Prova A2 Psicopatologia Especial

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PSICOPATOLOGIA ESPECIAL
3.O Sr. F., da administração pública, com 41 anos, desempregado, tinha-se separado recentemente de sua esposa, após 15 anos de matrimônio.
Ele abandonou o lar por acreditar que sua mulher era a protagonista numa conspiração para o drogar e,
 possivelmente, matar. Ele “descobrira” a trama numa certa manhã, quando notou que a sua comida tinha gosto incomum.
Quando saiu de casa, em estado de pânico e confusão, começou a notar que estava sendo perseguido por um homem de aparência estranha (que por sinal, arranjava as coisas “para mudar de carro de tantos em tantos quarteirões).
O Sr. F. parou num restaurante de estrada e comprou um maço de cigarros, notando que ele “caiu da máquina de  um jeito esquisito” e que o celofane parecia amassado. Concluiu que o maço de cigarros havia sido previamente aberto e envenenado, e que a empregada da tabacaria também fazia parte de uma conspiração cada vez mais vasta para liquidá-lo. Passou a observar cautelosamente as ações de outras pessoas à sua volta e a tomar notas meticulosas, a fim de poder denunciar a conspiração ao FBI.
Quando relatou pela primeira vez as suas suspeitas às autoridades (que instigaram o internamento psiquiátrico) tinha reunido exemplos de conduta que acreditava implicarem a polícia estadual, todos os restaurantes das ruas principais vizinhas de sua casa e numerosas cadeias de supermercados, assim como sua esposa e a família dela.
Quando o agente do FBI se recusou a deter o exército de pessoas suspeitas, o paciente anunciou então (num acesso de fúria) que ele próprio passaria à ação e esmagaria a conspiração. (Ele guardava numerosas bananas de dinamite e detonadores em sua caminhonete). O Sr. B. foi, então, colocado em custódia e conduzido ao hospital.
No hospital, o Sr. F. esforçou-se, ao máximo, por convencer todo mundo da existência da “conspiração”.
Quando outros expressavam seu ceticismo a respeito dos detalhes da intriga trama criada pelo Sr. F., este ficava frequentemente colérico e amuado.
Algumas semanas após o internamento do Sr. F., o seu único irmão, de 28 anos, foi visitá-lo no hospital e brevemente entrevistado.
Quando perguntaram ao irmão se tinha conhecimento da crença do Sr. F. e que havia uma conspiração tramada contra ele, o seu irmão respondeu: “Sim, eu sabia que F. estava tendo problemas com aquela mulher, mas ignorava que ela tivesse toda essa gente a ajudá-la”. 
Assim, o irmão do Sr. F. e, em grande medida a mãe de ambos compartilhavam da crença com que o Sr. F. estava preocupado.
De acordo com o caso clínico acima, temos um possível diagnóstico de
(1 Ponto)
a) Transtorno bipolar, episódio atual de mania com sintomas psicóticos
b) Transtorno bipolar, episódio atual depressivo grave com sintomas psicóticos
c) Transtorno dissociativo de identidade
d) Esquizofrenia desorganizada
e) Esquizofrenia paranoide
4.Dentre os sintomas prodrômicos da Esquizofrenia, podemos destacar:
I)  Ataques de raiva, ansiedade intensa
II) Delírio de perseguição e alucinações auditivas verbais
III) Ideias místicas, abstratas, filosóficas
IV) Retraimento social e perda de interesse pelas atividades ocupacionais
V) Ecolalia e verbigeração
(1 Ponto)
a) II e V
b) I, II, IV
c) I, III, IV
d) I, II, IV e V
e) I e II
5. Um psicólogo faz o seguinte relato de seu paciente na enfermaria que sem motivo algum manifestou o seguinte quadro: " L. chora, golpeia, se morde, quebra e destrói tudo o que encontra ao seu alcance, corre de um lado para o outro, briga com todos e permanece em movimento dia e noite. É impossível fazer qualquer contato com ele, que permanece em sua ira mesmo quando sozinho, independentemente de qualquer estímulo”.
Temos acima um provável quadro de Esquizofrenia Catatônica e o sintoma descrito no caso clínico acima refere-se
(1 Ponto)
a) Hipercinesia
b) Estereotipia de movimento
c) Delírio niilista
d) Negativismo
e) Estupor psicogênico
6.“Foi precisamente em 1930 que T experimentou pela primeira vez a influência de “fluídos” sobre a sua pessoa. Certa noite acordou sob forte pressão no peito e sentindo algo esquisito pelo corpo; quis levantar-se, mas não conseguiu, pois estava como manietado, subjugado. Daí em diante, passou a frequentar centros e sessões espíritas e a dedicar-se à leitura de obras sobre o assunto. Paralelamente, as suas faculdades “mediúnicas e de vidência” foram se desenvolvendo aos poucos. Julga-se, atualmente, médium sofredor, isto é, atuado por espíritos atrasados que procuram esgotar a sua capacidade de resignação e sofrimento. Na ânsia de tudo conhecer sobre o espiritismo e talvez livrar-se da influência maléfica dos “espíritos atrasados”, veio para a Capital, onde sabia da existência de muitos centros, alguns com boas bibliotecas especializadas, nas quais poderia desenvolver melhor os seus conhecimentos da matéria. A influência dos espíritos se exerce sobre ele de diversos modos: intuição, isto é, presciência dos fatos, audição de vozes, visões, sensações de toque em seu corpo, de empurrão, de queda, de salto, de paralisação dos movimentos.”
De acordo com o texto acima, pode-se dizer que o paciente (um padre) com hipótese diagnóstica de esquizofrenia em seu discurso baseado na fé dogmática apresenta:
(1 Ponto)
a) Uma alteração da consciência do eu em oposição ao exterior
b) Uma alteração da unidade do eu.
c) Uma alteração da identidade
d) Uma alteração da atividade do eu.
e) Ambas as respostas a,b,c
7.“Epaminondas foi alguém poderoso na terra e no mar. Conduziu grandes manobras marítimas e batalhas navais abertas contra Pelópidas, mas na Segunda Guerra contra Cartago levou um golpe na cabeça e pelo fracasso de uma fragata armada. Caminhou com navios de Atenas para Mamre, levando para lá uvas da Caledônia e romãs, e sobrepujou os beduínos. Sitiou a acrópole com navios dotados de canhões e incendiou a ocupação persa com tochas vivas. O papa posterior Gregório VII _ ah _ Nero seguiu seu exemplo e fez incendiar todos os atenienses, todos os sexos romanos-germânicos-celtas, que não tinham uma posição definida dos sacerdotes, pelos druidas do dia da morte de Cristo, em honra ao deus do sol, Baal. Este é o período da idade da pedra. Pontas de lança de bronze” (Bleuler,1985)
O relato clínico acima refere-se a uma alteração da forma do pensamento e provavelmente trata-se de um quadro clínico de
(1 Ponto)
a) Transtorno de despersonalização/desrealização
b) Esquizofrenia catatônica
c) Esquizofrenia desorganizada
d) Transtorno bipolar, episódio depressivo leve sem sintomas somáticos
e) Transtorno dissociativo de identidade
8.Barbara, uma professora de dança, de cerca de 29 anos, foi acompanhada por seu marido quando esteve pela primeira vez no clínico e reclamou de “reações de entusiasmo”. Quando indagada sobre o que queria dizer com isso, ela afirmou: “É a coisa mais assustadora do mundo. Acontece frequentemente quando estou dando aulas de dança moderna. Estou na frente e me sinto concentrada no que faço. Então, quando estou demonstrando os passos, sinto como se não fosse realmente eu e que não tenho o controle de minhas pernas. Às vezes sinto como se eu estivesse me observando. Também entro em um túnel visual. É como se visse apenas um espaço estreito e reto na minha frente e acabo ficando totalmente separada do que está acontecendo ao meu redor. Então, começo a entrar em pânico, a suar e a tremer”. Foi confirmado que os problemas de Bárbara começaram após ela ter fumado maconha pela primeira vez cerca de dez anos atrás. Ela teve a mesma sensação e sentiu que era muito assustadora, mas com a ajuda de amigos ela conseguiu passar por isso. Recentemente, a sensação passou a acontecer com mais frequência e gravidade, particularmente quando ela está ministrando aulas de dança.
Que possível hipótese diagnóstica identificamos nesse relato?
(1 Ponto)
a) Transtorno bipolar, episódio atual misto
b) Esquizofrenia catatônica
c) Transtorno depressivo recorrente, episódio atual moderado com sintomas somáticos
d) Transtorno dissociativo de identidade
e) Transtorno de despersonalização/desrealização
9.Umhomem de 35 anos procura um psiquiatra por sentir uma ansiedade devastadora devido a uma palestra que precisa fazer. Relata que recentemente foi promovido para uma posição em sua empresa que requer que fale diante de aproximadamente 100 pessoas. Diz que a primeira dessas palestras será dentro de duas semanas e que sua preocupação o impede de dormir. Sabe que seu medo está fora de controle, mas não consegue controlá-lo Explica que sempre teve problemas para falar em público, pois teme “fazer alguma burrice” ou de alguma maneira se colocar em uma situação embaraçosa. No passado, evitava ao máximo falar em público ou só falava para grupos de menos de dez pessoas. Como sabe que precisa fazer a apresentação dentro de duas semanas ou não poderá continuar nesse emprego, procurou o psiquiatra esperando encontrar uma solução para o problema.
 Temos um possível diagnóstico de
(1 Ponto)
Transtorno de ansiedade generalizada
b) Transtorno de ansiedade social
c) Fobia específica
d) Transtorno do pânico
e) Agorafobia
10.O Sr.T., de 33 anos de idade, com um mestrado em Administração de Empresas, era o secretário de administração de uma cidade de 15.000 habitantes. Tinha sido nomeado por causa da visão e iniciativa que demonstrara enquanto ocupou cargo semelhante numa outra cidade. As coisas ocorreram muito bem durante o primeiro ano; foram iniciados numerosos projetos e ampliaram-se os esforços para atrair indústrias para a cidade e melhorar os serviços urbanos. Cada vez mais projetos eram iniciados e o Sr. T. estava trabalhando de 18 a 20 horas por dia. Contudo, nenhum desses projetos era jamais completado. As pessoas começaram fazendo piadas a respeito dos seus múltiplos esforços para suscitar a cooperação e a participação numa série interminável de comissões, grupos de trabalho e comitês. Estava constantemente ao telefone; num só dia fez telefonemas para os governadores de 42 estados. Por essa altura, o seu comportamento social começou a deteriorar-se e chocou várias senhoras da cidade com proposições sexuais diretas e bastante indiscretas.
O comportamento do Sr. T. tornou-se muito mais intenso durante a crise cubana: enquanto o governo e os militares dos Estados Unidos estavam preparando uma possível ação bélica contra as rampas soviéticas de lançamentos de mísseis em Cuba, o Sr. T. ofereceu seus serviços como voluntário. Tentou organizar uma força-tarefa de voluntários para entrar em Cuba e iniciar uma guerrilha; como não conseguisse despertar o interesse dos cidadãos da sua cidade, decidiu alistar-se na Guarda Nacional que, segundo acreditava, certamente seria mobilizada numa emergência.
O seu comportamento tornou-se mais incoerente e perturbado, e foi levado ao hospital por sua esposa e numerosos amigos, depois de acusar vários concidadãos de estarem envolvidos numa conspiração comunista e de ter tentado prendê-los. Durante a entrevista inicial, falou incessantemente, saltando de assunto para assunto, enquanto caminhava de um lado para o outro. Manifestava um intenso tom emocional; estava impaciente, irritadiço e, quando era distraído por algum estímulo exterior, caía momentaneamente num acesso de fúria, do qual se recuperava segundos depois, com exaltação e entusiasmo, fazendo planos para algum ambicioso projeto, como escrever a sua biografia e convertê-la em filme. Numa entrevista com sua esposa, tomou-se conhecimento de que o Sr. T. já sofrera episódios semelhantes pelos quais tivera de ser hospitalizado em duas ocasiões anteriores. Entre os seus episódios, tinha períodos frequentes, em que o seu comportamento era completamente oposto: perdia toda motivação, ficava na cama dias a fio e evitava as pessoas.
O caso clínico acima sugere uma hipótese diagnóstica de
 
(1 Ponto)
a) Esquizofrenia paranoide
b) Transtorno depressivo recorrente, episódio atual grave com sintomas psicóticos
c) Transtorno bipolar, episódio atual maníaco com sintomas psicóticos
d) Esquizofrenia catatônica
e) Transtorno bipolar, episódio atual maníaco sem sintomas psicóticos
Gabarito!
3- E
4- C
5- A
6- D
7- C
8- E
9- C
10- C