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UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA - Campus Florestal Engenharia de Alimentos Disciplina: Processamento de Leites e Derivados - EAF 441 Prof.: Pollyanna Cardoso Pereira PROCESSAMENTO DE QUEIJO MINAS FRESCAL Carolina Sá Fortes Potenza - 3190 Taynara Noely Gomes de Araújo – 3603 Florestal/MG 2022 1. INTRODUÇÃO O Queijo Minas Frescal é definido como um queijo fresco obtido a partir da coagulação enzimática do leite como coalho ou outras enzimas coagulantes, podendo ser ou não completada pela ação de bactérias lácticas específicas. (SOUZA et al, 2017). De acordo com a classificação do Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade de Queijo, o Queijo Minas Frescal é definido como um queijo semi-gordo (25 a 44,9% de gordura no extrato seco), de alta umidade (46,0 a 54,9% de umidade), que deve ser consumido fresco (BRASIL, 2004). Pela Portaria nº 352, de 4 de setembro de 1997, o Queijo Minas Frescal tem consistência branda e macia, cor esbranquiçada, odor e sabor característicos e suaves, levemente ácido, com ou sem olhaduras mecânicas, não têm crosta ou ela é fina. Sua forma deve ser cilíndrica e seu peso varia entre 0,3kg e 5kg (BRASIL, 1996). No Brasil, o queijo minas frescal é o terceiro queijo mais produzido, sendo um processamento que serve de alternativa para o produtor leiteiro quando o preço do leite pago pela indústria não permite a obtenção de lucro ou não cobre os custos com a produção. O fato do processamento do queijo ser simples, não havendo necessidade de grandes investimentos em equipamentos e ao ser realizado com qualidade permite uma agregação de valor ao produto (MARTINS et al, 2011). Para as indústrias de laticínios, o Queijo Minas Frescal apresenta investimento com rápido retorno, pois suas características consistem em um alto teor de umidade e elevado rendimento, sendo que seus preços são mais acessíveis e possui grande aceitabilidade dos consumidores (SILVA, 2015). Além disso, o processamento é constituído por etapas simples:pasteurização, coagulação, corte, mexedura, dessora, enformagem, salga, embalagem e refrigeração. 2. OBJETIVO Conhecer através da aula experimental a prática do processo de fabricação de um Queijo Minas Frescal Tradicional, entendendo quais fatores podem interferir na qualidade do produto final. 3. METODOLOGIA A metodologia seguida para realização da aula prática e processamento do queijo Minas Frescal, está representada na Figura 1. Figura 1 - Fluxograma do processamento do Queijo Minas Frescal. 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO A Tabela 1 apresenta os resultados das pesagens dos queijos Minas Frescal ao final do processamento. Tabela 1: Resultados das pesagens dos queijos. Queijo 1 1,920Kg Queijo 2 1,329Kg Queijo 3 1.703Kg Queijo 4 1.602Kg Queijo 5 1.409Kg Total 7.963Kg Para a análise do rendimento final dos queijos foi realizada a pesagem dos mesmos, no qual a partir do seu peso total efetuou-se os cálculos do rendimento da fabricação, realizado por meio da divisão do volume de leite empregado no processamento (litros) pela soma da massa dos queijos (em kg) após a desenformagem, como demonstrado na Equação 1. O cálculo de rendimento da produção é um dos dois importantes parâmetros que influenciam decisivamente na viabilidade econômica de uma fabricação de queijos, com isso a partir dos resultados encontrados na prática, podemos evidenciar que obtivemos um ótimo rendimento do produto final. Equação 1𝑅𝑒𝑛𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = 𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑒 𝑙𝑒𝑖𝑡𝑒 𝑢𝑡𝑖𝑙𝑖𝑧𝑎𝑑𝑜𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑑𝑒 𝑞𝑢𝑒𝑖𝑗𝑜 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑧𝑖𝑑𝑜 R = (42 L / 7,963Kg) R = 5,274Kg Através do resultado pode-se afirmar que obtivemos um ótimo rendimento, visto que, ele pode variar de 5 a 7 litros de leite por kg de queijo produzido. Ao comparar esse resultado com a literatura, Silva (2015) observou em seu estudo sobre padrão de qualidade de queijos minas frescal em diferentes unidades produtoras, que os queijos com alta umidade (>55%) apresentaram rendimento de 5,35 L a 8,37 L. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Portaria nº 146 de 07 de março de 1996. Aprova o Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade de Queijos. Diário Oficial da União, Brasília, 11 mar. 1996. BRASIL. MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO. Portaria nº 352, de 04 de setembro de 1997. Regulamento Técnico Para Fixação de Identidade e Qualidade do Queijo Minas Frescal. Diário Oficial da União. Brasília, 1997. BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa nº 04, de 01 de Março de 2004. Inclusão do termo Muito na expressão Alta Umidade nos itens 2.2 (Classificação), 4.2.3 (Requisitos Físico-Químicos) e 5.1 (Aditivos),no Regulamento Técnico para fixação de Identidade e Qualidade do queijo Minas frescal. Diário Oficial da União, Brasília, 05 mar. 2004. MARTINS, S. C. et al. Rendimento, composição e análise sensorial do queijo minas frescal fabricado com leite de vacas mestiças alimentadas com diferentes volumosos. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 41, n. 4, p.993-1003, 2012. SOUZA, I. A., GIOVANNETTI, A. C. S., SANTOS, L. G. F., GANDRA, S. O. S, MARTINS, M. L. RAMOS, A. L. S. Qualidade microbiológica de queijo Minas frescal comercializado na Zona da Mata Mineira. Rev. Inst. Laticínios Cândido Tostes, Juiz de Fora, v. 72, n. 3, p. 152-162, jul/set, 2017. SILVA, T. E. Estudo do shelf life do queijo minas frescal artesanal e industrial. Dissertação (Programa de Pós-Graduação em Zootecnia) Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Goiano – Câmpus Rio Verde. 2015.
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