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DRGE ATUALIZADO

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Maria Luiza Fernandes – @marialuizaffernandes – Página 1 de 8 
 
DRGE 
 
TÓPICOS ABORDADOS: 
 Conceito (2) 
 Sintomas Típicos (2) 
 Sintomas Atípicos (12 ou mais) 
 Fatores de Risco (5) 
 DRGE (erosiva x não erosiva) 
 DRGE x HP 
 Barret → Conceito e classificação → Neo esófago 
 Recidivas DRGE 
 Diagnóstico → Clínico/EDA/PH/IMP 
 Anamnese 
 Sinais de alarme 
 Indicação de EDA 
 Complicações da DRGE 
 Indicações de manometria 
 Indicações de pHmetria 
 Objetivo de tratamento de DRGE 
 Tratamento clínico 
 Tratamento farmacológico 
 Tratamento cirúrgico 
INTRODUÇÃO 
I A doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) é uma 
condição que se desenvolve quando o refluxo do 
conteúdo vindo do estômago provoca sintomas 
desagradáveis e/ou complicações. É um dos 
diagnósticos mais comuns no atendimento 
primário. 
 
 
I O diagnóstico é baseado na presença de sintomas 
típicos ou atípicos e extraesofágicos, através da 
terapia supressora de ácido com o uso de IBP, 
achados à endoscopia de lesões mucosas 
relacionadas ao refluxo e pelo monitoramento 
prolongado do refluxo pela pHmetria esofágica 
ou impedância-pHmetria esofágica. 
I Muitas vezes a DRGE está associada a alteração do sono → 
Pirose noturna e queixas da qualidade do sono estão 
relacionadas com refluxo gastresofágico patológico e o 
tratamento com IBP pode melhorar a qualidade do sono. 
FATORES DE RISCO 
I Idade: Aumenta com a idade. 
I Sexo: Mulheres. 
I Gestação. 
I Obesidade. 
I Hérnia hiatal: Relaciona-se com as formas mais 
graves. 
I Fatores genéticos. 
ETIOPATOGENIA, FISIOPATOGENIA E APRESENTAÇÃÕ 
FATORES PATOGÊNICOS 
I Episódios de refluxo: Frequência; Volume e 
extensão do refluxato; Esfíncter inferior esofágico: 
Aberturas transitórias; hipotensão esfincteriana 
(minoria). 
I Redução da capacidade de depuração esofágica. 
I Agressividade do material refluído: Ácido; Álcalis; 
Pepsina; Hiperosmolaridade. 
I Redução na resistência tecidual ao conteúdo 
refluído. 
I Natureza do refluxo: Liquido; Gasoso. 
 
I As lesões características da DRGE ocorrem quando 
a mucosa do órgão é exposta ao refluxato 
gástrico que contém agentes agressores como 
ácido, pepsina, sais biliares e enzimas pancreáticas. 
→ Normalmente, ocorrem episódios de refluxo de 
DRGE 
 
Maria Luiza Fernandes – @marialuizaffernandes – Página 2 de 8 
 
curta duração e rápida depuração, denominado 
refluxo fisiológico. 
I Vários fatores podem contribuir para o refluxo se 
tornar patológico, dentre eles, podemos destacar: 
aberturas transitórias ou relaxamentos 
transitórios do esfíncter inferior do esôfago. → 
Esses ocorrem independentemente da deglutição. 
I O refluxo que ocorre no período pós-prandial, se 
origina de um reservatório gástrico de ácido. Essa 
bolsa ácida recém-secretada não se mistura com a 
refeição e pode ser detectada após 20 min. da 
refeição. → Em paciente com DRGE, e com hérnia 
hiatal, a bolsa se estende mais. 
I O refluxo provoca diminuição da resistência do 
epitélio mucoso esofágico com dilatação do 
espaço intercelular (presente precocemente tanto 
na erosiva quanto na não erosiva) e presença de 
erosões. → A presença de erosões na mucosa pode 
não ocorrer! 
I A gravidade da esofagite é relacionada à duração, 
ao tempo de exposição ácida e ao pH do 
conteúdo gástrico refluído. 
I A DRGE pode ser classificada em erosiva ou não 
erosiva ao exame endoscópico. 
DRGE NÃO EROSIVA 
I É a mais frequente, caracterizada pela presença de 
sintomas associados ao refluxo, com ausência de 
erosões ao exame endoscópico. 
I A presença de edema e eritema por si só NÃO 
caracterizam a ocorrência de DRGE-NE. → A mesma 
pode ser diagnosticada com base na história clínica, 
embora a presença de sintomas típicos também não 
assegure o diagnóstico de forma definitiva. 
I Dessa forma, é preciso realizar um teste terapêutico, 
particularmente, < 45 anos. 
I É a ausência de alterações endoscópicas que, na 
dependência da ocorrência de sintomatologia típica, 
pode corresponder à forma não erosiva da 
enfermidade. 
DRGE EROSIVA 
I É a apresentação clássica, com sintomas clínicos e 
presença de erosões ao exame endoscópico, 
embora não tenha especificidade elevada. Dentre as 
classificações endoscópicas da esofagite, a mais 
adotada é a classificação de Los Angeles. 
LOS ANGELES 
GRAU ACHADO 
A Uma ou mais erosões menores do que 5 
mm. 
B Uma ou mais erosões maiores do que 5 mm 
em sua maior extensão, não contínuas entre 
os ápices de duas pregas esofágicas. 
C Erosões contínuas (ou convergentes) entre 
os ápices de pelo menos duas pregas, 
envolvendo menos do que 75% do órgão. 
D Erosões ocupando pelo menos 75% da 
circunferência do órgão. 
 
HELICOBACTER PYLORI (HP) 
I A infecção por HP não tem relação com a DRGE e 
sua erradicação não agrava seus sintomas. Sendo 
então, não indicado a pesquisa do HP ou sua 
erradicação. 
ESÔFAGO DE BARRE T 
I O esôfago de Barret a substituição do epitélio 
escamoso estratificado do esôfago por epitélio 
colunar contendo células intestinalizadas 
(metaplasia intestinal) em qualquer extensão do 
órgão. → Resultante do refluxo patológico crônico. 
I De início é diagnostico é pelo exame endoscópico, 
mas deve ser confirmado pela biopsia, no qual vai 
mostrar metaplasia intestinal incompleta com 
presença de células caliciformes. 
Maria Luiza Fernandes – @marialuizaffernandes – Página 3 de 8 
 
I O uso da pHmetria de 24h mostra que o paciente 
fica exposto ao pH ácido < 4 por um período 
prolongado. 
I É uma condição pré-maligna, sendo o maior fator 
de risco para o desenvolvimento de 
adenocarcinoma do esôfago distal. O risco de 
malignidade está relacionado a extensão do epitélio 
metaplásico > 3 cm. 
 
RECIDIVAS 
I Pacientes com DRGE apresentam diferentes 
defeitos fisiopatológicos e as vezes não são 
efetivamente corrigidos com o tratamento, mas não 
amenizados pelo bloqueio do acido que provem do 
estomago. Sendo assim, é possível que, após o 
tratamento, possam ocorrer recidivas com a 
suspensão do tratamento, principalmente em casos 
mais graves. 
I O tratamento de manutenção deve ser 
considerado, sobretudo, nos casos de esofagite 
erosiva. 
DIAGNÓSTICO 
I O diagnóstico começa com uma boa anamnese. Esta 
deve identificar os sintomas característicos, bem 
como definir sua intensidade, duração e 
frequência. Devem ser observados os fatores 
desencadeantes e de alívio, além de ser 
determinado o padrão de evolução da enfermidade 
no decorrer do tempo, assim como o impacto na 
qualidade de vi da dos pacientes. Os sintomas 
considerados típicos são: 
❖ Pirose: algumas vezes chamada de azia, que é 
a sensação de queimação retrosternal que se 
irradia do epigástrio à base do pescoço, 
podendo atingir a garganta. 
❖ Regurgitação: definida como a percepção do 
fluxo do conteúdo gástrico refluído para a 
boca ou hipofaringe. 
I Pacientes que apresentam sintomas com frequência 
mínima de 2x por semana, há cerca de 04-08 
semanas, devem ser considerados possíveis 
portadores de DRGE. A pirose costuma ocorrer 30 
a 60 minutos após as refeições, especialmente 
quando estas são muito volumosas e/ou ricas em 
gordura. Associados aos sintomas típicos, também 
podem ocorrer sialorreia, eructação, sensação de 
opressão retroesternal. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS E ANAMNESE 
 
 
SINTOMAS ATÍPICOS 
Dor torácica não cardíaca Globus Histericus 
(faringeus) 
Asma Tosse crônica 
Hemoptise Bronquite 
Bronquiectasia Pneumonias de repetição 
Rouquidão/Pigarro Laringite posterior 
crônica 
Sinusite crônica Otalgia 
Desgaste do esmalte 
dentário 
Halitose 
Otite média Apneia do sono 
Fibrose pulmonar 
idiopática 
 Aftas 
Maria Luiza Fernandes – @marialuizaffernandes – Página 4 de 8 
 
I Pacientes que apresentam sintomas com frequência 
mínima de 2x por semana, há cerca de 04-08 
semanas, devem ser considerados possíveis 
portadores de DRGE. 
I A intensidadee a frequência dos sintomas da DRGE 
são fracas preditoras da presença ou da gravidade 
da esofagite. 
I Os pacientes que apresentam manifestações de 
alarme são passíveis de uma conduta diagnóstica 
inicial mais agressiva. → São consideradas 
manifestações de alarme: disfagia (dor ao deglutir), 
odinofagia (dor de garganta), anemia, hemorragia 
digestiva e emagrecimento, história familiar de 
câncer, náuseas e vômitos, além de sintomas de 
grande intensidade e/ou de ocorrência noturna. 
TESTE DIAGNÓSTICO TERAPÊUTICO 
I O teste diagnóstico terapêutico é o uso de IBP, 
administrado em dose plena por um período de 
quatro semanas, para os pacientes com menos de 
45 anos e com manifestações típicas. 
I Ainda assim, é recomendado que todo paciente 
com suspeita ou diagnóstico de DRGE realize a 
endoscopia digestiva alta (EDA) antes do início do 
tratamento. → Pois é seguro, baixo custo. A EDA 
permite a visualização direta da mucosa e aumenta 
a acurácia diagnóstica nos casos de DRGE erosiva. 
Isto, além de identificar precocemente as 
complicações ou outras eventualidades, como 
neoplasias de esôfago e estômago. 
I Entretanto o inicio do tratamento antes do teste 
terapêutico também é indicado. 
EXAME ENDOSCÓPICO E BIÓPSIA DE ESÔFAGO 
I É o método de escolha para o diagnóstico das 
lesões causadas pelo refluxo gastroesofágico. 
Permite a caracterização da presença de erosões 
da mucosa esofágica e possibilita a realização de 
biópsias. Além de possibilitar a classificação da 
DRGE erosiva ou não. 
I As biópsias de esôfago têm indicação limitada 
apenas às complicações da doença: esôfago de 
Barrett, úlceras de esôfago e estenose, além de 
caracterizar o adenocarcinoma esofágico. → É 
aconselhável a classificação de Los Angeles, devido 
a existência de numerosas classificações 
endoscópicas. 
RAIO-X CONTRASTADO DE ESÔFAGO (ESOFAGOGRAMA 
OU SERIOGRAFIA) 
I Tem hoje indicação restrita em função dos avanços 
da avaliação endoscópica. → O exame pode auxiliar 
na investigação de pacientes que referem disfagia e 
odinofagia, tornando-se fundamental para 
caracterizar estenoses e ajudar na decisão 
terapêutica dessa complicação. 
CINTILOGRAFIA 
I Pode demonstrar o refluxo do conteúdo gástrico 
após ingestão de contraste marcado com 99Tc. → 
O exame é caro e pouco disponível, mas por ser 
uma técnica não invasiva, tem sido utilizado para o 
diagnóstico da DRGE em crianças. 
MANOMETRIA CONVENCIONAL E MANOMETRIA 
ESOFÁGICA DE ALTA RESOLLUÇÃO 
I Primeiramente, a DRGE não pode estar baseada 
nos resultados do esofagograma ou da 
manometria. 
MANOMETRIA CONVENCIONAL 
I A manometria convencional tem valor bem 
limitado. Entretanto, está indicada nas seguintes 
condições. 
❖ Antes da realização do exame pHmétrico, para 
localizar de forma mais precisa o EEI para 
localização para colocação do sensor de pH. 
❖ No pré-operatório da DRGE, para afastar 
acalasia (perda de peristaltismo esofágico e falha no relaxamento 
do esfíncter esofágico inferior em resposta à deglutição) e 
distúrbios importantes de motilidade esofágica, 
pois estes contraindicam a fundoplicatura. A 
presença de peristalse diminuída é menos 
importante antes da cirurgia porque estas 
alterações não têm se correlacionado com a 
predição de disfagia pós-fundoplicatura. 
Maria Luiza Fernandes – @marialuizaffernandes – Página 5 de 8 
 
❖ Na investigação complementar de disfagia, 
principalmente quando existe suspeita de 
alterações motoras do esôfago, como p. ex. 
esôfago em quebra-nozes e espasmo esofágico 
difuso. 
 
1: Esôfago em quebra-nozes. 
MANOMETRIAL DE ALTA RESOLUÇÃO 
I A manometria de alta resolução, possibilita o 
emprego de vários sensores de pressão, inclusive 
sensibilidade circunferencial, que faz com que a 
imagem final seja contínua e espacial. Apresenta 
maior especificidade na identificação dos tipos 
acalasia, obstrução funcional da junção 
esofagogástrica e na definição do espasmo 
esofágico. 
 
PHMETRIA DE 24H 
I O monitoramento do pH intraesofágico pode ser 
realizado via cateter transnasal ou com cápsula 
telemétrica sem fio e pode detectar episódios de 
refluxo medindo as diminuições do pH esofágico. 
Assim, este último método é capaz de medir 
refluxos ácidos e não ácidos. 
I Dentre suas limitações, a pHmetria prolongada é 
incapaz de determinar o volume ácido do refluxato. 
Mas ainda assim, é um método especifico e sensível 
para o diagnóstico do refluxo e sua correlação com 
os sintomas referidos pelos pacientes. 
I Indicações: 
❖ Documentar a exposição ácida em paciente 
com endoscopia negativa, quando considerado 
para intervenção endoscópica ou cirúrgica. 
❖ Na avaliação de pacientes com sintomas típicos 
de refluxo que apresentam endoscopia 
negativa e que são refratários ao tratamento 
com IBP. 
❖ Na documentação da adequação do tratamento 
com IBP para controle ácido gástrico em 
pacientes com complicações como esôfago de 
Barrett. 
❖ Na avaliação de pacientes com sintomas 
atípicos que apresentam a endoscopia 
negativa e que são refratários ao tratamento 
com IBP. 
PHMETRIA SEM FIO: CÁPSULA BRAVO 
I Esse método dispensa o uso de sondas, fios ou 
cabos. O sistema é um aperfeiçoamento da 
pHmetria de 24h. 
I A cápsula é afixada temporariamente por sucção na 
mucosa do esôfago distal, de onde transmite, via 
radiotelemetria, sinais para o receptor que é preso 
ao cinto do paciente. Após o período de exame, a 
cápsula se desprende espontaneamente e é 
eliminada pelo tubo digestivo, e os sinais são 
analisados por um programa instalado em 
computador. 
I O sistema permite o registro prolongado do pH 
esofágico por até 96h. A cápsula também dispensa 
o uso de sedação para sua instalação. 
I Entretanto, sua utilização é restrita, por ser de alto 
custo. 
 
Maria Luiza Fernandes – @marialuizaffernandes – Página 6 de 8 
 
IMPEDÂNCIA ESOFÁGICA 
I É capaz de detectar fluxo de líquidos e gás ao 
longo do esôfago por meio de um cateter 
intraluminar. Portanto, a determinação da 
impedância detecta a ocorrência de alterações na 
resistência à corrente elétrica por meio de eletrodos 
em pares posicionados no interior do esôfago (de 
maneira sequencial), por meio de um dispositivo de 
sonda. O método é capaz de diferenciar o trânsito 
esofágico de sólidos ou líquidos, tanto no sentido 
anterógrado quanto no sentido retrógrado (refluxo 
gastroesofágico). 
I A impedância não caracteriza o refluxo de 
natureza ácida e, por isso, a monitoração do volume 
e conteúdo ácido do material refluído não pode ser 
determinado pelo método. Para obviar essa 
deficiência, é incorporado ao sistema um eletrodo 
de pH (impedância-pHmetria), que permite que o 
refluxato possa ser categorizado nas seguintes 
categorias: 
❖ ácido (pH < 4); 
❖ fracamente ácido (pH entre 4 e 7); 
❖ fracamente alcalino (pH > 7). 
I É recomendo que o uso desse método (impedância-
pHmetria) seja usado nos seguintes casos: 
❖ Avaliação de pacientes com pirose e 
regurgitação e endoscopia negativa, a despeito 
de terapia adequada com IBP. 
❖ Pacientes com queixas primárias de DTNC ou 
sintomas extraesofágicos (refratários ao 
tratamento). 
TRATAMENTO 
I O objetivo é controlar os sintomas, cicatrizar as 
lesões e prevenir as complicações, podendo ser 
clínico e cirúrgico. 
TRATAMENTO CLÍNICO 
I Deve abranger medidas comportamentais e 
farmacológicas simultaneamente. 
 
 
TRATAMENTO COMPORTAMENTAL 
I As medidas comportamentais visam prevenir 
condições e alimentos que promovam ou facilitam 
o refluxo. 
❖ Elevação da cabeceira da cama: Evitar 
distúrbios do sono, que pode ser consequência 
da pirose noturna. 
❖ Redução de peso: Para pacientes obesos ou 
com sobrepeso, devido a relação do IMC com 
o aparecimento de sintomas relativos à DRGE. 
MEDIDAS COMPORTAMENTAIS 
Elevação da cabeceira da cama (15 cm). 
Moderar a ingestão de alimentos gordurosos, cítricos, 
café, bebidas alcoólicas,bebidas gasosas, menta, 
hortelã, produtos à base de tomate, chocolate. 
Cuidados especiais com medicamentos 
potencialmente “de risco”, como colinérgicos, 
teofilina, bloqueadores de canal de cálcio, 
alendronato. 
Evitar deitar-se nas duas horas posteriores às 
refeições. 
Suspensão do fumo. 
Evitar refeições copiosas (grandes quantidades). 
Redução do peso corporal em obesos 
 
TRATAMENTO FARMACOLÓGICO 
I A inibição da secreção ácida gástrica é benéfica no 
tratamento dos pacientes com DRGE, haja vista 
ocorrer a melhora dos sintomas e a cicatrização da 
esofagite. 
I Alcalinos (ou antiácidos) e sucralfato: São usados 
para neutralizar a secreção ácida gástrica, servindo 
apenas no controle imediato dos sintomas. → São 
raramente usados. 
I Alginato: Quando exposto ao conteúdo gástrico é 
formado uma matriz de gel sobrenadante ao ácido 
e assim é estabilizado por íons de cálcio. Tem se 
usado para prevenção do refluxo originário da 
bolsa ácida. A combinação de um IBP com o 
alginato tem ganhado interesse após a recente 
descoberta da bolsa ácida na porção proximal do 
estômago. 
Maria Luiza Fernandes – @marialuizaffernandes – Página 7 de 8 
 
I Bloqueadores dos receptores H2 da histamina 
(cimetidina, ranitidina, famotidina e nizatidina): 
Bom na cicatrização de esofagite erosiva leve, mas 
não são ideias para o tratamento de doença 
moderada a intensa ou por longo período, já que 
apresentam taquifilaxia. → Geralmente prescritos 
quando não se pode utilizar o IBP. 
I Procinéticos (metoclopramida, domperidona e 
bromoprida): Usado no alívio da pirose. São 
medicamentos de exceção, pois não aumentam o 
índice de cicatrização da esofagite. → Podem ser 
usar apenas em associação com IBP em pacientes 
com quadro de dismotilidade associada à DRGE 
(ex., empachamento pós-prandial). 
I IBP: É o mais indicado na DRGE, com altos índices 
de cicatrização, eficazes para o tratamento 
prolongado. 
I Os IBPs devem ser considerados medicamentos 
de escolha (em ciclo de 04-08 semanas de 
tratamentos para a fase aguda). 
❖ Dose plena: Para o tratamento inicial da DRGE 
não complicada. 
❖ Dose dobrada: Pacientes complicados 
(estenose, úlcera ou esôfago de Barret) ou com 
manifestações atípicas (por período prolongado, 
em geral, de 06 meses de tratamento). 
I As doses do tratamento de manutenção costumam 
ser inferiores àquelas utilizadas no tratamento da 
fase aguda. 
I Administração do IBP: Deve ser feita em jejum, 30-
60 minutos antes da ingestão alimentar. 
I Efeitos colaterais: Cefaleia, diarreia, constipação e 
dor abdominal. 
IBPs DISPONÍVEIS NO MOMENTO 
Omeprazol 40 mg 
Lansoprazol 30 mg 
Pantoprazol 40 mg 
Rabeprazol 20 mg 
Esomeprazol 40 mg 
TRATAMENTO CIRÚRGICO 
CONDUTAS OPERATÓRIAS: INDICAÇÕES, TÉCN ICAS E 
TÁTICAS 
I O tratamento cirúrgico é indicado nas seguintes 
condições: 
❖ Esofagites recidivantes após tratamentos bem 
conduzidos, de no mínimo 06 meses. 
❖ Complicações da DRGE, inclusive as 
extraesofágicas. 
❖ Uso de IBP por longos anos. 
❖ Hérnias de grande volume em pacientes com 
risco de volvo ou perfuração. 
❖ Baixa idade. 
I Quando os sintomas afetam a qualidade de vida do 
paciente, a indicação pode ser também subjetiva. 
I A normalização da motilidade esofágica e o 
aumento da pressão do esfíncter esofágico 
inferior com o uso de medicamentos ainda não 
foram totalmente alcançados. 
I Os procedimentos cirúrgicos mais utilizados são as 
fundoplicatura totais e parciais feitas pela via 
laparoscópica, nos quais o esôfago distal é 
envolvido pelo fundo do estomago em 360° e 270°, 
respectivamente. Associa-se a elas o fechamento do 
hiato esofágico, fazendo-o retornar ao seu diâmetro 
normal. → Nesses casos, o objetivo e restaurar o 
segmento intra-abdominal do esôfago, mantendo-o 
em posição anatômica, recriando uma zona de alta 
pressão na junção esofagogástrica. 
 
FUNDOPLICATURA TOTAL 
I Dentre elas, a mais utilizada é a fundoplicatura 
total, para os quadros de DRGE sem alteração da 
motilidade. → Neste caso é corrigido o refluxo e o 
Maria Luiza Fernandes – @marialuizaffernandes – Página 8 de 8 
 
esôfago volta ao movimento peristáltico normal. 
Importante realizar um estudo manométrico nesses 
casos, para descartar dismotilidade por outra causa, 
como p.ex., a acalasia. 
FUNDOPLICATURA PARCIAL 
I Caso se comprove que há alteração motora 
orgânica e não somente funcional reacional, as 
fundoplicatura parciais são aceitas como indicação 
preferencial e realizadas com válvulas longas. 
I As hérnias paraesofágicas tem a mesma forma de 
abordagem cirúrgica que as de deslizamento, 
devendo ser adicionada ao procedimento a 
ressecção do saco herniário, que normalmente é 
volumoso. 
LINX 
I Mais recentemente, foi introduzida uma nova 
tecnologia à abordagem cirúrgica, o Linx, ainda não 
disponível no Brasil. 
I É um sistema que utiliza um pequeno anel 
expansível composto por contas de titânio 
magneticamente imantadas que promove o 
aumento mecânico da função do esfíncter 
esofágico inferior. O aparelho é implantado por via 
laparoscópica no esôfago distal ao nível da junção 
esofagogástrica. A atração magnética entre cada 
conta aumenta a pressão do esfíncter esofágica 
inferior. Quando ocorrem pressões maiores, as 
forças magnéticas são sobrepassadas, permitindo 
funções com deglutição, eructação e vômitos. 
ACOMPANHAMENTO PÓS-OPERATÓRIO 
I O acompanhamento é realizado com os mesmos 
métodos utilizados para o diagnóstico, ou seja, EDA, 
pHmetria esofágica de 24h, esofagograma com 
videofluoroscopia, se possível, e manometria. 
I Esôfago de Barret: Há necessidade de 
acompanhamento preferencialmente endoscópico e 
biópsia da seguinte maneira: 
❖ Sem a presença de displasia: O seguimento 
pode ser a cada três anos. 
❖ Com displasia de baixo grau: A cada ano 
❖ Com displasia de alto grau: Revisão da lâmina 
por outro patologista independente. No caso de 
confirmação de diagnóstico, o paciente deve ser 
encaminhado à cirurgia ou à ablação 
endoscópica. 
I Alguns pacientes apresentam recidiva dos sintomas 
que podem estar relacionados às desordens da 
motilidade esofágica e não causadas pela 
fundoplicatura. Exemplos mais frequente são a 
acalasia e espasmos esofágicos difusos 
associados ao quadro. → Nesses casos, o 
acompanhamento pós-operatório é necessário, e a 
melhor avaliação se faz com o uso do 
esofagograma baritado e idealmente com 
deglutograma. 
I A disfagia em vários níveis de intensidade é o 
sintoma mais frequente relatado pelos pacientes no 
pós-operatório. Porém, em 50% dos casos, ela 
desaparece ao redor de cinco ou seis semanas. 
Poucos são os persistentes e, quando existirem, há 
necessidade de dilatações endoscópicas que 
podem melhorar o quadro. Contudo, se no prazo de 
seis meses, apesar das dilatações, o quadro 
disfágico continuar, há necessidade de considerar 
o fechamento exagerado do anel hiatal. A fibrose 
que se forma é muito resistente e não cede ao 
processo dilatatório. Assim, é preciso ter em mente 
que houve complicação no hiato e nova abordagem 
cirúrgica laparoscópica deve ser considerada.

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