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1 - Definir DPOC: a) epidemiologia A Iniciativa Global para Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (GOLD), um projeto iniciado pelo Instituto Nacional do Coração, Pulmão e Sangue (NHLBI) e a Organização Mundial da Saúde (OMS), define a DPOC da seguinte forma: "A DPOC é uma doença comum, evitável e tratável, caracterizada por sintomas respiratórios persistentes e limitação do fluxo aéreo devido a anormalidades nas vias aéreas e/ou alveolares, geralmente causadas por exposição significativa a partículas ou gases nocivos e influenciada por fatores do hospedeiro, incluindo desenvolvimento pulmonar anormal. Comorbidades significativas podem ter impacto na morbidade e mortalidade." Enfisema = destruição das superfícies de troca gasosa do pulmão. Bronquite crônica = tosse e produção de escarro por pelo menos três meses ao ano durante dois anos consecutivos. b) etiologia/fatores de risco O fator de risco mais importante para DPOC é o tabagismo. Outras exposições, incluindo fumaça passiva e uso de combustível de biomassa, também desempenham papéis. A quantidade e a duração do tabagismo contribuem para a gravidade da doença. Assim, um passo fundamental na avaliação de pacientes com suspeita de DPOC é averiguar o número de anos-maço fumados (maços de cigarros por dia multiplicados pelo número de anos). O limite exato para a duração/intensidade do tabagismo que resultará em DPOC varia de um indivíduo para outro. Na ausência de uma predisposição genética/ambiental/profissional, fumar menos de 10 a 15 maços-ano de cigarros provavelmente não resultará em DPOC. Em um estudo, a melhor variável para prever quais adultos terão obstrução do fluxo aéreo na espirometria é uma história de mais de 20 anos-maço de tabagismo. No entanto, outros dados sugerem que a duração do tabagismo pode fornecer estimativas de risco mais fortes de DPOC do que o índice composto de anos-maço. Uma história de asma também deve ser procurada, pois a DPOC é muitas vezes diagnosticada erroneamente como asma. Além disso, a asma pode evoluir para limitação fixa do fluxo aéreo e DPOC. Fatores individuais: deficiência de alfa-1-antitripsina, presença de hiperresponsividade brônquica, desnutrição, redução do crescimento pulmonar durante gestação ou infância, infecções pulmonares recentes. deficiência de alfa-1-antitripsina = paciente com menos de 45 anos, sem fatores de risco, com enfisema pulmonar e cirrose hepática, histórico familiar de dpoc precoce. mmp12 dpoc c) fisiopatologia A DPOC é uma restrição, geralmente, irreversível e progressiva do fluxo de ar no trato respiratório inferior causado por uma resposta inflamatória anormal dos pulmões a toxinas ou partículas inaladas, especialmente a fumaça do cigarro e alérgenos. A exposição dessas partículas por inalação pode causar inflamação das vias respiratórias e dos alvéolos. Este processo é mediado pelo aumento da atividade da protease e diminuição da atividade antiprotease liberada pelos neutrófilos e outras células inflamatórias. As proteases pulmonares dissolvem a elastina e o tecido conjuntivo durante o reparo normal do tecido. A atividade dessas proteases é geralmente equilibrada por anti-proteases, como a antitripsina α-1. Esse desequilíbrio entre a protease e a anti-protease é o principal mecanismo do componente enfisema da doença, devido a deterioração da elastina e a subsequente perda de integridade alveolar, que consequentemente, causa hiperinsuflação e dificuldade de expiração. A cicatrização e remodelação do trato aéreo leva a um aumento das camadas das vias aéreas com menos de 2 mm de diâmetro como: epitélio, lâmina própria, músculo liso e adventícia, desse modo, ocorre à perda constante de bronquíolos terminais. Além da secreção excessiva de muco, broncoespasmo, fibrose peribrônquica e destruição das pequenas vias aéreas, a inflamação também pode causar um estreitamento e obstrução das vias aéreas. Isso geralmente ocorre devido à exposição prolongada a substâncias irritantes inaladas: queima de biomassa, tabagismo, alérgenos, pelos de animais e poeira, que induzem uma resposta inflamatória crônica nas pequenas vias aéreas, com presença de linfócitos e muco. Além disso, foram observados que muitos mediadores de processos inflamatórios sistêmicos estão relacionados com o surgimento de fraqueza de músculos esqueléticos e agravamento ou iniciação de problemas cardíacos e metabólicos. Infecções virais, bacterianas ou partículas irritantes ativam células imunes inatas, como células epiteliais, neutrófilos e macrófagos. Estas liberam moléculas e citocinas associadas ao constante estresse e danos sofridos, que acionam receptores de reconhecimento de padrões. Desse modo, é induzido padrões de respostas imunes adaptativas que incluem diversas células como: T (Th1 e Th17) CD4+, citotoxicidade CD8+ e respostas de células B e plasmócitos, que desencadeiam a formação de agrupamentos linfóides na inflamação crônica. Comitantemente, foi observado uma alta contagem de eosinófilos no sangue de pacientes com frequentes exacerbações de DPOC. Esse processo proliferativo constante causa um esforço excessivo de células caliciformes e hipertrofia da glândula submucosa, levando à secreção excessiva de muco, encurtamento e remodelamento das pequenas vias aéreas, a perda alveolar e alterações no leito vascular que levam a uma hipertensão pulmonar. Uma maior resistência das vias aéreas aumenta o trabalho e esforço respiratório e diminui o fluxo respiratório. A força expiratória depende muito da elasticidade pulmonar. Esta é prejudicada devido à degradação da elastina alveolar pelas proteases, caracterizando o enfisema pulmonar. É caracterizado como o fenômeno de estagnação do ar, que causa um aumento do volume aéreo residual, da capacidade funcional e da capacidade pulmonar totalitária. d) quadro clínico Os três sintomas cardinais da DPOC são dispnéia, tosse crônica e produção de escarro e o sintoma inicial mais comum é a dispneia de esforço. Sintomas menos comuns incluem sibilos e aperto no peito. Pacientes com DPOC podem apresentar ganho de peso (devido a limitações de atividade), perda de peso (possivelmente devido à dispneia ao comer), limitação de atividade (incluindo sexual), síncope de tosse ou sentimentos de depressão ou ansiedade. A perda de peso geralmente reflete a doença mais avançada e está associada a um pior prognóstico. No entanto, a maioria dos pacientes com DPOC está com sobrepeso ou obesidade. Doenças comórbidas que podem acompanhar a DPOC incluem câncer de pulmão, bronquiectasias, doenças cardiovasculares, osteoporose, síndrome metabólica, fraqueza muscular esquelética, ansiedade, depressão e disfunção cognitiva. Os pacientes também podem relatar uma história familiar de DPOC ou outra doença respiratória crônica OBS: bronquite crônica = blue bloater: hipoxemia precoce (cianose), retenção de co2, cor pulmonale, capacidade pulmonar total e volume residual discretamente aumentados. enfisema = pink puffer = hipoxemia tardia, dispneia precoce, cpt e vr aumentados. Exame físico — Os achados no exame físico do tórax variam com a gravidade da DPOC. No início da doença, o exame físico pode ser normal, ou pode mostrar apenas expiração prolongada ou sibilos na expiração forçada. À medida que a gravidade da obstrução das vias aéreas aumenta, o exame físico pode revelar hiperinsuflação (As características da doença grave incluem um diâmetro anteroposterior aumentado do tórax (tórax em forma de barril) e um diafragma deprimido com movimento limitado baseado na percussão torácica. Pacientes com DPOC em estágio final podem adotar posições que aliviam a dispneia, como inclinar-se para frente com os braços estendidos e o peso apoiado nas palmas das mãos ou cotovelos. Essa postura pode ser evidente durante o exame ou pode ser sugerida pela presença de calos ou bursas inchadas nas superfícies extensoras dos antebraços. Outros achados do exame físico incluem uso dos músculos respiratórios acessórios do pescoço e cintura escapular, expiração com lábios franzidos, retração paradoxal dos interespaços inferioresdurante a inspiração (ou seja, sinal de Hoover), cianose, asterixis devido a hipercapnia grave , e um fígado aumentado e sensível devido à insuficiência cardíaca direita. A distensão da veia cervical também pode ser observada devido ao aumento da pressão intratorácica, especialmente durante a expiração. Manchas amarelas nos dedos devido à nicotina e alcatrão da queima de tabaco são uma pista para o tabagismo contínuo e pesado. O baqueteamento digital dos dedos não é típico na DPOC (mesmo com hipoxemia associada) e sugere comorbidades como câncer de pulmão, doença pulmonar intersticial ou bronquiectasias. e) diagnóstico Espirometria demonstrando limitação do fluxo aéreo (ou seja, uma relação volume expiratório forçado em um segundo/capacidade vital forçada [VEF1 /CVF] menor que 0,7 ou menor que o limite inferior do normal [LLN]). Ausência de explicação alternativa para os sintomas e limitação do fluxo aéreo. As diretrizes da Global Initiative for COPD (GOLD) sugerem repetir a espirometria em uma ocasião separada para demonstrar a persistência da limitação do fluxo aéreo (VEF1 /CVF <0,7 ou menor que o LIN) para pacientes com VEF1 /CVF inicial entre 0,6 e 0,8. A espirometria é realizada antes e após a administração do broncodilatador (geralmente o salbutamol) para determinar se a limitação do fluxo de ar está presente e se é parcial ou totalmente reversível. A limitação do fluxo aéreo que é irreversível ou apenas parcialmente reversível com broncodilatador é característica da DPOC. Os valores mais importantes medidos durante a espirometria são o volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1) e a capacidade vital forçada (CVF). A relação pós-broncodilatador de VEF1/CVF determina se a limitação do fluxo aéreo está presente e o valor predito (em percentual) pós-broncodilatador para VEF1 determina a gravidade da limitação do fluxo de ar. A espirometria de triagem de rotina geralmente não é indicada para adultos que não apresentam nenhuma das características sugestivas de DPOC (por exemplo, sem dispneia, tosse, produção de escarro ou declínio progressivo na atividade), pois a obstrução leve assintomática do fluxo aéreo não requer tratamento. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Asma – início na infância, sintomas variam ao longo do dia com piora à noite, histórico familiar ou atopia. Bronquite crônica com espirometria normal – Uma pequena parcela dos tabagistas apresenta tosse crônica produtiva por três meses em dois anos sucessivos, mas não apresenta limitação do fluxo aéreo nas provas de função pulmonar. Eles não são considerados portadores de DPOC, embora possam desenvolver DPOC se continuarem a fumar. Bronquiectasia – uma condição de alargamento anormal dos brônquios que está associada a infecção crônica ou recorrente, compartilha muitas características clínicas com a DPOC, incluindo vias aéreas inflamadas e facilmente colapsáveis, obstrução ao fluxo aéreo e exacerbações caracterizadas por aumento da dispneia e produção de escarro. Insuficiência cardíaca – diferenciada pela presença de crepitações basilares finas, evidência radiográfica de aumento do tamanho do coração e edema pulmonar. O peptídeo natriurético cerebral é tipicamente aumentado na insuficiência cardíaca. Tuberculose – achados respiratórios e sistêmicos. f) classificação Na avaliação de um paciente com DPOC é importante: determinar o nível de limitação do fluxo aéreo; mensurar o impacto dos sintomas sobre a saúde do paciente; e investigar história de exacerbações e risco de eventos futuros (exacerbações, hospitalização ou morte). A GOLD sugere o uso de uma avaliação combinada com base nos sintomas e histórico de exacerbação para orientar a terapia, conforme quadro 4. Classificação de gravidade da limitação do fluxo aéreo (classificação espirométrica): A classificação espirométrica tem valor prognóstico e varia de 1 a 4, conforme a gravidade da limitação do fluxo aéreo. O valor a ser avaliado é aquele após a utilização do broncodilatador. A deterioração da limitação ao fluxo aéreo está associada ao aumento de exacerbações, hospitalizações e risco de morte. Classificação dos sintomas: Existe uma fraca correlação entre o grau de limitação do fluxo aéreo e os sintomas que impactam na qualidade de vida do paciente, sendo necessário, portanto, avaliar o sintoma de maneira objetiva. Orienta-se utilizar uma das escalas: • mMRC (Modified British Medical Research Council – quadro 3), que varia de 1 a 4; • CAT (COPD Assessment Test – figura 1), que varia de 0 a 40. Classificação de risco de exacerbações: Essa classificação diferencia pacientes de baixo e alto risco para eventos futuros, conforme a história de exacerbação ou internação no último ano. Exacerbação é definida como uma piora abrupta dos sintomas respiratórios que necessitam de tratamento adicional. É classificada em leve (tratada somente com broncodilatador de curta ação - SABA), moderada (tratado com SABA, antibióticos e/ou corticóide oral) ou grave (com necessidade de internação ou visitas a emergência). Exacerbações graves estão associadas com falência respiratória aguda. ● Baixo Risco: paciente que apresentou no máximo uma exacerbação moderada no último ano, sem hospitalização; ● Alto Risco: paciente que apresentou qualquer hospitalização por exacerbação ou dois ou mais episódios de exacerbação moderada no último ano. Classificação combinada dos sintomas (A, B, C e D): A classificação de GOLD ABCD diferencia os pacientes conforme os sintomas atuais e risco de exacerbações futuras. É utilizada para orientar o tratamento do paciente. g) exames (imagem, laboratoriais, espirometria) Laboratório — Nenhum exame laboratorial é diagnóstico de DPOC, mas alguns exames são às vezes obtidos para excluir outras causas de dispneia e doenças comórbidas. A avaliação da anemia é um passo importante na avaliação da dispneia. A medição das concentrações plasmáticas de peptídeo natriurético cerebral (BNP) ou N-terminal de pró-BNP (NT-proBNP) é útil como um componente da avaliação de suspeita de insuficiência cardíaca (IC). Glicemia, nitrogênio ureico, creatinina, eletrólitos, cálcio, fósforo e hormônio estimulador da tireoide podem ser apropriados dependendo do grau de suspeita clínica para um diagnóstico alternativo. O teste para deficiência de alfa-1 antitripsina (AAT) deve ser obtido em todos os adultos sintomáticos com obstrução persistente do fluxo aéreo na espirometria, possivelmente exceto aqueles de áreas geográficas com baixa prevalência de deficiência de AAT. Oximetria de pulso e gasometria arterial — A oximetria de pulso é um teste não invasivo e de fácil execução que avalia a saturação de oxigênio no sangue. Reduziu o número de pacientes que necessitam de gasometria arterial (ABGs), pois o oxigênio suplementar não é necessário quando a saturação de oxigênio de pulso (SpO 2 ) é >88 por cento. No entanto, a oximetria de pulso não fornece informações sobre ventilação alveolar ou hipercapnia (PaCO 2 > 45mmHg), e a avaliação da oxigenação pela oximetria de pulso pode ser imprecisa no contexto de uma exacerbação aguda da DPOC. As indicações para medir GAS (por exemplo, PaO 2 , PaCO 2 e acidez [pH]), que devem ser consideradas no contexto clínico, incluem o seguinte: Baixo VEF 1 (por exemplo, <50 por cento previsto) Baixa saturação de oxigênio por oximetria de pulso (por exemplo, <92 por cento) Nível de consciência deprimido Exacerbação aguda da DPOC Em pacientes com DPOC leve a moderada, a gasometria arterial geralmente revela hipoxemia leve ou moderada sem hipercapnia. À medida que a doença progride, a hipoxemia torna-se mais grave e pode desenvolver-se hipercapnia. A hipercapnia torna-se progressivamente mais provável quando o VEF1 se aproxima ou cai abaixo de um litro. Imagem — Radiografia de tórax e tomografia computadorizada (TC) são normalmente realizadas em pacientes com DPOC quando a causa da dispneia ou produção de escarro não é clara e durante exacerbações agudas para excluir processos complicadores (por exemplo, pneumonia, pneumotórax, insuficiência cardíaca).A imagem não é necessária para diagnosticar a DPOC, e uma radiografia de tórax normal não exclui a DPOC. No entanto, em pacientes com DPOC moderadamente grave ou grave, a tomografia computadorizada identifica indivíduos com enfisema que podem ser candidatos à redução do volume pulmonar cirurgicamente ou broncoscopicamente. paracinar = deficiência de alfa1, bases. paraseptal = pneumotórax, periférico. centroacinar = tabagismo, lobos superiores h) tratamento farmacológico e não farmacológico A abordagem integral da DPOC envolve educação em saúde, identificação e tentativa de cessação das exposições de risco (tabagismo, poluentes e outras fumaças), estímulo a hábitos saudáveis (atividades físicas e dieta), imunização (pneumocócica 23-valente, influenza e covid) e acompanhamento da adesão terapêutica. O tratamento adequado do paciente com DPOC pode reduzir sintomas, frequência e gravidade das exacerbações, melhorar a qualidade de vida e a tolerância aos exercícios. Tratamento não-farmacológico: ● Reabilitação pulmonar: as principais metas da Reabilitação Pulmonar (RP) são reduzir sintomas e melhorar a qualidade de vida e o grau de independência para as atividades da vida diária. Tem se mostrado efetiva na melhora da tolerância ao exercício e da capacidade de praticar atividades físicas e redução da intensidade da dispneia, acelerando a recuperação funcional após internações por exacerbação e diminuindo ansiedade e depressão associadas à doença. A RP é composta de treinamento físico, intervenções nutricionais, sessões educacionais e suporte psicológico, voltadas para o automanejo e mudança de comportamento. Requer, portanto, uma equipe multidisciplinar, o que a torna pouco acessível. Está indicada, quando disponível, para pacientes com VEF1 < 50% do previsto ou pacientes GOLD B, C e D. Tratamento farmacológico: ● Broncodilatadores: são as medicações de primeira linha para o tratamento do DPOC. Utilizados de forma contínua ou conforme a necessidade, para prevenir ou reduzir sintomas. Os broncodilatadores podem ser adrenérgicos ou anticolinérgicos, tanto de curta ou de longa ação. Inicialmente, pode ser prescrito broncodilatador adrenérgico de curta ação (SABA), conforme necessidade, associado ou não a broncodilatador anticolinérgico de curta ação (SAMA). Caso haja progressão da doença e piora dos sintomas diários, o uso contínuo de broncodilatador de longa ação adrenérgico (LABA) ou anticolinérgico (LAMA) pode ser iniciado. beta2agonista = SABA = fenoterol e salbutamol LABA = formoterol e salmeterol. anticolinérgico = SAMA = brometo de ipratrópio LAMA = tiotrópio. ● Corticoides inalatórios: o tratamento com corticoides inalatórios (CI) deve ser considerado em pacientes com eosinófilos ≥300 ou em pacientes com histórico de asma e, como segunda linha, em pacientes pertencentes às categorias GOLD C ou D. Não devem ser usados sozinhos, mas em associação com LABA ou em terapia tríplice (LABA+LAMA+CI), com expectativa de melhora de função pulmonar, qualidade de vida e redução das exacerbações nesses grupos. O tratamento regular com CI está associado ao aumento de risco de pneumonia em alguns pacientes. Sua suspensão deve ser avaliada naqueles em que a frequência de infecções respiratórias baixas aumentou após início de esquema contendo CI. O efeito adverso mais comum é a candidíase oral, que pode ser reduzido com higiene adequada após a utilização da medicação (escovação dos dentes ou higiene da cavidade oral). ● Corticoides sistêmicos: devem ter seu uso restrito às exacerbações. Nessas ocasiões são recomendados cursos de curta duração, usualmente de 5 dias, não devendo ultrapassar 14 dias. O uso regular e contínuo de corticoide sistêmico deve ser evitado devido a uma relação risco-benefício desfavorável. ● Outras medicações: Roflumilaste: medicação de uso oral, inibidor da enzima fosfodiesterase 4, atua na redução da inflamação, sem efeito broncodilatador direto. Pode ser usado em pacientes que permanecem sintomáticos mesmo em uso fixo de LABA+CI e naqueles com histórico de internações por exacerbações, grupo com maior benefício. Mucolíticos (como carbocisteína e n-acetilcisteina): seu papel não está claro. Estudos sugerem benefício na redução das exacerbações em pacientes que não estão em uso de esquema com CI, mas não há resultados consistentes quanto ao impacto na sobrevida, na melhora da função pulmonar e na melhora da qualidade de vida. Não são indicados de rotina. Metilxantinas: estudos mostram discreta melhora na capacidade funcional quando associadas a LABA e pequeno efeito broncodilatador em pacientes com doença estável. Não estão recomendadas no tratamento contínuo nem nas exacerbações pela ausência clara de benefício e alto risco de efeitos colaterais, devendo ser utilizadas apenas em situações excepcionais em que outros broncodilatadores estejam indisponíveis ou inacessíveis. Azitromicina: seu uso profilático e de longo prazo tem papel na redução de exacerbações em pacientes já em tratamento otimizado. Recomendada preferencialmente em pacientes que não estejam fumando atualmente (grupo com maior benefício). Oxigenoterapia Domiciliar Prolongada: A oxigenoterapia domiciliar prolongada (ODP), por mais de 15 horas ao dia, quando indicada, tem mostrado aumento na sobrevida. São critérios para indicação de ODP pacientes com gasometria arterial com: • PaO2 ≤ 55 mmHg ou SaO2 ≤ 88% em repouso, fora de exacerbação, em ar ambiente, em vigília; ou • PaO2 entre 55 e 59 mmHg com evidência cor pulmonale ou policitemia (hematócrito acima de 55%) A decisão do uso de ODP deve ser avaliada com base em duas medidas de saturação em um intervalo de três semanas no paciente estável (fora da exacerbação). Pacientes com saturação de oxigênio menor ou igual a 92% na oximetria de pulso, medida em repouso no ar ambiente e fora de exacerbação, devem ser encaminhados a pneumologia para avaliação de ODP. cirurgia de redução volumétrica: enfisema extenso, com predomínio de campos pulmonares superiores, especialmente em pcts com VEF1<20% do predito e com baixa tolerância aos esforços após reabilitação pulmonar. i) prognóstico A gravidade da obstrução das vias respiratórias prediz a sobrevida dos pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica. A taxa de mortalidade dos pacientes com um FEV1 ≥ 50% do previsto é levemente superior àquela da população em geral. Se o VEF1 for de 0,75 a 1,25 l, a sobrevida em 5 anos é de cerca de 40 a 60%; se < 0,75 l, cerca de 30 a 40%. É possível obter uma previsão mais precisa do risco de morte medindo simultaneamente o índice de massa corporal (B), o grau de obstrução das vias respiratórias (O, que é o VEF1), dispneia [D, que é medida usando questionário do British Medical Research Council modificado (mMRC)] e a capacidade de exercício (E, que é medida pelo teste de caminhada de 6min); isso forma o índice BODE. Além disso, idade mais velha, cardiopatia, anemia, taquicardia de repouso, hipercapnia e hipoxemia diminuem a sobrevida, ao passo que a resposta significativa aos broncodilatadores é acompanhada de aumento da sobrevida. 2 - Definir ASMA: a) epidemiologia A Global Initiative for Asthma define a asma da seguinte forma: "A asma é uma doença heterogênea, geralmente caracterizada por inflamação crônica das vias aéreas. É definida pela história de sintomas respiratórios como chiado, falta de ar, aperto no peito e tosse que variam ao longo do tempo e em intensidade, juntamente com limitação variável do fluxo aéreo expiratório." A asma pode se desenvolver em qualquer idade. Embora seja uma doença comum na infância, muitas crianças experimentam uma remissão dos sintomas da asma por volta da puberdade, com possível recorrência anos depois. b) etiologia/fatores de risco A prematuridade também se configura como um fator de risco para asma, sendo bem prevalente nesse grupo, apesar de não se perceber nenhuma diferença de intensidade na sensibilidade atópica entre prematuros e a termo. O sexo masculino é outro fator de risco, visto que é mais prevalente em meninos por diferençasexistentes entre tamanho de vias aéreas e tônus muscular. Outros fatores como exposição precoce à fumaça do tabaco (mães que fumaram na gestação possuem uma tendência a ter recém-nascidos, baixo peso e, consequentemente, com trato respiratório também comprometido), infecções de via aérea superior (entre elas as mais frequentes são as por vírus sincicial respiratório, adenovírus e por influenzae) e aleitamento materno não exclusivo nos primeiros 6 meses de vida também estão diretamente relacionados. Fatores do hospedeiro � Genética: genes predisponentes à atopia e à hiper-responsividade das vias aéreas; � Idade: na infância é mais comum em homens, na idade adulta em mulheres; � Obesidade. Fatores ambientais � Alérgenos; � Sensibilizantes ocupacionais; � Fumaça de cigarro; � Poluição ambiental; � Alimentos. c) fisiopatologia A asma é uma doença imunomediada, inflamatória e altamente complexa, caracterizada por uma obstrução reversível e intermitente da via aérea baixa devido a contração do músculo liso bronquial em resposta a um gatilho ambiental ou a uma infecção de via aérea superior. As principais teorias fisiopatológicas da asma respaldam a inflamação mediada por citocinas (atopia) como principal componente do processo de doença. A maioria dos pacientes asmáticos são atópicos e apresentam um padrão alérgico de inflamação das vias aéreas. A inflamação alérgica é comandada pelos linfócitos T auxiliares CD4 + (Th2), os quais secretam interleucina (IL)- 4, IL-5 e IL-13, e são algumas vezes referidos como asma alérgica, enquanto os pacientes que não apresentam este tipo de inflamação são classificados como asma não alérgica. Essas interleucinas, uma vez liberadas, se ligam aos seus receptores, liberando histamina, prostaglandinas e leucotrienos que, por sua vez, irão estimular a produção de IgE, mastócitos, basófilos e eosinófilos. Essa resposta inflamatória de forma crônica irá causar uma lesão irreversível com estreitamento da via aérea e acometimento do sistema mucociliar. Esse recrutamento de células inflamatórias para a via aérea é justificado por um componente fisiopatológico presente na maioria dos pacientes asmáticos atópicos, que é a hiper-responsividade brônquica (HRB), caracterizada por uma tendência do músculo liso bronquial de contrair em resposta a um alérgeno inalado, o qual irá causar um estreitamento agudo e transitório do brônquio, reversível por meio de broncodilatadores até o momento que a lesão se torna intensa e há remodelamento do tecido acometido. Assim, exposição a alérgenos e infecções virais da via aérea superior agem em sinergia ativando essa HRB e contribuindo pro desenvolvimento da asma. Resumindo: A inflamação relaciona-se com alterações nas vias aéreas: Redução do calibre das vias aéreas;� Hiper-responsividade brônquica; Alterações estruturais nas vias aéreas (remodelamento da via aérea). A redução do calibre das vias aéreas é o principal fator responsável pelo quadro clínico da doença. Ela se dá por: Contração do músculo liso da parede dos brônquios; Edema da mucosa brônquica; Hipersecreção mucoide e exsudato inflamatório. d) quadro clínico Os sinais e sintomas "clássicos" da asma são dispnéia intermitente, tosse e sibilância. Embora típicos da asma, esses sintomas são inespecíficos, tornando às vezes difícil distinguir a asma de outras doenças respiratórias. Um padrão de sintomas respiratórios que ocorre após a exposição a desencadeantes (por exemplo, alérgeno, exercício, infecção viral) e desaparece com a evitação do desencadeador ou medicação para asma é típico da asma. Alguns pacientes relatam todos os quatro sintomas clássicos de asma, enquanto outros podem relatar apenas um ou dois: Chiado (som de assobio agudo, geralmente após a expiração), Tosse (muitas vezes pior à noite), Falta de ar ou dificuldade para respirar, Aperto no peito. Crise grave ou muito grave: encaminhar paciente para a emergência ou chamar o SAMU. Sinais de gravidade: cianose, sudorese, exaustão, confusão mental, dispneia importante, dificuldade de fala, uso de musculatura acessória, murmúrio vesicular diminuído, frequência respiratória aumentada (FR adulto > 30 mrm), taquicardia (FC > 120 bpm) ou bradicardia (FC < 60 bpm), saturação de oxigênio inferior a 90% em ar ambiente, pico de fluxo expiratório menor ou igual a 50% do previsto. Sintomas episódicos – Os sintomas asmáticos caracteristicamente vêm e vão, com um curso de horas a dias, resolvendo-se espontaneamente com a remoção do estímulo desencadeante ou em resposta a medicamentos antiasmáticos. Pacientes com asma podem permanecer assintomáticos por longos períodos de tempo. O relato de sintomas que ocorrem ou pioram à noite costuma ser uma característica da asma. e) diagnóstico O diagnóstico de asma é estabelecido quando, no resultado da espirometria, identifica-se: ● VEF1/CVF reduzida (valor < 0,75 – 0,80 no adulto e < 0,90 na criança) em pelo menos uma medida durante o processo de investigação de um paciente com VEF1 reduzido; E ● teste positivo para reversibilidade do fluxo aéreo com o uso de broncodilatador (valor de VEF1 aumenta em 7% em relação ao previsto e 200 mL em relação à linha de base). Idealmente, as pessoas que forem realizar a espirometria não devem estar sob efeito de medicamentos broncodilatadores. Em pacientes que toleram ficar sem essas medicações, deve-se recomendar que não se utilize o broncodilatador de curta ação quatro horas antes do exame e broncodilatador de longa ação 15 horas antes do exame. Pacientes com suspeita de tuberculose pulmonar bacilífera não devem fazer a espirometria. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL = Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (especialmente se o paciente é tabagista),Insuficiência Cardíaca Congestiva, hiperreatividade pós infecciosa, discinesia de cordas vocais, doença difusa do parênquima pulmonar, bronquiectasias, síndrome de hiperventilação (como transtornos de ansiedade). f) classificação CONTROLE: Avaliado a partir da ocorrência de sintomas respiratórios, limitação para atividades físicas e necessidade de medicação de resgate. A asma é considerada controlada quando o paciente não tem limitação de suas atividades diárias, não apresenta despertar noturno devido à asma e apresenta sintomas diurnos e necessidade de medicação de resgate inferior a duas vezes por semana, nas últimas 4 semanas. Considera-se asma parcialmente controlada e não controlada se o paciente apresenta pelo menos um dos critérios, conforme o quadro 1 a seguir. g) exames (imagem, laboratoriais, espirometria) Exames de sangue - Não há exames de sangue disponíveis que possam determinar a presença ou ausência de asma ou avaliar sua gravidade. No entanto, um hemograma completo (CBC) com análise diferencial de glóbulos brancos para rastrear eosinofilia ou anemia significativa pode ser útil em certos casos. Testes de alergia – Os testes de alergia não são úteis para o diagnóstico de asma, mas podem ser úteis para confirmar a sensibilidade a suspeitas de gatilhos alérgicos de sintomas respiratórios e para orientar o tratamento contínuo da asma. Geralmente realizamos testes de alergia em pacientes selecionados com histórico de sintomas que ocorrem após a exposição a aeroalérgeno(s) específico(s), sintomas persistentes e suspeita de exposição a alérgenos relevantes no ambiente doméstico (por exemplo, animais de estimação, poeira, baratas ou camundongos) e/ou sintomas de asma moderados a graves, apesar das terapias convencionais. Além da contagem de eosinófilos no sangue periférico mencionada acima, os principais testes para alergia são o nível sérico total de imunoglobulina E (IgE) e os testes de sensibilização alérgica específica, que incluem pesquisa de sangue para anticorpo IgE específico para alérgenos inalantes e teste cutâneo com extratos de alérgenos inalantes. Imagem — Na ausência de comorbidades, a radiografia de tórax é quase sempre normal em pacientes com asma. No entanto, muitos médicos, inclusive nós mesmos, obtêm uma radiografia de tórax para asma moderada a grave de início recente em adultos commais de 40 anos para excluir o diagnóstico alternativo ocasional que pode simular asma (por exemplo, massa mediastinal com compressão traqueal ou insuficiência cardíaca ). Em contraste, as radiografias de tórax são rotineiramente recomendadas ao avaliar asma grave ou "difícil de controlar" e quando há suspeita de condições comórbidas (por exemplo, aspergilose broncopulmonar alérgica, pneumonia eosinofílica ou atelectasia devido a tamponamento de muco) com base na história, exame físico exame e/ou outros dados laboratoriais. Além disso, a radiografia de tórax é indicada em pacientes que apresentam características atípicas para asma, incluindo qualquer um dos seguintes: Febre, Produção crônica de escarro purulento, Sibilos persistentemente localizados, Hemoptise, Perda de peso, Crepitações inspiratórias, Hipoxemia significativa (por exemplo, saturação de pulso de oxigênio menor que aproximadamente 94%) na ausência de um ataque asmático agudo, Obstrução moderada ou grave ao fluxo aéreo que não reverte com broncodilatadores. A tomografia computadorizada de alta resolução (TCAR) é realizada quando anormalidades observadas na radiografia convencional do tórax precisam de esclarecimento ou quando há suspeita de outros processos, como bronquiectasia, bronquiolite obliterante, traqueomalácia ou anomalias vasculares que comprometem as vias aéreas centrais (por exemplo, arco aórtico do lado direito e subclávia esquerda aberrante). h) tratamento farmacológico e não farmacológico O tratamento atual é dirigido para controlar os sintomas e prevenir exacerbações. A introdução precoce do tratamento anti-inflamatório com corticosteroides inalatórios (CI) resulta em melhor controle de sintomas, podendo preservar a função pulmonar em longo prazo e, eventualmente, prevenir ou atenuar o remodelamento das vias aéreas. Alguns pacientes com asma grave podem desenvolver obstrução irreversível após muitos anos de atividade da doença, o que é conhecido como remodelamento brônquico, implicando pior prognóstico. O principal objetivo do tratamento da asma é alcançar e manter o controle clínico, objetivo capaz de ser obtido na maioria dos pacientes com uma intervenção farmacológica planejada e executada em parceria entre o médico, o paciente e sua família. O tratamento tem sido dividido em cinco etapas, sendo cada paciente alocado para uma dessas etapas de acordo com o tratamento atual e o seu nível de controle, devendo ser ajustado conforme as mudanças que vão ocorrendo de forma dinâmica. Esse ciclo engloba acessar, tratar para obter o controle e monitorar para manter o controle. Para os pacientes que irão iniciar o tratamento (ou seja, virgens de tratamento), deve-se iniciar pela etapa 2 ou, se o paciente estiver muito sintomático, iniciar pela etapa 3. Em crianças menores de cinco anos de idade, não é recomendado o uso de b2-agonista de ação prolongada, pois os efeitos colaterais ainda não estão adequadamente estudados nessa faixa etária. Etapa 1: medicação de resgate para o alívio dos sintomas. Na etapa 1, além de promover a educação do asmático e o controle ambiental, utiliza-se apenas medicação de alívio para pacientes que têm sintomas ocasionais (tosse, sibilos ou dispneia ocorrendo duas vezes ou menos por semana) de curta duração. Entre esses episódios, o paciente está assintomático, com função pulmonar normal e sem despertar noturno. Para a maioria dos pacientes nessa etapa, utiliza-se um b2- -agonista de rápido início de ação (salbutamol, fenoterol ou formoterol). As alternativas são anticolinérgico inalatório, b2-agonista oral ou teolina oral, mas esses têm um início de ação mais lento e um maior risco de efeitos adversos. Etapa 2: medicação de alívio mais um único medicamento de controle Na etapa 2, os corticoides inalatórios em doses baixas são a primeira escolha. Medicações alternativas incluem antileucotrienos para pacientes que não conseguem utilizar a via inalatória ou para aqueles que têm efeitos adversos intoleráveis com o uso de corticoide inalatório. Etapa 3: medicação de alívio mais um ou dois medicamentos de controle � Na etapa 3, a associação de um corticoide inalatório em doses baixas com um b2-agonista inalatório de ação prolongada é a primeira escolha. Um b2-agonista de rápido início de ação é utilizado para o alívio de sintomas conforme necessário. Como alternativa, ao invés de associar um b2-agonista, pode-se aumentar a dose do corticoide inalatório. Outras opções são a adição de um antileucotrieno ao corticoide inalatório em doses baixas ou a adição de teolina, nesta ordem. Etapa 4: medicação de alívio mais dois ou mais medicamentos de controle � Na etapa 4, sempre que possível, o tratamento deve ser conduzido por um médico especialista no tratamento da asma. A escolha preferida consiste na combinação de corticoide inalatório em doses médias ou altas com um b2-agonista de ação prolongada. Como alternativa, pode-se adicionar um antileucotrieno ou teolina à associação acima descrita. Etapa 5: medicação de alívio mais medicação de controle adicional � Na etapa 5, adiciona-se corticóide oral às outras medicações de controle já referidas, mas deve-se sempre considerar os efeitos adversos potencialmente graves. Esse esquema somente deve ser empregado para pacientes com asma não controlada na etapa 4, que tenham limitação de suas atividades diárias e frequentes exacerbações, tendo sido exaustivamente questionados sobre a adesão ao tratamento. Os pacientes devem ser esclarecidos sobre os potenciais efeitos adversos e a dose do corticoide oral deve ser a menor possível para manter o paciente controlado. A adição de anti-IgE é uma alternativa na etapa 5 para pacientes atópicos, pois sua utilização pode melhorar o controle da asma e reduzir o risco de exacerbações. Medidas terapêuticas complementares: ● Abordagem integral: avaliar questões psicossociais e emocionais associadas à doença, tanto da família quanto do paciente, a educação e o esclarecimento em relação à doença. ● Controle ambiental: aconselhar sobre cessação do tabagismo do paciente e dos familiares, e controle de exposição aos alérgenos ambientais/ocupacionais. ● Medicamentos: evitar medicamentos que podem piorar os sintomas de asma, como AINEs (incluindo AAS) e beta-bloqueadores (de uso oral e intraocular). ● Atividade física: estimular o paciente a realizar atividade física regularmente e oferecer orientação em relação ao tratamento da broncoconstrição desencadeada pelo exercício. ● Imunizações: as vacinas Influenza (anualmente) e pneumocócica-23 (dose única, com um reforço após 5 anos da dose inicial) estão indicadas para todos os pacientes com asma moderada ou grave; assim como as vacinas contra a COVID-19. ● Alergias e atopias: tratamento apropriado na coexistência de atopias (como rinite alérgica) e de outras alergias (medicamentosas e alimentares). ● Adesão e revisão do uso correto de dispositivos: avaliação sistemática para todos os pacientes que usam medicamentos inalatórios. Preferencialmente através do uso supervisionado (trazer a medicação na consulta e utilizar sob a observação do profissional de saúde). i) prognóstico
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