Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
AMENORREIA Definição: - Ausência ou interrupção anormal da menstruação em mulheres que estão na menacme; - Saber diferenciar com os demais distúrbios menstruais: Tipos: - Primárias (congênitas): - Não há sangramento menstrual prévio à ausência de menarca; - Ausência de menstruação em meninas maiores de 13 anos SEM caracteres sexuais secundários; - Ausência de menstruação em meninas maiores de 15 anos COM caracteres sexuais secundários; - Secundárias (adquiridas): - Ausência de sangramento menstrual em mulheres que já tiveram a sua menarca; - Ausência de menstruação em mulheres que já apresentaram menarca; - Tempo: 6 meses ou 3 ciclos menstruais consecutivos – se regulares; *Lembrar que a principal causa de amenorreia secundária é a gravidez, sendo que durante a lactação e após a menopausa, a amenorreia também é normal (amenorreias fisiológicas; CONGENITAS ADQUIRIDAS - Rokitanski/ Morris - Ginatresias (septo transverso, hímen imperfurado) - Síndrome de Asherman - Estenose do colo uterino Desenvolvimento Embrionário Sexual: - Determinação do sexo cromossômico (XY ou XX), após a fecundação; - Determinação do sexo gonadal (testículos ou ovários), a partir da 8ª semana; - Desenvolvimento dos fenótipos sexuais (estruturas masculinas ou femininas), em torno de 12 semanas; - Trato urogenital interno à 2 ductos: Wolff (mesonéfricos) e Muller (paramesonéfricos) à ambos, inicialmente presente em ambos os sexos; - Genitália interna – sexo feminino: ductos de Muller se fundem e originam as tubas uterinas, útero e vagina superior. Os ductos de Wolff regridem (podem existir de forma resquícia = cisto de Gartner); - Genitália interna – sexo masculino: ductos de Wolff dão origem ao epidídimo, vaso deferente, vesículas seminais e ducto ejaculatório. Os ductos de Muller regridem, por conta do hormônio anti- mulleriano (AMH); - Genitália externa – sexo feminino: - Tubérculo genital à clitóris; - Protuberâncias à grandes lábios; - Dobras urogenitais à pequenos lábios; Compartimento 1 – Útero e vagina - Alterações uterinas ou vaginais à impedem a formação ou o extravasamento do fluxo menstrual; - Amenorreia primaria: - Hímen imperfurado: criptomenorreia, dor pélvica cíclica, pode aumentar o volume abdominal; - Malformacoes Mullerianas à Síndrome de Rokitansky: agenesia mulleriana, não tem ductos de Muller, não forma útero. Pode ter anomalias no sistema urinário associadas; - Síndrome de Morris à síndrome da insensibilidade androgênica à feminilização testicular (genótipo XY), muita testosterona, ausência de útero e ovários à vagina com fundo cego à amenorreia primaria + queixas de dificuldade na relação sexual + pelos ausentes ou escassos + mamas presentes; - Amenorreia secundária: - Síndrome de Asherman: sinequias uterinas + amenorreia + infertilidade; Compartimento 2 – Ovários - Amenorreia primária: - Síndrome de Turner: cariótipo 45X0, disgenesia gonadal (formação incompleta ou defeituosa das gônadas), principal causa de falência ovariana prematura; - Síndrome de Savage: ovários resistentes as gonadotrofinas; - Amenorreia secundária: - Síndrome dos ovários Policísticos: ciclos anovulatórios; - Insuficiência ovariana (falência ovariana prematura, menopausa precoce): cromossomopatias, radioquimoterapia, quimioterapia, cirurgias, tabagismo; Compartimento 3 – Hipófise - Amenorreia primária: - Hipoplasia hipofisária; - Amenorreia secundária: - Hipotireoidismo; - Hiperprolactinemia; - Tumores hipofisários; - Infeccoes; - Síndrome de Sheehan: necrose hipofisária anterior por grave hipotensão pós parto à síndrome Simmonds quando a causa não for obstétrica; Compartimento 4 – Hipotálamo - Amenorreia primária: - Síndrome de Kallman: incapacidade de produção de GnRH + anosmia; - Amenorreia secundária: - Amenorreia hipotalâmica funcional à stress, distúrbios alimentares, atividade física excessiva; Classificação Das Amenorréias: - Hipogonadismo Hipogonadotrófico = diminuição dos estrogênios circulantes pela diminuição das gonadotrofinas (FSH e LH), hipófise ou hipotálamo não esta mandando hormônio suficiente; - Hipogonadismo Hipergonadotrófico = diminuição dos estrogênios mesmo com o aumento do FSH e LH, ovário não responde de forma adequada; Investigação: - Anamnese + exame físico; - Idade da paciente; - Data da ultima menstruação, atividade sexual; - Se faz o uso de métodos contraceptivos; - História menstrual, caracterização dos ciclos; - Gestação, parto, amamentação; - Dieta; - Atividade física; - Estresse, saúde psicológica; - Cirurgicas; - Radio/quimioterapia; - Medicacoes à principalmente as psicotrópicas, que afetam a prolactina à hiperprolactinemia; - Galactorréia; - Hiperandrogenismo à aumento de pelos, acne, alopecia; - Hipoestrogenismo à secura vaginal, fogachos; - Presença de caracteres sexuais secundários; Exames complementares: - Para amenorréia primária: - FSH/LH - USG de pelve à via transabdominal se a paciente nunca teve relações sexuais; - Cariótipo - RM de crânio - Para amenorreia secundária: - bHCG; - TSH; - Prolactina; - Perfil androgênico; - Teste da Progesterona; - Teste do Estrogênio-Progesterona; - RM de crânio; Fluxograma – Amenorreia Primária - 2 pontos importantes à Há desenvolvimento de mamas? Há desenvolvimento de útero? - Presença de mamas à sim (quer dizer que tem algum nível de estrogênio circulanto) à Presença de útero à sim à criptomenorréia à hímen imperfurado, septo vaginal transverso; - Presença de mamas à sim (quer dizer que tem algum nível de estrogênio circulanto) à Presença de útero à não à dosar testosterona à Se estiver alta = síndrome de insensibilidade aos androgênios = síndrome de Morris; Se estiver baixa = malformação Mulleriana; - Presença de mamas à não à Presença de útero à sim à solicitar cariótipo à disgenesia gonadal XY; - Presença de mamas à não à Presença de útero à não à dosagem de FSH à Se estiver alto = realizar cariótipo (XX ou X0) ou XY (deficiência de hormônio anti mulleriano); Se estiver baixo = RM de crânio à Se alterada = tumor; Se normal = amenorréia hipotalâmica; Fluxograma – Amenorreia Secundária - A principal causa de amenorréia secundária é a gestação à sempre pedir o bHCG; - Dosar prolactina e TSH; - Teste de Progesterona (simula a segunda fase do ciclo) à administração de progesterona por 7-10 dias; - Positivo = menstruou à Havia estrogênio circulante, trato genial é pérvio à quadro de anovulação crônica (ex: SOP) à realizar perfil androgênico; - Negativo = não menstruou à Não havia estrogênio circulante? Trato genital é impérvio? à realizar teste do estrogênio + progesterona; - Teste do Estrogênio + Progesterona (simula um ciclo completo) à administração de estrogênio por 21 dias e de progesterona nos últimos 10 dias; - Positivo = menstruou à havia pouco estrogênio circulante (hipoestrogenismo), cavidade endometrial normal à dosar FSH e LH à Se normais ou aumentados = insuficiência ovariana ou menopausa precoce; Se baixos = insuficiência hipotalâmica ou hipofisária; - Negativo = não menstruou à cavidade endometrial comprometida à avaliação da cavidade uterina por histeroscopia à possível síndrome de Asherman; Tratamento: - Individualizado, direcionado à causa; - Hímen imperfurado à himenotomia; - Síndrome de Rokitansky à continuará em amenorreia, investigar trato urinário, avaliar comprimento vaginal; - Síndrome de Morris à remoção dos testículos, terapia de reposição hormonal após retirada da gonada, avaliar comprimento vaginal; - Insuficiência ovariana primaria à terapia de reposição hormonal (estrogênio e progesterona); - Síndrome de Turner à terapia de reposição hormonal para desenvolver caracteres sexuais secundários; - SOP à mudança do estilo de visa, avaliar as queixas (irregularidade menstrual, hiperandrogenismo, infertilidade); - Hipotireoidismo àlevotiroxina; - Hiperprolactinemia à corrigir causa; - Síndrome de Asherman à histeroscopia cirúrgica com lise de sinequias; - Síndrome de Sheehan à terapia de reposição hormonal + reposição de outros hormônios além da parte ginecológica; - Síndrome de Kallman à terapia de reposição hormonal; - Amenorreia hipotalâmica à corrigir causa – dieta, atividade física, estresse; *Causas Farmacológicas da Hiperprolactinemia: - Plasil (metoclopramida); - Verapamil; - Risperidona; - ISRS; - Antidepressivos tricíclicos; - Inibidores da monoaminoxidase; - Fenotiazidas (clorpromazina); - Butirofenonas (haloperidol);
Compartilhar