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“Caso, então, seja exercido por um só o governo injusto, buscando pelo governo os seus interesses e não o bem da multidão a si sujeita, tal governante se chama tirano, nome derivado de força, porque oprime pelo poder, ao invés de governar pela justiça; por isso também, entre os antigos, os potentados se chamavam tiranos. Fazendo-se, entretanto, não por um só, senão por vários, se bem que poucos, chama-se oligarquia, isto é, principado de poucos, dado que esses poucos, por terem riquezas, oprimem sua plebe, diferindo do tirano apenas no número. Se, porém, o regime iníquo se exerce por muitos, nomeia-se democracia, quer dizer, poder do povo, sempre que o povo dos plebeus oprime os ricos pelo poder da multidão, sendo então todo o povo como que um só tirano”. Fonte: AQUINO, Tomás de. De Regno. Tradução de Francisco Benjamin de Souza Neto. Petrópolis - RJ, Editora Vozes, 1997, p. 129. Seguindo as reflexões do autor, avalie as alternativas abaixo e assinale a asserção correta: I – Tomás de Aquino é conhecido por ser um assíduo leitor das obras Aristotélicas e ser um grande comentador de sua obra. II – O autor não compartilha da divisão aristotélica dos tipos de regimes, sendo os critérios de qualidade e de quantidade. II – Para Tomás, a oligarquia é a melhor forma de regime. IV – Para o autor a semelhança entre o monarca e o tirano é apenas quantitativa. a. Apenas as afirmações III e IV estão corretas. b. Apenas a alternativa II é correta. c. A alternativa I está correta. d. As afirmações III, II e IV estão corretas. e. Todas as alternativas acima estão corretas. Sua resposta está incorreta. A resposta correta é: A alternativa I está correta. Bem, na filosofia de Platão a alma já é concebida como imortal. Dentro dessa narrativa haveria então dois mundos, o inteligível e o sensível. O mundo inteligível seria carregado de toda a verdade (ideias como justiça, beleza, bondade, etc...), está que se encontra em formas ou ideias puras que podem ser contempladas pela alma desencarnada. Platão também parte do pressuposto dos mitos órficos, onde estes afirmavam que a alma sofria uma transmigração, ou seja, após passar um tempo no mundo inteligível a alma retornaria a um corpo diferente, e depois da morte voltaria ao mundo das ideias. Frente a tal concepção, verifique as asserções seguintes: 1) Desse modo, o que apreendemos no mundo sensível não é devidamente verdadeiro, pois só conhecemos a mesma em outro plano. O Mundo sensível seria uma cópia do mundo inteligível. Além disso, o corpo seria um túmulo para alma, pois atrapalha o pleno uso do logos e do nous com suas necessidades fisiológicas e com as tentações e prazeres carnais. LOGO 2) De acordo com o Platão, o corpo é um impedimento para a alma pelo fato de nos proporcionar, através dos sentidos, informações enganosas e ambíguas, sendo que só podemos pensar a verdade ignorando-as aos nos concentrarmos apenas na razão. Essas questões são melhores representadas nos diálogos Fédon, O Banquete, Fedro e no livro V d’ A República. a. As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da primeira. b. A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda é uma proposição falsa. c. As duas asserções são proposições falsas. d. As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda não é uma justificativa correta da primeira. e. A primeira asserção é uma proposição falsa, e a segunda é uma proposição verdadeira. Sua resposta está incorreta. A resposta correta é: As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da primeira. A educação como um tipo de ato humano e humanizante só pode ser pensada, na tradição democrática, em espaços de liberdade. Por isso, é eminentemente política. Em Platão, tanto o formativo quanto o ético-político pressupõem a atividade teórica da filosofia, da qual deriva um saber superior, epistêmico, que se sobrepõe à opinião e aos conhecimentos técnicos”. Fonte: ABREU, Waldir Ferreira; OLIVEIRA, Damião Bezerra. Educ. Pesqui., São Paulo, v. 41, n. 1, p. 205, jan./mar. 2015. De acordo com a asserção acima, verifique as alternativas abaixo e assinale a alternativa correta: a. Para Platão, a educação é um dos principais critérios para avaliar qual o papel que cada cidadão poderá desempenhar dentro da república platônica. b. Para Platão, a educação tem um papel secundário na formação do cidadão. c. Para o autor, a democracia é a melhor forma de governo para o modelo das cidades-Estado clássicas. d. Segundo o autor, a educação não pode ser provida pelo Estado ou pólis. e. Existem apenas duas qualidades para o cidadão da república hipotética platônica, a temperança e a coragem. Sua resposta está incorreta. A resposta correta é: Para Platão, a educação é um dos principais critérios para avaliar qual o papel que cada cidadão poderá desempenhar dentro da república platônica. “Pode-se por fim ver no princípio da deliberação popular o vínculo necessário entre a cidade e a ordem do mundo. A política se opõe não somente à generalidade das leis, mas também à ciência do especialista e é por isso que ela é um caso de ‘deliberação’: este último exige não um saber, mas experiência e prudência. O objeto sobre o qual se delibera em política não é de fato cognoscível mas somente ‘opinável’, já que não existe necessariamente, mas pode ser diferente (caso contrário, não se discutiria a respeito dele) – e depende justamente da decisão dos homens que seja de um ou de outro modo. A Assembleia do povo, mosaico de opiniões contraditórias do qual se deve emanar uma só decisão, é o espaço mais bem adaptado à deliberação, que se supõe a palavra pública e a contradição, e visa um futuro também não passa de um conjunto de possíveis inconsistentes dos um só poderá se atualizar. É por outra parte o lugar em que se somam as experiências individuais, e nenhuma experiência é transmissível ou repetível. A experiência é de fato uma virtude cumulativa; é a qualidade própria do idoso por oposição ao moço; é pelas mesmas razões, antes a virtude de uma coletividade que de um indivíduo. No singular talvez se tenha mais competência, no plural se tem mais experiência (s)” Fonte: WOLF, Francis. Aristóteles e A Política. Tradução de Thereza Christina Ferreira Stummer e Lygia Araujo Watanabe. Discurso Editorial, 1999, São Paulo – SP, p. 140 – 141, 1999. Seguindo a reflexão de Wolf, verifique as alternativas abaixo e depois assinale a alternativa correta: (V) A inversão da configuração palaciana para a divisão das cidades-estados foi essencial para o nascimento da filosofia. (V) O termo logos era utilizado pelos gregos na antiguidade para designar termos modernos como razão, discurso, reflexão, etc. (F) A tradição escrita não foi importante para a estruturação da filosofia na Grécia Antiga. (V) O espaço público do debate foi o local de encontro para a discussões políticas nas pólis gregas. a. V, V, V, F. b. F, F, F, V. c. V, V, F, V. d. F, V, F, F. e. F, V, F, V. Sua resposta está incorreta. A resposta correta é: V, V, F, V. “Mas nós afirmamos quem nem todo o conhecimento é demonstrativo, no caso dos princípios imediatos não há demonstração – e é forçoso que isso seja evidente; pois se é necessário compreender as coisas que são primeiras, às quais a demonstração depende, e que ela venha a cessar em algum momento, é necessário para esses imediatos serem não demonstráveis. Desse modo nós argumentamos assim; e nós também afirmamos que não há apenas entendimento, mas similarmente alguns princípios de compreensão se tornam familiares com as definições”. Fonte: ARISTOTLE. The Complete Works Vol. I. Edited by Jonathan Barnes. Rinceton University Press, 1984, 72b 19 – 24. Frentea tal concepção, verifique as asserções abaixo e depois assinale a alternativa correta: 1) Para Aristóteles, a indução ou experiência são essenciais para a construção do conhecimento científico. POIS 2) No argumento aristotélico a formulação universal ocorre após a apreensão dos objetos pela experiência. a. Nenhuma das alternativas está correta. b. As duas afirmações estão corretas, sendo que a segunda corrobora a primeira. c. Apenas a segunda asserção está correta. d. Somente a primeira alternativa está correta. e. As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda não é uma justificativa correta da primeira. Sua resposta está incorreta. A resposta correta é: As duas afirmações estão corretas, sendo que a segunda corrobora a primeira. Com tal conceitualização dos universais como existentes na mente e subsistentes nos corpos, Boécio influenciou todo o debate medieval. Muitos autores tomaram a vertente realista, de que a substância do ser detêm em si os elementos do universal. Porém um pensador medieval do século XI se destacou por dar um parecer diferente. Pedro Abelardo foi essencial no debate da querela dos universais, ao defender a concepção conceitualista em seus tratados de lógica. Aberlado negava a posição realista ao afirmar que as coisas existem apenas como particulares e a universalização delas se dá apenas na mente, como uma construção lógica e linguística. Sendo assim, o universal é nada mais que um predicável, que se funda na mente para designar a natureza das coisas e de seu ser. Logo, o universal existe apenas como conceito dado, que pode ser correspondido a natureza. Diante de tal caracterização do pensamento de Abelardo, verifique as asserções abaixo e depois assinale a alternativa correta: 1) O argumento de Abelardo contra a tese realista dos universais segue uma via principal, a de que afirmar que se subsiste em cada ente características que podem ser consideradas como universais e, consequentemente, podem ser agrupados vários objetos em um mesmo gênero, surge uma contradição ontológica – ou seja, é afirmado que uma coisa é singular pelo fato de concordar consigo mesma (ela é o que ela é), mas ao mesmo tempo ela é tida como igual a outras coisas que estão no mesmo gênero de ser que ela, logo, ela seria ontologicamente idêntica e diferente de si mesma (a coisa é e não é ao mesmo tempo). DESSE MODO 2) Sendo assim, frente a tal problemática do realismo, Abelardo transporta o problema dos universais do âmbito ontológico para o lógico-discursivo. O autor argumenta que os universais são intelecções dadas por abstração dos objetos, e partir disso são gerados os nomes que fazem referência (geral ou específica) para corresponder os objetos pensados. Sendo assim, os universais não estão nas coisas, mas são formulados na mente a partir dos dados que os sentidos fornecem sobre um grande número de objetos. a. Somente a segunda afirmação está correta. b. As duas afirmações estão corretas, sendo que a segunda corrobora a primeira. c. As duas afirmações estão corretas, mas as duas afirmações são independentes. d. Ambas asserções são falsas. e. Apenas a primeira declaração está correta. Sua resposta está correta. A resposta correta é: As duas afirmações estão corretas, sendo que a segunda corrobora a primeira. Reconhecerás também, espero, que na lei temporal dos homens nada existe de justo e legítimo que não tenha sido tirado da lei eterna. Assim, no mencionado exemplo do povo que, às vezes, tem justamente o direito de eleger seus magistrados e, às vezes, não menos justamente, não goza mais desse direito, a justiça dessas diversidades temporais procede da lei eterna, conforme a qual é sempre justo que um povo sensato eleja seus governantes e que um povo irresponsável não o possa”. Fonte: AGOSTINHO. O Livre-Arbítrio (De Libero Arbitrio). Tradução de Nair Assis de Oliveira. São Paulo - SP, Editora Paulus, 1995, p. 25. De acordo com o posicionamento do autor, avalie as alternativas abaixo e assinale a asserção correta: (F) A lei temporal deve ser preservada, independentemente da lei eterna. (V) Os preceitos que constituem a lei eterna são o único modo de se garantir a beatitude pelo exercício livre da vontade. (F) A lei temporal deve ditar a lei divina. (V) A questão da liberdade não é pertinente ao debate da lei eterna e da lei temporal. a. F, V, F, V. b. F, F, V, V. c. F, V, V, F. d. F, F, V, F. e. V, F, F, F. Sua resposta está incorreta. A resposta correta é: F, V, F, V. Ao abordarmos o tema da querela dos universais, podemos falar que ela surgiu de uma interpretação dos pressupostos aristotélicos e platônicos. É de consenso entre os estudiosos que Porfírio realizou um sincretismo entre os dois autores em sua Isagoge, ou seja, ele misturou elementos dos dois pensadores gregos para formular sua obra. Em decorrência disso, a leitura de sua obra pelos pensadores medievais criou toda a especulação sobre a origem dos universais. Outro fator importante para o estabelecimento desse problema foi o fato das obras platônicas e aristotélicas terem desaparecido do território europeu durante boa parte da Idade Média, sendo “recuperadas” por volta dos séculos XI a XIII, depois massivamente no renascimento. Diante de tal consideração sobre a influência de Porfírio na questão dos universais, verifique as afirmações abaixo e depois assinale a alternativa correta: 1) As posições aceca da querela dos universais deram-se em três blocos: o realismo (os universais são coisas), o conceitualismo (os universais são conceitos, existem mentalmente e existem em referência ao objeto) e o nominalismo (os universais são nomes ou designações). LOGO 2) Tais posições são sempre dadas em seu estado puro, ou seja, não existindo misturas ou nuances nos escritos dos autores que trabalharam com essa temática. a. As duas asserções estão erradas. b. A primeira afirmação está certa e a segunda está errada. c. Apenas a segunda declaração é verdadeira. d. As duas afirmações estão corretas. e. As duas declarações estão certas, mas são afirmações independentes. Sua resposta está correta. A resposta correta é: A primeira afirmação está certa e a segunda está errada. “[...] como vimos ao longo de todo este capítulo, se a ciência parte do conhecimento da qualidade dos sujeitos genéricos cujas propriedades deduz, todo o discurso demonstrativo a que entender-se, também, como um desvelamento da mesma natureza dos atributos demonstrados pela explicitação das relações causais que os engendram e, por conseguinte, como um processo indireto – mas nem por isso menos necessário – da manifestação de suas qualidades ou essências. Sob esse prisma, a ciência é sempre conhecimento de essências, eis a última lição do filósofo”. Fonte: PORCHAT, Oswaldo. Ciência e Dialética em Aristóteles. São Paulo, Fundação Editora Unesp, 2000, p. 330. Como Porchat aponta, o conhecimento para Aristóteles o conhecimento só se valida pela demonstração daquilo que se investiga, cuja finalidade é verificar a veracidade e o grau de validade que um tal gênero de conhecimento pode alcançar. Nessa concepção, faz-se necessário para Aristóteles postular regras para que a ciência possa proceder de maneira causal, o que é bem trabalhado nos Primeiros e Segundo Analíticos. Diante de tais concepções, avalie as alternativas abaixo e depois assinale a alternativa correta: I – Para o desenvolvimento das demonstrações nas ciências, o modelo silogístico adequando é o dialético. II – Aristóteles concebeu uma nova visão de realidade, de caráter mais imanentista e naturalista que a de Platão. III – Para o pensador grego, o conhecimento é alcançado pela reminiscência, tal como seu mestre (Platão) concebia. IV – Toda ciência,ou gênero científico, tende a investigar a essência de seu respectivo sujeito de estudo, ou seja, propõe-se a trabalhar com o conhecimento do universal. a. Apenas as afirmações II e IV estão corretas. b. As alternativas I e IV estão corretas. c. Todas as alternativas acima estão corretas. d. As afirmações III, II e IV estão corretas. e. Apenas a alternativa II é correta. Sua resposta está incorreta. A resposta correta é: Apenas as afirmações II e IV estão corretas. “O que todas têm em comum é o predicarem-se de muitas coisas. Mas (1) o gênero se predica das espécies e dos indivíduos, da mesma maneira para (2) a diferença; (3) a espécie: dos indivíduos por ela contidos; (4) o próprio: da espécie de que é o próprio, e dos indivíduos subordinados a essa espécie; (5) o acidente: das espécies e dos indivíduos. Com efeito, (1) animal é predicado dos cavalos e dos bois, que são espécies e deste cavalo e deste boi, que são indivíduos; (2) desprovido de razão é predicado dos cavalos e dos bois, e também dos [animais] particulares; (3) Mas uma espécie, como homem, é predicado só dos particulares; (4) o próprio (por exemplo: a capacidade de rir) é predicado tanto do homem quanto dos homens particulares; (5) negro, um acidente inseparável, é predicado da espécie dos corvos e dos [corvos] particulares; mover-se, um acidente separável, é predicado do homem e do cavalo, mas [este tipo de acidente] é predicado primordialmente dos indivíduos e só secundariamente do que contém os indivíduos”. Fonte: PORFÍRIO. Isagoge. Introdução, tradução e notas de Bento Silva Santos. Editora Attar, Cammpinas – SP, 2002, p. 52. Como sabemos, Porfírio em sua Isagoge deixou a questão dos universais aberta, ao realizar um comentário sobre Aristóteles com alguns elementos platônicos. Tal abertura ocasionou em Boécio, bem nos demais pensadores do final da antiguidade e do medievo, um questionamento de como os universais – o conhecimento sobre um conjunto de seres particulares – pode ser adquirido e certificado. Referente ao problema dos universais, verifique as afirmações abaixo e assinale a alternativa correta: I – A tradição filosófica caracteriza Aristóteles e Platão como realistas, sendo que o primeiro deposita os universais nos objetos sensíveis e o segundo em objetos supra sensíveis. II – Boécio é comumente caracterizado como adepto da posição nominalista. III – Guilherme de Ockham foi tido como um realista, pois defendia a ideia de que as substâncias são universais. IV – Pedro Abelardo é geralmente caracterizado como um pensador conceitualista, principalmente por sua posição ponderada entre o realismo e o nominalismo. a. As afirmações I e IV são as corretas. b. Apenas a afirmação IV está correta. c. Todas as afirmações estão corretas. d. Somente a afirmação II é a correta. e. As afirmações I e III estão corretas. Sua resposta está incorreta. A resposta correta é: As afirmações I e IV são as corretas.
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