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EDEMA MALIGNO E GANGRENA GASOSA O que é? São doenças infecciosas, não contagiosas de origem bacteriana; Fazem parte do grupo das Clostridioses, ou seja, bactérias do gênero Clostridium sp, que normalmente vivem em trato digestório de animais ou solo, ambientes que possuem matéria orgânica. Ficam em forma esporulada e em quedas de oxigênio (isquemia) ganham sua forma vegetativa e produtora de toxinas lesivas. Ao contrário das outras clostridioses, a gangrena gasosa e o edema maligno, mais de um agente é responsável por levar a instalação do quadro infeccioso; Etiologia Bactérias diversas, porém, do gênero Clostridium. São bactérias gram positivas que tem forma de bacilos ou bastonetes. São móveis com exceção do C.perfringens, seus esporos sobrevivem por longo tempo no ambiente, sendo resistente a dessecação, desinfetantes e calor. Epidemiologia O agente penetra em soluções de continuidade ou por forma de inoculação no animal Os esporos estão presentes na pele, solo e fezes contaminadas Alguns fatores predisponentes para essa infecção são: castração, reutilização de agulhas, coleta de sangue mordeduras, tosquia entre outros E alguns fatores que auxiliam na instalação da doença são: amplitude e profundidade das lesões, presença de tecidos mortes, corpos estranhos e bactérias aeróbicas São enfermidades de alto grau de letalidade com curso agudo e rápido, que promove o óbito de 24 a 48h Seus principais hospedeiros são os bovinos, suínos, equinos e seres humanos EDEMA MALIGNO E GANGRENA GASOSA Patogenia Edema maligno: Os tipos de clostrídio envolvidos são o C. septicum ou o C. Novyi, podendo haver o envolvimento de C. Chauvoei. São produzidas várias toxinas por esses clostrídios, contudo, a Toxina Alfa do C. Septicum é a mais patogênica. A toxina alfa é produzida inicialmente é e responsável por mionecrose, lesões de células endoteliais, hemorragia intersticial, estase vascular, edema e colapso microvascular. Posteriormente, outras toxinas que ocasionam hemólise, destruição do DNA, de polimorfonucleares e outras células de defesa e auxiliam na disseminação de agentes e toxinas serão formadas, favorecendo a disseminação da lesão. Gangrena Gasosa: Os tipos de clostrídio envolvidos são C. perfringens A e C, C. septicum, C novyi A, C. chauvoei e C. sordelli, A toxina Alfa do C. Perfringens (produzidas por todas as cepas) é o principal fator de virulência da Gangrena gasosa, sendo responsável por promover desorganização da membrana celular, necrose de pele e tecidual, inibir a migração de células polimorfonucleares para o local da lesão e promover trombose, além de possuir ação hemolítica e letal, essencial para o desenvolvimento da gangrena. Dentre estes, a trombose é o principal fator para a patogenia da gangrena gasosa, pois reduzindo a tensão de oxigênio tecidual fornece condições ambientais para a vegetação e multiplicação destas bactérias, estimulando cada vez mais a produção de Toxinas, principalmente da Alfa. Mas assim como ocorre no Edema Maligno, é necessário um ferimento prévio que favoreçam condições de anaerobiose para que ocorra a doença. Sinais Clínicos Gangrena Gasosa: Evolução aguda e hiperaguda, podendo levar a morte em até 3 dias Os sinais mais frequentes são: febre anorexia, apatia, lindonodos aumentados, mucosas hiperêmicas, movimentos ruminais diminuídos, congestão de vasos e esclera, taquicardia, taquipneia, estertores pulmonares e dispneia Com a evolução da doença observa- se foco edematoso hemorrágico na musculatura (no local da PE dos esporos) juntamente com a produção de gás, levando o animal a quadros de queda, tremores, convulsões e morte Em ovinos os sinais de Big Head ou cabeça inchada é uma manifestação clínica específica Edema Maligno: Período de incubação de 15h a 3 dias após a lesão, com a clinica de edemas de rápida progressão em grandes massas musculares e partes baixas do abdômen, crepitando em casos de pressão. Os animais se isolam, podendo apresentar febre, taquipneia, cianose de mucosas evoluindo para o óbito Diagnóstico É baseado nos sinais clínicos e nos dados epidemiológicos da região Em animais vivos, realiza-se um hemograma onde apresentará leucocitose por neutrofilia e anemia hemolítica que ocorre como consequência dos efeitos das toxinas liberadas pela bactéria Após a morte do animal, realiza-se a necropsia a coleta do músculo afetado, sangue cardíaco, fígado, pulmão e baço e em seguida é feita a impressão na lâmina e com a coloração de gram ou Giemsa de identifica a presença do clostridio Também se realiza deteção com IF direta com conjugados específicos para os clostrídios Pode-se realizar cultivo em situação de anaerobiose em meio ágar sangue para então realizar a prova de identificação bacteriana No histopatológico, se observa um infiltrado inflamatório mononuclear entre as fibras musculares, degeneração vacuolar e hialina do músculo (miosite), celulite no SC. Por fim, têm-se também o método de IHQ e o PCR. Diagnóstico Diferencial Carbúnculo Sintomático (manqueira) Antraz Tratamento Realizar o desbridamento de tecido necrosado Administrar altas doses de penicilina ou antibiótico de amplo espectro Tratamento de suporte Prevenção e controle Realizar higiene e antissepsia correta em procedimentos d vacinação/procedimentos cirúrgicos Utilizar materiais estéreis Realizar o manejo correto das feridas Em casos de surto, revacinar o rebanho e retirar as carcaças do pasto e incinera-las VACINAÇÃO: Uso de vacinas polivalentes (contém bacterina e toxóides dos diferentes clostrídios - principalmente C. septicum, C, chauvoei, C. novyi e C. sordelli).