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Clinica cirúrgica de grandes animais 1 Lívia Maria AFECÇÕES CIRÚRGICAS DO SISTEMA DIGESTÓRIO DE RUMINANTES As patologias surgem em sua maioria com os avanços tecnológicos e produtivos com a melhora do sistema de produção, confinamento, situações de estresse, temperatura, manejo. Fatores predisponentes: mudança de manejo, volumosos de baixa qualidade, grande quantidade de concentrado, estresse térmico, grande concentração de animais. EXAME CLÍNICO ESPECÍFICO inspeção, sondagem orogástrica, auscultação junto com percussão e a palpação retal. EXAMES COMPLEMENTARES Parasitológico de fezes (pequenos ruminantes) , análise de fluido ruminal, hemograma e bioquímico, ultrassonografia abdominal, raio-x, paracentese abdominal (mais comum em equinos), laparotomia exploratória (diagnóstico e terapêutico). 1. ESÔFAGO Intramurais: neoplasias - cce e papiloma Extramurai (comprimem o esofago): tuberculose bovina, abscessos e pneumonias, neoplasia. As obstruções esofágicas podem ser pacial ou total e elas causam impossibilidade de eructação e tendem a levar o animal a um quadro de timpanismo gasoso. DIAGNÓSTICO - Palpação - Ultrassom - Sondagem orogastrica TRATAMENTO CLÍNICO - Sondagem orogástrica - Trocaterização TRATAMENTO CIRÚRGICO - Esofagotomia 1.1 RUPTURA DE ESOFAGO Baixa ocorrência, causada por traumatismo Sinais clínicos: Regurgitação logo após a alimentação, crepitação à palpação, halitose e sangramento. Diagnóstico: clínico Tratamento: esofagorrafia (abrir e fechar a lesão) Clinica cirúrgica de grandes animais 2 Lívia Maria 2. AFECÇÕES DO PRÉ ESTÔMAGO Está relacionado a ingestão de forragem de baixa qualidade, palha, bagaço de cana, baixa ingestão hídrica é mais comum nos períodos de estiagem. Ocorre uma distensão excessiva no flanco esquerdo e acúmulo de alimento não digerido, pois com a compactação ruminal ele não consegue regurgitar e fica uma massa compactada no rúmen. SINAIS CLÍNICOS - Abaulamento do abdômen em formato de pera - perda da estratificação - hipomotilidade ruminal (zona pastosa e de gás) - timpanismo (conteúdo parado ainda vai esta sujeito a fermentação e digestão dos microorganismos) - anorexia - apatia - má condição corporal - desidratação - constipação - fezes escassas e ressecadas TRATAMENTO CLÍNICO Necessário avaliar a gravidade - sondagem, o conteúdo não vem, palpação, balotamento Corrigir desidratação, desfazer a compactação (agentes emolientes, catárticos e suco de mandacaru) 2.2 TIMPANISMO RUMINAL Acúmulo de gás, espumoso - fluido ruminal viscoso. Aumento da tensão do líquido que impede a coalescência e liberação dos gases. Pastagens leguminosas e dietas ricas em concentrado. Sinais clínicos: aumento de FR,FC e dispneia, perda de estratificação e redução do movimento ruminal. Diagnóstico: Sondagem - amarelado, espumoso, viscoso. Tratamento cirurgico é a ruminotomia. Timpanismo gasoso o risco de obito é maior pelo tempo, dificuldade de eructação. O tratamento consite na sondagem e trocaterização e indentificar a causa da obstrução. 2.3 ACIDOSE LÁCTICA RUMINAL Ocorre principalmente em animais de lactação, resultado da grande ingestão e rápida fermentação de carboidratos altamente digestíveis. Os fatores predisponentes são: consumo de carboidratos de forma súbita sem adaptação, alteração da morfologia da ração para farelo, ausência ou grande redução de fibras na dieta. Sinais clínicos podem ser de forma super aguda ou aguda, hipomotilidade a atonia, desidratação, esclera com vasos ingurgitados. Diagnóstico, o líquido ruminal pode estar com coloração cinza a Clinica cirúrgica de grandes animais 3 Lívia Maria amarela, consistência leitosa, odor ácido a pútrido e com flora diminuída a ausente, no hemograma vai estar com hemoconcentração. Tratamento cirúrgico é a ruminotomia TRATAMENTO CLÍNICO Correção da acidez - bicarbonato de sódio, sulfato de magnésio Retirada mecânica por sifonagem. Tratamento suporte: corrigir desidratação, antibioticoterapia sistêmica, cálcio, glicose, antiinflamatório, transfaunação e corrigir a dieta TRATAMENTO CIRÚRGICO - RUMINOTOMIA Animal em estação,na fossa paralombar esquerda, rebate a pele e o subcutâneo, oblíquo abd externo, oblíquo interno, transverso abdominal, peritônio e chega ao rúmen, faz a ancoragem do rúmen na parede muscular com sutura isolada simples na incisão cirúrgica para evitar que o conteúdo extravase para cavidade abdominal, abre o rúmen e começa retirar o conteúdo, utilizando uma luva de palpação. Em seguida faz a transfonação, coloca folhas de capim, quebra e coloca para dentro. Inicia o fechamento do rúmen com duplo cushing, retira do abdômen a ancoragem e fecha musculatura com fio de nylon, sutura sultan associado com peritônio e transverso, oblíquo interno e externo com simples separado e depois subcutâneo com intradérmico modificado e fio absorvível e pele com wolf. 2.4 DESLOCAMENTO DE ABOMASO Atonia, dietas ricas em grãos e pobres em volumoso, aumento na produção de gás e diminuição da absorção de AGV no conteúdo abomasal. O abomaso hiposmótico e cheio de gás desloca-se ventralmente e sob o rúmen através da parede abdominal esquerda. Som metálico a percussão abomasal, cifose, anorexia, hipomotilidade ruminal. Hipocalemia e hipocloremia pq o acido cloridrico esta parado no abomaso. TRATAMENTO CLÍNICO Técnica de rolamento do animal (dae) Animal posicionado em decúbito dorsal, balançando de um lado para o outro massageando a região em que o abomaso se encontre, posteriormente o animal é colocado em decúbito esquerdo e imediatamente estimulado a levantar. Estimulantes gastrintestinais e laxantes e corrigir perdas metabólicas. TRATAMENTO CIRÚRGICO 1.Omentopexia pelo flanco direito: Animal em estação, utilizada para os dois tipos de deslocamento,. mas pode cursar com recidivas. Técnica: Incisão de pele pelo lado direto do flanco, antes de fixar o omento, encontra o abomaso esvaziar com agulha e sonda conectada, com segmento mais grosso do omento maior e fixa esse omento na parede abdominal (músculo transverso do abdome) com sutura de colchoeiro e fecha o peritônio com transverso, oblíquo interno e externo, subcutâneo e pele. Clinica cirúrgica de grandes animais 4 Lívia Maria 2.Paramediana direita: Animal em decúbito dorsal, pelo flanco direito, rebate as camadas (pele, subcutâneo e musculatura), encontra o abomaso, faz esvaziamento, e fixa o abomaso no peritônio, com sutura de colchoeiro, fecha musculatura com fio de nylon, sutura sultan associado com peritônio e transverso, oblíquo interno e externo com simples separado e depois subcutâneo com intradérmico modificado e fio absorvível e pele com wolf. 3. Abomasopexia pelo flanco esquerdo: Animal em estação, pelo flanco esquerdo, rebate as camas, encontra o abomaso, esvazia, faz uma ancoragem no abomaso, com agulha protegida, o auxiliar palpa 1cm caudal a cartilagem xifóide, e vai pressionar para cima, e o cirurgião transpassa o externo, o auxiliar vai pegar as duas pontas do fio e o cirurgião vai empurrando o abomaso para seu local anatômico com fio de nylon, e faz uma ligadura. 2.5 COMPACTAÇÃO DE ABOMASO Ruminotomia e abomasotomia PROLAPSO Diarreia crónica, fortes contrações abdominais Aumento na pressão na ampola retal - timpanismo Redução do prolapso, antiespasmódico, enemas e laxantes suaves, ressecção cirúrgica em casos de necrose. Localizar uma mucosa saudável vai delimitar através de cateteres. ATRESIA ANAL Frequente em neonatos Impede a eliminação do mecônio e defecação Imperfuração do orificio anal e oclusao da ampola retal Abdome abaulado Desconforto abdominal progrssivo e intermitente Necessario fazer o exame de raio- x para saber se é so atresia anal ou se ele nao tme o segmentodo intestino grosso (reto) e é feita a abertura cirurgica do orificio anal. Técnica: Faz a incisão circular, ou incisão em x e vai rebatendo o tecido nos quatro pontos cardeais e depois suturar com fio nylon sutura isolado simples ancorando os pontos cardeais.
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