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Tema 1 - Regulamentações do Estágio

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DESCRIÇÃO
A legislação de estágio, o serviço de Psicologia, os estágios obrigatórios externos e a
responsabilidade social na prática profissional do psicólogo.
PROPÓSITO
Conhecer a legislação de estágio e os campos práticos de atuação, pois esses aspectos irão
guiar a atuação profissional, permitindo que todas as práticas de estágio em Psicologia, tanto
em serviços de Psicologia quanto em campos externos, passem a ser orientadas eticamente e
com responsabilidade social.
PREPARAÇÃO
Antes de iniciar seus estudos, é importante que você conheça o Código de Ética Profissional
do Psicólogo (CFP, 2005). Nesse documento, você vai encontrar as principais
responsabilidades e deveres do psicólogo. Assim, você pode saber como se portar diante de
situações e dilemas éticos. Isso também vai te ajudar em sua prática de estágio. Por isso,
sempre que tiver alguma dúvida, consulte o Código.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Analisar as atividades de estágio com base na legislação para atuar nos campos práticos
MÓDULO 2
Reconhecer o serviço de Psicologia com base em sua regulamentação para atuar neste campo
de prática
MÓDULO 3
Analisar requisitos, responsabilidades e direitos do discente no estágio obrigatório externo com
base na legislação de estágio para atuação em campos externos de estágio
MÓDULO 4
Avaliar a responsabilidade social na prática profissional do psicólogo seguindo os documentos
orientadores para uma ação socialmente responsável
INTRODUÇÃO
O estágio é uma das etapas mais esperadas por psicólogos em formação. Para que você
possa ter uma experiência de estágio significativa, é fundamental que conheça a legislação de
estágio. São essas leis que definirão as obrigações de todas as partes envolvidas nessa
prática e que o protegerão de situações irregulares.
VOCÊ SABIA QUE EXISTEM ESTÁGIOS
OBRIGATÓRIOS E NÃO OBRIGATÓRIOS NO
CURSO DE PSICOLOGIA?
Um dos principais campos de estágio obrigatório é o serviço de Psicologia que funciona
vinculado às instituições de ensino. Nesse espaço, você poderá, por exemplo, realizar
atendimentos psicológicos voltados à comunidade, dentre outros tipos de serviços. Mas você
também pode fazer o estágio obrigatório em um campo externo, como hospitais, escolas,
empresas, dentre outros. E se tiver uma oportunidade de complementar sua formação, pode
fazer também estágio não obrigatório em outros campos.
É fundamental que você compreenda que qualquer prática que venha a realizar, seja como
estudante seja como profissional, deve sempre ser orientada por compromisso ético e
responsabilidade social (CFP, 2005). Dito de outro modo, compreender a realidade social de
cada sujeito e seus fatores históricos, culturais e sociais é tarefa fundamental na prática do
profissional psicólogo. Isso deve ser independente da linha teórica ou campo prático que você
escolha (YAMAMOTO, 2012). Por isso, convidamos você a conhecer a legislação e as
regulamentações dos estágios, mas, acima de tudo, a entender que isso deve ser orientado por
uma responsabilidade social com o outro.
O estágio é uma atividade que proporciona o contato com situações reais da vida e de
trabalho. Para que sejam realizados de maneira adequada e tenham um melhor
aproveitamento, é preciso que os estágios sejam efetivados por meio de critérios específicos.
Por isso, precisamos conhecer a legislação de estágio. Essa atividade é regulada pela Lei
Federal nº 11.788 de 25 de setembro de 2008 (BRASIL, 2008).
MÓDULO 1
 Analisar as atividades de estágio com base na legislação para atuar nos campos
práticos.
DEFINIÇÃO DE ESTÁGIO
De acordo com esta legislação, o estágio é:

O ATO EDUCATIVO ESCOLAR SUPERVISIONADO,
DESENVOLVIDO NO AMBIENTE DE TRABALHO, QUE
VISA À PREPARAÇÃO PARA O TRABALHO
PRODUTIVO DE EDUCANDOS QUE ESTEJAM
FREQUENTANDO O ENSINO REGULAR EM
INSTITUIÇÕES DE EDUCAÇÃO SUPERIOR, DE
EDUCAÇÃO PROFISSIONAL, DE ENSINO MÉDIO, DA
EDUCAÇÃO ESPECIAL E DOS ANOS FINAIS DO
ENSINO FUNDAMENTAL, NA MODALIDADE
PROFISSIONAL DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E
ADULTOS.
(BRASIL, 2008, p. 1)
Em outras palavras, o estágio é uma atividade prática que vai proporcionar a você uma
preparação para o momento em que estiver atuando profissionalmente. Por meio do estágio,
por exemplo, você saberá como lidar com um paciente em uma situação clínica, conduzir uma
avaliação psicológica, realizar uma intervenção psicossocial na comunidade, desenvolver uma
atividade de seleção de pessoas em uma empresa, dentre outras atividades pertinentes ao
campo da Psicologia.
REGULAMENTAÇÃO DE ESTÁGIO
Além da Lei nº 11.788/2008, o estágio em Psicologia é regulamentado pelo Código de Ética
Profissional do Psicólogo (BRASIL, 2005) e pelas Diretrizes Curriculares Nacionais do
curso de Psicologia (BRASIL, 2011). Vamos conhecer um pouco mais sobre esses
documentos.
LEI Nº 11.788, DE 25 DE SETEMBRO DE 2008
Esta lei tem papel importante para definir, classificar e estabelecer as relações de estágio. Ou
seja, a partir dela podemos saber que tipo de atividade pode ser considerada estágio e não um
trabalho como outro qualquer, assim como definir as responsabilidades de todos os agentes
envolvidos.
Nem toda atividade prática será considerada estágio e esta lei terá o importante papel de
informar quais atividades você pode desenvolver na sua formação profissional.
AFINAL, O QUE SE PODE CONSIDERAR COMO
ESTÁGIO?
VEJAMOS ALGUNS REQUISITOS:
A atividade não poderá gerar vínculo empregatício.
Você precisa estar matriculado e frequentar regulamente uma instituição de ensino.
É necessário ter um termo de compromisso entre você, a instituição de ensino e, se for o
caso, a instituição onde você realizará o estágio, também chamada de instituição
concedente.
Precisa existir compatibilidade entre a atividade que você desenvolve e o que está
especificado no termo de compromisso.
É necessário ter um professor orientador da instituição de ensino te supervisionando e
um profissional da Psicologia te acompanhando no campo de estágio, ambos com seus
registros profissionais ativos no Conselho Regional de Psicologia local.
Necessita ter um seguro contra acidentes pessoais assumido pela instituição de ensino
ou instituição concedente, se for o caso.
A atividade não poderá exceder 6 horas diárias ou 30 horas semanais.
REQUISITOS PARA O ESTÁGIO: O QUE
VOCÊ PRECISA SABER?
Assista ao vídeo a seguir para saber os principais requisitos para uma atividade ser
considerada estágio.
CONFORME ESSA LEI, OS ESTÁGIOS PODEM SER DE
DOIS TIPOS: OBRIGATÓRIOS E NÃO OBRIGATÓRIOS.
ESTÁGIOS OBRIGATÓRIOS
São aqueles oferecidos pela própria instituição de ensino, sendo o cumprimento da carga
horária condição para que você seja aprovado e possa se graduar. Devem estar alinhados de
acordo com o Projeto Pedagógico do Curso (PPC).
ESTÁGIOS NÃO OBRIGATÓRIOS
São os estágios opcionais que você pode fazer para complementar a sua formação. Caso você
tenha a oportunidade de conseguir um estágio não obrigatório, poderá ter uma relevante
experiência profissional, além de enriquecer o seu currículo acadêmico.
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO (PPC).
O Projeto Pedagógico do Curso (PPC) é um instrumento para definir a estrutura do currículo,
dos professores, corpo técnico administrativo, infraestrutura, avaliações, dentre outros
aspectos relativos ao curso (BRASIL, 2011).
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O PPC define ênfases para o curso e os estágios devem estar atrelados a essas ênfases. As
ênfases podem variar de acordo com o curso, mas podemos exemplificar as mais comuns,
como: clínica, escolar, organizacional, saúde e social.
 ATENÇÃO
Ainda que o estágio seja não obrigatório, ele deve seguir as mesmas regras éticas e técnicas
dos estágios obrigatórios (CFP, 2013).
A instituição de ensino terá papel fundamental no estágio, pois será responsável por oferecer o
estágio obrigatório e garantir todas as condições para que ele ocorra. Veja, a seguir, algumas
de suas responsabilidades:
Garantir que o espaço físico e infraestrutura sejam adequados, por exemplo, salasde
atendimento e de supervisão, recepção para alunos e usuários do serviço de Psicologia
Aplicada (SPA), jogos terapêuticos e testes psicológicos.
Garantir a supervisão realizada por professor especialista na área, a oferta da disciplina de
estágio e o seguro contra acidentes, cumprir as recomendações da Lei de Estágio, das
Diretrizes Curriculares Nacionais e do Conselho Federal de Psicologia.
Zelar pelo cumprimento do termo de compromisso de estágio, evitando que o estagiário realize
atividades não pertinentes ao campo da Psicologia, tanto nos estágios obrigatórios quanto nos
estágios não obrigatórios.
O CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO
PSICÓLOGO E OS ESTÁGIOS
O objetivo principal de um Código de Ética Profissional é assegurar um padrão de conduta
profissional (ROMARO, 2014). Isso quer dizer que ele serve como um guia de como devemos
agir em situações profissionais, inclusive no processo de formação profissional. Nesse sentido,
o Código de Ética traz algumas orientações importantes que também estão relacionadas ao
estágio.
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS PARA O EXERCÍCIO
PROFISSIONAL
Vejamos o que diz o Código de Ética Profissional (CFP, 2005) sobre princípios fundamentais
para o exercício profissional:
Basear nosso trabalho em: respeito, promoção da liberdade, dignidade, igualdade e
integridade do ser humano.
Trabalhar para promover qualidade de vida e saúde de pessoas e coletividades, além de
não pactuar com nenhuma forma de negligência, discriminação, violência, crueldade e
opressão.
Cuidar para que a nossa profissão seja efetivada com dignidade e rejeitar situações de
aviltamento da Psicologia.
Caberá aos docentes supervisores de estágio orientar os estudantes quanto ao
cumprimento das normas do Código de Ética.
Dito de outro modo, em qualquer campo que atue, o psicólogo em formação deve agir de forma
a respeitar o outro e ser um fiscalizador de boas práticas
Nesse sentido, o Conselho Federal de Psicologia terá um importante papel. Você sabia que
além de orientar, disciplinar e fiscalizar o exercício profissional, cabe ao Conselho Federal de
Psicologia dispor de normas para o estágio? A Carta de Serviços sobre Estágios e Serviços-
Escola (CFP, 2013) é um documento que deve ser consultado para conhecer melhor essas
orientações.
AS DIRETRIZES CURRICULARES
NACIONAIS (DCN) E OS ESTÁGIOS
VOCÊ SABIA QUE EXISTEM NORMAS QUE ORIENTAM O
PLANEJAMENTO DOS CURRÍCULOS DE UM CURSO DE PSICOLOGIA?
Diretrizes Nacionais Curriculares (DCN) são um guia que toda instituição de ensino deve seguir
quando planejar as disciplinas do curso, inclusive os estágios.
As DCN definem o conjunto de atividades de formação, a carga horária, e como devem se
distribuir ao longo do curso. Com esta vivência, você poderá desenvolver habilidades e atitudes
que serão aplicadas em situações profissionais (BRASIL, 2011).
As DCN informam que os estágios devem estar alinhados ao Projeto Pedagógico de Curso.
Este projeto faz uma espécie de tradução particular do que as DCN definem.
Os estágios devem ser oferecidos em diferentes momentos do curso, possibilitando que o
estudante tenha contato com situações, contextos e instituições diversas. Devem ainda
perfazer 15% da carga horária total do curso (BRASIL, 2011).
As DCN definem também que os estágios devem ser estruturados em dois níveis: básicos e
específicos.
Estágios básicos
Antes que você possa ser exposto a situações complexas de intervenções psicológicas, é
preciso ter uma preparação maior para a vivência de situações reais. Essa é a tarefa principal
dos estágios básicos. Eles devem levar ao desenvolvimento de competências preparatórias de
aproximação com o campo de prática.
Essas atividades são de diversos tipos com estrita supervisão do seu professor orientador.
Podemos incluir aqui atividades como observações de atendimento clínico, triagens,
diagnósticos situacionais, observações e avaliações de processos de trabalho, e outras que
contam com a supervisão direta do professor orientador.
Os estágios básicos ocorrem em fases mais iniciais do curso e se situam no chamado núcleo
comum do curso quando as ênfases ainda não foram definidas (BRASIL, 2011).

Estágios específicos
Estes estágios contam com maior nível de complexidade, permitindo que você possa atuar de
forma mais autônoma, ainda que permaneça com a supervisão do professor. Podemos incluir
aqui atividades que possibilitem o contato direto com situações, problemas, demandas de
diferentes campos de trabalho.
Ou seja, no estágio específico você poderá conduzir um atendimento clínico, realizar
intervenções, participar de um processo de seleção de pessoas, fazer uma avaliação
psicológica, atender no contexto hospitalar, dentre outras práticas. Mas, lembre-se que, para
fazer isso, um profissional da Psicologia deverá te acompanhar.
VEM QUE EU TE EXPLICO!
Importância e tipos de estágios na formação profissional
Princípios fundamentais para o exercício profissional
VERIFICANDO O APRENDIZADO
O cumprimento da carga horária de estágio pode ocorrer em diferentes espaços, porém, toda
instituição de ensino deve ter instalado em sua unidade um serviço de Psicologia que atenda
às demandas da comunidade.
MÓDULO 2
 Reconhecer o serviço de Psicologia com base em sua regulamentação para atuar
neste campo de prática.
VOCÊ JÁ OUVIU FALAR NO SERVIÇO DE
PSICOLOGIA?
DEFINIÇÃO DE SERVIÇO DE PSICOLOGIA
O Serviço de Psicologia é um espaço, situado na instituição de ensino, onde ocorrem os
estágios obrigatórios, as supervisões e as atividades dos estágios, além da coordenação de
estágios externos, sejam eles obrigatórios ou não (CRP, 2013). Dito de outro modo, o Serviço
de Psicologia é o espaço de práticas e de oferta de serviços psicológicos voltados à
comunidade que as instituições de ensino devem garantir aos estudantes (BRASIL, 2011).
Há uma curiosidade importante sobre o termo: por que não usar o termo “Clínica
Escola”, já que este espaço se destina ao atendimento psicológico no contexto de uma
instituição de ensino?
Esse termo era anteriormente usado por algumas instituições de ensino. Porém, a mudança do
termo ocorreu, pois a expressão Serviço de Psicologia abrange de forma mais democrática
todos os tipos de atividade profissional que o psicólogo em formação pode exercer além da
clínica, tais como na área organizacional, escolar, social e de saúde (ZUANAZZI, SEI,
RODRIGUES, 2021).
 OBJETIVOS
O Serviço de Psicologia tem dois grandes objetivos (CFP, 2013):
Criar condições para o treinamento profissional.
Oferecer serviços psicológicos à comunidade.
Ao oferecer serviços psicológicos à comunidade, cumpre-se um valioso papel social com a
população. Você sabia que, muitas vezes, pela fragilidade e sobrecarga dos serviços de saúde
mental públicos, os Serviços de Psicologia das instituições de ensino acabam captando esta
demanda de atendimento psicológico? Dessa forma, tem a potencialidade de se inserir dentro
da rede de saúde, oferecendo um serviço qualificado com responsabilidade social (ZUANAZZI,
SEI, RODRIGUES, 2021).
ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
Muitos acreditam que os psicólogos só fazem psicoterapia, mas se faz muito mais do que
isso. Sendo o serviço de Psicologia um espaço de formação profissional, você poderá
desenvolver diversas atividades práticas, além da psicoterapia.
No seu estágio específico, você poderá atender crianças, adolescentes, adultos ou idosos. É
possível também fazer atendimentos relativos ao contexto educacional a partir de queixas
escolares e questões de aprendizagem.
Além disso, você poderá conduzir avaliação psicológica, psicoterapia individual, plantão
psicológico, psicoterapia de casal e de família, orientação profissional, atendimentos de
grupo de diversas ordens (ZUANAZZI, SEI, RODRIGUES, 2021).
Uma outra potencialidade que estes espaços apresentam é a realização de atividades
vinculadas ao ensino, pesquisa e extensão.
ENSINO
PESQUISA
EXTENSÃO
ENSINO
Algumas atividades vinculadas às disciplinas teóricas podemocorrer no espaço do serviço de
Psicologia. Podem, por exemplo, acessar os testes psicológicos ou observar um atendimento
psicológico.
PESQUISA
Os serviços de Psicologia mostram-se espaços motivadores para a produção e o
desenvolvimento de pesquisas diversas. Ou seja, podem ser também espaços de investigação
de novas práticas de intervenção que podem ser testadas e implementadas pelos estudantes e
seus professores. Podem, por exemplo, pesquisar sobre o perfil da clientela atendida,
investigar as principais queixas, estudos de caso, relatos de experiência, dentre outros.
EXTENSÃO
A extensão talvez seja a tendência natural dos Serviços de Psicologia por se caracterizar um
espaço de atendimento voltado para a comunidade. A extensão universitária visa à
comunicação entre a instituição de ensino e a população, contribuindo para o enfrentamento de
problemas e situações sociais. Dessa forma, o serviço de Psicologia atua como uma ponte
entre esses dois espaços, promovendo ganhos para você, que se desenvolverá
profissionalmente, mas também para as pessoas da comunidade que contarão com
atendimento psicológico gratuito.
INFRAESTRUTURA, EQUIPAMENTOS E
MATERIAIS
Enquanto um espaço de treinamento profissional, o serviço de Psicologia deve ter condições
físicas, materiais, administrativas e pedagógicas adequadas.
ESPAÇO FÍSICO
No espaço físico, devem existir salas de atendimento, salas de observação de atendimento,
espaço para o estagiário realizar seus estudos, secretaria, armários e mobiliários, além de ter
condições de iluminação e ventilação adequados ao trabalho a ser conduzido.
SALAS DE ATENDIMENTO E SIGILO
Além disso, este espaço precisa garantir o sigilo das informações. O sigilo é um aspecto
fundamental no trabalho de um psicólogo, por isso, é necessário que as salas de atendimento
apresentem uma condição acústica adequada. Isso é fundamental para que o paciente se sinta
à vontade naquele espaço de atendimento e possa falar sem medo de que outras pessoas
estejam escutando do lado de fora da sala.
SALA DE OBSERVAÇÃO
A sala de observação, também conhecida como sala de espelho, é um espaço de treinamento
muito importante. Você poderá vivenciar a experiência de atendimento observando outros
atendimentos de professores ou colegas mais experientes. A sala é equipada com um espelho,
que permite que você assista o atendimento conduzido em outra sala sem ser visto, e fones de
ouvido para escutar o atendimento. Imagine quantas experiências você poderá viver nesse
espaço.
No Serviço de Psicologia, estarão armazenados os testes psicológicos, materiais que são
fundamentais para a realização de atividades, como avaliação psicológica, além dos
prontuários referentes aos pacientes que estão sendo atendidos.
TESTES PSICOLÓGICOS
Os testes psicológicos são ferramentas testadas que nos ajudam a descrever e mensurar
características do comportamento ou funções psicológicas dos sujeitos atendidos, como
inteligência, memória, personalidade, dentre outros (CFP, 2013).Portanto, elas podem ajudar
você a compreender melhor os seus pacientes. Você poderá consultar os testes e respectivos
manuais nas dependências do Serviço de Psicologia, além de usá-los com os pacientes.
PRONTUÁRIO
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Prontuário é uma espécie de pasta onde ficam guardados todos os materiais sobre o
atendimento do paciente. Assim que ele inicia o atendimento, um número é gerado, que o
identificará no Serviço de Psicologia. No prontuário, devem estar os registros relativos às
sessões com a descrição dos atendimentos e procedimentos utilizados. O registro é feito em
uma ficha de acompanhamento, também conhecida como Evolução. Esse registro é obrigatório
conforme a Resolução do CFP nº 01/2009. Por isso, é necessário haver condições adequadas
para a guarda desse material, visando manter o sigilo das informações.
O SERVIÇO DE PSICOLOGIA E AS
PRÁTICAS DE ESTÁGIO
Assista ao vídeo a seguir e veja o relato de um especialista sobre a sua experiência
profissional, bem como exemplos de práticas de estágio, infraestrutura do espaço e materiais
utilizados no atendimento.
REGULAMENTAÇÃO DO SERVIÇO DE
PSICOLOGIA
O Serviço de Psicologia é uma exigência das Diretrizes Curriculares Nacionais (BRASIL, 2011).
Dessa forma, a sua instituição de ensino deve ter um espaço para que você possa cumprir a
carga horária de estágios obrigatórios, além de oferecer um serviço à comunidade.
Além disso, o Conselho Regional de Psicologia (CRP) da sua região cumpre a função de
orientar, disciplinar e fiscalizar o seu funcionamento. Isso é importante, pois o CRP é um
corresponsável pelo seu processo de formação, juntamente com sua instituição de ensino.
AUTORIZAÇÃO E FISCALIZAÇÃO
COMO O CRP VAI REALIZAR A FISCALIZAÇÃO?
Primeiramente, sua instituição de ensino designará um profissional psicólogo com inscrição
ativa no CRP. Ele será o responsável técnico (RT) do Serviço de Psicologia da sua instituição.
Alguns professores podem exercer essa função de forma simultânea à atividade de ensino. Ele
exercerá a função de responsável principal por todas as atividades que ocorrerão no Serviço
de Psicologia (CRP, 2013).
A partir daí, o RT vai precisar apresentar alguns documentos junto ao CRP para que uma
comissão possa visitar sua instituição e verificar as condições das instalações. Eles vão
verificar se o que diz nosso Código de Ética Profissional está sendo cumprido. O sigilo é
condição fundamental para o nosso trabalho. Por isso, é necessário que as salas de
atendimento tenham condições acústicas adequadas. Este será um dos papéis do CRP ao
visitar sua instituição de ensino.
Nesse mesmo sentido, o CRP verificará também as condições de guarda dos prontuários e dos
testes psicológicos. Esses materiais são de uso privativo de psicólogos e devem estar
devidamente guardados para que outras pessoas não tenham acesso. Esses são aspectos que
constam no nosso Código de Ética e pilares para que o CRP possa orientar as instituições de
ensino a adequarem as condições das suas instalações. Certamente, isso tudo vai trazer uma
formação de qualidade para você.
VEM QUE EU TE EXPLICO!
Definição do serviço de Psicologia
Regulamentação do Serviço de Psicologia
VERIFICANDO O APRENDIZADO
VOCÊ SABIA QUE, ALÉM DO ESPAÇO DO SERVIÇO DE
PSICOLOGIA, EXIGIDO PELAS DIRETRIZES
MÓDULO 3
 Analisar requisitos, responsabilidades e direitos do discente no estágio obrigatório
externo com base na legislação de estágio para atuação em campos externos de estágio.
CURRICULARES NACIONAIS, VOCÊ PODE REALIZAR
O ESTÁGIO EM UM CAMPO EXTERNO?
TIPOS DE ESTÁGIO
Os estágios podem ser de vários tipos. Considerando o cumprimento da carga horária, podem
ser obrigatórios e não obrigatórios. No caso dos estágios obrigatórios, eles podem se
subdividir, de acordo com o nível do curso, em estágio básico ou específico. Já o estágio não
obrigatório não dispõe dessa subdivisão e não está incluído em sua carga horária.
Os estágios ainda podem ser subdivididos conforme o campo de estágio em internos ou
externos. Você pode fazer um estágio interno ou externo como estágio obrigatório, porém o
estágio não obrigatório, necessariamente será externo.
ESTÁGIOS INTERNOS
Os estágios internos são aqueles realizados nas dependências da própria instituição de ensino,
não havendo outras instituições vinculadas ao estágio (CFP, 2013). Geralmente, eles ocorrem
no espaço do Serviço de Psicologia.
ESTÁGIOS EXTERNOS
Já os estágios externos são realizados fora da instituição de ensino e dependem da parceria de
outras instituições, como clínicas, escolas, hospitais, dentre outros (CFP, 2013).
Esta parceria pode ser estabelecida pela instituição de ensino ou por intermédio dos agentes
de integração. Ou seja, uma espécie de empresa que fica responsável por identificar as
oportunidades de estágio (BRASIL, 2008).
De todo modo, você deverá ter um profissional da Psicologia te acompanhando na realização
do estágio, além da supervisãodo próprio professor orientador da sua instituição de ensino.
Trazendo de forma esquemática, podemos subdividir os tipos de estágio da seguinte forma:
 Quadro: Os tipos de estágio em Psicologia e suas subdivisões. Elaborado por: Camila
Bonfim.
PAPÉIS DOS AGENTES ENVOLVIDOS
Existem muitas pessoas e instituições envolvidas para que você possa realizar o seu estágio
externo. É importante que você conheça o papel de cada uma delas, uma vez que elas serão
responsáveis pelo estágio, juntamente com você.
INSTITUIÇÃO DE ENSINO
A instituição de ensino terá papel fundamental no estágio, pois ela será responsável por
oferecer o estágio obrigatório e garantir todas as condições para que ele ocorra.
Cabe a instituição garantir o espaço, a supervisão do professor orientador, a oferta da disciplina
de estágio e o seguro contra acidentes, seguindo todas as recomendações da Lei de Estágio,
das Diretrizes Curriculares Nacionais e do Conselho Federal de Psicologia. Ela é responsável
também por zelar pelo cumprimento do termo de compromisso de estágio, evitando que você
realize atividades não pertinentes ao campo da Psicologia (BRASIL, 2008).
INSTITUIÇÕES CONCEDENTES
As instituições concedentes são aquelas que podem oferecer o estágio externo. Podem ser
clínicas, hospitais, empresas, escolas, dentre outros espaços que ofereçam um campo prático
de estágio atendendo às mesmas condições éticas e técnicas dos estágios realizados na
instituição de ensino. Essas instituições devem garantir também condições adequadas de suas
instalações para que você possa desenvolver suas atividades de estágio.
Um ponto relevante é que estas instituições precisam fornecer um funcionário do seu quadro
que tenha experiência profissional na área para realizar o acompanhamento durante o estágio.
Ou seja, é necessário que um psicólogo com registro profissional ativo possa supervisionar
diretamente no estágio. Além disso, o professor orientador da sua instituição de ensino deve
acompanhar suas atividades.
AGENTES DE INTEGRAÇÃO
Os agentes de integração são instituições responsáveis por intermediar oportunidades de
estágio. Ou seja, eles captam instituições que necessitam de estagiários e ofertam estas vagas
(BRASIL, 2008). Dessa forma, os agentes de integração têm papel significativo de dar
visibilidade às oportunidades de estágio e a você, que será cadastrado nesse banco de
oportunidades.
Um hospital, por exemplo, pode estar precisando de um estagiário. Os agentes de integração
captam a vaga e oferecem-na a possíveis interessados a partir do cadastro de vagas. As
instituições de ensino e as instituições concedentes também podem ser parceiras dos agentes
de integração e oferecer estágios a partir dessa intermediação.
Além de identificar as oportunidades de estágio, os agentes de integração devem verificar as
condições para realização do estágio. Dito de outro modo, eles vão checar se a empresa
parceira apresenta as condições éticas e técnicas para o estágio.
DIREITOS E RESPONSABILIDADES DO
DISCENTE
É importante que você tenha conhecimento sobre seus direitos e possa garantir que o estágio
cumpra com os requisitos disponíveis na legislação vigente. Vejamos os seus principais direitos
e responsabilidades.
JORNADA DE TRABALHO
O estágio tem uma jornada reduzida (BRASIL, 2008), diferentemente de outros trabalhos em
período integral. Você só poderá estagiar 6 horas por dia, o que equivale a 30 horas por
semana. Isso é importante para garantir que você tenha tempo para seus estudos.
REMUNERAÇÃO
No caso de estágio obrigatório, a concessão de uma bolsa-auxílio ou algum tipo de
remuneração, assim como auxílio-transporte, é opcional. Mas se você vier a realizar um
estágio externo não obrigatório, a instituição concedente deve fornecer esse auxílio. Outros
benefícios como seguro saúde e auxílio-alimentação não são obrigatórios (BRASIL, 2008).
DURAÇÃO
O estágio não pode exceder o prazo máximo de 2 anos, a menos que o estagiário tenha
alguma deficiência (BRASIL, 2008).
FÉRIAS
Caso o estágio tenha mais de 1 ano de duração, o estagiário tem direito a 30 dias de férias.
Elas devem ocorrer preferencialmente no mesmo período das férias escolares. Se a instituição
concedente fornecer uma bolsa-auxílio, você tem direito a ter férias remuneradas. No caso de o
estágio ter período inferior a um ano, o período de recesso pode ser concedido de forma
proporcional (BRASIL, 2008).
TRABALHO DURANTE PERÍODOS AVALIATIVOS
Todo estagiário tem direito a jornada de trabalho reduzida quando estiver em períodos
avaliativos. A carga horária de estágio deve ser reduzida pelo menos pela metade. Isso visa
garantir que você possa ter um bom desempenho nas suas avaliações (BRASIL, 2008). Nesse
sentido, a sua instituição de ensino deve informar com antecedência à instituição concedente o
período relativo à avaliação no semestre letivo.
SEGURANÇA DO TRABALHO
A legislação de saúde e de segurança de trabalho também se aplica ao estagiário (BRASIL,
2008). Isso garante que, por exemplo, você tenha direito aos Equipamentos de Proteção
Individual (EPI) como qualquer outro trabalhador. Os EPIs podem ser fornecidos pela
instituição de ensino ou pela instituição concedente.
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SEGURO CONTRA ACIDENTES PESSOAIS
Conforme a legislação de estágio, o estagiário tem direito a um seguro de vida que cubra os
acidentes pessoais (BRASIL, 2008). Esse seguro deve ser fornecido pela instituição de ensino
em estágios obrigatórios ou oferecidos pelas instituições concedentes em estágios não
obrigatórios.
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL
(EPI)
Os EPIs podem variar conforme a necessidade e o tipo de trabalho a exemplo de máscaras,
luvas, vestimentas dentre outros. O uso de EPI garante que você tenha sua saúde preservada
e evita que seja exposto a acidentes de trabalho.
 SAIBA MAIS
Por que ter um seguro é importante? Torcemos para que ele não seja necessário, mas você
pode se acidentar durante sua atividade de estágio. O seguro visa cobrir as despesas
decorrentes dessas situações (BRASIL, 2008).
Além disso, o estagiário não está coberto pelas leis trabalhistas que regem o país. Portanto, ele
não terá direito a se afastar do trabalho e contar com a assistência da Previdência Social, caso
se acidente na sua atividade de estágio (BRASIL, 1943).
De modo geral, os seguros cobrem gastos médico-hospitalares, morte acidental e invalidez
parcial ou total decorrentes de acidentes. Não existem valores estipulados, porém devem ser
compatíveis com o valor de mercado.
DIREITOS E RESPONSABILIDADES DO
ESTAGIÁRIO NO CONTEXTO DO ESTÁGIO
OBRIGATÓRIO EXTERNO
Assista ao vídeo a seguir para conhecer os principais direitos e as responsabilidades do
estagiário no contexto do estágio obrigatório externo.
VEM QUE EU TE EXPLICO!
Tipos de estágio
O papel das IES e as instituições concedentes de estágio
VERIFICANDO O APRENDIZADO
O termo responsabilidade social tem sido utilizado de múltiplas formas.
MÓDULO 4
 Avaliar a responsabilidade social na prática profissional do psicólogo seguindo os
documentos orientadores para uma ação socialmente responsável.
DEFINIÇÃO DE RESPONSABILIDADE
SOCIAL
O termo responsabilidade social envolve ações e atitudes que visem às relações sociais,
promovendo o bem-estar da sociedade. No senso comum, esse termo é corriqueiramente
utilizado para referir ações voluntárias de instituições voltadas para a comunidade, meio-
ambiente ou outras coletividades (SANTOS, 2003).
Entretanto, na Psicologia, utilizamos este termo com outros sentidos. A coletividade está
presente, mas não como uma ação voluntária. Dito de outro modo, responsabilidade social
deve orientar as nossas práticas profissionais na relação com todos e não apenas em
situações de filantropia.
RESPONSABILIDADE SOCIAL E
PSICOLOGIA
SERÁ QUE TODA PSICOLOGIA É RESPONSÁVEL
SOCIALMENTE? OU DEVEMOS PENSAR SOCIALMENTE
APENAS QUANDO ESTIVERMOS ATUANDO EM GRUPOS E
COMUNIDADES?
Essas são perguntas importantes para vocêcomeçar a pensar que, independentemente da
população com quem irá trabalhar ou a linha teórica que você escolherá, é fundamental pensar
o indivíduo como um produto do contexto social e histórico em que vive (YAMAMOTO, 2012).
Agir de forma socialmente responsável é, por exemplo, não atribuir condições patológicas
apenas ao indivíduo, culpando-o por ser daquela forma. Devemos entender as condições
sociais e históricas em que está inserido e os fatores biológicos, psicológicos, sociais que
interferem nessa condição (PASSOS, 2007).
UM POUCO DA HISTÓRIA DA
RESPONSABILIDADE SOCIAL NA PSICOLOGIA
Ainda que a responsabilidade social esteja atualmente enraizada em nossas práticas
profissionais, nem sempre a Psicologia teve essa preocupação. Do ponto de vista histórico,
durante muito tempo, fomos míopes frente à realidade social, e psicologizamos muitos
problemas sociais (DIMENSTEIN, 2001).
Ou seja, atribuímos diagnósticos psicológicos a questões que eram formadas socialmente.
Quantas crianças já receberam diagnóstico de dificuldades de aprendizagem quando na
verdade elas tinham atraso escolar ou uma educação de péssima qualidade nas escolas
públicas?
TEORIAS IMPORTADAS E ELITISTAS
Temos uma tradição de teorias importadas e elitistas de outros contextos que foram aplicadas
sem considerar as especificidades sociais e econômicas do nosso país (DIMENSTEIN, 2001).
Como uma pessoa poderia cuidar de sua saúde mental sem ter condições de se alimentar
dignamente? Não estamos falando de ações de filantropia, mas de não contribuirmos com
práticas profissionais que sejam descontextualizadas.
NORMALIDADE X ANORMALIDADE
Já contribuímos para atribuir rótulos de anormalidade para sujeitos que eram retirados da
convivência social em hospitais psiquiátricos por saírem das normas vigentes (PASSOS, 2007).
E nestas instituições, estas pessoas eram completamente destituídas de seus direitos e de sua
condição de cidadania. Ou seja, resumiam-se a diagnósticos psiquiátricos e sem autonomia.
NEUTRALIDADE
Acreditamos também que podíamos ser neutros em nossas práticas profissionais. Isto é,
acreditávamos que nossas ações, pensamentos e sentimentos pessoais não interferiam na
relação terapêutica (PASSOS, 2007).
Ao escolher uma abordagem teórico-metodológica, devemos entender que cada uma tem
valores e intenções próprias. Devemos adotar abordagens que contribuam para a autonomia e
emancipação dos sujeitos. Ou seja, que os sujeitos sejam coparticipantes do seu processo
terapêutico, evitando posturas de psicólogos como curadores.
MODELO CURATIVISTA E ASSISTENCIALISTA
Muitas vezes, podemos nos ver impelidos em querer dizer a alguém que deve parar de fumar
ou de beber em excesso, pois a sua saúde está em prejuízo. Essa forma de atuação está
sustentada em um modelo curativista e assistencialista.
Com outras palavras, ele acredita que nós, psicólogos, somos experts, e coloca as técnicas em
primeiro lugar ao invés dos sujeitos. Não leva em consideração que o próprio sujeito tenha voz
e autonomia sobre suas escolhas.
 ATENÇÃO
Agir de forma socialmente responsável é ser uma ponte para que o próprio sujeito
encontre e faça uso de sua liberdade de escolha e possa chegar às próprias conclusões se
deve ou não parar com esses hábitos. Infelizmente, apenas dizer que ele deve parar de fumar
ou beber não será suficiente
Acompanhe, a seguir, um pouco mais da história da responsabilidade social na Psicologia do
país.

REPRESSÃO POLÍTICA
No Brasil, a situação de distanciamento de práticas socialmente responsáveis na Psicologia
ainda ficou mais grave pelo fato de seu desenvolvimento na década de 1960 ter coincidido com
o período de repressão política (PASSOS, 2007).
Isso afastou ainda mais o processo de engajamento social de alguns profissionais e o reflexo
disso pode ser observado até os dias atuais. A prática de atendimento clínico em consultórios
particulares que usava teorias distantes do nosso contexto social e elitizadas cresceu bastante
em função disso.
CHEGADA DA PSICOLOGIA SOCIAL LATINO-
AMERICANA
A inserção de uma prática socialmente responsável na Psicologia no contexto brasileiro foi
ocorrendo a partir do crescimento de abordagens que tinham como foco o social. Isto é, foi a
partir do desenvolvimento da Psicologia Social Latino-Americana que passamos a
compreender os sujeitos como produtos e produtores da sociedade (BOCK et al., 2007). Esse
aspecto esteve também associado a algumas modificações no nosso contexto profissional.

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CRISE ECONÔMICA
A partir da crise econômica vivida nas décadas de 1970 e 1980, os consultórios privados viram-
se esvaziados e o psicólogo precisou encontrar novas formas de atuação profissional.
Contextos, como saúde pública e assistência social, foram crescendo cada vez mais e,
atualmente, é um dos que mais emprega profissionais da Psicologia.
Dessa forma, nos vimos diante de novas demandas e desafiados para entender essa nova
clientela que vivia condições sociais de extrema vulnerabilidade, muito diferente daquela
aprendida nas teorias estudadas no contexto acadêmico (DIMENSTEIN, 2001).
 COMENTÁRIO
Ao longo dos anos, fomos entendendo que uma atuação socialmente responsável deve estar
situada na história, compreender os determinantes culturais, políticos e econômicos. Ou seja,
tivemos que transformar nossas ações e sair das quatro paredes dos consultórios para
conhecer as comunidades. Precisamos nos reinventar e aprender novas formas de fazer
psicologia.
CONTEXTO HISTÓRICO E POLÍTICO E AS
PRÁTICAS SOCIALMENTE RESPONSÁVEIS
Assista ao vídeo a seguir para refletir sobre o contexto histórico e político que favoreceu a
orientação das práticas profissionais a partir da responsabilidade social.
O CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL E A
RESPONSABILIDADE SOCIAL
A responsabilidade social passou a ser uma máxima tão importante que se tornou um princípio
fundamental do nosso Código de Ética Profissional. De acordo com o art. 3o do nosso Código:
O PSICÓLOGO ATUARÁ COM RESPONSABILIDADE
SOCIAL, ANALISANDO CRÍTICA E HISTORICAMENTE A
REALIDADE POLÍTICA, ECONÔMICA, SOCIAL E
CULTURAL.
(CFP, 2005, p. 7)
Com outras palavras, precisamos orientar nossas práticas profissionais, considerando diversas
histórias de vida e o contexto, distanciando de modelos que universalizam um sujeito único.
Isto é, precisamos pensar que a saúde mental das pessoas é influenciada por diversos fatores,
tais como: gênero, raça/etnia, classe social, dentre outros.
A Declaração Universal dos Direitos Humanos teve grande importância para que a
responsabilidade social passasse a ser uma máxima em nossas práticas profissionais.
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS
HUMANOS
O surgimento da Declaração Universal dos Direitos Humanos esteve atrelado à violação dos
direitos humanos em situações de atrocidades acometidas no período da Segunda Guerra
Mundial. No intuito de barrar novos crimes contra a humanidade, a declaração foi aprovada
(PASSOS, 2007).
A declaração deixa claro o compromisso com a liberdade e a dignidade das pessoas, assim
como a igualdade de direitos, a justiça e a paz mundial. Isso parece um pouco óbvio para
você? Seria se a nossa história não fosse marcada por episódios tristes de hierarquização de
pessoas devido à sua cor de pele e às práticas como a esterilização de loucos, mendigos e
pobres.
O fato de existirem leis e documentos orientadores pode evitar que existam ações não
responsáveis socialmente, porém não são capazes de impedi-las (PASSOS, 2007). Cabe a
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cada um de nós compreender a importância desta conduta e promover uma mudança de
comportamento para nos implicarmos.
Nesse sentido, devemos estar sempre vigilantes em situações que tentem violar tais princípios.
O Código de Ética Profissional deixa isso claro quando nos veda ter atitudes que caracterizem
discriminação, negligência, dentre outras formas de violência (CFP, 2005). Também não
podemos ser coniventes com qualquer ato que vá nessa direção.
 EXEMPLOImaginemos que você seja um psicólogo em uma instituição de longa permanência para
idosos, os conhecidos asilos, e se depare com situações de maus-tratos contra idosos. Uma
conduta ética socialmente responsável será buscar os órgãos legalmente responsáveis pela
proteção contra o idoso para retirá-los dessa situação.
PROCESSO DE FORMAÇÃO PARA UMA
ATUAÇÃO COM RESPONSABILIDADE SOCIAL
Para que o profissional da Psicologia possa atuar de forma socialmente responsável, é
fundamental que ele desenvolva atitudes e competências desde o seu processo de formação.
Ou seja, por meio do estágio você terá a oportunidade de compreender na prática a
responsabilidade social. 
Por meio do estágio, você poderá deparar-se com situações eticamente complexas em que
precise demonstrar os princípios fundamentais postos no Código de Ética Profissional.
VEM QUE EU TE EXPLICO!
Um pouco da história da responsabilidade social na Psicologia
Modelo curativista e assistencialista
VERIFICANDO O APRENDIZADO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como vimos, o estágio é uma experiência fundamental para o seu treinamento profissional. É
por meio dele que você será exposto a situações reais e similares ao contexto profissional,
podendo exercitar aquilo que aprendeu ao longo do seu curso.
Nem todas as atividades práticas podem ser consideradas estágio. Por isso, é importante
conhecer a Lei de Estágio e se apropriar dos requisitos fundamentais dessa prática.
Vimos que o Serviço de Psicologia é um espaço para atendimento psicológico voltado à
comunidade, garantido pelas Diretrizes Curriculares Nacionais, e que a sua instituição de
ensino precisa ter para o cumprimento da carga horária do estágio obrigatório.
Você também pode estagiar em outros espaços, como escolas, hospitais, empresas,
comunidades, dentre outros. Os estágios obrigatórios são denominados externos por serem
realizados em parceria com as instituições concedentes. 
Nesse sentido, vimos seus principais direitos e responsabilidades, como: jornada reduzida de
trabalho, férias, duração máxima, jornada reduzida em períodos avaliativos e seguro pessoal
CONCLUSÃO
contra acidentes. Estágios não obrigatórios podem oferecer remuneração. Além disso, está
coberto pela legislação de saúde e segurança do trabalho.
Por fim, vimos a importância de uma atuação profissional socialmente responsável.
Entendemos que, em qualquer prática psicológica, precisamos compreender que o indivíduo é
produto e produtor do contexto social no qual está inserido. Reforça-se a importância de
exercitar a responsabilidade social desde o processo formativo nos campos de estágio.
 PODCAST
Agora, a especialista Camila Bonfim finaliza falando sobre algumas de suas experiências no
serviço de Psicologia, focando em treinamento pessoal e atendimento à comunidade, assim
como o desenvolvimento de competências e atitudes socialmente responsáveis.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
BOCK, A. M. B.; FERREIRA, M. B.; GONÇALVES, M. G. M.; FURTARDO, O. Silvia Lane e o
projeto do “Compromisso Social da Psicologia”. Psicologia & Sociedade. v. 19, n. 2, p.46-
56, 2007. Consultado na internet em: 11 ago. 2021.
BRASIL.Lei nº 11.788, de 25 de setembro de 2008. Dispõe sobre o estágio de estudantes.
Brasília: Presidência da República, 2008. Consultado na internet em: 5 ago. 2021.
BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação
Superior. Resolução nº 5, de 15 de março de 2011. Institui as Diretrizes Curriculares
Nacionais para os cursos de graduação em Psicologia, estabelecendo normas para o projeto
pedagógico complementar para a Formação de Professores de Psicologia. Brasília, DF:
Ministério da Educação, 2011. Consultado na internet em: 1 ago. 2021.
CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. CFP. Carta de Serviços sobre estágios e
Serviços-Escola. Brasília, DF: CFP, 2013. Consultado na internet em: 2 ago. 2021.
CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. CFP. Código de Ética Profissional do psicólogo.
Brasília, DF: CFP, 2005. Consultado na internet em: 13 ago. 2021.
DIMENSTEIN, M. O psicólogo e o compromisso social no contexto da saúde coletiva.
 Psicologia em Estudo. Maringá, v. 6, n. 2, p. 57-63, jul./dez. 2001. Consultado na internet em: 2
ago. 2021.
PASSOS, E. Ética e Psicologia: teoria e prática. São Paulo, SP: Vetor, 2007.
ROMARO, R. A. Ética na psicologia. 4. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2014.
SANTOS, E. C. R. M. Responsabilidade social ou filantropia. Sanare Revista Técnica da
Sanepar, v. 20, n. 20, p. 18-27, jul./dez. 2003. Consultado na internet em: 15 ago. 2021.
YAMAMOTO, O. W. 50 anos de profissão: responsabilidade social ou projeto ético-político?
Psicologia: Ciência e Profissão. Brasília, v. 32, p. 6-17, 2012. Consultado na internet em: 10
ago. 2021.
ZUANAZZI, A. C.; SEI; M. B.; RODRIGUES, C. M. L. R. Serviços-Escola como campo de
pesquisa: práticas, potencialidades e desafios. In: LOBOSQUE, E. M. G.; SILVA, F. G.
Serviços-escola de psicologia: práticas e desafios. Belo Horizonte, MG: Artesã, 2021, p. 98-
111.
EXPLORE+
Para saber mais sobre os assuntos explorados neste conteúdo:
Pesquise o artigo Dores e Delícias em ser Estagiária: o Estágio na Formação em
Psicologia e conheça o que estudantes de Psicologia pensam sobre a experiência de
estagiar. Disponível na plataforma Scielo.
Acesse a Carta de Serviços sobre Estágios e Serviços-Escola e conheça os requisitos
para o funcionamento do Serviço de Psicologia: Disponível no site do CFP. 
Pesquise a Resolução nº 16, de 21 de agosto de 2019 e conheça as orientações sobre
o Responsável Técnico do Serviço de Psicologia. Disponível no Diário Oficial da União.
Assista ao vídeo Lei do Estágio – Especialista Responde e veja os principais direitos e
responsabilidades dos estagiários. Disponível no YouTube. 
O artigo Silvia Lane e o Compromisso Social da Psicologia traz conhecimento a
respeito da responsabilidade social e como ela passou a ser uma máxima em nossas
práticas profissionais. Disponível na plataforma Scielo.
CONTEUDISTA
Camila Barreto Bonfim

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