patente demora anos e sempre existirão pessoas, em outro lugar do mundo, que farão algo ilegal). E pior: nem sempre é possível entrar com o pedido de proteção da propriedade intelectual. Algumas alternativas têm obtido sucesso, como o conceito de trade dress (importado dos Estados Unidos), usado quando a competição desleal é caracterizada. Empresas, como o Spoleto, têm conseguido impedir a proliferação de cópias por meio da alegação do trade dress. Mesmo que essas alternativas legaissejam aplicáveis, cabe, ao empreendedor, criar barreiras de entrada 34 Gestão de Resultados na Qualidade por meio do desenvolvimento de uma marca forte e associada ao produto/serviço, além de estabelecer contratos de exclusividade com canais de distribuição e fornecedores, dentre outras iniciativas. Não coloque todos os ovos em uma cesta só. A dica é antiga e vale para os empreendedores também. Quando empresas, como Mappin ou Lojas Brasileiras, quebraram, quase que a Cacau Show foi à falência, pois essas empresas respondiam pela maioria das vendas. Depois disso, Alexandre Tadeu da Costa, fundador da Cacau Show, tomou a decisão de que nenhum cliente responderia por mais de 10% das vendas e acelerou o sistema de franquias. Determine o posicionamento competitivo do seu negócio: Como qualquer análise, a das 5 Forças de Porter também deve ter uma conclusão, que deve estar relacionada ao posicionamento que sua empresa adota diante do cenário competitivo encontrado. Em outras palavras, qual é o espaço que existe na competição para que a sua empresa se diferencie e prospere? É possível se diferenciar pelo custo (quando isso for possível). É a estratégia adotada pelo Habib’s. É possível criar uma vantagem competitiva oferecendo algo diferenciado ou inovador (como a Natura). Algo padronizado, em que o cliente sempre recebe o que espera (como o McDonald’s ou a rede Ibis, de hotéis). Ainda, diferenciar-se pelo escopo, ou seja, sendo um especialista em um assunto (como a rede Decathlon, um hipermercado de artigos esportivos). Leia mais em SEBRAE. Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. 5 forças de Porter. 2021b. Disponível em: https://www.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/Anexos/ME_5- Forcas-Porter.PDF. Acesso em: 29 jan. 2021. SEBRAE: 6 ferramentas para o planejamento estratégico da sua empresa: https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/ artigos/6-ferramentas-para-o-planejamento-estrategico-da-sua- empresa,281479e90d205510VgnVCM1000004c00210aRCRD. 35 INTRODUÇÃO À GESTÃO ESTRATÉGICA Capítulo 1 3.4.2 Fase II – Missão da empresa Nesta fase, é estabelecida a razão da empresa existir. Além disso, defi ne- se a postura que a empresa tem perante o mercado. Como exemplo, pode-se citar uma missão da Avon, que é: proporcionar um ambiente de aprendizagem, com atividades que desenvolvam o jovem no âmbito profi ssional, proporcionando uma experiência desafi adora no mercado de trabalho (AVON, 2021). Assim, é recomendável que a defi nição de missão ocorra por intermédio de um processo participativo, no qual deve ser respondido: Para que existe a organização? Qual a percepção do pessoal interno em relação à situação atual da organização? Qual a percepção da alta administração em relação à organização? Quem são os clientes? O que, realmente, tem valor para os clientes? Com que produtos/ serviços a organização trabalha? Qual é a cultura organizacional ora vigente na organização? Qual a população-alvo e qual a cobertura geográfi ca? Em suma, a missão deve traduzir a fi losofi a da organização, e signifi car a razão da existência. 3.4.3 Fase III – Instrumentos prescritivos e quantitativos Esta fase determina onde a organização deseja chegar e como ela faz para que isso aconteça. Essa fase pode ser dividida em dois instrumentos: Instrumentos prescritivos: os instrumentos prescritivos são explicitações do que deve ser feito para realizar uma missão da empresa. Instrumentos quantitativos: consistem no planejamento do orçamento necessário para o desenvolvimento dos projetos, dos planos de ações e das atividades. São analisados os recursos que são necessários para que os objetivos, os desafi os ou as metas sejam atingidos. 3.4.4 Fase IV – Controle e avaliação Nesta fase, avalia-se como a organização está indo em relação à situação desejada. O controle e a avaliação devem ser feitos com passo a passo no desenvolvimento do planejamento estratégico, e não apenas no fi m do processo. Dessa maneira, Oliveira (2001, p. 267) afi rma: 36 Gestão de Resultados na Qualidade O papel desempenhado pela função de controle e avaliação no processo de planejamento estratégico é acompanhamento do desempenho do sistema, através da comparação entre as situações alcançadas e o previsto, principalmente, aos objetivos e desafi os, além da avaliação das estratégias políticas adotadas pela empresa. Para Chiavenato e Sapiro (2003, p. 30), “o planejamento estratégico é um processo de formulação e execução de estratégias organizacionais para buscar a inserção da organização e da sua missão no ambiente onde atua”. Além disso, os autores destacam que “o planejamento estratégico busca maximizar os resultados e minimizar as defi ciências, utilizando princípios de maior efi ciência, efi cácia e efetividade”. Vale lembrar que a metodologia que foi apresentada é apenas uma das maneiras existentes que uma organização pode seguir para desenvolver e implementar o planejamento estratégico. FIGURA 4 – SÍNTESE DE EFICIÊNCIA, EFICÁCIA E EFETIVIDADE FONTE: Adaptada de Chiavenato e Sapiro (2003) Apesar de, muitas vezes, serem tratadas como sinônimos, as palavras efi ciência, efi cácia e efetividade não signifi cam a mesma coisa, mas estão interligadas. A diferença entre efi ciência e efi cácia é que a primeira está relacionada a como uma tarefa é executada. Já a efi cácia está ligada aos fi ns daquela tarefa, ou seja, se o objetivo proposto é alcançado, o resultado. A efetividade, por sua vez, pode ser considerada a junção dos dois conceitos anteriores. Então, exemplifi cando, um sapateiro passa o dia lavando roupas da melhor forma possível, utiliza pouco sabão e as peças fi cam extremamente 37 INTRODUÇÃO À GESTÃO ESTRATÉGICA Capítulo 1 1 - Por que é importante que as organizações façam o planejamento estratégico? 2 - Segundo Pereira (2010), quais são os objetivos do planejamento estratégico? Cite, pelos menos, três desses objetivos elencados pelo autor. 3 - O planejamento estratégico força o gerente a sentar e a refl etir a respeito dos problemas e das alternativas até chegar a uma situação para direcionar as decisões e superar os problemas. São níveis de planejamento estratégico existentes: a) Operacional, Tático e Estratégico. b) Pessoal, de Crescimento e de Desenvolvimento. c) Técnico e Administrativo. d) Empresarial e de Treinamento. e) Pessoal e Estratégico. brancas. Ele é muito efi ciente, pois faz o que tem que ser feito da melhor forma possível. Contudo, as suas atividades são fazer e arrumar sapatos, portanto, ele não é efi caz. Igualmente, no ambiente organizacional, o processo de uma empresa pode ser desempenhado com efi cácia, mesmo sem efi ciência. 4 GESTÃO ESTRATÉGICA DA QUALIDADE COM FOCO EM RESULTADOS A gestão estratégica se refere a um modelo de gestão que incorpora os princípios de pensamento e ferramentas do planejamento estratégico, como desenvolvimento, controle, avaliação e aplicação nos diversos subsistemas que compõem o sistema administrativo de uma organização. Oliveira (1999) detalha as três fases do processo de gestão estratégica nas organizações conforme exposto a seguir. 38 Gestão de Resultados na Qualidade FASE 1 é a do planejamento estratégico, que se desdobra em outras quatro subfases, a saber: • Diagnósticos estratégicos, quando são feitas as análises internas (forças e fraquezas da empresa) e externas (oportunidades e ameaças ambientais). • Defi nição da missão da organização, ou seja, a determinação do objetivo fundamental da organização e do que a organização pretende ser no ambiente de negócios; • Determinação dos instrumentos prescritivos e quantitativos, como objetivos, metas, estratégias, políticas e projetos. • Defi nição do controle de avaliação (critérios e parâmetros). FASE 2 é a do desenvolvimento estratégico, relacionada com a implantação organizacional das determinações defi nidas na fase anterior.Essa fase consiste em converter as determinações em resultados e ações concretas, viabilizados através de planos táticos (planos dos níveis intermediários das empresas) e operacionais da estrutura organizacional. Nela, pressupõe-se uma mudança organizacional para incorporação de novos papéis, nova matriz hierárquica, sistema de retroalimentação organizacional e peculiaridades da estrutura de pessoal. FASE 3 se refere ao controle estratégico, e considera as defi nições no plano estratégico da organização e avalia, periodicamente, o grau de consecução e desvio obtidos, relativamente, aos padrões determinados, de modo a corrigir distorções e a aperfeiçoar os resultados alcançados. O controle estratégico possibilita a geração de informações úteis para as duas fases anteriores, permitindo o aprimoramento das ações prescritas e praticadas, viabilizando o melhoramento contínuo por mudanças de processos e de adaptação a diferentes situações que surgem ao longo do tempo. 4.1 OS 5 Ps DA ESTRATÉGIA Estratégia não é algo restrito somente à alta direção. Cada setor da empresa deve desenvolver a própria estratégia, desde que esta esteja alinhada aos objetivos do negócio, visando aos bons resultados. Dentre os diversos conceitos divulgados acerca do tema, podemos citar os 5Ps da estratégia de Mintzberg e Quinn (2001). Os autores citam cinco formas de “ver” e de aplicar a estratégia, cada uma voltada para um cenário ou situação vivida pela empresa. 39 INTRODUÇÃO À GESTÃO ESTRATÉGICA Capítulo 1 • Estratégia como Plano: Nesta defi nição, a estratégia é entendida como um curso de ações planejadas para alcançar algo que é desejado. É um conjunto de diretrizes para lidar com uma situação. Mintzberg e Quinn (2001) mencionam que as estratégias como plano possuem duas características principais: são preparadas, previamente, as ações para as quais se aplicam e são desenvolvidas conscientemente e deliberadamente. • Estratégia como Pretexto: A estratégia pode ser usada com um padrão de confundir, iludir o concorrente. Age como uma "manobra" particular para eliminar ou enfraquecer, sendo utilizada como um instrumento para lidar com uma competição que a empresa enfrenta na atuação no mercado. • Estratégia como Padrão: A partir do momento em que um plano estratégico está estabelecido em uma organização, e traz resultados positivos, torna-se um padrão incorporado pela organização. Com o padrão, as estratégias são emergentes, surgindo, muitas vezes, sem intenção. • Estratégia como Posição: Trata-se de uma forma de localizar a empresa no meio ambiente. A organização busca um nicho ou uma área de atuação que permite se sustentar e defender a posição. Refere-se a como a organização é vista pelo mercado. • Estratégia como Perspectiva: De acordo com Mintzberg e Quinn (2001), todas as estratégias são abstrações que existem apenas na cabeça das partes. Através do compartilhamento de ações e de intenções pelos membros da organização, e das ideias da sua imaginação, a estratégia se difunde pelo padrão de pensamentos, ideologias, valores, culturas e percepção interna da organização. 4.2 ESCOLAS DA ESTRATÉGIA A estratégia organizacional é vital para o sucesso e a perpetuação de uma empresa ou de um negócio. Muitos pensadores debatem a respeito de como é o processo de formulação de uma estratégia. As conclusões são divergentes, porém, consoante a cada realidade, tornam-se complementares. Mintzberg e Quinn (2001) compilam as diferentes vertentes e os pensadores em um único livro, dividindo as dez escolas de estratégia em três categorias. O esquema representado a seguir ajudará a compreender melhor. 40 Gestão de Resultados na Qualidade 10. Escola do design A formação de estratégia é vista como um processo de concepção. Busca uma adequação entre as capacidades internas e as possibilidades externas, a fi m de posicionar a empresa no ambiente. A responsabilidade pela percepção e o controle da concepção estratégica são do executivo principal da organização, o que é criticado, pois a plena participação de outros atores enriquece a análise e a escolha da melhor estratégia. Exemplo: Fazer análise do ambiente utilizando a ferramenta Matriz SWOT, a fi m de avaliar os pontos fortes e fracos da situação interna e as ameaças e as oportunidades da situação externa, para criar/gerar a base da estratégia da empresa. FIGURA 5 – AS 10 ESCOLAS DE ESTRATÉGIA E AS CATEGORIAS A partir do exposto, a seguir, será apresentada a fi losofi a de cada escola em relação à formação da estratégia, além de alguns exemplos concretos de como essa formação pode ser visualizada no cotidiano das empresas e das organizações. 41 INTRODUÇÃO À GESTÃO ESTRATÉGICA Capítulo 1 9. Escola de planejamento A formação da estratégia é vista como um processo formal, sustentado por técnicas, programas e planos. É feito um estudo formal para “pensar na estratégia”. Deriva da escola de design, mas é mais elaborada, com planos mais complexos e controles específi cos. Exemplo: As atividades de controle desenvolvidas pelo setor de Planejamento e Controle de Produção (PCP) de uma empresa. A partir de uma análise delas, é possível verifi car os pontos a melhorar na empresa, como a programação da produção de um setor químico com produção em bateladas. 8. Escola de posicionamento A formação de estratégia é vista como um processo analítico. O administrador é mais analista, faz uma análise dos fatos passados e dos dados estatísticos, a fi m de planejar o futuro. Michael Porter foi o impulsionador dessa escola, contribuindo com ferramentas, como as “cinco forças de Porter”, que infl uenciam a concorrência, e as “estratégias genéricas de Porter”, que buscam alcançar um desempenho acima da média em uma indústria. O papel dessa escola é apoiar o processo de formulação de estratégia, e não criar estratégias, pois a análise de dados é um processo estático e ordenado, e não dinâmico, rico e confuso, como o da formulação de estratégia. Exemplo: Fazer a análise da atratividade/competitividade de um setor, descrevendo as cinco forças de Porter referentes ao negócio, a fi m de analisar a rivalidade dos concorrentes, as ameaças de novos entrantes e de produtos substitutos e o poder de barganha dos fornecedores e dos clientes. A partir da análise dos resultados, é possível pensar em uma estratégia competitiva para entrar ou se manter no mercado. 7. Escola empreendedora A formação da estratégia é vista como um processo visionário. Esse processo está na mente do líder, o empreendedor que tem uma visão de futuro da organização e um senso de direção a longo prazo. Assim, a visão estratégica é maleável, deliberada (foco no controle) e emergente (foco no aprendizado). As estratégias visionárias são proativas, com liderança personalizada, o que possibilita inovações 42 Gestão de Resultados na Qualidade e diferenciação para a organização. Contudo, por ser dependente de um único indivíduo, o líder, a estratégia possui um processo obscuro, enterrado na cognição humana. Exemplo: Pequenas empresas que são administradas pelo próprio dono e criador do negócio são dependentes das ideias e das visões dele para formular estratégias de concorrência. Por exemplo, em um posto de combustível em um bairro, para aumentar as vendas ou manter os clientes, o líder/empreendedor passa a comercializar GNV, visto que é uma tendência de novo combustível que os clientes estão aderindo, e não há nenhum posto na região oferecendo esse produto. 6. Escola cognitiva A formação da estratégia é vista como um processo mental. É o estudo de como os indivíduos processam as informações vindas do ambiente e formulam uma estratégia na mente, a fi m de categorizar o processo em mapas, modelos, conceitos e esquemas. Assim, o mundo visto pode ser modelado, emoldurado e construído. Compreender a mente humana e como as várias áreas do conhecimento interagem namente do estrategista é uma grande contribuição para a psicologia cognitiva. Apesar de esse mapeamento ainda não ser possível, essa escola reconhece o processo criativo mental do estrategista e o quanto essa subjetividade cognitiva é uma incógnita interessante a ser desvendada. Exemplo: Perante um ambiente em crise econômica, como a crise mundial vivida em consequência do não pagamento das hipotecas nos EUA, o estrategista de uma empresa utiliza o conhecimento inconsciente e/ou consciente, relacionando-o com a percepção do ambiente, e formula uma estratégia de sobrevivência fi nanceira para a empresa. 5. Escola de aprendizado A formação da estratégia é vista como um processo emergente, que procede do comportamento que estimula o pensamento retrospectivo para que se possa compreender a ação. A estratégia se realiza ao longo do tempo, através dos membros, individualmente ou coletivamente. Assim, o papel da liderança passa a ser de não preconceber estratégias deliberadas, mas de gerenciar o processo de aprendizado estratégico, pelo qual novas estratégias podem 43 INTRODUÇÃO À GESTÃO ESTRATÉGICA Capítulo 1 surgir. A contribuição dessa escola é importante, pois nem sempre as empresas possuem um empreendedor visionário, e precisam construir estratégias, levando em conta os diferentes conhecimentos individuais e coletivos, para enfrentar ambientes dinâmicos e imprevisíveis. Exemplo: O conhecimento tácito de um indivíduo pode visualizar coisas ocultas e formular ideias e estratégias que, só pelo conhecimento explícito, isso não seria possível. Por exemplo, os operários que trabalhavam no processo de fabricação de creme dental possuíam uma solução mais simples e barata do que os engenheiros para o problema de caixas de creme dental vazias, pois obtinham o conhecimento tácito do processo. 4. Escola do poder A formação da estratégia é vista como um processo de negociação, utilizando as infl uências do poder e da política. As estratégias tendem a ser emergentes e assumem mais a forma de posições e meios de iludir do que de perspectivas. É subdividida em micropoder (formação de estratégia pela persuasão, barganha ou confronto direto entre os atores que dividem o poder na empresa) e macropoder (utiliza o poder sobre os outros e parceiros de alianças para negociar estratégias coletivas de interesse). A dimensão política pode ter um papel positivo na organização, pois possibilita mudanças necessárias bloqueadas pelas formas mais estabelecidas e legítimas de infl uência. Por outro lado, também pode ser a fonte de muito desperdício e distorção, pois as forças integradoras de liderança e de cultura são desprezadas pela escola. Exemplo: Vários municípios solicitam recursos federais para fi nanciar obras de saneamento para a população. Todos se enquadram nos pré-requisitos defi nidos pelo governo, porém, os recursos são limitados e não é possível atender a todos. Os prefeitos que possuem infl uência política com os governantes, geralmente, por serem do mesmo partido, têm mais probabilidade de conseguir os recursos para o município. 3. Escola cultural A formação da estratégia é vista como um processo coletivo, de interação social, baseado nas crenças e nas interpretações comuns dos membros de uma organização, as quais são adquiridas através 44 Gestão de Resultados na Qualidade de um processo de aculturação ou socialização. Assim, a estratégia assume a forma de uma perspectiva inconsciente e de interação social. Nessa visão, é difícil criar novas estratégias, pois estas dependem da aceitação cultural e do consenso de expectativas. Exemplo: Uma estratégia de fusão de empresas pode gerar confronto de diferentes culturas. As diferenças culturais menos evidentes podem servir para desfazer a união. 2. Escola ambiental A formação da estratégia é vista como um processo reativo. A organização é passiva, reage ao ambiente, isto é, cria estratégias a partir do que o ambiente apresenta. As organizações não visam umas às outras diretamente, em vez disso, é o ambiente que estabelece os critérios de adequação. Nessa escola, ambiente signifi ca tudo o que não é a organização. Assim, os processos de estratégias são desenvolvidos pela percepção que se tem do ambiente. Exemplo: Um pequeno mercado, em um determinado bairro, trabalha, há anos, nos mesmos ritmo e forma. Não se preocupa em melhorar processos e inovar em produtos e serviços. Em um determinado momento, abre um novo empreendimento no bairro: outro mercado concorrente, com grande diversidade de produtos e promoções atraentes. Ao perceber que o ambiente mudou e que está perdendo clientes, o mercadinho antigo reage com lançamento de promoções e busca se adequar à nova realidade, melhorando o empreendimento. 1. Escola da confi guração A estratégia é vista como um processo de transformação, através de mudanças estruturais e inovações. As organizações são percebidas como confi gurações, ou seja, agrupamentos coerentes de características e de comportamentos. Para haver uma mudança estratégica, a organização tem que mudar de confi guração, ocorrendo uma transformação da organização. Exemplo: A empresa Fugi trabalhava com fi lmes fotográfi cos e mudou, radicalmente, a estratégia, a fi m de se adaptar às novas tecnologias do mercado fotográfi co: passou a comercializar máquinas digitais ao invés dos fi lmes fotográfi cos. 45 INTRODUÇÃO À GESTÃO ESTRATÉGICA Capítulo 1 1 - As pessoas, em todos os níveis da organização, são consideradas, atualmente, parceiros que conduzem os negócios da empresa e tomam decisões para obter resultados desejados. PORQUE Atualmente, há uma nova fi losofi a de ação nas organizações bem-sucedidas, que considera o colaborador agente proativo, o principal cliente da empresa. Quer saber mais a respeito da estratégia? Vale a pena ler o livro A Estratégia do Oceano Azul: Como Criar Novos Mercados e Tornar a Concorrência Irrelevante, de W. Chan Kim e Renée Mauborgne. Apresenta uma nova maneira de pensar na estratégia, gerando uma criação de novos espaços (o oceano azul) e uma separação da concorrência (o oceano vermelho). Os autores estudaram 150 “ganhadores” e “perdedores” em 30 indústrias diferentes e viram que explicações consideradas tradicionais não explicavam o método dos “ganhadores”. Chegaram à conclusão de que empresas que criam novos nichos, fazendo, da concorrência, um fator irrelevante, encontram um outro caminho para o crescimento. As informações das 10 escolas da administração estratégica foram retiradas do seguinte artigo: https://administradores.com.br/ artigos/as-dez-escolas-da-administracao-estrategica. As formulações de estratégia de uma organização se baseiam nessas escolas, não apenas em uma, pois elas se misturam e se complementam. Uma estratégia adotada deve ser aquela que atende à realidade em que a organização se encontra. 46 Gestão de Resultados na Qualidade Acerca dessas duas afi rmativas, é CORRETO afi rmar que: a) A primeira é uma afi rmativa falsa, e, a segunda, verdadeira. b) A primeira é uma afi rmativa verdadeira, e, a segunda, falsa. c) As duas são verdadeiras, e a segunda é uma justifi cativa correta da primeira. d) As duas são verdadeiras, mas não estabelecem relação entre si. 2 - Os cinco Ps da estratégia apresentam cinco defi nições para estratégia. Essas defi nições auxiliam a compreendê-la. Com relação aos 5 Ps, associe os itens, utilizando os códigos a seguir: I- Estratégia como plano II- Estratégia como pretexto III- Estratégia como padrão IV- Estratégia como posição V- Estratégia como perspectiva ( ) É incorporada pela organização a partir do momento em que passa a trazer resultados para uma organização. ( ) É usada como forma de localizar a empresa no meio ambiente, em relação aos concorrentes. ( ) Está ligada aos pensamentos, ideologias, valores, culturas e percepções internas da organização. ( ) É entendida
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