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Aborto
De acordo com o artigo 2º do Código Civil: "a personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro". O nascimento com vida como o marco inicial da personalidade, portanto respeitam-se os direitos do nascituro, desde a concepção, pois desde esse momento já começa a formação deste novo ser. Dessa forma, é de extrema importância estabelecer as garantias do nascituro e proteger sua personalidade.
Nascituro aparece no momento em que ocorreu a fertilização entre um espermatozoide com o óvulo. Vale ressaltar que neste momento ainda não cabe a afirmação que o nascituro possui personalidade jurídica. O nascituro pode ser considerado como um "sujeito de direito", tanto que este é protegido pelo Código Penal, em seus artigos 124 e 127, os quais tratam da matéria referente ao crime de aborto. Este é um exemplo clássico, que comprova seus direitos, uma vez que é ilegal a prática do aborto, exceto as causas excludentes.
O embrião é o que se está em fase de diferenciação orgânica, da segunda à sétima semana depois da fecundação, etapa conhecida como período embrionário. Vale ressaltar que estes embriões, os quais não foram fecundados, não podem ser considerados como nascituro, dessa forma não possuindo os mesmos direitos.
O feto representa a fase do desenvolvimento intrauterino que segue à fase embrionária até o nascimento, e que acontece após o segundo ou terceiro mês de fecundação. Seus órgãos já são formados, e apresenta características distintas da espécie humana.
Pontos positivos da legalização do aborto:
1. O aborto é também uma questão de direitos sexuais e reprodutivos.
Todas as pessoas têm o direito de decidir sobre seu corpo, sua liberdade e seu futuro. A criminalização da prática é a mutilação da cidadania, ao negar o direito das mulheres ao seu próprio corpo.
2. Abortar não é um método contraceptivo. 
É a opção quando a prevenção falha. A proposta da legalização do aborto deve vir acompanhada de uma política integral que pense a educação sexual para decidir com consciência, métodos contraceptivos acessíveis para não engravidar e aborto legal para não morrer.
3. A penalização do aborto nega o direito de pessoas gestantes à saúde, à vida, à integridade pessoal e à igualdade.
A criminalização inibe essas pessoas a procurar ajuda médica para abortar ou tratar complicações após abortos induzidos ou espontâneos. Legalizar é a possibilidade de concretizar o direito à saúde em todos os momentos, sem barreiras de acesso morais ou legais.
4. Não estamos discutindo ‘Aborto Sim’ ou ‘Aborto Não’, mas ‘Aborto Legal’ ou ‘Aborto Clandestino’.
O aborto acontece, sendo legal ou não. Nós, mulheres e pessoas gestantes, abortamos. Por isso, a discussão não é sobre abortar ou não abortar. A discussão é em que condições abortaremos.
5. A criminalização do aborto é também uma questão de desigualdade social e racial, porque AS RICAS ABORTAM, AS POBRES MORREM.
Complicações decorrentes de um aborto são a principal causa de morte materna no país. Só quem morre são aquelas que não têm acesso à informação e às condições para uma interrupção segura da gravidez. No Brasil, as mulheres negras têm duas vezes e meia mais chances de morrer durante um aborto do que as brancas.
6. Não é perigoso abortar. Perigoso é abortar na clandestinidade!
O aborto como procedimento médico, assistido adequadamente, não representa riscos à saúde; pode inclusive ser a porta de acesso à informação para evitar um próximo episódio. A marginalização gera riscos à integridade física e moral das pessoas.
7. A legalização do aborto NÃO aumenta o percentual de pessoas que abortam e DIMINUI as taxas de mortalidade materna.
Em países europeus onde a prática é legal, o número de abortos diminuiu ao longo dos últimos 20 anos e a mortalidade materna deixou de ser um problema de primeira ordem da saúde pública. No Uruguai, a taxa de mortes vinculadas ao aborto é a mais baixa da América Latina e Caribe.
8. A criminalização do aborto é uma estratégia patriarcal do Estado de legitimar uma maternidade imposta.
Ela impede que a pessoa gestante tome a decisão sobre seu próprio corpo de acordo com sua crença, história e desejo. É uma imposição baseada na religião e no dogmatismo patriarcal que subjuga as mulheres na sociedade e viola seus direitos.
https://www.geledes.org.br/9-argumentos-que-fizeram-diferenca-no-debate-pelo-aborto-legal-seguro-e-gratuito-na-argentina/
https://jus.com.br/artigos/48678/direito-do-nascituro

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