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DOC-20221112-WA0104.

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UNIVERSIDADE PAULISTA 
 PEDAGOGIA 
 
 
 
FERNANDA FERNANDES DOS SANTOS 
FERNANDA SOARES COSTA PIRES 
GABRIELLE TORRES DA SILVA GONÇALVES 
GISELE CARBONI 
JACKELINE GABRIELLE PAVAN 
 
 
 
 
 
ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA – APS 
ESTUDO DO DESENVOLVIMENTO DO GRAFISMO INFANTIL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SANTOS-SP 
 2021 
 
 FERNANDA F. DOS SANTOS R.A: F21170-3 
 FERNANDA SOARES COSTA PIRES R.A: F3224E-4 
 GABRIELLE T. DA SILVA GONÇALVES R.A: F27548-5 
 GISELE CARBONI R.A: F32IGB-3 
 JACKELINE GABRIELLE PAVAN R.A: F28215-5 
 
 
 
ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA – APS 
ESTUDO DO DESENVOLVIMENTO DO GRAFISMO INFANTIL 
 
 
 
 
Trabalho apresentado à disciplina de Psicologia 
Construtivista 
Atividade Prática Supervisionada 
Curso de Pedagogia 
Universidade Paulista – UNIP 
 
Orientadora: Profª Clarissa Castilho 
 
 
 
SANTOS-SP 
 2021 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO.............................................................................................. 3 
2. METODOLOGIA ........................................................................................... 4 
2.1 Análise da Garatuja Desordenada – Estádio Pré-operatório ................... 5 
2.2 Análise Realismo Intelectual – Estádio Operatório Concreto .................. 6 
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................... 8 
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 9 
ANEXOS ......................................................................................................... 10 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1. INTRODUÇÃO 
 
Coletamos desenhos de duas crianças com faixas etárias opostas, 
propusemos que desenhassem livremente o que achassem melhor, na intenção de 
analisar qual fase do grafismo estavam de acordo com Lowenfeld e Luquet, além de 
comparar suas respectivas idades com os estádios do Jean Piaget. 
Por meio dos desenhos podemos identificar o desenvolvimento mental do 
indivíduo, verificando seu raciocínio e como ver o universo ao seu redor, além de 
buscar entender e observar o que se passa no particular de cada sujeito. (GRITTI et 
al., 2020) 
O grafismo é importante porque a pessoa pode representar elementos da 
realidade, da sua imaginação ou até mesmo desenhar pelo simples prazer do 
movimento; além que por meio das demonstrações artísticas se é capaz de 
estimular o pensamento criativo e pode colaborar com a socialização. (POSSA et al., 
2014) 
De acordo com o pesquisador Jean Piaget nosso desenvolvimento intelectual 
tem início desde o nascimento e só finaliza na idade adulta, o mesmo podendo ser 
comparado com o progresso biológico. Porém ambos possuem equilíbrios 
diferentes, sabe-se que no cognitivo não tem um certo limite, sempre podendo ser 
maior e melhor, mas no desenvolvimento orgânico precisa-se de uma estabilidade. 
(PIAGET, 1999, p.13) 
Importante ressaltar que enfatizamos para as crianças ao desenharem que 
não tinha certo e nem errado, visto que produziram aquilo que fez sentido para elas, 
com isso podendo se expressar por meio de suas criações, sem a imposição de 
ninguém. Em suma, tivemos como objetivo identificar e compreender o 
desenvolvimento do pensamento infantil por meio da representação gráfica das 
crianças. 
 
 
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2. METODOLOGIA 
 
 Mediante a proposta da atividade, nosso grupo realizou uma coleta de 
desenhos de crianças entre 02 a 15 anos de idade, visando analisá-los de acordo 
com o estágio do desenvolvimento do grafismo (segundo Lowenfeld e Luquet) e do 
estágio cognitivo (segundo Piaget), todos os desenhos apresentados foram 
autorizados pelos responsáveis e com o consentimento das crianças para realizar a 
proposta. 
Compreendemos que desenhar é uma atividade comum na infância, tanto em 
sala de aula quanto dentro de casa, é uma das formas que as crianças conseguem 
se expressar e representar o mundo visto ao seu ponto de vista. Porém sabemos 
que com o passar do tempo o ato de desenhar pode ser deixado de lado e parar de 
ser praticado. Avaliamos que pela a ilustração os sujeitos se sentem à vontade para 
livremente manifestar suas criações artísticas, usando a sua imaginação e criando 
um universo só seu. 
Desenhar traz diversos benefícios a longo prazo para a criança como por 
exemplo: ajuda a melhorar a concentração, aumenta a criatividade e a expressão, 
auxilia no desenvolvimento da confiança e aperfeiçoa a coordenação motora fina, 
onde usam os músculos pequenos dos dedos da mão em movimentos delicados 
para pintar ou desenhar, entre outros benefícios. (ROCHA, 2019) 
Segundo Lowenfeld e Luquet existe uma evolução no grafismo infantil, sendo 
denominadas por eles em fases: Garatujas (± 1,5 anos a ± 3-4 anos), Pré-
esquemático (3-4 anos a ± 7 anos), Esquemático (6-7 anos a ± 9 anos), Realismo (± 
9 aos 10 anos) e por fim o Pseudonaturalismo (± 10/11/12 anos em diante). 
O pensador e educador Piaget definiu os estádios do desenvolvimento infantil 
em fases, são elas: Sensório motor (0-2 anos), Pré-Operatório (2-7 anos), Operatório 
Concreto (7 a 11 anos) e Operatório Formal (11 a 15 anos em diante). 
Com isso, por meio das análises dos desenhos apresentados temos como 
objetivo observar qual fase do grafismo as crianças estão, fazendo uma ligação com 
os estágios do Jean Piaget, verificando como o sujeito se expressa pelos desenhos 
que produziu. Ressaltamos que buscamos nos comunicar com cada criança, 
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tentando entender o que o desenho representava para ela, procurando compreender 
se teve alguma mensagem que tentou passar através da sua criação. 
 
2.1 Análise da Garatuja Desordenada – Estádio Pré-operatório 
 
A coleta do desenho foi feita com o TBM de 02 anos e 10 meses, do sexo 
masculino que está no jardim da infância (maternal II). Com base no pesquisador 
Jean Piaget o pequeno se encontra no estágio pré-operatório de acordo com a sua 
faixa etária. 
A produção do desenho foi feita na casa da avó do TBM com a presença da 
mãe e tia da criança. Estavam as duas sentadas no tapete da sala junto com ele, 
que brincava com os cubos de encaixe, construindo escavadeiras, guinchos, 
montando e explicando que estava consertando o farol, o teto, a porta, as rodas, 
entre outros. 
Na sua caixa de brinquedos, o caderno de desenho já faz parte da sua rotina 
de brincadeiras, foi quando pedimos que ele desenhasse. Neste momento, a criança 
segura um lápis em cada mão, rabiscando e dizendo: “Desenho do Tetéo (referindo-
se a si na terceira pessoa como é habitual desta idade). Então perguntamos: “O que 
você está desenhando?” Ele cantava uma música em inglês que aprendeu naquela 
semana, continuou a cantar e se movimentar, achamos melhor seguir participando 
da sua melodia movimentando-nos juntos. 
Percebe-se que mesmo estando no estádio pré-operatório onde o TBM já tem 
representação mental, pois ele já faz uso da linguagem oral; mas apesar disso ao 
finalizar o desenho, a mãe e a tia perguntaram o que ele desenhou, a criança não 
falava nada explicitamente só ficava cantando, não deu significado na hora como 
acontece na garatujas ordenadas, que mesmo sendo uma “rabisqueira” quando a 
criança dá significado não está mais nas garatujas desordenadas, porém aqui ele 
apenas desenhou e mesmo as pessoas questionando o que era, não chegou a 
nomear. 
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Desta forma, percebemos que poderia estar brincando de jogo simbólico que 
é algo comum da fase de acordo com Jean Piaget, visto que ele cantou, dançou, 
ficava olhando para mãe e a tia dele, ou seja, brincando de faz de conta, onde 
sabemos que estimula a imaginação e criatividade. 
De acordo com Lowenfeld e Luquet este desenho corresponde a fase das 
garatujas desordenadas, pois no desenho de TBM não tinha ordem nenhuma, ele 
não respeitou os limites do papel, nãohavia regras ao desenhar e as cores não 
tinham nenhuma correspondência, visto que também não buscou colocar significado 
no desenho mesmo pessoas próximas fazendo perguntas. 
Observamos que de acordo com o estágio que a criança está que é o pré-
operatório, na qual ela reage às relações sociais com um egocentrismo inconsciente, 
ou seja, com a fala egocêntrica ou solilóquio, notamos a sua presença enquanto 
TBM desenhava, visto que ele falava consigo mesmo para acompanhar a sua ação; 
mesmo os adultos presentes não entendendo o que dizia realmente, porém para o 
pequeno era algo que fazia sentido. 
Após fazermos essa correlação entre os estudos de Jean Piaget e Lowenfeld 
e Luquet, analisamos que a criança não está atrasada, mesmo que ela já poderia 
encontra-se nas garatujas ordenadas de acordo com a sua faixa etária, porém 
enfatizamos que está percorrendo o seu próprio tempo, o seu desenvolvimento é 
extremamente pessoal. 
 
2.2 Análise Realismo Intelectual – Estádio Operatório Concreto 
 
Após a análise do desenho de uma criança com 07 anos e 05 meses, o JH do 
sexo masculino que está no primeiro ano do fundamental I, observamos algumas 
características esperadas referente a sua idade de acordo com Piaget e os 
estudiosos Lowenfeld e Luquet. 
Enquanto a criança desenhava, notava o interesse em desenhar, sua firmeza 
ao segurar o lápis, concentração e tinha momentos no qual parava para recordar 
como era o personagem real, no qual estava se inspirando para desenhá-lo, 
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explorando um pouco esse momento, ao perguntar o que significava alguns objetos 
presentes em sua ilustração, a criança soube responder exatamente o que 
representava, além de justificar o instante onde seu desenho se encontra (uma cena 
de combate entre personagens de um game). 
 Constata-se que sua ilustração é feita em um só plano, onde não apresenta 
profundidade, observa-se também que obedece a regras tais como: contém linhas 
bem definidas separando chão e céu, todos os seus personagens junto com objetos 
que não voam estão presentes no chão, assim como as cores são correspondentes 
ao real, e a proporção dos itens está em um tamanho adequado, onde há objetos 
maiores e menores da mesma forma que a criança recorda do real, longe de ser 
rabiscos sem sentido e desordenados, o indivíduo demonstra uma boa coordenação 
motora fina, seu desenho é compreensivo, sem muita necessidade de adivinhação. 
 Lowenfeld e Luquet apresentam essa fase do grafismo como esquemático ou 
realismo intelectual, onde o desenho tem significado e traz regras como linha de 
base e contém figuras humanas bem definidas. Já por Piaget a criança se encontra 
no operatório concreto onde a início da lógica operatória (reversibilidade do 
pensamento). 
 Essa fase é caracterizada também pela necessidade de seguir regras, não 
só em desenhos como também em jogos e brincadeiras, sabe-se o que é certo e o 
que é errado. Esse estágio por Piaget é caracterizado com uma maior concentração 
da criança onde é capaz de estabelecer relações e ser cooperativa, sabendo 
organizar e separar pontos de vistas, próprios ou de outros, tendo uma noção lógica 
de tempo e espaço reproduzindo essa noção também em seu desenho, nesta fase 
do estádio operatório concreto procura uma noção lógica em tudo. 
 
 
 
 
 
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3. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Esse trabalho foi muito significativo para o grupo, visto que pudemos 
compreender melhor o desenvolvimento mental da criança por meio dos desenhos 
coletados, mas para isso tivemos que ter conhecimento sobre os estádios do 
pesquisador Jean Piaget junto com as contribuições de Lowenfeld e Luquet com as 
fases do grafismo infantil. 
Notamos que a primeira manifestação artística de uma criança é por meio de 
rabiscos e que depois gradativamente vai ganhando novas formas e significados, 
analisamos que o primeiro desenho coletado que foi da criança de 02 anos e 10 
meses que está na fase da garatuja desordenada, mesmo que de acordo com a sua 
idade poderia está em outro estádio do desenvolvimento do grafismo, porém 
entendemos que isso não quer dizer que ela está atrasada, ou seja, destacamos a 
importância de não comparar sujeitos, pois cada um tem o seu próprio ritmo. 
Com o segundo desenho, que foi do realismo intelectual com a criança de 07 
anos e 05 meses, percebemos que a fase do grafismo condiz com sua idade, onde 
seu desenho já se encontra com linha de base, organização espacial e formas 
humanas. 
Sabemos que muitas pessoas podem não chegar a atingir a última fase do 
desenvolvimento do grafismo, visto que param de praticar, não querem mais 
desenhar ou acabam dando lugar a outros recursos, como a escrita, essa podendo 
se ampliar muito, sendo mais utilizada e o desenho sendo deixado de lado. 
Por meio disso percebemos a necessidade de valorizar cada vez mais o uso 
da arte na vida das crianças, sem impor nada é claro, mas ofertando oportunidades 
e encorajando-as para que possam fazer as suas criações, que elas possuem 
liberdade e cada ilustração é enriquecida. 
As análises que elaboramos foram muito significativas, visto que dialogamos, 
examinamos os desenhos juntas, trouxemos contribuições pautadas de acordo com 
os estudiosos do desenvolvimento cognitivo e do grafismo. Em síntese, foi de 
grande suporte para observarmos cada criança e concluímos que as idades dos 
estádios são apenas uma referência, e não que cada criança precisa seguir a risca. 
9 
 
REFERÊNCIAS 
 
GRITTI, Alice et al. A importância do desenho no desenvolvimento da criança. 
Publicado pela Revista Educação em Foco – Edição nº12 – Ano: 2020. Disponível 
em: <https://portal.unisepe.com.br/unifia/wp-content/uploads/sites/10001/2020/08/A-
IMPORT%C3%82NCIA-DO-DESENHO-NO-DESENVOLVIMENTO-DA-
CRIAN%C3%87A-135-a-138.pdf> Acesso em: 06 de maio. 2021 às 20h25. 
 
PIAGET, Jean. Seis estudos de psicologia. Trad. Maria A.M. D'Amorim; Paulo S.L. 
Silva - 24.ed - Rio de Janeiro: Forense, 1999. Disponível em: 
<http://atividadeparaeducacaoespecial.com/wp-content/uploads/2014/11/SEIS-
ESTUDOS-DE-PSICOLOGIA-JEAN-PIAGET.pdf> Acesso em: 07 de maio. 2021 às 
21h33. 
 
POSSA, Karine et al. O Desenho na Educação Infantil, linguagem e expressão 
da subjetividade, 2014. Disponível em: 
<https://www.efdeportes.com/efd193/desenho-na-educacao-
infantil.htm#:~:text=Pode%2Dse%20dizer%20que%20o%20grafismo%20%C3%A9%
20uma%20linguagem%20capaz,facilitar%20o%20processo%20de%20sociabilidade.
> Acesso em: 06 de maio. 2021 às 19h32. 
 
ROCHA, Mislene. Os benefícios do desenho para as crianças, 2019. Disponível 
em: <https://ceudeborboletas.com.br/os-beneficios-do-desenho-para-criancas/> 
Acesso em: 06 de maio. 2021 às 22h19. 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://portal.unisepe.com.br/unifia/wp-content/uploads/sites/10001/2020/08/A-IMPORT%C3%82NCIA-DO-DESENHO-NO-DESENVOLVIMENTO-DA-CRIAN%C3%87A-135-a-138.pdf
https://portal.unisepe.com.br/unifia/wp-content/uploads/sites/10001/2020/08/A-IMPORT%C3%82NCIA-DO-DESENHO-NO-DESENVOLVIMENTO-DA-CRIAN%C3%87A-135-a-138.pdf
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http://atividadeparaeducacaoespecial.com/wp-content/uploads/2014/11/SEIS-ESTUDOS-DE-PSICOLOGIA-JEAN-PIAGET.pdf
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https://www.efdeportes.com/efd193/desenho-na-educacao-infantil.htm#:~:text=Pode%2Dse%20dizer%20que%20o%20grafismo%20%C3%A9%20uma%20linguagem%20capaz,facilitar%20o%20processo%20de%20sociabilidade.
https://www.efdeportes.com/efd193/desenho-na-educacao-infantil.htm#:~:text=Pode%2Dse%20dizer%20que%20o%20grafismo%20%C3%A9%20uma%20linguagem%20capaz,facilitar%20o%20processo%20de%20sociabilidade.
https://www.efdeportes.com/efd193/desenho-na-educacao-infantil.htm#:~:text=Pode%2Dse%20dizer%20que%20o%20grafismo%20%C3%A9%20uma%20linguagem%20capaz,facilitar%20o%20processo%20de%20sociabilidade.https://www.efdeportes.com/efd193/desenho-na-educacao-infantil.htm#:~:text=Pode%2Dse%20dizer%20que%20o%20grafismo%20%C3%A9%20uma%20linguagem%20capaz,facilitar%20o%20processo%20de%20sociabilidade.
https://ceudeborboletas.com.br/os-beneficios-do-desenho-para-criancas/
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ANEXOS 
 
 
11 
 
 
 
12 
 
 
13 
 
 
 
14 
 
 
 
15 
 
 
	1. INTRODUÇÃO
	2. METODOLOGIA
	2.1 Análise da Garatuja Desordenada – Estádio Pré-operatório
	2.2 Análise Realismo Intelectual – Estádio Operatório Concreto
	3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
	REFERÊNCIAS
	ANEXOS

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