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1 Valentina Santiago – T16 CIRURGIA AMBULATORIAL Conceitos Cirurgia sob qualquer tipo de anestesia, que não demanda internação hospitalar e a permanência não mais que 24h. Pode seguir 3 modelos • Dispensação após o procedimento; • Permanência por um curto período de tempo; • Pernoite; Tipos de unidades de cirurgia ambulatorial Tipo I: consultório médico, pequeno porte, anestesia local. Ex: colocação de DIU, retirada de cisto, drenagem de abcesso. Tipo II: UBS, ambulatórios, centro de saúde, porte médio, anestesia local ou loco regional, salas de recuperação. Ex: endoscopia com sedação, cirurgia de hemorroida. Tipo III: unidade hospitalar com salas de cirurgia ou centro cirúrgico. Ex: rinoplastia e prótese de mama. Regulamentação da cirurgia ambulatorial Condições da unidade • Condições estruturais e sanitárias (esterilização) • Requer registro dos procedimentos, condições mínimas de anestesia, garantia de internação e garantia de assistência após alta durante 24h Critérios de seleção do paciente • Hígidos • Doenças controladas • Cirurgias que não necessitam de cuidados especiais no PO • Requer garantia de acompanhante adulto, lúcido e previamente identificado Condições de alta do paciente • Orientação no tempo e espaço • SSVV mantidos • Ausência de náuseas e vômitos • Ausência de dificuldades respiratórias • Capacidade de ingerir líquidos • Capacidade de locomoção • Sangramento mínimo ou ausente • Ausência de dor de grande intensidade • Ausência de retenção urinária • Conhecimento, pelo paciente e pela família, dos cuidados PO e eventuais intercorrências Vantagens de desvantagens da cirurgia ambulatorial Vantagens para os pacientes • Alterações mínimas na rotina familiar • Individualização do cuidado • Diminuição do risco de infecção hospitalar • Diminuição da incapacidade física • Menor morbimortalidade Vantagens para o sistema de saúde • Redução de custos e maior disponibilidade de leitos hospitalares Desvantagens da cirurgia em • Não realiza cuidados pré-operatórios • Falta de ajuda no domicílio • Necessidade de permanência hospitalar além do necessário 2 Valentina Santiago – T16 regime ambulatorial • Falta de transporte Cuidados peri- operatórios Exames pré- operatórios • < 50 anos + hígido = nenhum exame • ECG: 50 anos, antecedentes de HAS, história de doença cardiovascular, procedimento cardiotorácico • RX de tórax: procedimento cardiotorácico • Bioquímico: doença renal, doença metabólica (DM, tireoide), uso de diuréticos e quimioterápicos • Urina: procedimentos TGU • Hemograma: distúrbios hematológicos Cuidados pré- operatórios Antibiótico profilaxia É realizado em situações onde o uso comprovadamente diminui o risco de infecção. Pico de ação limitado ao tempo cirúrgico ou até 24h. Profilaxia de tromboembolia pulmonar (TEP) A maioria das cirurgias em regime ambulatorial não necessita de profilaxia farmacológica para TEP As cirurgias de joelho, quadril, tórax e abdome são as de maiores riscos para TEP O tempo médio de profilaxia para pacientes cirúrgicos é de 7 a 10 dias. • Baixo risco: procedimento cirúrgico de pequeno porte, idade menor que 40 anos e sem fatores de risco adicionais, empregar apenas o método mecânico • Risco moderado: procedimento cirúrgico de pequeno porte e idade entre 40-60 anos ou com algum fator de risco → Heparina 12/12h ou heparina de baixo peso molecular • Alto risco: cirurgia menores e idade maior que 60 anos; cirurgias maiores se idade entre 40-60 anos ou com fatores de risco → Heparina 8/8h • Altíssimo risco: múltiplos fatores de risco (>40 anos, câncer, TEP prévia), artroplastia de quadril ou joelho, trauma maior, lesão de medula → mecânicos e farmacológicos Orientações aos pacientes • Jejum de 4 horas se anestesia local ou 8 horas se outra anestesia • Não realizar tricotomia no domicílio, apenas tomar banho antes • Vir acompanhado de um adulto que se responsabilize pelo retorno do paciente para casa • Suspender tabagismo pelo menos 30 dias antes Compensação de comorbidades • Adiar a cirurgia até que todas as comorbidades infecciosas e não infecciosas estejam compensadas 3 Valentina Santiago – T16 Cuidados pós operatórios Reintrodução da dieta • O mais precoce possível, desde que o paciente esteja bem acordado Náuseas e vômitos Aumentam a morbidade cirúrgica e prolonga a internação. Fatores de risco: • Fatores individuais: gênero feminino, história prévia de náusea e vômito pós-operatório, cinetose e ansiedade • Fatores cirúrgicos: procedimento de longa duração, cirurgias abdominais, laparoscopia e cirurgia otorrinolaringológica • Fatores anestésicos: agentes inalatórios, óxido nitroso, etomidato, opioides e neostigmine Cuidados com curativos e pontos • Curativo: 24 a 48h • Retirada dos pontos: depende dos fios, da modalidade do ponto, do tipo e da extensão da incisão, das linhas de força da pele, das condições locais e sistêmicas; 7DPO Principais procedimentos cirúrgicos realizados em regime ambulatorial decorar Descrição cirúrgica Conceito • Documento oficial e integrante obrigatório do prontuário, que comprova a realização do procedimento, sua razão, peculiaridades das lesões que o determinaram e/ou justificam- no. • Deve ser objetiva, completa, pormenorizada, sendo importante que seja descrita logo após o termino do procedimento, para que nada seja omitido Cabeçalho • Identificação do paciente • Diagnóstico provisório • Operação proposta • Equipe cirúrgica • Diagnóstico operatório • Acidentes e complicações • Tempo • Peças cirúrgicas • Material encaminhado para exame 4 Valentina Santiago – T16 Posição cirúrgica Posição do paciente na mesa cirúrgica, após anestesia. Evitar compressão de vasos, nervos, proeminências ósseas; evitar contado direto do paciente com estruturas metálicas, hiperextensão de membros e fixação incorreta. Uso de coxim, colocação de caixa de Bucky. • Decúbito dorsal ou supina Paciente deitado de costas, com as pernas estendidas e os braços estendidos e apoiados em talas. O dorso do paciente e a coluna vertebral estão repousando na superfície do colchão da mesa cirúrgica. Ex: cesariana • Decúbito ventral ou prona Paciente deitado de abdômen para baixo, com os braços estendidos para frente e apoiados em talas. O sistema respiratório fica mais vulnerável. Ex: cirurgias de coluna, hérnia de disco • Decúbito lateral ou SIMS Paciente em decúbito lateral, esquerdo ou direito, com a perna que esta do lado de cima flexionada, afastada e apoiada na superfície de repouso Ex: cirurgias renais • Posição de litotomia ou ginecológica paciente em decúbito dorsal, com pernas flexionadas, afastadas e apoiadas em perneiras acolchoadas, e os braços estendidos e apoiados. Ex: histerectomia vaginal 5 Valentina Santiago – T16 • Posição de trendelenburg É uma variação da posição de decúbito dorsal onde a parte superior do dorso é abaixada e os pés são elevados. Mantém as alças intestinais na parte superior da cavidade abdominal Ex: cirurgias de órgãos pélvicos, laparotomia e abdômen inferior • Posição de Fowler ou sentada O paciente permanece semi-sentado na mesa de operação. Posição utilizada para dar conforto ao paciente quando há dispneia Ex: dreno de tórax • Posição de canivete ou kraske Paciente em decúbito ventral, com as coxas e pernas para fora da mesa e o tórax sobre a mesa, a qual está levemente inclinada no sentido oposto das pernas, e os braços estendidos e apoiados em talas Ex: hemorroidectomia 6 Valentina Santiago – T16 Preparo do campo operatório • Via de acesso: tipo de incisão, localização, extensão.Deve-se descrever a sequência dos planos anatômicos, tipo de instrumento utilizado (ex bisturi elétrico) e tipo de hemostasia (eletrocoagulação e ligaduras com fio). • Abertura da cavidade: grau de dificuldade no acesso (ex aderências), presença de líquidos ou coleções (aspecto, volume, odor, localização). Coleta de material. Inspeção pormenorizada de órgãos e lesões. Deve-se descrever características de órgãos e estruturas anatômicas alteradas. • Tática cirúrgica: especificar e justificar a tática escolhida, variações técnicas, dificuldades encontradas e manobras para contorna-las • Congelação: especificar o material, malignidade, margens cirúrgicas • Tipos de sutura, fios e materiais utilizados: próteses, grampeadores, etc • Drenagem: aberta ou fechada, tipo de dreno, local da contra-abertura • Exames radiológicos transoperatórios: rx de tórax, colangiografia, ureterografia, radioscopia, etc • Fechamento da parede: por planos ou em massa, tipos de fios e suturas, curativo Descrição da peça cirúrgica Abertura, característica da lesão, margens proximal e distal, presença de lesões macroscópicas não suspeitadas (ex: neoplasia em peça de vesícula com colelitíase)
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