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FILOSOFIA GERAL UNIFATECIE 2023

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“E assim estas coisas existem nos singulares, mas são pensadas como universais.  A espécie deve ser considerada como o pensamento apreendido da semelhança substancial dos indivíduos que são dessemelhantes numericamente. O gênero, por outro lado, é o pensamento apreendido da semelhança das espécies. Esta semelhança torna-se sensível quando existe nos singulares, e torna-se inteligível quando está nos universais. Do mesmo modo, quando é sensível ele permanece nos singulares, mas quando entendido ele torna-se universal. Subsistem consequentemente no reino dos sensíveis, mas são entendidos separados dos corpos”.
Fonte: BOÉCIO. From his Second Commentary on Porphyry’s Isagoge. [= Boécio 1906, Ed. 2ª, I, Cap. 10 e 11]. In: Spade, P. V.. Five texts on the mediaeval problem of Universals: Porphyry, Boethius, Abelard, Duns Scotus, Ockham. Translated, with introduction and notes, by Paul Vincent Spade. Indianapolis: Hackett, 1994, p. 25.
Como se sabe, Boécio foi um pensador localizado temporalmente no período da antiguidade tardia, tecendo dois comentários sobre a Isagoge, texto de Porfírio. Diante de tal afirmação de Boécio sobre a questão dos Universais, assinale a alternativa correta:
a.
A posição realista na querela dos universais defende que eles subsistem apenas na mente.
b.
A querela dos universais é um problema tipicamente da modernidade, acentuado após o renascimento.
c.
A querela dos universais foi uma questão que permeou a antiguidade e o medievo, consistindo no questionamento sobre a origem e possibilidade de se universalizar o conhecimento, isto é, de possibilitar a racionalização de características de vários objetos particulares.
d.
Podemos dividir a querela dos universais em três correntes de pensamento: realismo, conceitualismo, pragmatismo.
e.
Podemos afirmar que apenas Boécio foi tradicionalmente caracterizado como um realista no escopo da questão dos universais.
A querela dos universais foi uma questão que permeou a antiguidade e o medievo, consistindo no questionamento sobre a origem e possibilidade de se universalizar o conhecimento, isto é, de possibilitar a racionalização de características de vários objetos particulares.
Questão 2
Texto da questão
Bem, na filosofia de Platão a alma já é concebida como imortal. Dentro dessa narrativa haveria então dois mundos, o inteligível e o sensível. O mundo inteligível seria carregado de toda a verdade (ideias como justiça, beleza, bondade, etc...), está que se encontra em formas ou ideias puras que podem ser contempladas pela alma desencarnada. Platão também parte do pressuposto dos mitos órficos, onde estes afirmavam que a alma sofria uma transmigração, ou seja, após passar um tempo no mundo inteligível a alma retornaria a um corpo diferente, e depois da morte voltaria ao mundo das ideias.
Frente a tal concepção, verifique as asserções seguintes:
1) Desse modo, o que apreendemos no mundo sensível não é devidamente verdadeiro, pois só conhecemos a mesma em outro plano. O Mundo sensível seria uma cópia do mundo inteligível. Além disso, o corpo seria um túmulo para alma, pois atrapalha o pleno uso do logos e do nous com suas necessidades fisiológicas e com as tentações e prazeres carnais.
LOGO
2) De acordo com o Platão, o corpo é um impedimento para a alma pelo fato de nos proporcionar, através dos sentidos, informações enganosas e ambíguas, sendo que só podemos pensar a verdade ignorando-as aos nos concentrarmos apenas na razão. Essas questões são melhores representadas nos diálogos Fédon, O Banquete, Fedro e no livro V d’ A República.
a.
A primeira asserção é uma proposição falsa, e a segunda é uma proposição verdadeira.
b.
A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda é uma proposição falsa.
c.
As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda não é uma justificativa correta da primeira.
d. As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da primeira.
e.
As duas asserções são proposições falsas.
Questão 3
Texto da questão
“Na medida em que algo indiferenciado se estabiliza, primeiramente surge na alma um universal (pois se percebe o particular, mas a sensação é do universal – por exemplo, de homem, mas não de Cálias homem); novamente entre ele se estabiliza, até que se estabilizem os itens desprovidos de partes, isto é, os universais – por exemplo, animal de tal e tal tipo se estabiliza, até que animal se estabilize, e, concernente a este, do mesmo modo. Assim sendo, é evidente que nos é necessário vir a conhecer os primeiros por indução. Pois é também assim que a sensação incute o universal”
Fonte: ARISTOTLE. The Complete Works Vol. I. Edited by Jonathan Barnes. Rinceton University Press, 1984, 100a 15 - 100b, 5. 
De acordo com a precedente afirmação de Aristóteles, verifique as alternativas abaixo e assinale a alternativa correta:
I – De acordo com o autor, o conhecimento ocorre apenas pela contemplação do mundo inteligível.
II – Para Aristóteles, a indução ou experiência são essenciais para a construção do conhecimento científico.
II – No argumento aristotélico a formulação universal do conceito ocorre antes da apreensão dos objetos pela experiência.
IV – O modelo lógico que Aristóteles utiliza é o dialético.
a.
Somente a alternativa I está correta.
b.
As alternativas I e III estão corretas.
c.
As asserções IV e II estão corretas.
d. Apenas a sentença II está correta.
e.
As asserções II e III estão corretas.
Questão 4
Texto da questão
“[...] o instrumento do conhecimento científico é uma espécie de silogismo que chamaremos demonstração, silogismo este cuja cientificidade se manifesta no mesmo fato de identificar-se a sua posse [...] com o conhecimento científico. Não é a ciência o silogismo demonstrativo, mas ele é o meio instrumental de sua efetivação, é o discurso de que sempre se acompanha”.
Fonte: PORCHAT, Oswaldo. Ciência e Dialética em Aristóteles. São Paulo, Fundação Editora Unesp, 2000, p. 68. 
Frente a tal concepção, verifique as asserções abaixo e depois assinale a alternativa correta: 
1) De acordo com Aristóteles, o modelo silogístico que deve ser utilizado nas investigações científicas, que tendem a justificar o universal é o modelo silogístico dialético.
POIS
2) O silogismo demonstrativo não possui força o suficiente para poder efetivar um silogismo que se baste por si mesmo, ou seja, que não precise incluir um outro silogismo para torná-lo válido.
a.
As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da primeira.
b.
As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda não é uma justificativa correta da primeira.
c.
A primeira asserção é uma proposição falsa, e a segunda é uma proposição verdadeira.
d. As duas asserções são proposições falsas.
e.
A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda é uma proposição falsa.
Questão 5
Texto da questão
“Assim como sucede em certas coisas ordenadas a um fim, andar direito ou não, também no governo da multidão se dá o reto e o não-reto. Uma coisa dirige-se retamente, quando vai para o fim conveniente; não-retamente, porém, quando vai para o fim não conveniente. Um, porém, é o fim conveniente à multidão dos livres, e outro à dos escravos; visto como o livre é a sua própria causa, ao passo que o escravo, no que é, pertence a outrem. Se, pois, a multidão dos livres é ordenada pelo governante ao bem comum da multidão, o regime será reto e justo, como aos livres convém. Se, contudo, o governo se ordenar não ao bem comum da multidão, mas ao bem privado do governante, será injusto e perverso o governo. Daí ameaçar o Senhor tais governadores, por Ezequiel (34,2): ‘Ai dos pastores que a si mesmos se apascentavam (como procurando os seus próprios interesses) – porventura não são os rebanhos apascentados pelos pastores’. Em verdade, devem os pastores buscar o bem do rebanho e os governantes o bem da multidão a eles sujeita”.
Fonte: AQUINO, Tomás de. De Regno. Tradução de Francisco Benjamin de Souza Neto. Petrópolis - RJ, Editora Vozes,1997, p. 128 – 129.
De acordo com o argumento verificado acima, verifique as proposições abaixo e depois assinale a correta:
a.
Segundo o pensador, o ser humano não se distingue do restante dos animais.
b. Para Aquino, a finalidade da vida em comunidade, regida por uma disposição política, é o bem geral de todos.
c.
De acordo com o argumento acima, a lei temporal deve se sobrepor à lei eterna.
d.
Para Tomás de Aquino a monarquia é a pior disposição política.
e.
A bem aventurança ou beatitude é contrária à noção de bem comum defendida pelo autor.
Questão 6
Texto da questão
“Ockham só reconhece como válido e obrigatório um gênero de demonstração. Provar uma proposição consiste em mostrar seja que ela é imediatamente evidente, seja que ela se deduz necessariamente de uma proposição imediatamente evidente. Muitos outros antes dele já haviam admitido esse rigoroso critério de prova, mas Ockham vai fazê-lo provocar consequências totalmente novas pela aplicação implacável que dele fará. Acrescentemos a essa severa concepção da demonstração um gosto vivíssimo pelo fato concreto e pelo particular, que devia exprimir-se num dos empirismos mais radicais que se conhece, e teremos os dois dados iniciais que melhor nos ajudarão a compreender sua filosofia interna. O estudo de Guilherme de Ockham permite constatar um fato histórico de importância capital e que se costuma desconhecer: o de que a crítica interna feita contra ela mesma pelo que se chama com um termo bastante vago, de filosofia escolástica, provocou sua ruína bem antes da filosofia moderna ter logrado constituir-se”. 
Fonte: GILSON, Etienne. A Filosofia na Idade Média. São Paulo: Martins Fontes, 1995, p. 796 – 797. 
De acordo com o que foi estudado sobre a filosofia de Ocham, verifique as proposições abaixo e depois assinale a alternativa correta. 
1) Ockham é conhecido por realizar uma inversão no debate da querela dos universais, pois ele abordou o problema da existência deles a partir de um posicionamento lógico e linguístico, ao invés de se guiar pela perceptiva metafísica, como outros autores já trabalharam.
LOGO
2) Seu posicionamento acerca da querela dos universais foi denominado de realismo.
a. Apenas a primeira declaração está correta.
b.
Ambas asserções são falsas.
c.
As duas afirmações estão corretas, sendo que a segunda complementa a primeira.
d.
As duas afirmações estão corretas, mas as duas afirmações são independentes.
e.
Somente a segunda afirmação está correta.
Questão 7
Texto da questão
“Deve ser a intenção de qualquer governante o procurar a salvação daquele cujo governo recebeu. Pois, compete ao piloto conduzir ilesa ao porto de salvamento a nave, guardando-a contra perigos do mar. Ora, o bem e salvamento da multidão consorciada é conservar-lhe a unidade, dita paz, perdida a qual, perece a utilidade da vida social, uma vez que é onerosa a si mesma a multidão dissensiosa. Por conseguinte, o máximo intento do governante deve ser o cuidar da unidade da paz. Nem é reto deliberar ele a não ser que produza a paz na multidão a ele sujeita, como não o é para o médico, a não ser que cure o enfermo a ele confiado. Realmente, ninguém delibera do fim que deve perseguir, mas sim do que se ordena ao fim. Daí dizer o Apóstolo (Ef 4,3), depois de recomendar a unidade do povo fiel: ‘Sede solícitos em conservar a unidade do espírito no vínculo da paz’. Assim, tanto mais útil será um regime, quanto mais eficaz for para conservar a unidade da paz. Dizemos, de fato, mais útil aquilo que melhor conduz ao fim. Ora, manifesto é poder melhor realizar unidade o que é de per si um só, que muitos, tal como a mais eficiente causa de calor é aquilo que de si mesmo é quente. Logo, é o governo de um só mais útil que o de muitos”.
Fonte: AQUINO, Tomás de. De Regno. Tradução de Francisco Benjamin de Souza Neto. Petrópolis - RJ, Editora Vozes, 1997, p. 130 - 131. 
Seguindo as reflexões do autor, avalie as alternativas abaixo e assinale a asserção correta: 
(V) Para Tomás, a monarquia é a melhor forma de regime.  
(V) Para o pensador a semelhança entre o monarca e o tirano é meramente quantitativa.
(F) Tomás de Aquino é conhecido por ser e ser um grande comentador das obras platônicas.
(V) Tomás de Aquino se inspirou na divisão aristotélica das formas de regimes, seguindo os critérios de qualidade e de quantidade. 
V, V, F, V.
Questão 8
Texto da questão
“Mas nós afirmamos quem nem todo o conhecimento é demonstrativo, no caso dos princípios imediatos não há demonstração – e é forçoso que isso seja evidente; pois se é necessário compreender as coisas que são primeiras, às quais a demonstração depende, e que ela venha a cessar em algum momento, é necessário para esses imediatos serem não demonstráveis. Desse modo nós argumentamos assim; e nós também afirmamos que não há apenas entendimento, mas similarmente alguns princípios de compreensão se tornam familiares com as definições”.
Fonte: ARISTOTLE. The Complete Works Vol. I. Edited by Jonathan Barnes. Rinceton University Press, 1984, 72b 19 – 24.
Frente a tal concepção, verifique as asserções abaixo e depois assinale a alternativa correta: 
1) Para Aristóteles, a indução ou experiência são essenciais para a construção do conhecimento científico.
POIS
2) No argumento aristotélico a formulação universal ocorre após a apreensão dos objetos pela experiência.
a. As duas afirmações estão corretas, sendo que a segunda corrobora a primeira.
b.
Nenhuma das alternativas está correta.
c.
As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda não é uma justificativa correta da primeira.
d.
Somente a primeira alternativa está correta.
e.
Apenas a segunda asserção está correta.
Questão 9
Texto da questão
“Ah! Suscitas precisamente uma questão que me atormentou por demais, desde quando era ainda muito jovem. Após ter-me cansado inútilmente de resolvê-la, levou a precipitar-me na heresia (dos maniqueus), com tal violência que fiquei prostrado. Tão ferido, sob o peso de tamanhas e tão inconsistentes fábulas, que se não fosse meu ardente desejo de encontrar a verdade, e se não tivesse conseguido o auxílio divino, não teria podido emergir de lá nem aspirar à primeira das liberdades — a de poder buscar a verdade. Visto que a ordem seguida, então, atuou em mim com tanta eficácia para resolver satisfatoriamente essa questão, seguirei igualmente contigo aquela mesma ordem pela qual fui libertado. Seja-nos, pois, Deus propício e faça-nos chegar a entender aquilo em que acreditamos. Estamos, assim, bem certos de estar seguindo o caminho traçado pelo profeta que diz: "Se não acreditardes não entendereis". Ora, nós cremos em um só Deus, de quem procede tudo aquilo que existe. Não obstante, Deus não é o autor do pecado. Todavia, perturba-nos o espírito uma consideração: se o pecado procede dos seres criados por Deus, como não atribuir a Deus os pecados, sendo tão imediata a relação entre ambos?” 
Fonte: AGOSTINHO. O Livre-Arbítrio (De Libero Arbitrio). Tradução de Nair Assis de Oliveira. São Paulo - SP, Editora Paulus, 1995, p. 25.
De acordo com o posicionamento do autor, avalie as alternativas abaixo e assinale a asserção correta: 
I – É possível que se possa conceber a existência do mal a partir de um ser perfeito como Deus, pelos menos no argumento agostiniano.
II – A fundamentação da noção de liberdade e de livre-arbítrio é mobilizada pelo autor para poder contornar o problema da existência do mal, decorrente do maniqueísmo.
III – De acordo com Agostinho é inconcebível que Deus, criador de todo universo, possibilitasse, mesmo virtualmente, o mal.
IV – O problema do mal para o autor é em realidade uma questão secundária que surge a partir da noção de liberdade.
Apenas as afirmações II e III estão corretas.
Questão 10
Texto da questão
Aristóteles utiliza-se do nous e do logos como meios para pensar o objeto científico. Essa posição do autor se apresenta a partir da seguinte concepção: todos os animais apresentam uma capacidade discriminatória denominada percepção. Havendo tal percepção, algunsanimais detêm a capacidade de reter os objetos que apresentados aos mesmos. Dessa capacidade de retenção surge a memória e, do exercício da mesma, acontece a experiência (empeiría). Dessa experiência dos objetos particulares, apresentados pela percepção, surge a noção de universalidade que se fixa na alma.
Frente a tal concepção, verifique as asserções abaixo e depois assinale a alternativa correta:
1) Logo, poderíamos apontar, nessa linha de raciocínio, que há uma habilidade de compreensão ou de entendimento inerente ao ser humano, habilidade que visa apreender as coisas e seus comportamentos. 
PORTANTO
2) Não há um desenvolvimento do conhecimento que se dá a partir da percepção.
a. A primeira afirmação está correta, mas a segunda é falsa.
b.
Ambas asserções estão corretas.
c.
Apenas a segunda afirmação está correta.
d.
As duas declarações estão corretas, sendo que a primeira corrobora a segunda.
e.
A primeira e a segunda afirmação estão corretas, sendo que a segunda corrobora a primeira.
Parte inferior do formulário
“Muito bem! Nós já começamos a compreender, penso eu, qual seja o valor de lei eterna. E reconhecemos também até onde pode ir a lei temporal, em sua repressão com castigos. Distinguimos também, com clareza suficiente, as duas espécies de realidades, umas eternas e outras temporais. E as duas classes de homens, uns seguindo e amando as coisas eternas e outros, as coisas temporais. Estabelecemos ainda que é próprio da vontade escolher o que cada um pode optar e abraçar. E nada, a não ser a vontade, poderá destronar a alma das alturas de onde domina, e afastá-la do caminho reto. Do mesmo modo, é evidente ser preciso não censurar o objeto do qual se usa mal, mas sim a pessoa que dele mal se serviu. Voltemos, agora, se concordares, àquela questão proposta no começo deste diálogo, e vejamos se ela já está resolvida. Tínhamo-nos proposto de procurar a definição do que seja cometer o mal (malefacere) (cf. 1,3,6). Foi nesse intento que dissemos tudo o que precede até aqui. Em consequência, agora é o momento de examinarmos com cuidado se cometer o mal é outra coisa do que menosprezar e considerarmos os bens eternos — bens dos quais a alma goza por si mesma e atinge também por si mesma, e aos quais não pode perder, caso os ame de verdade, e ir em busca dos bens temporais, como se fossem grandes e admiráveis. Bens esses, experimentados com o corpo, a parte menos nobre do homem, e que nada têm de seguro. Para mim, todas as más ações, isto é, nossos pecados podem estar incluídos nessa única categoria. Espero que me dês a conhecer o teu parecer a esse respeito”. 
Fonte: AGOSTINHO. O Livre-Arbítrio (De Libero Arbitrio). Tradução de Nair Assis de Oliveira. São Paulo - SP, Editora Paulus, 1995, p. 67 – 68.
 
De acordo com o posicionamento do autor, avalie as alternativas abaixo e assinale a asserção correta: 
1) A lei temporal deve ser preservada, independentemente da lei eterna, pois como vimos na citação acima, a lei temporal deve ditar a lei divina.
LOGO
2) Os preceitos que constituem a lei eterna são o único modo de se garantir a beatitude pelo exercício livre da vontade.
Somente a segunda afirmação está correta.
Questão 2
Texto da questão
Com tal conceitualização dos universais como existentes na mente e subsistentes nos corpos, Boécio influenciou todo o debate medieval. Muitos autores tomaram a vertente realista, de que a substância do ser detêm em si os elementos do universal. Porém um pensador medieval do século XI se destacou por dar um parecer diferente. Pedro Abelardo foi essencial no debate da querela dos universais, ao defender a concepção conceitualista em seus tratados de lógica.  Aberlado negava a posição realista ao afirmar que as coisas existem apenas como particulares e a universalização delas se dá apenas na mente, como uma construção lógica e linguística. Sendo assim, o universal é nada mais que um predicável, que se funda na mente para designar a natureza das coisas e de seu ser. Logo, o universal existe apenas como conceito dado, que pode ser correspondido a natureza.
Diante de tal caracterização do pensamento de Abelardo, verifique as asserções abaixo e depois assinale a alternativa correta: 
1) O argumento de Abelardo contra a tese realista dos universais segue uma via principal, a de que afirmar que se subsiste em cada ente características que podem ser consideradas como universais e, consequentemente, podem ser agrupados vários objetos em um mesmo gênero, surge uma contradição ontológica – ou seja, é afirmado que uma coisa é singular pelo fato de concordar consigo mesma (ela é o que ela é), mas ao mesmo tempo ela é tida como igual a outras coisas que estão no mesmo gênero de ser que ela, logo, ela seria ontologicamente idêntica e diferente de si mesma (a coisa é e não é ao mesmo tempo). 
DESSE MODO
2) Sendo assim, frente a tal problemática do realismo, Abelardo transporta o problema dos universais do âmbito ontológico para o lógico-discursivo. O autor argumenta que os universais são intelecções dadas por abstração dos objetos, e partir disso são gerados os nomes que fazem referência (geral ou específica) para corresponder os objetos pensados. Sendo assim, os universais não estão nas coisas, mas são formulados na mente a partir dos dados que os sentidos fornecem sobre um grande número de objetos.
As duas afirmações estão corretas, sendo que a segunda corrobora a primeira.
Questão 3
Texto da questão
“Efetivamente, se é a bem-aventurança prêmio da virtude, é lógico o dever-se à virtude maior, maior grau de beatitude. Ora, é virtude superior aquela pela qual pode um homem dirigir não só a si mesmo, senão também aos outros; e tanto mais quanto mais pessoas pode dirigir, pois, também no que se refere à virtude corporal, alguém é reputado tanto mais virtuoso quanto maior número pode vencer ou mais pesos levantar. Assim, pois, requer-se maior virtude para governar a família doméstica do que para governar-se a si mesmo, e muito maior para o governo da cidade e do reino. Pelo que compete à virtude excelente o exercer bem o ofício régio; daí ser-lhe devido prêmio excelente na bem-aventurança”.
Fonte: AQUINO, Tomás de. De Regno. Tradução de Francisco Benjamin de Souza Neto. Petrópolis - RJ, Editora Vozes, 1997, p. 149. 
 
Seguindo as reflexões do autor, avalie as alternativas abaixo e assinale a asserção correta:
1) Para o pensador a semelhança entre o monarca e o tirano é meramente quantitativa, ou seja, o único ponto de contato entre essas duas disposições de regime é o fato de cada um possuir apenas uma pessoa regendo o Estado.
PORTANTO
2) Entre a tirania e a monarquia a diferença essencial é qualitativa, onde o tirano exerce o poder visando seu interesse privado e o monarca age visando o bem geral da população.
As duas afirmações estão corretas, sendo que a segunda complementa a primeira.
Questão 4
Texto da questão
A educação como um tipo de ato humano e humanizante só pode ser pensada, na tradição democrática, em espaços de liberdade. Por isso, é eminentemente política. Em Platão, tanto o formativo quanto o ético-político pressupõem a atividade teórica da filosofia, da qual deriva um saber superior, epistêmico, que se sobrepõe à opinião e aos conhecimentos técnicos”. 
Fonte: ABREU, Waldir Ferreira; OLIVEIRA, Damião Bezerra. Educ. Pesqui., São Paulo, v. 41, n. 1, p. 205, jan./mar. 2015.
 De acordo com a asserção acima, verifique as alternativas abaixo e assinale a alternativa correta:
a.
Para o autor, a democracia é a melhor forma de governo para o modelo das cidades-Estado clássicas.
b.
Segundo o autor, a educação não pode ser provida pelo Estado ou pólis.
c.
Existem apenas duas qualidades para o cidadão da república hipotética platônica, a temperança e a coragem.
d.
Para Platão, a educação tem um papel secundário na formação do cidadão.
e. Para Platão, a educação é um dos principais critérios para avaliar qual o papel que cada cidadão poderá desempenhar dentro da república platônica.
Questão 5
Texto da questão
“[...] os que se interessam pela boa legislaçãoindagam acerca das virtudes e dos vícios políticos. A conclusão clara é de que a cidade, e não apenas a de nome, deve preocupar-se com a virtude. Se assim não fosse, a comunidade política decairia numa aliança que apenas se distingue pela contiguidade local de outras alianças, em que os membros vivem a uma certa distância uns dos outros. E a lei também tornar-se-ia um simples convênio – ou na frase do sofista Licofronte ‘uma garantia de direito dos homens’ – mas incapaz de tornar bons e justos os cidadãos”. 
Fonte: ARISTÓTELES. A Política. Lisboa, Imprensa Nacional – Casa da Moeda, 1998. Coleção Vega, Universidade de Ciências Sociais e Política. Edição bilíngue, tradução de Antônio Campelo Amaral e Carlos de Carvalho Gomes, 1280 b 5 – 12.
Seguindo os elementos expostos por Aristóteles na passagem anterior, verifique as alternativas abaixo e assinale a alternativa correta:
a.
Aristóteles considera que qualquer comunidade pode ser considerada um regime político.
b.
Para o autor, a política não é um atributo inerente ou natural ao ser humano.
c.
O pensador representa apenas quatro formas de governo: tirania, aristocracia, democracia e oligarquia.
d.
O logos não tem um papel essencial para o fazer político em Aristóteles.
e. Aristóteles utiliza dois critérios para criar sua teoria das formas de governo, o de qualidade (se o governo é correto ou corrupto) e o de quantidade (número de pessoas no poder).
Questão 6
Texto da questão
Ao abordarmos o tema da querela dos universais, podemos falar que ela surgiu de uma interpretação dos pressupostos aristotélicos e platônicos. É de consenso entre os estudiosos que Porfírio realizou um sincretismo entre os dois autores em sua Isagoge, ou seja, ele misturou elementos dos dois pensadores gregos para formular sua obra. Em decorrência disso, a leitura de sua obra pelos pensadores medievais criou toda a especulação sobre a origem dos universais. Outro fator importante para o estabelecimento desse problema foi o fato das obras platônicas e aristotélicas terem desaparecido do território europeu durante boa parte da Idade Média, sendo “recuperadas” por volta dos séculos XI a XIII, depois massivamente no renascimento.
Diante de tal consideração sobre a influência de Porfírio na questão dos universais, verifique as afirmações abaixo e depois assinale a alternativa correta: 
1) As posições aceca da querela dos universais deram-se em três blocos: o realismo (os universais são coisas), o conceitualismo (os universais são conceitos, existem mentalmente e existem em referência ao objeto) e o nominalismo (os universais são nomes ou designações).
LOGO
2) Tais posições são sempre dadas em seu estado puro, ou seja, não existindo misturas ou nuances nos escritos dos autores que trabalharam com essa temática.
A primeira afirmação está certa e a segunda está errada.
Questão 7
Texto da questão
“– Por conseguinte é forçoso – disse – que tudo isso produz os autenticamente filósofos uma opinião tal, que se digam entre si palavras deste estilo, pouco ou mais ou menos: ‘Pode que alguma senda nos conduza até o fim, junto com o raciocínio, em nossa investigação, em quanto que, enquanto tenhamos o corpo a alma é contaminada pela ruindade dele, jamais conseguiremos suficiente aquilo que desejamos [...] Por isso não temos tempo livre para a filosofia, com todas essas suas coisas. Mas o cúmulo de tudo é que, se sobre algum tempo livre de seus cuidados e nos dedicamos a observar algo, imiscuem-se de novo em nossas investigações nos causa tumulto e confusão, e nos pertuba de tal modo que por ele não somos capazes de contemplar a verdade’” 
Fonte: PLATÓN, Diálogos III: Fedón, Banquete, Fedro. Traducciónes, introduciones y notas de C. Gárcia Gual, M. Mártinez Hernandez, E. Lledo Iñigo. Editorial Gredos, Madrid, 1989, p. 44.
Temos o conhecimento de que Platão defendeu em seus diálogos a existência de duas realidades – o mundo sensível e o mundo das Ideias –, com possibilidades de conhecimento diferentes. De acordo com tal afirmação de Platão, assinale a resposta correta:
a.
O conhecimento, para Platão, dá-se exclusivamente na experiência sensível divergente sobre a essência do estado natural e social.
b.
A mácula que o corpo inflige à alma o impede totalmente de lembrar qualquer coisa sobre o mundo das Ideias.
c. A reminiscência é uma das principais ferramentas que o filósofo pode utilizar para rememorar o mundo das Ideias.
d.
Segundo o pensamento do autor, o corpo pode nos fornecer conhecimento seguro referente ao mundo das Ideias.
e.
A dialética não é um traço essencial dos diálogos platônicos.
Questão 8
Texto da questão
“A doutrina da reminiscência, tal como exposta no Fédon, permite traçar o seguinte cenário: 1) todos os homens, no momento em que nascem, têm um conhecimento prévio, mas agora esquecido, dos universais; 2) assim sendo, Sócrates pode recorrer a argumentos complexos – acessíveis apenas aos filósofos – de modo a demonstrar que no hyperuranion existem objetos, a saber, as Ideias (i.e. os modelos perfeitos dos universais imperfeitos que encontramos na realidade mundana), e, por conseguinte, que a alma já existia antes de ser encarnada em um corpo; 3) se, por ora, deixarmos de lado a exposição do Fédon (que se dirige à imortalidade da alma) e seguirmos uma via hipotética na direção do conhecimento das Ideias, poderemos retirar duas conclusões: 3a) as Ideias nunca poderão ser conhecidas de um modo total e completo (as versões originais dos objetos terrenos existem apenas no hyperuranion); 3b) o conhecimento aproximado das Ideias é atingível por aqueles que exercitam a dialética como questionamento da alma”. 
Fonte: TRABATTONI, F. Reminiscência e metafísica em Platão. Archai 26,2019, p. 8 – 9. 
De acordo com a passagem anterior, verifique as asserções abaixo e depois assinale a alternativa correta:
I – A mácula que o corpo inflige a alma o impede totalmente de lembrar qualquer coisa sobre o mundo das Ideias.
II – O conhecimento, para Platão, dá-se exclusivamente na experiência sensível divergentes sobre a essência do estado natural e social.
III – A dialética é um traço essencial dos diálogos platônicos.
IV – A reminiscência é uma das principais ferramentas que o filósofo pode utilizar para rememorar o mundo das Ideias e produzir conhecimento verdadeiro.
As alternativas III e IV são as corretas.
Questão 9
Texto da questão
“Esta é, na verdade, a razão pela qual Platão introduz a doutrina da reminiscência no Fédon: não para descrever um determinado método de investigação, mas sim para demonstrar a natureza necessariamente metafísica da alma. Se for este o caso, poderemos compreender facilmente por que é impossível Platão ter substituído a reminiscência pela dialética: são duas coisas completamente diferentes. Enquanto que a reminiscência é a condição de possibilidade metafísica para o conhecimento, a qual não corresponde a nenhum método concreto (é enunciada no Fédon apenas para demonstrar que a alma existe antes do corpo), a dialética é precisamente o método de cognição que o homem deve utilizar na sua condição presente”.
Fonte: TRABATTONI, F. Reminiscência e metafísica em Platão. Archai 26, 2019, p. 07. 
Frente a tal concepção, verifique as asserções abaixo e depois assinale a alternativa correta: 
1) A reminiscência é uma das principais ferramentas que o filósofo pode utilizar para rememorar o mundo das Ideias e produzir conhecimento verdadeiro.
POIS
2) A dialética não é um traço essencial dos diálogos platônicos.
a. Somente a primeira alternativa está correta.
b.
As duas afirmações estão corretas, sendo que a segunda corrobora a primeira.
c.
As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda não é uma justificativa correta da primeira.
d.
Apenas a segunda asserção está correta.
e.
Nenhuma das alternativas está correta.
Questão 10
Texto da questão
“Caso, então, seja exercido por um só o governo injusto, buscando pelo governo os seus interesses e não o bem da multidão a si sujeita, tal governante se chamatirano, nome derivado de força, porque oprime pelo poder, ao invés de governar pela justiça; por isso também, entre os antigos, os potentados se chamavam tiranos. Fazendo-se, entretanto, não por um só, senão por vários, se bem que poucos, chama-se oligarquia, isto é, principado de poucos, dado que esses poucos, por terem riquezas, oprimem sua plebe, diferindo do tirano apenas no número. Se, porém, o regime iníquo se exerce por muitos, nomeia-se democracia, quer dizer, poder do povo, sempre que o povo dos plebeus oprime os ricos pelo poder da multidão, sendo então todo o povo como que um só tirano”.
Fonte: AQUINO, Tomás de. De Regno. Tradução de Francisco Benjamin de Souza Neto. Petrópolis - RJ, Editora Vozes, 1997, p. 129. 
Seguindo as reflexões do autor, avalie as alternativas abaixo e assinale a asserção correta: 
I – Tomás de Aquino é conhecido por ser um assíduo leitor das obras Aristotélicas e ser um grande comentador de sua obra.
II – O autor não compartilha da divisão aristotélica dos tipos de regimes, sendo os critérios de qualidade e de quantidade. 
II – Para Tomás, a oligarquia é a melhor forma de regime.  
IV – Para o autor a semelhança entre o monarca e o tirano é apenas quantitativa.
A alternativa I está correta.
“[...] o mal só pode ser a corrupção de uma das perfeições na natureza que as possui. A natureza má é aquela em que medida, forma ou ordem estão corrompidas, e ela é má somente na exata proporção do grau de sua corrupção. Não corrompida, essa natureza seria toda ordem, forma e medida, quer dizer, boa; mesmo corrompida, ela permanece boa enquanto natureza e é má apenas no tanto em que é corrompida. Essa relação do mal com o bem num sujeito é exprimida ao se dizer que o mal é uma privação. Com efeito, ele é a privação de um bem que um sujeito deveria possuir, uma falta de ser o que ele deveria ser e, por conseguinte, um puro nada”. 
Fonte: GILSON, Étienne. Introdução ao Estudo de Santo Agostinho. Tradução de Cristiano Negreiros Abbud Ayoub. Editora Paulus, 2006, p. 273.
 De acordo com o que foi estudado sobre a filosofia de Ocham, verifique as proposições abaixo e depois assinale a alternativa correta. 
1) A fundamentação da noção de liberdade e de livre-arbítrio é mobilizada pelo autor para poder contornar o problema da existência do mal, decorrente do maniqueísmo.
PORTANTO
2) Ao fim e ao cabo, é impossível que se possa conceber a existência do mal a partir de um ser perfeito como Deus, pelos menos no argumento agostiniano.
As duas afirmações estão corretas, sendo que a segunda é a conclusão decorrente da primeira.
Questão 2
Texto da questão
“[...] como vimos ao longo de todo este capítulo, se a ciência parte do conhecimento da qualidade dos sujeitos genéricos cujas propriedades deduz, todo o discurso demonstrativo a que entender-se, também, como um desvelamento da mesma natureza dos atributos demonstrados pela explicitação das relações causais que os engendram e, por conseguinte, como um processo indireto – mas nem por isso menos necessário – da manifestação de suas qualidades ou essências. Sob esse prisma, a ciência é sempre conhecimento de essências, eis a última lição do filósofo”.
Fonte: PORCHAT, Oswaldo. Ciência e Dialética em Aristóteles. São Paulo, Fundação Editora Unesp, 2000, p. 330. 
Como Porchat aponta, o conhecimento para Aristóteles o conhecimento só se valida pela demonstração daquilo que se investiga, cuja finalidade é verificar a veracidade e o grau de validade que um tal gênero de conhecimento pode alcançar. Nessa concepção, faz-se necessário para Aristóteles postular regras para que a ciência possa proceder de maneira causal, o que é bem trabalhado nos Primeiros e Segundo Analíticos. Diante de tais concepções, avalie as alternativas abaixo e depois assinale a alternativa correta:
I – Para o desenvolvimento das demonstrações nas ciências, o modelo silogístico adequando é o dialético.
II – Aristóteles concebeu uma nova visão de realidade, de caráter mais imanentista e naturalista que a de Platão.
III – Para o pensador grego, o conhecimento é alcançado pela reminiscência, tal como seu mestre (Platão) concebia.
IV – Toda ciência, ou gênero científico, tende a investigar a essência de seu respectivo sujeito de estudo, ou seja, propõe-se a trabalhar com o conhecimento do universal.
Apenas as afirmações II e IV estão corretas.
Questão 3
Texto da questão
“Nos mais recentes debates críticos acerca da filosofia de Platão, a doutrina platônica da reminiscência tem suscitado um interesse comparativamente menor em relação aos outros temas tratados na obra do pensador ateniense. A razão de isto acontecer não é difícil de rastrear. De fato, a doutrina da reminiscência parece estar comprometida com pesados pressupostos metafísicos e até mítico-religiosos, os quais já não constituem moeda de troca entre os estudiosos (atualmente em larga maioria) que demonstram interesse nos filósofos antigos apenas na medida em que estes tratam de problemas idênticos ou similares aos discutidos pelos filósofos contemporâneos. Como notou N. Smith,1 é por este motivo que a doutrina das Ideias já não é mais estudada enquanto teoria metafísica, mas sim enquanto teoria epistemológica. Por conseguinte, resulta também reduzida a dimensão metafísica da reminiscência, que está diretamente ligada à doutrina das Ideias: seja considerando a reminiscência como um método de pesquisa (o representante mais autorizado desta tendência é Dominic Scott), seja marginalizando de várias formas a referência a dois mundos e a passagem da alma de um para o outro”.
Fonte: TRABATTONI, Franco. Reminiscência e Metafísica em Platão. Rev. Archai, n. 26, Brasília, 2019, p. 2 – 3. 
A partir de tal comentário, verifique as alternativas abaixo e assinale as corretas:
(F) Os diálogos platônicos são conhecidos pela primazia do método analítico e pela pouca utilização da dialética.
(F) As verdades transcendentes do mundo suprassensível são completamente inacessíveis enquanto o ser humano estiver presente no mundo sensível.
(F) A reminiscência consiste em rememorar as experiências dadas no mundo sensível.
(V) É possível vislumbrar as Ideias do mundo suprassensível através do emprego da dialética e da reminiscência.
F, F, F, V.
Questão 4
Texto da questão
“O que todas têm em comum é o predicarem-se de muitas coisas. Mas (1) o gênero se predica das espécies e dos indivíduos, da mesma maneira para (2) a diferença; (3) a espécie: dos indivíduos por ela contidos; (4) o próprio: da espécie de que é o próprio, e dos indivíduos subordinados a essa espécie; (5) o acidente: das espécies e dos indivíduos. Com efeito, (1) animal é predicado dos cavalos e dos bois, que  são espécies e deste cavalo e deste boi, que são indivíduos; (2) desprovido de razão é predicado dos cavalos e dos bois, e também dos [animais] particulares; (3) Mas uma espécie, como homem, é predicado só dos particulares; (4) o próprio (por exemplo: a capacidade de rir) é predicado tanto do homem quanto dos homens particulares; (5) negro, um acidente inseparável, é predicado da espécie dos corvos e dos [corvos] particulares; mover-se, um acidente separável, é predicado do homem e do cavalo, mas [este tipo de acidente] é predicado primordialmente dos indivíduos e só secundariamente do que contém os indivíduos”. 
Fonte: PORFÍRIO. Isagoge. Introdução, tradução e notas de Bento Silva Santos. Editora Attar, Cammpinas – SP, 2002, p. 52.
Como sabemos, Porfírio em sua Isagoge deixou a questão dos universais aberta, ao realizar um comentário sobre Aristóteles com alguns elementos platônicos. Tal abertura ocasionou em Boécio, bem nos demais pensadores do final da antiguidade e do medievo, um questionamento de como os universais – o conhecimento sobre um conjunto de seres particulares – pode ser adquirido e certificado. Referente ao problema dos universais, verifique as afirmações abaixo e assinale a alternativa correta:
I – A tradição filosófica caracteriza Aristóteles e Platão como realistas, sendo que o primeiro deposita os universais nos objetos sensíveis eo segundo em objetos supra sensíveis.
II – Boécio é comumente caracterizado como adepto da posição nominalista.
III – Guilherme de Ockham foi tido como um realista, pois defendia a ideia de que as substâncias são universais.
IV – Pedro Abelardo é geralmente caracterizado como um pensador conceitualista, principalmente por sua posição ponderada entre o realismo e o nominalismo.
As afirmações I e IV são as corretas.
Questão 5
Texto da questão
“Agora, porém, já tendo sido estabelecida nas palavras a definição tanto do universal como do singular, investiguemos com cuidado notadamente a propriedade das palavras universais. Levantaram-se questões a propósito dessas palavras universais, porque se duvidava sobretudo de sua significação, uma vez que parecem não ter qualquer coisa subordinada nem fixar uma intelecção válida de algo. De fato, os nomes universais pareciam não se importar a coisa alguma, pois todas as coisas subsistiram distintas em si mesmas e, como foi mostrado (p.66-7), não se reuniriam em coisa alguma, podendo os nomes universais ser impostos de acordo com a reunião em tal coisa. Por conseguinte, como é certo que os universais não se impõem às coisas de acordo com a diferença de sua distinção, pois, decerto, já não seriam comuns mas singulares, nem poderiam, por outro lado, nomeá-las enquanto se reúnem em alguma coisa, pois não há coisa alguma na qual se reúnam, os universais parecem não recolher significação alguma das coisas, particulares por não fixarem nenhuma intelecção de coisa alguma”. 
Fonte: ABELARDO, Pedro. Lógica Para Principiantes. Tradução de Carlos Arthur Ribeiro do Nascimento. Editora Unesp, 2a edição, São Paulo – SP, 2006, p. 69 – 71.
Seguindo a linha de raciocínio do autor, verifique as afirmações abaixo e assinale a alternativa correta acerca da Querela do Universais: 
(F) Pedro Abelardo é conhecido por sua posição nominalista frente a Querela dos Universais.
(F) A Querela dos Universais foi um problema filosófico discutido exclusivamente na Idade Média.
(V) Um dos textos que mais influenciou a discussão acerca da origem dos universais foi a Isagoge de porfírio.
(V) Concepção da querela dos universais que Pedro Abelardo se dedica a criticar em suas obras é a posição dos realistas.
F, F, V, V.
Questão 6
Texto da questão
Reconhecerás também, espero, que na lei temporal dos homens nada existe de justo e legítimo que não tenha sido tirado da lei eterna. Assim, no mencionado exemplo do povo que, às vezes, tem justamente o direito de eleger seus magistrados e, às vezes, não menos justamente, não goza mais desse direito, a justiça dessas diversidades temporais procede da lei eterna, conforme a qual é sempre justo que um povo sensato eleja seus governantes e que um povo irresponsável não o possa”. 
Fonte: AGOSTINHO. O Livre-Arbítrio (De Libero Arbitrio). Tradução de Nair Assis de Oliveira. São Paulo - SP, Editora Paulus, 1995, p. 25.
 De acordo com o posicionamento do autor, avalie as alternativas abaixo e assinale a asserção correta: 
(F) A lei temporal deve ser preservada, independentemente da lei eterna.
(V) Os preceitos que constituem a lei eterna são o único modo de se garantir a beatitude pelo exercício livre da vontade.
(F)  A lei temporal deve ditar a lei divina.
(V) A questão da liberdade não é pertinente ao debate da lei eterna e da lei temporal.
F, V, F, V.
Questão 7
Texto da questão
“A República é, sem qualquer dúvida, uma obra essencialmente imbuída de preocupações políticas – reflete-se sobre o conceito de justiça, de polis justa – mas não se pode deixar de considerar que a educação política para constituir a cidade é o tema correlativo e igualmente importante. A polis, a sua educação, a arte, a poesia, todos esses elementos só podem ser compreendidos e integrados a partir da compreensão ontológica e gnosiológica do platonismo cuja base é a já conhecida teoria das ideias”.
Fonte: ABREU, Waldir Ferreira e OLIVEIRA, Damião Bezerra. Educ. Pesqui., São Paulo, v. 41, n. 1, p. 209, jan./mar. 2015. 
Seguindo a reflexão dos autores sobre Platão, verifique as proposições abaixo e depois assinale as alternativas corretas:
(F) Segundo Platão, a educação não deve ser provida pelo Estado ou pólis.
(F) Existem apenas duas qualidades para o cidadão da república hipotética platônica, a temperança e a sabedoria.
(V) Para Platão, a educação tem um papel essencial na formação do cidadão da república platônica.
(V) Para Platão, a educação é um dos principais critérios para avaliar qual o papel que cada cidadão poderá desempenhar dentro da república platônica.
F, F, V, V.
Questão 8
Texto da questão
“Pois bem, se sabes ou acreditas que Deus é bom — e não nos é permitido pensar de outro modo —, Deus não pode praticar o mal. Por outro lado, se proclamamos ser ele justo — e negá-lo seria blasfêmia —, Deus deve distribuir recompensas aos bons, assim como castigos aos maus. E por certo, tais castigos parecem males àqueles que os padecem. É porque, visto ninguém ser punido injustamente — como devemos acreditar, já que, de acordo com a nossa fé, é a divina Providência que dirige o universo —, Deus de modo algum será o autor daquele primeiro género de males a que nos referimos, só do segundo”.
Fonte: AGOSTINHO. O Livre-Arbítrio (De Libero Arbitrio). Tradução de Nair Assis de Oliveira. São Paulo - SP, Editora Paulus, 1995, p. 25.
De acordo com o posicionamento do autor, avalie as alternativas abaixo e assinale a asserção correta:
a. A fundamentação da noção de liberdade e de livre-arbítrio é mobilizada pelo autor para poder contornar o problema da existência do mal, decorrente do maniqueísmo.
b.
De acordo com Agostinho, Deus é o criador, pelos menos virtualmente, do mal.
c.
É possível que se possa conceber a existência do mal a partir de um ser perfeito como Deus, pelos menos no argumento agostiniano.
d.
O problema do mal para o autor é em realidade uma questão secundária que surge a partir da noção de liberdade.
e.
Maldade e bondade não existem para Agostinho.
Questão 9
Texto da questão
“Pode-se por fim ver no princípio da deliberação popular o vínculo necessário entre a cidade e a ordem do mundo. A política se opõe não somente à generalidade das leis, mas também à ciência do especialista e é por isso que ela é um caso de ‘deliberação’: este último exige não um saber, mas experiência e prudência. O objeto sobre o qual se delibera em política não é de fato cognoscível mas somente ‘opinável’, já que não existe necessariamente, mas pode ser diferente (caso contrário, não se discutiria a respeito dele) – e depende justamente da decisão dos homens que seja de um ou de outro modo. A Assembleia do povo, mosaico de opiniões contraditórias do qual se deve emanar uma só decisão, é o espaço mais bem adaptado à deliberação, que se supõe a palavra pública e a contradição, e visa um futuro também não passa de um conjunto de possíveis inconsistentes dos um só poderá se atualizar. É por outra parte o lugar em que se somam as experiências individuais, e nenhuma experiência é transmissível ou repetível. A experiência é de fato uma virtude cumulativa; é a qualidade própria do idoso por oposição ao moço; é pelas mesmas razões, antes a virtude de uma coletividade que de um indivíduo. No singular talvez se tenha mais competência, no plural se tem mais experiência (s)”
Fonte: WOLF, Francis. Aristóteles e A Política. Tradução de Thereza Christina Ferreira Stummer e Lygia Araujo Watanabe. Discurso Editorial, 1999, São Paulo – SP, p. 140 – 141, 1999. 
Seguindo a reflexão de Wolf, verifique as alternativas abaixo e depois assinale a alternativa correta:
(V) A inversão da configuração palaciana para a divisão das cidades-estados foi essencial para o nascimento da filosofia.
(V) O termo logos era utilizado pelos gregos na antiguidade para designar termos modernos como razão, discurso, reflexão, etc.
(F) A tradição escrita não foi importante para a estruturação da filosofia na Grécia Antiga.
(V) O espaço público do debate foi o local de encontro para a discussões políticas nas pólis gregas.V, V, F, V.
Questão 10
Texto da questão
“Em última e decisiva instância, o filósofo é o único a discernir, rigorosamente, entre aparência sensível e essência inteligível. Daí porque está habilitado a censurar a falsidade poética e selecionar os elementos que sejam portadores de verdade, de acordo com o estágio educacional de cada membro da polis. Quanto aos demais cidadãos, por lhes faltar o discernimento filosófico, serão poupados do perigoso contato com a sedutora falsidade poética, sob pena de sucumbirem aos seus encantos e se deixarem invadir por ela e, uma vez assim formados, dificilmente terão o seu ethos alterado em direção ao bem”.
Fonte: ABREU, Waldir Ferreira e OLIVEIRA, Damião Bezerra. Educ. Pesqui., São Paulo, v. 41, n. 1, p. 211, jan./mar. 2015.
Frente a tal concepção, verifique as asserções abaixo e depois assinale a alternativa correta: 
1) Segundo Platão, a educação não deve ser provida pelo Estado ou pólis.
POIS
2) Existem apenas duas qualidades para o cidadão da república hipotética platônica, a temperança e a sabedoria.
a. Nenhuma das alternativas está correta.
b.
As duas afirmações estão corretas, sendo que a segunda corrobora a primeira.
c.
Somente a primeira alternativa está correta.
d.
As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda não é uma justificativa correta da primeira.
e.
Apenas a segunda asserção está correta.
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“É opinião corrente entre alguns homens de que há no entendimento, como que impressos, certos princípios inatos, noções primitivas ou comuns, que a alma teria recebido ao ser criada e trazido com ela para este mundo. Para convencer os leitores sem preconceitos de falsidade desta suposição, bastará mostrar (como espero fazê-lo no seguimento deste Discurso) que os homens podem chegar a todos os seus conhecimentos pelo simples uso das faculdades naturais e sem auxílio de qualquer impressão inata; e ainda que podem atingir conhecimento certos sem o recurso a tais noções ou princípios originários”. 
Fonte: LOCKE, John. Ensaio sobre o Entendimento Humano Vol. I. Tradução de Eduardo Abranches de Soveral. Editora Fundação Calouste Gulbenkian, 2014, Lisboa – Portugal., p. 31.
Referente ao que estudamos sobre a crítica inatista de Locke, assinale a alternativa correta:
a.
De acordo com Locke, o conhecimento se desenvolve a partir das ideias simples, depois são constatadas como inatas pelo espírito.
b.
Segundo o autor, não é um pressuposto do inatismo a plena universalidade das mesmas nos diferentes povos ao redor do mundo.
c. Locke aplica uma teoria associacionista das ideias para explicar como o sujeito adquire ideias simples pela experiência externa, onde estas, por sua vez, podem ser elaboradas como ideias complexas pelo exercício da experiência interna.
d.
As ditas experiências internas, ou reflexão, são as operações inatistas da mente.
e.
Locke discorda da teoria inatista apenas em seu aspecto intelectual, sendo conivente com a mesma em sua esfera moral.
Questão 2
Texto da questão
Descartes afirma que quando inspeciona seu espírito ou reflete sobre suas concepções, para ele as ideias que são concebidas sem qualquer mistura com a sensação, apresentam-se como mais claras e distintas. Tais ideias são tidas como invariáveis em todos os objetos que podemos pensar. Logo, seriam atributos mais verdadeiros que essas noções sensíveis que estão sujeitas a alterações. Bem, de acordo com o autor, essas ideias como espaço, substância, tempo, princípios matemáticos, etc..., parecem não ser advindo da experiência – pois se fossem teriam que ser mutáveis como as características que citamos da cera. Sendo assim, tais ideias, que parecem ser invariáveis, devem ser tomadas como advindas da razão. Desse modo seria possível garantir uma universalidade das mesmas. Todavia, ao afirmar que tais ideias são da razão, ainda fica aberta a seguinte questão: como elas foram parar na mente?
Diante de tal questão, verifique as seguintes asserções e assinale a alternativa correta:
1) Para responder tal questão, Descartes formulou sua teoria inatista, ela afirma que essas ideias claras e distintas sempre estiveram consigo, que foram impressas em sua consciência pela experiência da natureza. Para garantir a universalidade a validade e universalidade delas, ele também afirma que tais ideias inatas foram impressas e são conservadas em sua alma por Deus.
2) Dessa maneira é possível explicar como esses pensamentos se apresentam como válidos, verdadeiros e mais íntimos em seu espírito. Aqui vemos como o inatismo se torna um pressuposto necessário para provar a concepção de que as ideias advindas dos sentidos são mais seguras que as ideias provenientes da razão. 
a.
As duas asserções estão corretas, sendo que a primeira é a conclusão da segunda.
b.
A primeira afirmação está correta e a segunda está errada.
c.
As duas asserções estão corretas e são independentes.
d. Ambas declarações estão equivocadas, sendo que a segunda corrobora o erro da primeira.
e.
Somente a segunda afirmação está correta.
Questão 3
Texto da questão
Entre as principais influências para esses pensadores estão nomes como os de Frege – nome importante para a lógica formal que conhecemos atualmente, descrita através de signos abstratos, aos moldes de uma nova linguagem –, Bertrand Russell e Wittgesntein. O último foi um nome importante, sendo considerado o precursor da filosofia da linguagem. Em sua obra intitulada Tratactus Logicus-philosophicus, o autor explora – através do emprego de raciocínios formulados semelhantemente a suras – as intermitências do emprego da linguagem e o seu conhecimento aplicável ao mundo.
Referente a reflexão acima, verifique as afirmações abaixo e depois verifique qual a alternativa correta:
1) Wittgenstein se debruça em uma descrição do mundo e de suas representações, mediadas no pensamento pelas proposições, com a finalidade de circunscrever a o próprio conhecimento. Ao fim de sua exposição, o pensador chega a sua máxima: “Acerca daquilo de que não se pode falar, tem que se ficar em silêncio” (WITTGENSTEIN, 2015, p. 142).
PORTANTO
2) Sua afirmação é direcionada a uma crítica a falta de verificação dos discursos metafísicos, que se perdem em sua própria formulação e incorrem em diversos erros lógicos no emprego da linguagem e na formulação de postulados, principalmente na formulação das proposições que compõem esses tratados.
As duas declarações estão corretas.
Questão 4
Texto da questão
“Teremos ganho muito a favor da ciência estética se chegarmos não apenas à intelecção lógica mas à certeza imediata da introvisão [Anschauung] de que o contínuo desenvolvimento da arte está ligado à duplicidade do apolíneo e do dionisíaco, da mesma maneira como a procriação depende da dualidade dos sexos, em que a luta é incessante e onde intervêm periódicas reconciliações. Tomamos estas denominações dos gregos, que tornam perceptíveis à mente perspicaz os profundos ensinamentos secretos de sua visão de artes, não, a bem dizer, por meio de conceitos, mas nas figuras penetrantemente claras de seu mundo dos deuses”.
Fonte: NIETZSCHE, Friedrich. O Nascimento da Tragédia. Tradução de J. Guinsburg. São Paulo, Companhia das Letras, 2007, São Paulo – SP, p. 24. 
Acerca das noções de apolíneo e dionisíaco que estudamos nesta unidade, verifique as alternativas abaixo e assinale a alternativa correta:
a.
Para Nietzsche a figura dionisíaca representava o princípio de individuação para os gregos na antiguidade.
b. Na concepção do autor, Apolo e Dionísio representam princípios da natureza inconciliáveis.
c.
Segundo Nietzsche, Apolo é a divindade que representava o Uno-primordial.
d. De acordo com o autor, a tradição apolínea é ligada à poesia épica homérica, já a tradição dionisíaca é relacionada às obras de Arquíloco.
e.
Tanto Apolo quanto Dionísio são divindades oriundas da tradição olímpica, retratada por Homero.
Questão 5
Texto da questão
“Em outras palavras, ao proclamar-se empirista autêntico, Husserl delega todo o poder ao dado, o que não querdizer que o dado não contenha elementos intuitivos. A experiência empírica pode ser tudo, menos sense-data (tal como a entende o realismo ingênuo). Há sempre elementos ideais na experiência perceptiva. Conclui-se disso que se a fenomenologia for a atitude filosófica, essencialmente descritiva, determinada pela exigência de ausência de pressuposições e de renúncia a toda estratégia explicativa que conduza a extrapolar a estrutura do dado, este dado, para Husserl, só é visível enquanto elemento imediato da consciência. Evidentemente, todo problema é saber se o retorno ao dado é possível pela via da consciência”. 
Fonte: PERIUS, Cristiano. Três Definições da Fenomenologia. Princípios:Revista de Filosofia, Natal, v. 25, n. 47, maio-ago.2018, p. 126 – 127.
 
Frente a tal caracterização da fenomenologia, verifique as asserções a seguir e depois assinale a alternativa correta:
(V) A fenomenologia consiste em um método crítico onde a relação entre sujeito e objeto é algo pressuposto e não precisa ser provado.
(F) A fenomenologia não se debruça sobre a questão da transcendência, isto é, da passagem dos dados imediatos dos fenômenos para a esfera da consciência e do trabalho reflexivo.
(F) A presença do objeto imanente é totalmente dispensável para o projeto fenomenológico de Husserl.
(V) A fenomenologia busca fundamentar uma alternativa às falhas dos sistemas mecanicistas pautados pelo empirismo e pelo intelectualismo.
V, F, F, V.
Questão 6
Texto da questão
“Primeiro, os sentidos deixam entrar as ideias particulares e com elas como que abastecem um armário ainda vazio; depois o espírito gradualmente vai-se familiarizando com elas, alojando-as na memória e dando-lhes nomes; por último, faz sobre elas abstrações e, pouco a pouco, aprende a usar nomes gerais. Desta maneira o homem se fornece com as ideias e as palavras que constituem o material sobre que atua a sua faculdade discursiva. E, assim, o uso da razão dia a dia se torna maior, à medida que aumenta também o material que utiliza. Mas, embora o emprego das ideias gerais e dos termos que as representam cresça ao mesmo tempo que o uso da razão, nem por isso se conclui que aquelas são inatas. É certo que o conhecimento de certas verdades se verifica muito cedo; mas isso também não prova que seja inato, pois, se bem observamos, verificaremos que ele é formado por ideias adquiridas e não originárias: são as ideias relativas às coisas externas que primeiro e mais frequentemente impressionam os sentidos das crianças, e que, portanto, elas mais cedo adquirem, e é já na posse destas ideias que o entendimento descobre depois que umas se assemelham e que outras diferem, provavelmente à medida que vá dispondo da memória e seja capaz de reter ideias distintas. Mas, seja assim ou não, uma coisa é certa: as crianças comparam essas ideias muito antes de falarem, ou de chegarem ao que se chama «o uso da razão>>, pois elas conhecem certamente, antes de saberem falar, a diferença entre as ideias doce e amargo (isto é, que o doce não é amargo), assim como mais tarde sabem, quando chegam a falar, que as azedas e os rebuçados não são a mesma coisa”.
Fonte: LOCKE, John. Ensaio Sobre o Entendimento Humano Vol. I. Tradução de Eduardo Abranches de Soveral. Editora Fundação Calouste Gulbenkian, 2014, Lisboa – Portugal., páginas 39 – 40. 
Seguindo os pressupostos do empirismo lockeano, assinale a alternativa correta.
I – Segundo o empirismo adotado por Locke, as ideias não fazem parte de nenhuma etapa na construção do conhecimento.
II – Algumas ideias inatas são aceitas na argumentação lockeana, tal como a existência de Deus.
III – Pelo fato de rejeitar a doutrina inatista, Locke não aceita a existência de qualquer conhecimento universal.
IV – O entendimento humano é composto, inicialmente, por ideias simples advindas da experiência.
Apenas a afirmação IV está correta.
Questão 7
Texto da questão
“A Época das Luzes é a criação mais poderosa da modernidade iniciada no Renascimento. O uso da noção de esclarecimento, como é a preferência dos alemães, talvez indique de maneira mais concreta o que ocorreu no século XVIII. Longe de ser um movimento homogêneo, o Iluminismo é plural, dando origem à consciência que os vários territórios europeus tiveram de si mesmos e à introdução da História como volta às origens, como demarcadora das diferenças e, ao mesmo tempo, indicadora das possibilidades de progresso”
Fonte: FALCON, Francisco José Calazans e RODRIGUES, Antonio Edmilson Martins. A Formação do Mundo Moderno. Elsevier Editora Ltda, 2006, Rio de Janeiro – RJ, p. 200. 
Referente ao trecho concernente ao Iluminismo, assinale a alternativa correta com os preceitos do movimento: 
I – A obra símbolo do Iluminismo foi A Crítica da Razão Prática, escrita por Immanuel Kant.
II – No livro o Leviatã, seu autor, Thomas Hobbes, defendia que o ser humano vivia possui um estado natural de convívio, sendo sua principal marca a honestidade e a generosidade que os indivíduos tinham uns para com os outros.
III – Para Rousseau o estado de natureza era pleno de paz, pois o indivíduo não tinha muitas necessidades para garantir seu bem-estar, além de não precisar impor uma imagem ou ter uma conduta delimitada por costumes impostos ao mesmo.
IV – O pacto social, na visão de Jean-Jacques Rousseau, não tinha como finalidade retirar o indivíduo do estado natural e fundar uma sociedade individualista.
Apenas as afirmações III e IV estão corretas.
Questão 8
Texto da questão
“Onde quer que nos deparemos com uma moral, encontramos uma avaliação e hierarquização dos impulsos e atos humanos. Tais avaliações e hierarquizações sempre constituem expressão das necessidades de uma comunidade, de um rebanho: aquilo que beneficia este em primeiro lugar - e em segundo e terceiro - é igualmente o critério máximo quanto ao valor de cada indivíduo. Com a moral o indivíduo é levado a função do rebanho e a se conferir valor apenas enquanto função. Dado que as condições para a preservação de uma comunidade eram muito diferentes daquelas de uma outra comunidade, houve morais bastante diferentes; e, tendo em vista de futuras modelações essenciais dos rebanhos e comunidades, pode-se profetizar que ainda aparecerão morais muito divergentes. Moralidade é um instinto de rebanho no indivíduo”.
Fonte: NIETZSCHE, Friedrich. A Gaia Ciência. Tradução, notas e introdução de Paulo Cézar de Souza. Companhia das Letras, 2009, São Paulo – SP, p. 142. 
Referente aos apontamentos que o autor realizou sobre a moralidade, verifique as proposições abaixo e depois assinale a alternativa correta: 
1) De acordo com o autor, apenas a racionalidade plena pode atribuir um sentido pleno para que o ser humano possa suportar a tragédia que é a vida.
LOGO
2) Para o autor, o cientificismo ingênuo postula diversos problemas para a moralidade, um deles se dá pelo fato de negar os aspectos irracionais e volitivos intrínsecos à natureza e a condição humana, ambos inerentes ao devir.
Somente a segunda afirmação está correta.
Questão 9
Texto da questão
“O pensamento natural, da vida e da ciência, despreocupado quanto às dificuldades da possibilidade de conhecimento – o pensamento filosófico, definido pela posição perante os problemas da possiblidade do conhecimento. As perplexidades em que se enredada reflexão sobre a possiblidade de um conhecimento atinente as próprias coisas; como pode o conhecimento estar certo da sua consonância com as coisas que existem em si, de as <atingir>? Qual a preocupação das coisas em si pelos movimentos do nosso pensamento e pelas leis lógicas que os regem? São elas leis de nosso pensar, leis psicológicas. Biologismo: as leis psicológicas como leis da adaptação” 
Fonte: HUSSERL, Edmund. A Ideia da Fenomenologia. Tradução de Artur Mourão. Editora Edições 70, Rio de Janeiro – RJ, 2008, p. 21.
 
De acordo com o excerto redigido por Husserl, verifique as alternativas a baixo e depois assinale a alternativa correta:
(V) Um dos preceitos essenciais da fenomenologia é a busca pela descrição dos aspectos imediatos daconsciência.
(F) A transcendência e a imanência não são consideradas questões essenciais no pensamento de Husserl.
(V) A fenomenologia busca superar os problemas dos métodos científicos e filosóficos estabelecidos pelo empirismo e pelo intelectualismo, estabelecidos pelos sistemas clássicos da história da filosofia.
(F) A reflexão e o pensamento mediatizado não são do interesse dos estudos fenomenológicos do século XX.
V, F, V, F.
Questão 10
Texto da questão
“A esta altura é hora de começarmos a concluir, e o faremos pondo em comparação as trajetórias históricas de dois pequenos Estados tardo-medievais da Península itálica, Florença e Veneza, com a de dois grandes Estados modernos da Europa Ocidental, França e Inglaterra. Saltou aos olhos dos modernos a semelhança entre Veneza e Inglaterra, como se pode ver pelos não poucos autores que se deixaram fascinar pelo mito di Venezia, como foi o caso do republicano inglês do século XVII, James Harrington. Ora, o mito di Venezia consistia precisamente na crença de que os venezianos tinham desenvolvido, nas palavras do historiador John G. A. Pocock, “a complexa e fascinante maquinaria de operações para nomear, eleger e sortear as magistraturas, que os visitantes da república se deleitavam em observar e descrever”. Ainda nas palavras desse autor, retiradas de seu livro maravilhoso The Machiavellian Moment, “os venezianos tinham, por assim dizer, mecanizado a virtù [...] Não menos do que a imagem de uma perfeição de equilíbrio polibiano, a crença de que os venezianos tinham alcançado essa mecanização era um elemento poderoso do mito di Venezia”.
Fonte: FLORENZANO, Modesto. Sobre As Origens e O Desenvolvimento do Estado Moderno no Ocidente Revista Lua Nova, 71: 11 – 31, 2007, São Paulo- SP, p. 35. 
Acerca dos temas que verificamos sobre a ascensão do Estado Moderno na Europa ocidental, é possível afirmar que:
I – Podemos afirmar que a instauração do Anglicanismo na Inglaterra, não foi um marco essencial para que o país rompesse grande parte dos laços e influência política que Roma exercia em seu território.
II – Um dos principais elementos dos Dois Tratados Sobre o Governo, de John Locke, foi o estabelecimento da propriedade privada como bem material e imaterial intrínseco a todos os seres humanos, seja em seu estado natural ou social.
III – As mudanças geradas pelas crescentes críticas dos pensadores protestantes, ao modelo teológico da Igreja Apostólica Roma, não geraram nenhum impacto na constituição da configuração moderna dos regimes europeus.
IV – No livro o Leviatã, seu autor, Thomas Hobbes, defendia que o ser humano vivia num estado natural de convívio, sendo sua principal marca a honestidade e a generosidade que os indivíduos tinham uns com os outros.
Somente a afirmação II é a correta.
“Semelhante a Bergson, atento aos dados imediatos da consciência, a questão de Husserl não é discutir o realismo da matéria e o idealismo do espírito até saber qual deles é o mais correto, mas entender como se dá a formação de ambos. Ora, é esta gênese que conduz, aos olhos de Husserl, o problema da constituição. Husserl recua dos dados materiais e físicos, tal como se dão ao realismo ingênuo, ao aparecimento do mundo para nós. Fenômeno, para Husserl, é o factum do mundo tal como aparece à consciência. Ao colocar o mundo entre parênteses, os objetos não são visados em suas condições fáticas ou empíricas, mas transcendentais. A redução transcendental implica na mudança da atitude natural para a atitude reflexiva, pois o objeto da filosofia não se confunde os objetos das ciências positivas, isto é, não é uma ciência de fatos, mas de essências (ciência eidética). Por isso a gênese de que fala Husserl não é o real, no sentido empírico ou psicológico, mas transcendental, no sentido de que trata de essências. A origem do sentido (Ursprung des Sinnes) não está no conhecimento de objetos do mundo, mas na consciência que constitui o sentido de algo, pouco importa qual”. 
Fonte: PERIUS, Cristiano. Três Definições da Fenomenologia. Princípios:Revista de Filosofia, Natal, v. 25, n. 47, maio-ago.2018, p. 125 – 126.
Acerca dos pontos elencados no trecho exposto, verifique as proposições seguintes e assinale a alternativa correta:
a.
A fenomenologia não busca superar os problemas dos métodos científicos e filosóficos estabelecidos pelo empirismo e pelo intelectualismo, estabelecidos pelos sistemas clássicos da história da filosofia.
b.
A reflexão e o pensamento mediatizado não são do interesse dos estudos fenomenológicos do século XX.
c. Um dos preceitos essenciais da fenomenologia é a busca pela descrição dos aspectos imediatos da consciência.
d.
A transcendência e a imanência não são consideradas questões essenciais no pensamento de Husserl.
e.
Husserl foi integrante do Círculo de Viena.
Questão 2
Texto da questão
“Nesses últimos tempos, brotou entre nós uma geração de homens dispostos a adular os príncipes com a opinião de que têm eles um direito divino ao poder absoluto, sejam quais forem as leis pelas quais são constituídos e devem governar, ou as condições pelas quais chegaram ao poder, e por mais que seus compromissos de observar tais leis hajam sido ratificadas por solenes juramentos e promessas. No intuito de abrir caminho para essa doutrina, negaram à humanidade o direito à liberdade natural, de tal modo que não apenas, no que deles dependeu, expuseram todos os súditos à máxima desgraça da tirania e da opressão, como também desalojaram os títulos e abalaram os tronos dos príncipes: (porquanto também eles, segundo o sistema desses homens, nascem escravos salvo um único, e estão submetidos, pelo direito divino, ao herdeiro legítimo de Adão); como se tivessem por propósito alicerces da sociedade humana, a fim de servir a sua presente disposição”.
Fonte: LOCKE, John. Dois Tratados Sobre O Governo. Tradução e Comentários de John Fischer. Editora Martins Fontes, 1998, São Paulo – SP, p. 205.
De acordo com os preceitos da teoria política de John Locke, que verificamos em nossos estudos, pondere qual das alternativas abaixo é a correta: 
1) Locke defende tanto a propriedade privada, tanto em seu aspecto físico (bens materiais) quanto em sua acepção imaterial (liberdade).
PORTANTO
2) De acordo com Locke, a sociedade não deve ser pautada por um pacto social formalmente aceito.
A primeira asserção está correta e a segunda é falsa.
Questão 3
Texto da questão
“Com efeito, quanto mais percebo na natureza aqueles onipotentes impulsos artísticos e neles um poderoso anelo pela aparência [Schein], pela redenção através da aparência, tanto mais me sinto impelido à suposição metafísica de que o verdadeiramente-existente [Wahrbaft-Seiende] e Uno-primordial, enquanto o eterno-padecente e pleno de contradição necessita, para a sua constante redenção, também da visão extasiante, da aparência prazerosa - aparência esta que nós, inteiramente envolvidos nela e dela consistentes, somos obrigados a sentir como o verdadeiramente não existente [Nichtseiende], isto é, como um ininterrupto vir-a-ser no tempo, espaço e causalidade, em outros termos, como realidade empírica". 
Fonte: NIETZSCHE, Friedrich. O Nascimento da Tragédia. Tradução de J. Guinsburg. São Paulo, Companhia das Letras, 2007, São Paulo – SP, p. 36.
 Segundo a passagem acima, verifique as alternativas abaixo e assinale a alternativa correta: 
(F) Segundo o autor, a racionalidade possui primazia perante as pulsões naturais do ser humano.
(V) De acordo com o pensamento de Nietzsche, a existência é pautada pelo puro devir, sem garantias de qualquer universalidade sobre a realidade.
(F) Para Nietzsche, o conhecimento sobre o Uno-universal se dá pelo uso da pura razão.
(V) A figura dionisíaca é indispensável para a alcançar a completude da visão trágica do mundo.
F, V, F, V.
Questão 4
Texto da questão
“Podemos aceitar, talvez, que a metafísica se desenvolveu a partir da mitologia. A criança irada com ‘a mesa má’ que lhe feriu. O homem primitivo procura reconciliar-se com o demônio ameaçador dos terremotos, ou adora a divindadedas chuvas férteis com gratidão. Temos diante de nós personificações de fenômenos naturais que são a expressão quase poética da relação emocional do homem com seu ambiente. A herança da mitologia é legada, de uma parte à poesia, que produz e intensifica os efeitos da mitologia sobre a vida, de modo deliberado; de outra, é deixada com a teologia que desenvolve a mitologia como um sistema. Qual é agora, o papel histórico da metafísica? Talvez possamos considerá-la como um substituto para a teologia ao nível do pensamento conceitual sistemático. As fontes (supostamente) transcendentes do conhecimento da teologia são substituídas, aqui, pelas fontes naturais, ainda que supostamente transempíricas do conhecimento. Em investigação pormenorizada, o mesmo conteúdo que aquele da mitologia, é aqui ainda reconhecível por trás das diferentes roupagens: descobrimos que a metafísica também surge da necessidade de dar expressão a uma atitude do homem em relação à vida, sua reação emocional e volicional ao ambiente, à sociedade, às tarefas a que ele mesmo se devota, às desventuras que lhe sucedem”.
Fonte: CARNAP, Rudolf. The Elimination of Metaphysics Through Logical Analysis of Language. Logical Positivism, ed. A.J. Ayer, New York: Free Press,1959, p. 224 – 264. 
De acordo com tal posição de Carnap frente a metafísica, verifique as afirmações abaixo e assinale a alternativa correta:
I – É correto afirmar que o positivismo lógico e a filosofia da linguagem almejavam liberar a linguagem dos preconceitos metafísicos da tradição, com a finalidade de recuperar um conhecimento metafísico renovado sobre a realidade.
II – Entre os nomes essenciais para a filosofia da linguagem estão Wittgenstein, Hegel, Russell e Frege.
III – O emprego da lógica formal ou simbólica é essencial para o positivismo lógico, pois através dela é possível verificar as falhas de determinados conceitos e sentenças desenvolvidos na história da filosofia.
IV – A rejeição à metafísica é principalmente ocasionada pela falta de referência dos termos empregados nela, tais como: “ser”, “arché”, “ente”, etc...
As afirmações III e IV estão corretas.
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Questão 5
Texto da questão
“A concepção científica do mundo não se caracteriza tanto por teses próprias, porém, muito mais, por sua atitude fundamental, seus pontos de vista e de orientação de pesquisa. Tem por objetivo a ciência unificada. Seus esforços visam ligar e harmonizar entre si os resultados obtidos pelos pesquisadores individuais dos diferentes domínios científicos. A partir do estabelecimento deste objetivo, segue-se a ênfase ao trabalho científico e igualmente o acento no que é intersubjetivamente apreensível. Daí se origina a busca de um sistema de fórmulas neutro, um simbolismo liberto das impurezas das linguagens históricas, bem como a busca de um sistema total de conceitos”.
Fonte: CARNAP, Rudolf, HAHN, Hans, NEURATH, Otto. A Concepção Científica do Mundo – O Círculo de Viena. Campinas - SP, Cadernos de História e Filosofia da Ciência I0, 1986, p. 06.
Na primeira metade do século XX alguns pensadores começaram a pensar os problemas da filosofia a partir da perspectiva da lógica formal, podemos incluir nesse movimento os filósofos analíticos e o positivismo lógico, por exemplo. Acerca das críticas que os pensadores do Círculo de Viena fizeram a metafísica, assinale a alternativa correta: 
1) A formalização lógica do conhecimento é um dos principais pilares do conhecimento científico no positivismo lógico e na filosofia da linguagem.
LOGO
2) Os problemas metafísicos seriam resolvidos ou descartados, nessa visão da filosofia da linguagem, a partir do desvelamento de suas ambiguidades semânticas.
As duas afirmações estão corretas, sendo a segunda a conclusão da primeira.
Questão 6
Texto da questão
“Durante toda a Idade Média, manteve-se a preocupação em estudar e copiar os textos identificados como clássicos. O Renascimento introduz uma leitura crítica desses textos através da atenção que é dada à crítica de autoria e ao conteúdo original, na busca da pureza do escrito. Entretanto, isso só foi possível porque houve na Idade Média a manutenção dos estudos sobre os textos da Antiguidade. O caminho aberto para os intelectuais da Renascença foi mais significativo a partir dos séculos XII e XIII, período do renascimento carolíngio” 
Fonte: FALCON, Francisco José Calazans e RODRIGUES, Antonio Edmilson Martins. A Formação do Mundo Moderno. Páginas 69 - 70. Elsevier Editora Ltda, 2006, Rio de Janeiro – RJ.
Acerca do conteúdo que verificamos anteriormente sobre a filosofia na Idade Moderna, é correto afirmar que:
a.
Maquiavel foi um teólogo que buscou revisar a visão cristã de seu período histórico, para isso ele lançou mão dos preceitos escolásticos e ignorou os estudos das línguas clássicas (latim, hebraico e grego antigo).
b.
Maquiavel foi conhecido como um autor que apresentou uma nova perspectiva no campo da filosofia política. Principalmente com sua noção de que o regime político deveria cumprir um papel moralizador.
c.
O Renascimento assim foi denominado por ser um movimento teórico que visava unicamente a valorização do modelo de ensino vigente na época, conhecido como Escolástica.
d.
As reformas protestantes foram movimentos sociais caracterizados exclusivamente pelas pautas da emergente classe burguesa, estabelecida pelo modelo capitalista mercantil das grandes navegações.
e. Maquiavel foi muito conhecido por sua posição amoralista dentro do debate da teoria política de sua época, defendendo a manutenção do poder do regime, ao invés do mero agrado aos preceitos éticos e religiosos.
Questão 7
Texto da questão
“A ciência foi promovida nos últimos séculos, em parte porque com ela e mediante ela se esperava compreender melhor a bondade e a sabedoria divinas - o motivo principal na alma dos grandes ingleses (como Newton) -, em parte porque se acreditava na absoluta utilidade do conhecimento, sobretudo na íntima ligação de moral, saber e felicidade - o motivo principal na alma dos grandes franceses (como Voltaire) -, em grande parte porque na ciência pensava-se ter e amar algo desinteressado, inócuo,  bastante a si mesmo, verdadeiramente inocente, no qual os impulsos  maus do homens não teriam participação - o motivo principal na alma de Spinoza, que, como homem do conhecimento, sentia-se divino: - graças a três erros, portanto”.
Fonte: NIETZSCHE, Friedrich. A Gaia Ciência. Tradução, notas e introdução de Paulo Cézar de Souza. Companhia das Letras, 2009, São Paulo – SP, p. 82. 
Seguindo a reflexão do autor sobre o conhecimento científico, verifique as alternativas abaixo e selecione a correta: 
1) Para Nietzsche, a razão não traz prejuízos para a compreensão da existência, nem de como podemos vivê-la.
LOGO
2) De acordo com o autor, a racionalidade científica é apenas uma entre diferentes narrativas que o sujeito pode estabelecer para dar sentido à existência.
Apenas a segunda declaração está correta.
Questão 8
Texto da questão
“Muitos imaginaram repúblicas e principados que jamais foram vistos e que nem se soube se existiram na verdade, porque há tamanha distância entre como se vive e como se deveria viver, que aquele que trocar o que se faz por aquilo que se deveria fazer aprende antes sua ruína do que sua preservação; pois um homem que queira fazer em todas as coisas profissão de bondade deve arruinar-se entre tantos que não são bons. Daí ser necessário e um príncipe, se quiser manter-se, aprender a poder não ser bom e a se valer ou não disto uma necessidade”
Fonte: MAQUIAVEL, Nicolau. O Príncipe. Tradução de Maria Julia Goldwasser. Martins Fontes, São Paulo – SP, 2001, p. 73. 
Referente ao trecho concernente ao pensamento de Maquiavel, analise as proposições abaixo e depois assinale a alternativa correta: 
1) Maquiavel foi muito conhecido por sua posição amoralista dentro do debate da teoria política de sua época, defendendo a manutenção do poder do regime, ao invés do mero agrado aos preceitos éticos e religiosos.
PORTANTO
2) Podemos afirmar que Maquiavel foi um teólogo que buscou

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