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Saude da Criança I, bloco II, cardiopatias congênitas, prematuridade, alojamento conjunto, hidratação venosa, desnutrição, obesidade, icterícia neonatal e encefalopatia bilirrubínica, TCE, ITU, crises

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Saúde da 
Criança 
P5-2022 
 
 
20/10/2022 
Marília Miranda Santana 
 
 
 
 
Saúde da Criança 
 
Marília Miranda Santana Página 1 
Sumário- Bloco II 
Saúde da Criança II-AULA 01- TCE na 
infância e Crises Epiléticas----Pág 2 
Saúde da Criança I- AULA 01- Reidratação 
venosa em neonatologia e alojamento 
conjunto---Pág 14 
Saúde da Criança II- AULA 02- Infecções do 
Trato Urinário-----Pág 22 
Saúde da Criança I- AULA 03- 
Prematuridade -------- Pág 27 
Saúde da Criança III- AULA 01- Doenças 
exantemáticas e doença do refluxo 
gastroesofágico--------Pág 33 
Saúde da Criança I-AULA 04- Cardiopatias 
Congênitas----Pág 40 
Saúde da Criança III-AULA 02- 
Glomerulopatias, obesidade e síndrome 
metabólica---Pág 46 
Saúde da Criança I-AULA 05- Icterícia 
neonatal e encefalopatia bilirrubínica—Pág 
52 
Saúde da Criança III-AULA 03- Desnutrição, 
hipovitaminoses e dores recorrentes na 
pediatria—Pág 59 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Saúde da Criança 
 
Marília Miranda Santana Página 2 
Saúde da Criança II- TCE na 
infância e Crises Epiléticas 
Trauma Cranioencefálico 
Fisiopatologia 
 O funcionamento básico do SNC 
requer o adequado aporte de O2, glicose e 
demais nutrientes para o metabolismo 
basal do tecido cerebral. 
Para tanto, depende do fluxo 
sanguíneo cerebral, garantido pela pressão 
de perfusão cerebral (PPC), que é fruto da 
diferença entre a pressão arterial média 
(PAM) e a pressão artéria intracraniana 
(PIC). 
 
Assim, para manter a PPC, 
incrementos da PIC causados por qualquer 
lesão cerebral pós-traumática vão requerer 
ajustes fisiológicos do SNC. Quando 
nenhum mecanismo consegue normalizar 
o sistema, instala-se a hipertensão 
intracraniana com dano secundário ao 
tecido cerebral. 
Se não tratada, pode culminar com 
a iminência de herniação no tecido 
cerebral, quando o organismo exibe a 
clássica tríade de Cushing: 
 
 
 
 
 
 Esse dano cerebral depende ainda 
do tipo de lesão relacionada ao trauma, 
que pode ser primária ou secundária. 
 
Lesão Primária: Diretamente pelo 
impacto. 
 É aquela que não pode ser evitada; 
 Impacto direto do trauma; 
 É proporcional à intensidade da 
força aplicada; 
 Pode ser focal ou difusa. 
Lesão Secundária: Relacionada a 
distúrbios subsequentes intalados. 
 Pode ser evitada ou, pelo menos, 
minimizada; 
 Devido a uma cascata de resposta 
metabólica que leva a lesão 
secundária; 
 Pode ocorrer minutos, horas ou 
dias depois. 
Complicações da lesão secundária. 
 Hipoxemia; 
 Hipercpnia ou hipocapnia; 
 Hipotensão; 
 HIC; 
 Crises convulsivas; 
 Hipertermia; 
 Distúrbios hidroeletrolíticos e 
metabólicos. 
A classificação do TCE baseia-se na 
escola de Coma de Glasgow (ECG), 
adaptada de acordo com a faixa etária. 
Normal Modificada Pontuação 
Abertura 
Ocular 
 
Espontânea Espontânea 4 
Comando 
verbal 
Comando 
verbal 
3 
À dor À dor 2 
Nenhuma Nenhuma 1 
Resposta 
Verbal 
 
Orientado Balbucios 5 
Conversa 
confusa 
Choro 
irritado 
4 
PPC= PAM- PIC 
Bradicardia 
Alteração 
Respiratória 
HAS 
Saúde da Criança 
 
Marília Miranda Santana Página 3 
Palavras 
inapropriadas 
Choro à dor 3 
Sons 
estranhos 
Gemido à 
dor 
2 
Nenhuma Nenhuma 1 
Resposta 
motora 
 
Obedecer 
comandos 
Movimentos 
espontâneos 
6 
Localiza a dor Retirada ao 
toque 
5 
Flexão 
normal 
Retirada à 
dor 
4 
Decorticação Flexão 
anormal 
3 
Decerebração Extensão 
anormal 
2 
Nenhuma Nenhuma 1 
 
TCE Leve- Glasglow- 14/15. 
TCE Moderado- Glasglow- 9/13. 
TCE Grave- Glasglow-<8. 
Tratamento do Traumatismo 
Cranioencefáico Leve 
 Crianças sem quaisquer fatores de 
risco (citados mais abaixo no O que fazer?) 
são classificadas como baixo risco e não 
necessitam de TC de crânio. Em geral, com 
o paciente assintomático e decorridas pelo 
menos 2 horas do trauma, ele poderá ser 
liberado para observação domiciliar. 
Tratamento do Traumatismo 
Cranioencefálico moderado e grave 
 O manejo do TCE moderado e 
grave requer assistência em UTI e vigilância 
constante para eventuais sinais de 
deterioração neurológica. 
 Todos os pacientes graves (ECG<8) 
necessitam de intubação orotraqueal e 
ventilação mecânica, sob sedação e 
analgesia. 
 
Terapias de Primeira Linha 
 Manter a cabeceira elevada em 
30°, sedação e analgesia com 
benzodiazepínicos e opioide, 
minimizando estímulos externos; 
ventilação pulmonar mecânica em 
PaO2 entre 90-100mmhg e PaCO2 
entre 35-40mmHg. 
 Atentar para o controle 
direcionado de temperatura, com 
limite superior em 38°. Garantir 
também volume intravascular 
adequado através da 
monitorização da pressão venosa 
central (PVC) e do débito urinário. 
Tratar anemia (manter Hb superior 
a 7g/dL) e coagulopatias. Indicar a 
nutrição enteral o mais 
precocemente possível, por sonda. 
Lembrar que na suspeita de 
fratura na base do crânio está 
contraindicada a passagem de 
qualquer sonda via nasal. 
 Drogas antiepilépticas são 
recomendadas para casos de crises 
convulsivas, epilepsias prévia e 
lesão focal na TC, em especial a 
Fenitoína e o levetiracetam. 
Anamnese: 
 Identificar o mecanismo e a 
cinemática do trauma (como foi, 
qual a atura); 
 Local da lesão; 
 O tempo decorrido (quanto tempo 
faz desde que ocorreu a queda); 
 Relato de convulsão; 
 Vômito; 
 Perda de consciência; 
 Antecedentes de epilepsia; 
 Uso de álcool ou drogas; 
 Displasia sanguínea; 
Saúde da Criança 
 
Marília Miranda Santana Página 4 
Exame de Imagem 
 O exame de imagem indicado é a 
tomografia computadorizada de crânio, 
nas seguintes situações: 
 Nos casos moderados e graves; 
 Nos casos leves em que apresente: 
-Alteração no estado mental como 
sonolência, questionamento repetitivo ou 
resposta lenta à comunicação verbal; 
-Suspeita de fratura de crânio à palpação; 
-Hematoma subgaleal importante em 
região occipital, temporal ou parietal; 
-Perda de consciência; 
-Mecanismo de trauma grave: acidente 
com veículo com ejeção do paciente, 
morte de outro passageiro ou 
capotamento, quedas superiores a 0,9m 
em menores de 2 anos ou superiores a 
1,5m em maiores de 2 anos; 
-O paciente não está agindo normalmente; 
-Critério médico baseado na sua 
experiência, de acordo com a avaliação 
individualizada. 
O que fazer? 
Crianças com menos de 2 anos 
Fator de Risco alto Fator de risco 
moderado 
Glasglow 14 Hematoma 
subgaleal parietal, 
temporal ou 
occiptal 
Alterações de 
consciência 
Perda de 
consciência >5 
segundos 
Fratura de crânio 
palpável 
Mecanismo de 
trauma importante 
(queda acima de 
90cm) 
 Mudança de 
comportamento 
(pais) 
Criança com mais de 2 anos 
Fator de Risco Alto Fator de risco 
moderado 
Glasglow 14 Perda de 
consciência 
Alterações no nível 
de consciência 
Vômitos 
Sinais de fratura na 
base do crânio 
Mecanismo de 
trauma (queda 
acima de 150cm) 
 Cefaleia importante 
 
Fluxograma com crianças com 2 anos de 
idade ou mais 
 Se a criança tem sinal de alto risco, 
é preciso que esta passe por uma 
tomografia. Mas na ausência de sinais de 
alto risco ou com a presença de sinais de 
risco moderado, a criança pode ficar em 
observação ou fazer a tomografia, tendo 
em vista que isso depende dos sintomas e 
a referência dos pais. A tomografia não 
deve ser feita caso a criança não tenha 
risco moderado ou grave. 
Fluxograma com crianças com menos de 
2 anos de idade 
Se a criança tem sinal de alto risco, 
é preciso que esta passe por uma 
tomografia. Mas na ausência de sinais de 
alto risco ou com a presença de sinais de 
risco moderado, a criança pode ficar em 
observação ou fazer a tomografia, tendo 
em vista que isso depende dos sintomas e 
a referência dos pais. A tomografia não 
deve ser feita caso a criança não tenha 
risco moderado ou grave. 
Raio-X: Não se faz raio-x de crânio para 
avaliartraumatismo cranioencefálico 
infantil. 
Crises Epiléticas na Infância 
 A epilepsia é uma doença cerebral 
caracterizada por uma das seguintes 
condições: 
 Ter no mínimo duas crises não 
provocadas ocorrendo em um 
intervalo superior a 24 horas; 
Saúde da Criança 
 
Marília Miranda Santana Página 5 
 Ter uma crise não provocada e 
com probabilidade de recorrência; 
 Diante de diagnóstico de uma 
síndrome epiléptica. 
A epilepsia é uma doença associada a 
crises recorrentes espontâneas. Já a 
convulsão é um evento clínico que pode 
ser único ou recorrente, provocado por 
diferentes fatores, como: 
 Hipertermia; 
 Abstinência, 
 Alterações metabólicas; 
 Toxicidade; 
 Síncope; 
 Infecção; 
 AVC. 
Crise Focal: acomete só um grupo de 
neurônio; 
Crise Generalizada: acomete todo o 
encéfalo. 
Crise Simples: Não altera a consciência; 
Crise Complexa: Altera a consciência. 
 O primeiro passo é definir se a crise 
teve início generalizado ou focal. Se o início 
foi focal, é importante definir se a criança 
estava ou não com a percepção intacta—
algo difícil de identificar em neonatos e 
lactentes. Depois, deve-se identificar se a 
crise foi ou não motora. 
Síndromes Epilépticas do Período 
Neonatal 
 A maioria das crises convulsivas 
que ocorrem em neonatos está relacionada 
ou é provocada por uma doença de base 
ou alguma condição patológica e deve ser 
considerada uma crise sintomática aguda. 
 
 
Saúde da Criança 
 
Marília Miranda Santana Página 6 
 
 As síndromes epilépticas do 
período neonatal apresentam prognóstico 
variável e podem estar relacionadas 
anomalias do desenvolvimento cortical, a 
defeitos metabólicos (deficiência de 
Piroxidina) ou causas genéticas que podem 
levar a disfunção cortical. 
Síndromes Epilépticas do Lactente 
Espasmos Epilépticos e Síndrome de 
West 
 Os espasmos epilépticos são 
caracterizados por contrações abruptas 
seguidas por uma contração tônica com 
duração de segundos que envolve o tronco 
e o pescoço com adução ou abdução dos 
braços. 
 Os espasmos podem ser bilaterais 
simétricos ou assimétricos. Os espaços 
assimétricos são predominantemente 
observados nos casos lesionais, 
frequentemente associados a outros tipos 
de crises epilépticas. 
 Há circadianismo evidente, sendo 
que os espasmos ocorrem 
predominantemente na fase N1 do sono 
(sonolência) ou ao despertar. 
 A Síndrome de West é 
caracterizada por uma tríada: espasmos, 
hipsarritmia* e parada ou regressão do 
desenvolvimento neuropsicomotor. A SW 
é o subtipo mais frequente de espasmos 
epilépticos, com início nos dois primeiros 
anos de vida, predominantemente no 
primeiro semestre do primeiro ano. 
 
 
 
 
 
*Obs: A hipsarritmia é caracterizada por 
ondas lentas de amplitude elevada a muito 
elevada, com variação em amplitude, 
duração, morfologia e localização. 
 
 
 Na maior parte dos casos, a 
etiologia é conhecida, com causas 
estruturais (adquirida ou congênita), 
infecciosas, metabólicas, imunológicas e 
anomalias genéticas. 
-Tratamento: o ACTH, a vigabatrina e os 
corticosteroides, em especial a 
prednisolona, são eficazes. A associação de 
vigabatrina e prednisolona parece ser 
mais eficaz do que a prednisolona usada 
isoladamente. 
Espasmos 
Hipsarritmia 
Parada/regressão do 
desenvolvimento 
neuropsicomotor 
Saúde da Criança 
 
Marília Miranda Santana Página 7 
-Os espasmos tendem a cessar por volta 
dos 3-4 anos de idade, e a transição de 
espasmos para Síndrome de Lennox-
Gastaut é relatada em 18% dos casos. O 
atraso no desenvolvimento é variável e 
geralmente está presente antes do início 
dos espasmos, agravando-se com a 
instalação destes. A deficiência intelectual 
e o transtorno do espectro autista, com 
gravidades variáveis, são frequentemente 
relatadas após a remissão dos espasmos. 
 
 
Síndrome de Dravet 
 Há uma variação relacionada à 
idade. Os sintomas principais são crises 
epilépticas, atraso no desenvolvimento, 
deterioração cognitiva, comportamental e 
disfunção motora. 
 
 
 
 
A primeira crise ocorre no primeiro 
ano de vida, entre 5-8 meses, sendo 
predominantemente motora. Essa 
primeira crise pode ser febril ou ocorrer 
após a febre, vacinação, banho quente ou 
infecção. 
Após um breve intervalo de 
tempo, crises epilépticas 
farmacorresistentes aparecem e 
aumentam gradualmente a frequência. No 
segundo ano de vida, a gravidade e a 
frequência das crises podem levar ao 
estado de mal, e há regressão do 
desenvolvimento neuropsicomotor. 
-Tratamento: O tratamento desses 
pacientes é um desafio, considerando a 
refratariedade das crises. Os fármacos são 
utilizados em politerapia, com algoritmos 
de tratamento que incluem fármacos 
inespecíficos (valproato, clobazam, 
canabidiol) e mais específicos para essa 
síndrome (fenflumina e estirepentol). 
Síndromes Epilépticas da Infância 
 Dentes as síndromes epilépticas 
cujas crises iniciam após o segundo ano de 
vida, tem-se: 
Síndrome de Lennox-Gastaut 
 A síndrome é uma encefalopatia 
epiléptica grave caracterizada por crises 
polimórficas e declínio cognitivo. 
 Os critérios diagnósticos clássicos 
consiste em uma tríada de múltiplos tipos 
de crise, eletroencefalograma anormal e 
regressão cognitiva. 
 
 
 
 
 
Crises 
Epilépticas 
Deterioração cognitiva 
e comportamental 
Disfunção motora 
Múltiplos tipos de 
crise Eletroencefalograma 
anormal Regressão 
cognitiva 
Saúde da Criança 
 
Marília Miranda Santana Página 8 
 
 
-Múltiplos tipos de crise: A presença das 
crises tônicas durante o sono é um marco 
diagnóstico. Múltiplos tipos de crises são 
documentados: tônico, ausência atípica, 
atônicas e mioclônicas 
O estado de mal não convulsivo—
crises de ausência atípica—tem duração de 
dias a semanas e ocorre em metade dos 
pacientes. 
-Declínio Cognitivo: É frequentemente 
acompanhado de distúrbios 
comportamentais. Os problemas 
comportamentais (hiperatividade, 
agressão e TEA) ocorrem na metade dos 
casos. 
-Tratamento: O objetivo do tratamento é a 
diminuição da frequência e gravidade das 
crises para melhorar a qualidade de vida e 
o prognóstico, reconhecendo que o 
controle total das crises não é possível. 
Não há um consenso sobre o tratamento 
farmacológico ideal, podem ser usados: 
valproato, lamotrigina, topiramato, 
rufinamida, clobazam, felbamato. 
Epilepsia Ausência da Infância 
 É definida por crises de ausência 
diárias e frequentes na idade escolar. A 
média de idade de início é de 
aproximadamente 6 anos (2-10 anos). 
 As crises de ausência ocorrem 
várias vezes ao dia e são desencadeadas 
pela hiperventilação. A duração média de 
uma crise é de 10 segundos. Durante a 
crise, a criança frequentemente param 
suas atividades ou executam de forma 
mais lenta. Um discreto movimento da 
pálpebras pode ocorrer. 
-Tratamento: A primeira linha 
medicamenta é formada pela 
etossuximida, valproato e lamotrigina. 
Obs: Carbanazepina, oxcarbazepina, 
Fenitoína, vibatrina e gabapentina são 
ineficazes na EAI, e podem levar ao estado 
de mal de ausência. 
Epilepsia da Infância com Paroxismo 
Centro Temporais 
 É uma das síndromes mais comuns 
da infância, representando 15-25% das 
síndromes epilépticas que ocorrem dos 4-
12 anos. 
 Os sintomas são particulares e 
facilmente reconhecíveis, sendo 
caracterizados por: 
1. Sinais motores orofaciais com 
clonias em um dos lados do rosto 
(predominante mente na 
comissura labial); 
2. Alteração da fala; 
3. Sialorreia; 
4. Sintomas sensoriais com 
dormência e parestesia da língua, 
lábios, gengiva e porção inferior da 
bochecha. 
-Tratamento: muitos autores sugerem o 
não tratamento dessa síndrome por serem 
difíceis de controlar. O tratamento 
farmacológico deve ser considerado para 
pacientes com 3 crises, um pequeno 
intervalo entre as crises, idade precoce deSaúde da Criança 
 
Marília Miranda Santana Página 9 
início, CTCG, crises durante os dias e 
queixas cognitivas. 
Síndromes Epilépticas da 
Adolescência 
Epilepsia mioclônicas juvenil 
 A principal característica é a 
presença de crises mioclônicas que são 
frequentemente negligenciadas pelos 
pacientes. Essas crises afetam braços, 
ombros, pescoço e pernas e crises 
ocorrem predominantemente ao 
despertar, em especial após provação do 
sono. 
 A percepção do meio é preservada 
ou brevemente diminuída. Os fatores 
preciptantes são privação do sono, fadiga, 
estresse e álcool. 
-Tratamento: é representado por uma 
associação entre tratamento farmacológico 
e esquiva dos fatores precipitantes. Os 
fármacos de primeira são valproato de 
sódio e levetiracetam. 
Causas de Crises Epilépticas 
 Infecciosas; 
 Neurológicas; 
 Trauma; 
 Uso de drogas 
 Metabólicas (hipoglicemia no 
período neonatal); 
 Endócrinas 
 Hiperpirexia (febre). 
Crise Febril 
 A definição de convulsão febril é 
“um evento na primeira infância ou na 
infância que geralmente ocorre entre 3 
meses e 5 anos de idade, associado a 
febre, mas sem evidências de infecção 
intracraniana ou causa definida para a sua 
convulsão”. 
-Crise epiléptica que ocorre na vigência de 
doença febril (excetuando-se as do SNC e 
as causas metabólicas). 
-A crise febril ocorre quando a temperatura 
aumenta além do basal 
-A crise usualmente é tônico-clônica com 
duração inferior a 15 minutos 
-Sem alteração no sistema neurológico. 
Etiologia: 
 Causas diversas- quadros febris; 
 Imaturidade do SNC; 
 Hereditariedade. 
Clínica 
 Em geral, as convulsões febris 
ocorrem no início da rápida elevação da 
temperatura e a maior parte nas primeiras 
24 horas do começo da febre. 
 Pode ocorrer um período de 
sonolência após o evento ictal de até 
algumas horas. Se o período pós-ictal for 
prolongado ou se as crises tiverem 
características focais, é importante avaliar 
a presença de doença aguda subjacente do 
sistema nervoso central. 
 As convulsões febris ocorrem 
durante infecções virais ou bacterianas. 
Vacinação para sarampo, caxumba e 
rubéola pode ser a causa de febre. 
 As crises podem ser simples ou 
complexas: 
--Crises Febris Simples: são generalizadas 
e têm curta duração. A breve duração deve 
ser menor que 15 minutos e habitualmente 
não ocorrem mais de uma vez em 24 horas, 
se resolvendo espontaneamente. 
--Crises Febris Complexas: são mais 
duradouras, têm sintomas mais focais e 
podem recorrer dentro de 24 horas ou na 
mesma doença febril. 
Obs: O estado epiléptico é caracterizado 
por convulsões contínuas ou intermitentes 
Saúde da Criança 
 
Marília Miranda Santana Página 10 
com duração > 20 minutos, sem 
recuperação do nível de consciência entre 
elas, e geralmente requer a administração 
de anticonvulsivante para sua interrupção. 
Fator de risco: 
 História familiar de risco; 
 Internação hospitalar no período 
neonatal; 
 Atraso do desenvolvimento 
neuropsicomotor. 
Diagnóstico 
 As convulsões são diagnosticadas 
como febris após a exclusão de outras 
causas. Exames de rotina não são 
necessários para convulsões febris 
simples, exceto para diagnosticar a origem 
da febre, mas, se as crianças têm 
convulsões complexas, período pós-ictal 
prolongado, déficts neurológicos ou sinais 
de uma doença grave, é necessário 
prosseguir a investigação. 
Clínico 
Crises Febris Simples 
 6 meses a 6 anos; 
 Tipo de crise: tônico-clônico 
generalizada; 
 Dura menos de 15 minutos; 
 Período pós-ictal: sonolência leve, 
exame neurológico normal; 
 Crise única em 24 horas. 
Crises Febris Complexas 
 Pode ser parcial ou generalizada; 
 Dura mais de 15 minutos; 
 Pode ter sinais focal ou sonolência 
duradoura; 
 Recorre em 24 horas. 
Exames Laboratoriais 
--Análise líquor para excluir meningite e 
encefalite em crianças menores de 6 
meses de idade, caso estejam presentes 
sinais meníngeos, sinais de depressão do 
sistema nervoso ou que têm convulsões 
após vários dias de doença febril; crianças 
que não estão totalmente imunizadas ou 
em uso de antibióticos também devem ter 
avaliação liquórica; 
--Teste de função hepática e renal e dos 
níveis séricos de glicose, sódio, cálcio, 
magnésio e potássio se houver história 
recente de vômitos, diarreia ou ingestão 
de líquidos escassa; se houver sinais de 
desidratação ou edema; ou se ocorrerem 
convulsões febris complexas; 
--Exame de imagem (TC ou RN de crânio) 
se o exame neurológico detectar 
anormalidades focais ou se características 
focais ocorrerem durante a convulsão ou 
período pós-ictal; 
--Eletroencefalograma se convulsões febris 
têm características focais ou são 
recorrentes. 
Sequelas Neurológicas 
 Convulsões febris simples não 
causam anormalidades neurológicas. 
Entretanto, em algumas crianças com 
distúrbios neurológico não reconhecido, 
uma convulsão febril pode ser a primeira 
manifestação da doença. 
 Estado de mal epiléptico pode 
estar associado a alterações no hipocampo. 
Mortalidade não é relatada. 
 
 
Saúde da Criança 
 
Marília Miranda Santana Página 11 
Conduta 
 Pacientes com crises febris não 
devem ser hospitalizados se o exame 
clínico for normal e se a fonte da infecção 
for clara. A criança pode receber alta após 
um período de observação. 
 Hospitalização para observação é 
necessária quando uma criança apresenta 
sinais e sintomas de alerta, ou achados 
neurológicos residuais. 
SITUAÇÃO 01: Se a criança teve uma 
convulsão em casa e na unidade está bem, 
deve-se avaliar a via aérea, monitorar (FC, 
saturação e temperatura), ofertar oxigênio 
(se necessário), fazer glicemia capilar, ter 
um acesso venoso e antitérmico quando 
necessário. 
 Após os passos iniciais, deve-se 
colher a anamnese, realizar o exame físico, 
identificar e tratar a causa da febre e 
conversar com os pais. 
 Os exames solicitados devem ser 
solicitados para avaliar a causa da febre. 
Quando colher o líquor: sinais de 
irritação meníngea, toxemia, período pós-
ictal muito prolongado ou com alterações 
no nível de consciência e no período 
neonatal (até 6 meses). 
Quando fazer ECG: se for crise única, 
não é necessário fazer. 
Obs: para fazer TC, RNM, USF 
transfontanela vai do bom senso do 
médico. 
Exames Subsidiários: 
Quando fazer TC 
 História de trauma; 
 Doença neurocutânea; 
 Ventrículo peritoneal; 
 Sinais clínicos de HIC (alteração de 
fundo de olho); 
 Crises focais; 
 Estado pós-ictal prolongado; 
 Estado hipercoagulável; 
 Doenças hemorrágicas. 
SITUAÇÃO 02:cSe a criança que chegou na 
unidade em crise, deve parar pelo ABCDE. 
Anticonvulsivantes de 1ª linha 
No episódio agudo no pronto-
socorro, as indicações para administração 
de fármacos anticrise são: 
-Convulsões com duração superior a 5 
minutos; 
-Convulsões recorrentes; 
-Estado de mal epiléptico. 
 Os fármacos de escolha são: 
 Diazepam EV (não é diluído) ou via 
retal; 
 Midazolam IV, IM ou VN; 
 Lorazepam IV, Im. 
Os benzodiazepínicos podem ser 
usados em crianças que apresentem crises 
frequentes em um curto período de 
tempo ou para crises que durem mais de 
15 minutos, ou se as drogas antiepiléoticas 
forem previamente necessárias para 
interromper as convulsões. 
-APLICAR 3 DOSES COM INTERVALOS DE 5 
MINUTOS. 
-SEMPRE AVALIAR VIA ÁEREA POR 
CAUSAR DEPRESSÃO RESPIRATÓRIA. 
Anticonvulsivantes de 2ª linha 
 Fenitoína; 
 Fenobarbital. 
DOSE MÁXIMA 40MG. 
OBS: PARA OS BEBÊS COM ATÉ 2 MESES, A 
DROGA DE ESCOLHA É O FENOBARBITAL, 
DEVIDO A UMA MELHOR RESPOSTA AO 
FÁRMACO. 
Saúde da Criança 
 
Marília Miranda Santana Página 12 
Se mesmo a criança passando por 
um tratamento para a crise, ela está em 
estado de mal epilético que são crises 
reentrantes sem recuperação da 
consciência, durando acima de 30 minutos. 
Tratamento das crises prolongadas 
 O tratamentodas convulsões febris 
é de suporte se durarem menos de 15 
minutos, fármacos podem ser necessários 
para cessá-las, com cuidados de 
monitoramento das condições circulatórias 
e respiratórias. 
 A terapia medicamentosa é 
geralmente intravenosa, com 
bezodiazepínico de ação rápida 
(midazolam ou diazepam). Fenitoína, na 
dose de 15-20mg/Kg, IV, deve ser 
administrado durante 15-30 minutos se 
convulsão persistir. Em crianças de até 5 
anos, pode-se administrar 0,5mg/Kg de 
diazepam retal uma vez e repetir em 4-12 
horas se o benzodiazepínico não puder ser 
administrado por via IV. 
Estado de Mal Epiléptico 
 É a emergência neurológica mais 
frequente em crianças, e nele, claramente, 
o tempo está relacionado com alta 
morbidade e mortalidade. 
 Não é uma entidade única, 
ocorrendo em diferentes formas e de 
diferentes etiologias. O tratamento 
precoce reduz significativamente a 
morbidade e a mortalidade. 
Fisiopatologia 
 Depleção de glicose 
 Acidemia acentuada 
 Hipotensão 
 Hipertermia 
 Rabdomiólise 
 Hiperpotassemia 
 Lesão neurológica 
 Lesão tenal 
 Mioglobinúria 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Marília Miranda Santana Página 13 
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Saúde da Criança 
 
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Saúde da Criança I- 
Reidratação venosa em 
neonatologia e alojamento 
conjunto 
Reidratação Venosa em Neonatologia 
 A condução que diz respeito à 
nutrição terá impacto no desempenho da 
criança na unidade neonatal e em toda a 
sua vida. A terapia nutricional é 
fundamental na unidade neonatal, pois 
garante uma resposta adequada às 
inúmeras adversidades que o RN precisa 
superar. 
 No planejamento da terapia 
nutricional parenteral, é fundamental 
verificar a cota hídrica do paciente a fim de 
garantir que haja menor perda insensível 
de água, situação comum em que o RN 
pré-termo em decorrência da menor 
queratinização da pele. 
Metas do Suporte Nutricional 
 Manter ou restituir o status 
nutricional; 
 Promover o crescimento; 
 Evitar complicações relacionadas à 
desnutrição 
Indicações 
 A nutrição parenteral está indicada 
como suporte nutricional para recém-
nascidos que não atingem de forma 
adequada as necessidades nutricionais 
pelo trato gastrointestinal. 
Assim, condições diversas, como 
prematuridade, insuficiência respiratória, 
enterocolite necrosante e exclusão do 
trato gastrointestinal, decorrentes de 
anomalias congênitas, fazem com que a 
nutrição parenteral seja um dos 
procedimentos mais utilizados na unidade 
de terapia intensiva neonatal. 
A nutrição parenteral pode ser 
administrada para o recém-nascido 
através de veias periféricas ou cateter 
central. Essa nutrição está indicada para os 
recém-nascidos que a utilizam por um 
período relativamente curto (10 a 14 dias). 
A nutrição parenteral através de 
cateter central está mais indicada para 
recém-nascidos com falta de acesso 
venoso periférico, com aumento das 
necessidades calóricas ou que necessite de 
restrição hídrica, e, especialmente, quando 
utilizada por período superior a 2 
semanas. 
Necessidade Hídrica de acordo com o 
peso 
 O estado hídrico deve ser avaliado 
por parâmetros clínicos, variação de peso, 
volume e densidade urinários, natremia e 
osmolaridade plasmática. Um dos 
principais parâmetros é a avaliação da 
necessidade hídrica a partir do peso do 
neonato. 
Peso Classificação 
2500-2999g RN com peso 
insuficiente 
1500-2499g RN Baixo peso 
1000-1499g RN Muito baixo 
peso 
<1000g Extremo baixo peso 
 A partir da classificação do peso do 
recém-nascido, é possível avaliar a 
necessidade hídrica diária deste. 
Peso Volume Hídrico* 
Extremo baixo 
peso 
100 mL/Kg/dia 
Muito baixo peso 90 mL/Kg/dia 
Baixo peso 80 mL/Kg/dia 
Peso adequado 70 mL/Kg/dia 
*Obs: Soro glicosado 
 Uma observação importante é que 
o bebê não nasce no seu primeiro dia, ele 
nasce no dia zero e os cálculos feitos para a 
Saúde da Criança 
 
Marília Miranda Santana Página 15 
hidratação começam a partir do primeiro 
dia de vida do recém-nascido. 
 Ocorre sempre uma progressão de 
10ml/Kg/dia nos valores da necessidade 
hídrica. Isso significa que se uma criança 
começou uma hidratação de 90mL/Kg/dia 
no primeiro dia, no segundo dia ela irá 
receber 100mL/Kg/dia. Essa progressão se 
mantém até o 28º dia da criança e após 
isso, os cálculos serão baseados na Regra 
de Holliday-Segar. 
Peso Volume Hídrico 
Até 10Kg 100mL/Kg/dia 
10-20Kg 1000mL/Kg/dia + 
50mL/kg/dia (para 
cada kg acima de 
10Kg) 
>20Kg 1500ml/Kg/dia 
+20mL/kg/dia (para 
cada kg acima de20Kg) 
Figura 1- Regra de Holiday-Segar 
Eletrólitos 
Cálcio 
 No primeiro dia de vida do recém-
nascido, o primeiro eletrólito que ele pode 
receber é o cálcio que é utilizado na forma 
de gluconato de cálcio 10%, isto por ter 
menor reatividade. Os valores adequados 
são baseados a partir da idade gestacional 
do recém-nascido. 
Idade Gestacional Valores 
RN a termo 300mg/Kg/dia 
RN pré-termo 
moderado 
400mg/Kg/dia 
RN pré-termo 
extremo 
450mg/Kg/dia 
Sódio 
 O sódio deve ser administrado a 
partir do segundo dia de vida na 
quantidade de 3-3,5mEq/Kg/dia. Os valores 
adequados são baseados a partir da 
concentração de sódio na solução. 
 1mL de NaCl 10%----1,7 mEq de Na 
 1mL de NaCl 20%----3,4 mEq de Na 
 1mL de NaCl 3%-----0,5 mEq de Na 
 1mL de SF-----------0,153 mEq de Na 
*OBS: Caso se tenha uma criança 
convulsionando devido à hiponatremia, 
faz-se 88mL de água destilada com 12mL 
de SF 20% em uma posologia de 
3mL/Kg/dia. 
Potássio 
 É um importante íon no 
metabolismo da glicose e na síntese de 
glicogênio. Deve ser adicionado à nutrição 
parenteral a partir do terceiro dia de vida. 
Os valores adequados são baseados a 
partir da concentração de sódio na 
solução. 
 1mL de KCl 19,1%-----2mEq 
 1mL de KCl 10%------1,3mEq 
Cálculos 
 Para prescrevermos de forma 
correta os volumes de hidratação 
parenteral da criança precisamos seguir 
algumas etapas: 
1. Cálculo das necessidades hídricas 
de macronutrientes; 
2. Análise de velocidade de infusão 
da formulação final. 
1ª Etapa 
 Determinar as necessidades 
hídricas; 
 
 
 As necessidades glicídicas (g/dia, 
velocidade de infusão de glicose); 
 
 
Necessidades hídricas= Peso da criança X mL 
pré-determinados de acordo com o peso 
Grama de glicose por dia= VIG X Peso (grama) 
x 1.44 
Saúde da Criança 
 
Marília Miranda Santana Página 16 
*Obs: A VIG/TIG é definida: 
Idade Gestacional VIG/TIG 
RN pré-termo 6/8mg/Kg/min 
O professor usa 6 
RN a termo 4/6 mg/Kg/min 
O professor usa 5 
 
 Volume da solução glicídica 
conforme concentração 
selecionada. 
 
 
 
 
Obs*: Os eletrólitos variam de acordo com 
os dias, então deve-se fazer o cálculo de 
quantos eletrólitos aquela criança recebe 
e, a partir disso, subtrair do volume total. 
2ª Etapa 
 Cálculo da Velocidade de Infusão 
 
 
 
 
 
 Concentração de Glicose 
 
 
 
 
Exemplo 
 João, 3Kg 2 dias de vida, é um 
recém-nascido a termo que em 
decorrência de uma infecção bacteriana 
teve que permanecer no hospital para 
tratamento. O neonatologistas vendo a 
necessidade de uma nutrição parenteral 
para auxiliar o recém-nascido no aporte 
nutricional, prescreve um acesso venoso 
para tal com as seguintes indicações : 
 VIG: 5mg/Kg/min; 
 Ca: 300mg/Kg/dia; 
 NaCl 20%: 3mEq/Kg/dia 
1ª Etapa 
-Determinar as necessidades hídricas 
 João tem 3Kg, ou seja, é uma 
criança com peso estável. Para ele, usa-se 
70mL/Kg/dia. A necessidade hídrica de 
João é 210mL/Kg/dia. 
-Determinar as necessidades glicídicas 
Grama de Glicose= 5mg/Kg/min x 3000g 
x 1.44 
 As gramas de glicose que João deve 
receber por dia é 21,6g/dia. 
Eletrólitos 
 João está no segundo dia de vida, 
portanto recebe sódio e cálcio. 
Cálcio: 300mg/Kg/dia de cálcio e João tem 
3Kg900mg/dia 1mL está para 100mg, 
então 900mg tem9mL/ dia 
Sódio:9mEq/dia 1mL de NaCl a 20% tem 
3,4 mEq, então em 9mEq/dia  
2,6mEq/dia. 
Volume de Glicose a 50%= (21,6 g x 20) - 
210mL- 9mL de gluconato de cálcio -
2,6mEq de sódio 432-
198,4233,6233,6/925,9 
198,4mLvalor do soro glicosado sem os 
eletrólitos; 
Volume de Glicose a 50%=25,9 
Volume= (grama de glicose x 20) – volume total 
de líquido sem eletrólito* 
 9 
Venóclise (mL/H)= Peso x mL (definido por 
idade gestacional) 
24 horas 
Concentração de Glicose= grama de glicose x 
100 
Volume total 
Saúde da Criança 
 
Marília Miranda Santana Página 17 
2ªEtapa 
Venóclise: 3Kg x 210mL/248,75 
mL/Hora 
Prescrição 
HVM 24/24 horas em BIC 
 SG 5% 198mL de Soro Glicosado; 
 Glicose 50% 25,9; 
 Gluconato de Cálcio 9mL/dia 
 NaCl 20% 2,6mL/dia 
Alojamento Conjunto 
 É uma enfermaria em que a mãe a 
criança ficam até receber a alta hospitalar. 
 É indicado em todas as situações 
em que o bebê com peso de nascimento 
superior a 1.800 gramas, idade gestacional 
maior do que 34 semanas e Apgar maior 
do que 6 no quinto minuto e encontre-se 
clinicamente estável. 
 As mães podem ficar no mínimo 
até 48 horas e não podem sair com menos 
de 24 horas. Os berços devem ser 
separados por 2 metros entre a cama da 
mãe e o berço, devendo ter uma poltrona 
para cada mãe para a amamentação. 
Equipe e Quarto 
 Destaca-se a recomendação de 
uma área mínima de 5m2 para cada 
conjunto de leito materno e berço, sendo 
permitidas, no máximo, seis díades mãe-
filho por ambientes. Os berços devem ser 
preferencialmente de acrílico para o banho 
e devem ser posicionados com uma 
separação mínima de dois metros entre si. 
Ressalta-se a importância de uma cadeira 
que possa ser utilizada para a 
amamentação para cada díade mãe-filho. 
 Devem ser atendidas, também, as 
recomendações quanto às necessidades de 
recursos humanos para o atendimento à 
díade mãe-bebê. A equipe mínima deve ser 
composta por um pediatra diarista 
exclusivo para vinte recém-nascidos, um 
obstetra para vinte mães, um enfermeiro 
para trinta díades e um auxiliar de 
enfermagem para oito díades. 
Indicações 
 O melhor local para o recém-
nascido é ao lado da mãe. Dessa forma, o 
alojamento conjunto deve ser indicado 
sempre que possível, considerando as 
condições maternas e neonatais. 
A única contraindicação absoluta 
ao alojamento conjunto é a presença de 
doença infecciosa aguda com risco de 
contaminação do bebê. 
Crianças com malformações 
maiores meningocele, onfalocele, 
gastrosquise, cardiopatias graves, 
infecções contagiosas (varicela 5 dias 
antes ou 2 dias depois) têm 
contraindicações para o alojamento 
conjunto. A criança deve receber o leite do 
banco de leite e está contraindicada a 
amamentação. A criança deve receber a 
imunoglobulina contra varicela zoster até 
96 horas. 
 Parto cesáreo, doença mental, 
icterícia, depressão puerperal, dificuldades 
de deambulação, dentre outras não são 
contraindicações para alojamento 
conjunto, mas trazem a necessidade de 
maiores cuidados por parte da equipe 
multiprofissional. Nesses casos, é 
indispensável que seja garantido à mãe o 
direito ao acompanhante e, em algumas 
situações, uma supervisão direta de um 
membro da equipe. 
 Ressalta-se que situações como o 
uso de antibióticos, fototerapia, controle 
de glicemia e hematócrito, necessidade de 
hemograma seriado não são, por si só, 
motivo para afastar o bebê de um contato 
contínuo com a mãe. 
Saúde da Criança 
 
Marília Miranda Santana Página 18 
 Também devem ser referenciados 
para o sistema de alojamento conjunto 
bebês portadores de sífilis congênita, 
toxoplasmose, anomalias congênitas 
menores, HIV e dentre outros. 
Vantagens 
 Aumenta o vínculo de amor entre 
mãe e bebê; 
 Troca de experiência entre as 
mães; 
 Diminui a probabilidade de 
infecção pré-natal; 
 Momento de educação em saúde; 
 Incentivar o aleitamento materno. 
Avaliação do bebê 
 Segundo normas do MS, apenas 
recém-nascidos com boa vitalidade, 
capacidade de sucção e controle térmico 
devem ficar com suas mães em alojamento 
conjunto, após o nascimento. 
Condições para ir ao alojamento 
Normotermia; 
Exame físico adequado; 
Peso > 1.800 Kg; 
Idade > 34 semanas; 
Reflexos presentes (sucção e respiração); 
 
 A primeira avaliação do bebê é 
feita ainda na sala de parto, quando o 
pediatra assistente deve realizar um exame 
inicial em busca de anormalidades como 
malformações aparentes, desconforto 
respiratório, alterações da corda pele, 
dentre outras. 
O exame físico neonatal mais detalhado 
deve ser realizado após a 6ª hora de vida. 
Passo a Passo 
Se o bebê nasce em boa vitalidade, 
recebe o bebê em campo de algodão 
aquecido, coloca em contato pele a pele 
com mãe, enxuga o bebê, despreza os 
campos úmidos, faz corte umbilical tardio e 
fica 1 hora em observação. 
Após 1 hora, faz-se: 
 PC; 
 Peso; 
 Estatura; 
 Idade Gestacional; 
 Idade Gestacional x Peso; 
 Capurro Somático; 
 Aplicar Vitamina K; 
 Prescrever Clorexidina para 
prevenir onfalite; (se a mãe tiver 
uma infecção não tratada ou mães 
de más condições) 
 Aplicar Tetraciclina. 
Contraindicações para a amamentação 
HIV e HCT contraindica o aleitamento 
materno. 
Mãe portadora de tuberculose não 
contraindica o aleitamento ou o 
alojamento conjunto. 
Crianças portadoras de galactosemia 
têm contraindicação para o aleitamento 
materno e receber leite do banco de leite. 
1ª Prescrição médica após a hora 
dourada 
RN de... nome da mãe 
1. Alojamento materno; 
2. Ar ambiente; 
3. Dieta (seio materno em livre 
demanda); 
4. Paracetamol 200mg, 
1gota/kg/dose, 6/6 horas, S/N. 
5. Simeticona 75mg, 1gota/kg/dose, 
6/6 horas, SN. 
6. Vacina de BCG+ Hepatite B; 
7. Realizar testes de triagem 
neonatal; 
8. Solução de Clorexidina Gel Solicito 
0,5% após o banho; 
Saúde da Criança 
 
Marília Miranda Santana Página 19 
9. Vitamina K, aplicar IM em dose 
única; 
10. Pomada de tetraciclina; 
11. Exames para recém-nascido 
(Hemograma, PCR)* 
12. Peso diário; 
13. Sinais Vitais 6/6 horas ; 
14. CG 6/6 horas. 
15. Banho 24 horas; 
16. Controle glicémico se PIG, GIG ou 
mãe diabética; 
*Obs: Quando mãe tem pielonefrite ou 
infecção não tratada ou tratada e sem 
cura. 
*Solicita a glicose quando a criança for 
GIG ou PIG ou quando for filho de mãe 
diabética. Se a medida de glicose for 
menor de 40mg/dL é imprescindível o 
leite materno do banco de leite ou fazer 
uso de fórmula infantil. Se a criança 
apresentar uma hipoglicemia sintomática 
(sudorese, desconforto respiratório, choro 
gritável, cianose de extremidades ou 
convulsões), qualquer valor com a criança 
sintomática, já encaminha para unidade 
neonatal e com o HGT inferior a 25mg/dL, 
mesmo sem sintomas, é encaminhada 
para a unidade neonatal. 
*Em casos de mãe com HIV, não se faz 
sorologia no bebê pois sempre dará 
negativo. Faz-se a carga viral, 14 a 28 dias 
após o nascimento. Descarga o caso com 
duas cargas virais não reagentes ou 
indetectáveis com intervalo de 2 meses + 
sorologia não reagente a partir do 18° dia 
de vida. 
 A criança pode retornar até 28 
dias pós-parto para o hospital de origem 
ou, em casos de prematuro, até completar 
2.500g. 
A Vacina BCG deve ser aplicada em dose 
única o mais precocemente possível. Não 
se recomenda mais a revacinação de 
crianças que não apresentem cicatriz no 
local da aplicação após 6 meses. 
A primeira dose da vacina Hepatite B 
deve ser aplicada idealmente nas primeiras 
12 horas de vida. Crianças com peso de 
nascimento igual ou inferior a 2Kg ou idade 
gestacional <33 semanas devem receber, 
obrigatoriamente, além da dose de vacina 
ao nascer, mais três doses da vacina. 
Orientações 
 Se tiver febre, deve voltar para a 
unidade; 
 Icterícia, deve voltar para a 
unidade; 
 Aleitamento materno; 
 Banho de sol; 
 Banho 2-3 por dia (podendo ser 
apenas 1); 
 Limpeza da região anal (da vagina 
para o ânus em mulheres), água 
morna, sabonete líquido e algodão; 
 Início da Vitamina D3, com início 
no 7º dia; 
 Orientar acerca do uso de tela que 
deve ser evitado até os 2 anos de 
idade; 
 Posição de dormir. 
Sinais de má técnica 
1. Bochecha encurvada; 
2. Ruídos da língua; 
Mama esticada ou deformada; 
3. Dor. 
 
 
 
 
 
Saúde da Criança 
 
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Saúde da Criança II-Infecção 
do Trato Urinário 
 A infecção urinária é a principal 
causa de insuficiência renal crônica na 
infância. Isso em decorrência do processo 
de cicatrização no parênquima renal em 
função da infecção o que compromete a 
funcionalidade do órgão. 
Conceito 
 É a fixação de multiplicação de 
bactérias no trato urinário. Pode-se 
classificar em cistite quando acomete o 
trato urinário baixo ou pielonefrite quando 
acomete o trato urinárioalto. 
Epidemiologia 
A ITU é uma infecção bacteriana 
comum em pediatria, atingindo 
aproximadamente 8% das meninas e 
menos de 2% dos meninos menores de 7 
anos de idade. 
 Maior incidência no primeiro ano 
em meninos ou meninas; 
 Após o primeiro ano a incidência 
sobre as meninas em decorrência 
de uma menor uretra. 
Fatores de risco 
 Sexo feminino; 
 Não circuncisão; 
 Higiene vulvar inadequada; 
 Infestação por enteróbios; 
 Constipação intestinal; 
 Anomalias do sistema urinário; 
 Desnutrição, imunodepressão. 
Patogênese 
Via ascendente 
 E.Coli; 
 Fímbria P: aumenta a adesão da 
bactéria no trato urinário; 
 Antígeno capsular K: 
polissacarídeo que protege a 
bactéria contra lise; 
 Hemolisinas aerobactina: causam 
lise no epitélio, desencadeando 
um processo inflamatório para 
obtenção de nutrientes. 
Quadro Clínico 
A ITU pode ser dividida em duas 
categorias: cistite (infecção urinária baixa) 
e pielonefrite (acometimento do 
parênquima renal) . Além disso, nesse 
contexto um quadro clínico de importante 
reconhecimento pelo pediatra é 
denominado bacteriúria assintomática. 
A apresentação clínica é 
amplamente variável, dependendo da faixa 
etária e da localização da infecção. 
RN Lactentes Escolares Adolescen
tes** 
Vômitos Febre Febre Disúria 
Palidez Hiporexia Disúria* Urgência 
Recusa 
alimentar 
Baixo 
ganho de 
peso 
Urina 
fétida 
Polaciúria 
Baixo peso Dor 
abdominal 
Enurese Adinamia 
Anorexia Vômitos Urgência 
Irritabilidade 
Hipoatividade 
Convulsões 
*Obs: Quando um paciente escolar vai ao 
consultório com quadro de disúria é 
importante investigar as genitálias para 
assegurar que não tem lesões. 
**Obs: Em pacientes adolescentes que 
estão com infecção urinária é importante 
também investigar a vida sexual. 
Cistite 
- Polaciúria, disúria e urgência. 
Saúde da Criança 
 
Marília Miranda Santana Página 23 
Pielonefrite 
- Febre, prostração e dor lombar. 
Diagnóstico 
 Além da história clínica detalhada, 
o exame físico deve ser completo, 
incluindo o crescimento ponderoestatural 
e o desenvolvimento neuropsicomotor. 
Diagnóstico Clínico 
 A palpação abdominal pode revelar 
rins ectópicos, a presença de 
fecalomas; 
 Na pielonefrite o sinal da punho-
percussão lombar revela 
desconforto forte; 
 O exame da genitália externa avalia 
a conformação anatômica, a 
aparência e localização do meato 
da uretra, o hímen e sinéquia de 
pequenos lábios nas meninas e, 
estreitamento do prepúcio, que 
dificulta ou impede a exposição do 
meato uretral nos meninos; 
 É importante observar o jato 
urinário para avaliar a 
continuidade, o volume e a força 
de expulsão*. 
 Examinar a região sacral 
verificando desvios da fenda 
glútea, manchas, presença de 
pelos, fossetas e lipomas, que 
podem estar associados à bexiga 
neurogênica. 
*Obs: Gotejamento urinário e o jato fino e 
curto podem sugerir obstrução baixa, 
disfunção vesical ou válvula de uretra 
posterior dos meninos. 
Diagnóstico Laboratorial 
 A adequada coleta de urina é 
essencial, e qualquer falha nessa etapa 
poderá resultar em informações não 
confiáveis, com resultados falso-positivos 
ou falso-negativos. 
 Sempre avaliar as condições de 
higiene e normalidade da genitália, coleta 
amostra no laboratório, procedendo à 
limpeza da genitália com água com sabão 
ou sabonete. 
Coleta de Urina 
-Se a criança tem controle esfincteriano: 
primeira urina do dia, despreza o jato 
inicial e colhe o jato médio. 
-Se a criança não tem controle 
esfincteriano: Clean catch, saco coletor, 
cateterismo vesical, punção suprapúbica 
(padrão ouro). 
Obs: Sempre fazer higiene da vulva/glande 
para coleta da urina, bem como a mão do 
responsável. No saco coletor, é importante 
que ele não fique mais do que 30 minutos. 
Não precisa ser a primeira urina do dia 
quando a criança não tem controle 
esfincteriano. 
Interpretação dos Resultados 
Sumário de Urina Simples 
 A presença de leucócitos ou 
piócitos (piúria) é muito sugestiva de ITU, 
principalmente de grumos de piócitos. C 
 Piúria: >5 piócitos ou leucócitos em 
campo de aumento ou mais de 10 
mil piócitos por mL; 
 Cilindros piocitários sugerem 
processo pielonefrítico; 
 Bacteriuria assintomática; 
 Baixa densidade urinária; 
 pH alcalino. 
Se a urina for colhida por aspiração 
subprapúbica, qualquer bactéria que 
aparecer já confirma ITU. Se for 
Cateterização, é preciso aparecer entre 
1000-50.000 de bactéria. Em casos de jato 
médio é preciso que haja mais de 105 de 
um patógeno. 
Saúde da Criança 
 
Marília Miranda Santana Página 24 
Outros: Hemograma, PCR, Pró-calcitonina. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tratamento 
1. Erradicar o agente infeccioso; 
2. Realizar o estudo morfológico do 
trato urinário. 
Erradicar o agente infeccioso 
 E.Coli 
 Enterobcter 
 Proteus 
 Klebisiela 
 Serratia 
Se é uma criança maior de 3 meses, 
sem toxemia, BEG, boa capacidade de 
deglutiçãotratamento ambulatorial. 
Depois de tratar é importante reavaliar a 
criança em 48-72horas. 
 Se a infecção urinária é febril, utiliza-
se: 
 Cefuroxima 
 Gentamicina 
 Amicacina 
Se a infecção for afebril: 
 Nitrofurantoina 
 Cefalexina 
 Sulfametoxazol-trimetropima 
Em casos de pacientes recém-
nascido é importante ter uma maior 
atenção para um possível caso de 
sepse e para infecção por Estreptococo 
agalactie. 
Profilaxia: 
 Durante a investigação do trato 
urinário após o primeiro episódio 
de ITU- bom senso; 
 Anomalias obstrutivas do TU; 
 Refluxo vesicuoretal; 
 Recidivas frequentes, mesmo com 
estudo morfofuncional. 
 
 
 
Em todos os pacientes infantis com ITU 
bem documentados (urocultura) é 
importante fazer ao menos uma USG das 
vias urinárias. Exames: 
Ultrassonografia 
 É um método seguro, não invasivo, 
sem efeitos colaterais, de baixo custo, com 
 
Saúde da Criança 
 
Marília Miranda Santana Página 25 
capacidade de rastreamento do trato 
urinário superior e inferior, e pode ser 
realizado na fase aguda do processo. 
Permite também a avaliação da dinâmica 
das vias de drenagem e da micção. 
 É o exame de escolha para o início 
da investigação. Inclui a avaliação do 
volume e tamanho renal, espessura da 
parede vesical, resíduo pré e pós-
miccional. 
Uretrocistografia 
 Exame importante na abordagem 
da criança com ITU, é o método que 
melhor define a morfologia do trato 
urinário inferior, com avaliação da uretra, 
da bexiga e dos ureteres. Permite 
identificar anomalias na forma e espessura 
da parede vesical. 
 A uretrocistografia miccional deve 
ser realizada somente após o término do 
tratamento erradicador, para evitar a 
disseminação da infecção e com a criança 
em uso de antibioticoprofilaxia para 
reduzir os riscos de ITU iatrogênica. 
 É útil para saber se tem refluxo 
vesicuoretal. 
Ressonância Magnética 
 Exames de grande acurácia para 
identificação da anatomia do trato 
urinários, e estudo dos vasos renais, 
principalmente na identificação de vasos 
anômalos que fazem compressão renal. 
Não é um exame muito utilizado 
DMSA e DTPA 
 A DMSA permite a avaliação 
morfológica e funcional quantitativa 
(captação relativa ou absoluta) e a 
presença de lesões no parênquima. É 
sensível para o diagnóstico precoce das 
lesões corticais agudas, retratando as 
alterações vasculares e tubulares 
decorrentes do processo infeccioso local. 
 A DTPA permite a aquisição de 
imagens sequenciais, desde sua captação 
pelos rins até a eliminação para a bexiga. 
Permite avaliar se o sistema excretor 
urinário está pérvio, diferenciando os 
processos obstrutivos funcionais dos 
anatômicos. 
Estudo Urodinâmico 
 Consiste na avaliação urológica da 
função vesical para estudar a capacidade, a 
pressão vesical, a atividade do detrusor e 
da musculatura do assoalho pélvico, 
durante o enchimentovesical. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Saúde da Criança I- 
Prematuridade 
 Nascimento de recém-nascido de 
crianças com menos de 37 semanas. 
 Crescimento, desenvolvimento e 
alimentação do prematuro são feitos a 
partir da idade corrigida. O prematuro 
recupera o perímetro cefálico com 6 a 12 
meses de idade corrigida, o comprimento 
no 2º ano de idade corrigida e o peso no 3º 
ano de idade corrigida. 
 
 
 Até 40 semanas é feita a idade 
gestacional corrigida e após isso será a 
idade corrigida. 
Classificação Idade 
Pré-termo tardio Acima de 34 
semanas até 36 
semanas e 6 dias 
Pré-termo 
moderado 
30 semanas a 33 
semanas e 6 dias 
Pré-termo muito 
prematuro 
28 semanas a 30 
semanas 
Pré-termo extremo Menos de 28 
semanas 
 
Obs: O crescimento fetal restrito é o 
recém-nascido que não atinge no 
intraútero todo o seu potencial de 
crescimento. 
Causas 
 Iatrogenia: cesariana eletiva com 
IG erroneamente calculada; 
 Sobredistensão uterina: 
Principalmente em gestação 
gemelar e polidrâmnio; 
 Amniorexe prematura; 
 Gestação de alto risco; 
 Hemorragias de 2ª metade da 
gestação; 
 Malformações uterinas; 
 Incompetências istmocervical; 
 Infecções. 
Fatores de risco 
 Infecções; 
 Uso de drogas; 
 Malformações uterinas; 
 Estresse. 
 História de prematuridade.* 
Método New Balard 
 Para o cálculo da idade gestacional 
são utilizados 6 parâmetros físicos e 6 
parâmetros neurológicos para estimar a 
idade gestacional de um prematuro. Ele 
permite avaliar um recém-nascido a partir 
de 20 semanas de idade gestacional. 
Físicos Neurológicos 
Pele Postura 
Lanugo Janela quadrada* 
Superfície plantar Retração do braço 
Glândula mamária Ângulo poplíteo 
Olho/orelha Sinal do Xale 
Genitalia Calcanhar-orelha 
*ângulo de flexão do punho. 
Distúrbios do recém-nascido 
 O recém-nascido pode fazer, 
hipoglicemia, hipocalcemia (porque a 
maior quantidade de cálcio absorvida pelo 
feto ocorre no 3º trimestre). 
 Apneia da prematuridade: pausa 
respiratória superior a 20 segundos 
ou uma pausa associada com 
bradicardia (100bpm). O 
tratamento é feito com aminofilina 
e/ou cafeína; 
 SDR; 
 Sepse Neonatal: Isso porque o 
recém-nascido não tem a camada 
gordurosa que serve como barreira 
natural; 
 Hemorragias peri ou 
intraventricular: Isso em 
Idade Corrigida= Idade cronológica – 
(40- Idade Gestacional)
Saúde da Criança 
 
Marília Miranda Santana Página 28 
decorrência de uma fragilidade 
neural, a partir disso pode 
desenvolver neucomalacia que é 
uma área necrosada e inativa 
cerebral; 
 Retinopatia da prematuridade: 
pode evoluir com cegueira; 
 Osteopenia: Ocorre porque não 
ocorreu a absorção de cálcio no 3º 
trimestre; 
 Cardiopatias congênitas: Ocorre 
principalmente pela permanência 
do canal arterial; 
 Cardiopatia- PCA (); 
 Hipoglicemia*, hipocalcemia, 
hipomagnesemia; 
 Enterocolite Necrosante: processo 
inflamatório de alças intestinais 
que podem evoluir para necrose 
intestinal (durante 5-7 dias a 
criança não pode comer, sonda a 
criança por uma sonda de grosso 
calibre fazendo por via oroenteral, 
deixando a sonda aberta para 
escape). 
Todo prematuro com menos 29 semanas 
deve receber o palivizumabe no primeiro 
ano de vida. (Recebe durante 5 meses 1 
dose). 
Se for um prematuro com displasia 
broncopulmonar ou cardiopatia 
descompensado recebe o palivizumabe no 
1º e no 2º ano de vida. 
Obs*: O recém nascido PIG pode 
desenvolver hipoglicemia por ter uma 
pequena quantidade de glicose hepática. 
Obs*: Recém-nascidos nascidos de mães 
diabéticas sofrem de uma resistência à 
insulina e devem ser monitorizados nas 
primeiras 24 horas de vida, para evitar um 
quadro de hipoglicemia. 
Corticoide antenatal 
 Corticoide estimula a síntese e a 
liberação do surfactante no alvéolo 
pulmonar. Sua utilização no período 
antenatal está associada à redução não 
apenas na incidência da SDR, como 
também outras complicações, como a 
hemorragia intraventricular, leucomalácia 
periventricular, retinopatia da 
prematuridade, enterocolite necrotizante, 
persistência do canal arterial e, 
principalmente, da mortalidade neonatal. 
 Entre 24-34 semanas de gestação 
um dos seguintes corticoesteroides podem 
ser utilizados: 
 Betametasona 12 mg, IM, 24/24 
horas (só duas doses); 
 Dexametasona 6mg, IM, 12/12 
horas por 2 dias (4 doses); 
 O efeito máximo da medicação ocorre 
24 horas após a administração da última 
dose. 
 É inútilacelerar a maturidade de 
pré-maturos extremos com menos de 24 
semanas já que o pulmão do concepto não 
responde, como desejado, ao fármaco 
prescrito. 
Crescimento em UTI neonatal 
 A avaliação do crescimento e 
ganho de peso do recém-nascido pré-
termo na UTI neonatal deve ser uma das 
prioridades da equipe do paciente, pois ela 
espelha a adequação das medidas 
adotadas no intuito de promover a 
nutrição apropriada. 
Portanto, monitorar e garantir o 
ganho de peso ideal é essencial em todo o 
aspecto gestacional, bem como no período 
neonatal, para evitar complicações em 
longo prazo. 
 
Saúde da Criança 
 
Marília Miranda Santana Página 29 
 
O prematuro recupera o perímetro 
cefálico com 6 a 12 meses de idade 
corrigida, o comprimento no 2º ano de 
idade corrigida e o peso no 3º ano de idade 
corrigida. 
Avaliação do Crescimento 
Peso: deve ser aferido diariamente, até a 
recuperação do peso do nascimento e 2 
vezes por semana, após recuperação do 
peso, até a alta hospitalar. 
 Ex: Toda criança nasce inchada e 
perde 10% do peso corporal. Se uma 
criança nasceu com 3000g e após 30 dias 
estava com 4000g, ela ganhou 43,6 gramas 
por dia. Pois é preciso subtrair 10% do peso 
que ela nasceu, para poder realizar o 
cálculo. 
Comprimento: plotar semanalmente em 
curva de crescimento até atingir 50-64 
semanas de idade gestacional corrigida, de 
acordo com a curva selecionada. 
PC: Deve ser aferido semanalmente em 
curva de crescimento até atingir de 50-64 
semanas. 
 -2 e +2: normal; 
 Acima de +2: elevado para a idade; 
 Entre -2 e -3: abaixo do esperado 
para a idade: 
 Abaixo de -3: muito abaixo do 
esperado para a idade. 
 
IMC 
 -2 e +1: eutrófica; 
 -2 e -3: magreza; 
 Abaixo de -3: magreza acentuada; 
De 0 até 4 anos e 11 meses, entre +1 e 
+2: risco de sobrepeso; entre +2 e +3: 
sobrepeso e acima de +3: obesidade. A 
partir dos 5 anos, não tem risco de 
sobrepeso, já sendo sobrepeso, após 
obesidade e após obesidade grave. 
Nutrição enteral 
 
Saúde da Criança 
 
Marília Miranda Santana Página 30 
O leite da própria mãe deve ser 
priorizado, sendo o leite humano de banco 
a 2ª opção. Para as altas demandas dos 
recém-nascidos deve-se suplementar com 
aditivos de leite humano (FM-85 e TCM, 4 
dietas com FM-85 e 4 dietas com TCM). No 
uso de fórmulas deve ser feito o lactamil-
pré. 
Lei das Consultas 
Por lei, o prematuro deve ser 
acompanhado semanalmente até 
completar 2.500 gramas, com 6 meses de 
idade corrigida deve ser acompanhado 
mensalmente. E após isso, as consultas 
devem ser bimestrais até 12 meses da 
idade corrigida, trimestrais após 24 meses 
de idade cronológica e semestrais a partir 
de 24-48 meses de idade cronológica. 
Método Canguru 
O recém-nascido passa pela 
primeira fase do método canguru assim 
quando a mãe tem risco de parto 
prematuro. A incubação deve ser feita até 
a criança atingir 1250g quando já 
consegue fazer nutrição enteral plena, 
após isso ela entra na segunda fase do 
método canguru é realizada após saída de 
incubadora e permanece em contato pele a 
pele 24 horas por dia. 
Condições para alta da 2ª fase 
Só é feita quando o recém-nascido 
está: 
A. Hemodinamicamente estável 
B. Quando faz a própria regulação 
térmica em berço de acrílico e 
vestido 
C. Quando realiza amamentação em 
seio materno 
D. Quando faz sucção, deglutição e 
respiração, 
E. Quando está a 8 dias sem apneia 
(caso antes ele tivesse). 
F. Quando ganha 20 gramas por dia 
em 3 dias consecutivos. 
 A terceira fase é realizada em 
domicílio e termina quando completa 
2.500g de peso. 
Vacinação 
O calendário vacinal do prematuro segue 
a idade cronológica, com a particularidade 
de BCG somente a partir de 2.000g. Se 
estiver internado não deve receber a 
vacina de vírus vivo (Rotavírus, VIP). A VIP 
pode ser recebida quando a criança tem 
mais de 1.000g. 
Suplementação para Prematuros 
 A reserva limitadas de vitaminas e 
minerais peculiar ao prematuro requer que 
a oferta seja constante desde o início da 
vida, sendo que a falta de micronutrientes 
pode afetar o funcionamento adequado 
dos órgãos, aumentar o risco de 
complicações e comprometer o 
crescimento e o desenvolvimento, 
principalmente nos primeiros anos inicias 
de vida. (Anexado ao final do capítulo) 
Sinais de riscos: 
 Se 1º semestre não ganha 20g ao 
dia e no 2º semestre não ganha 
12,5g; 
 Quando depois de duas aferições 
está abaixo do percentil 5; 
 Quando cresce menos de 18cm no 
primeiro ano de vida; 
 
 
 
 
 
 
Saúde da Criança 
 
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Saúde da Criança III-Doenças 
exantemáticas e doença do 
Refluxo Gastresofágico 
 Doença Exantemática 
 São moléstias infeciosas em que a 
erupção cutânea é frequente. Tem o 
principal mecanismo relacionado ao 
sistema imunológico. 
Sarampo 
-Conjuntiva vermelha 
-Olhos fechando (fotofobia) 
-Catarro 
Prodromo 
-Tosse (se arrasta por mais dias do que os 
outros sintomas) 
-Coriza 
-Manchas de Koplik (sinal 
patognomômico) 
-Se a febre persistir após o 4º dia, pode 
ocorrer uma complicação comum como a 
coinfecção por bactéria. Sendo a otite 
média a complicação mais comum e a 
maioria dos óbitos em decorrência da 
pneumonia. 
Convalescência 
-Descamação fufurácea 
 
Rubéola 
 O exantema é maculopapular 
róseo, eventualmente pode coalescer no 
tronco, e tem curta duração, de três ou 
menos dias. Em alguns casos observa-se, 
no palato mole, lesões petequiais, achado 
característico mas não patognomônico. 
 Um achado marcante é a 
adenomegalia que pode anteceder em 
sete dias o exantema. São acometidos 
principalmente os gânglios da cadeia 
cervical e retroauricular, essa 
adenomegalia pode se prolongar mais do 
que os demais sintomas. Outro achado é a 
conjuntivite sem fotofobia. 
 A grande importância da rubéola é 
na gestação pela possibilidade de 
promover dano fetal, a rubéola congênita 
que acarreta ao bebê situações como 
catarata, surdez e cardiopatia. 
Exantema Súbito 
 É causado pelo herpes vírus 
humano 6 e 7. Acomete apenas crianças 
entre 6 meses e os 6 anos de idade, 
predominando nas menores de 2 anos. A 
linfonodomegalia cervical é um achado 
muito frequente, assim com a febre alta 
com longa duração (contínua). 
 Após três a quatro dias de febre, 
quando esta cessa bruscamente, aparece o 
exantema, de modo súbito, constituído por 
lesões maculopapulares rosadas que se 
iniciam no trocam e se disseminam para a 
cabeça e extremidades. Um achado 
característico são as manchas de 
Nagayama. 
 
Figura 2--Manchas de Nagayama. 
Exantema Infeccioso 
É causada pelo parvovírus B19. Em 
geral, não há pródromos e o primeiro sinal 
costuma ser o exantema que se inicia na 
face como maculopápulas que confluem 
tornando-se uma placa vermelho rubra, 
Saúde da Criança 
 
Marília Miranda Santana Página 34 
com concentração, principalmente, nas 
bochechas, poupando a região perioral, a 
testa e o nariz, conferindo um aspecto de 
asa de borboleta (Face esbofeteada). 
 
 
No tronco, as lesões têm aspecto 
rentilhado, ou seja, uma parte da pele sem 
exantema e outra parte com. 
Fases do Exantema Infeccioso 
1ºFase- Face Esbofeteada 
2º Fase- Exantema Rentilhado. 
3º Fase- Ressurgimento dos 
sintomas cutâneos depois da 
melhora 1 a 3 semanas depois em 
situações corriqueiras (sol, calor, 
estresse). 
O paciente pode seguir com uma crise 
asplática transitória que simboliza a 
capacidade do vírus em causar problemas 
de anemia grave. 
Escarlatina 
 A escarlatina é uma doença 
infeciosa aguda que ocorre com maior 
frequência na infância, provocada por 
bactérias. Caracteriza-se pelo início súbito 
de febre, faringite, seguido de exantema 
que confere à pele uma cor escarlate. 
 A pele fica com aparência lixa, ou 
seja, áspera ao toque. Na cavidade oral 
ocorre alterações na língua nos primeiros 2 
dias, sendo revestida de uma camada 
branca e as papilas ficam vermelhas e 
edemaciadas (língua em framboesa), na 
face ocorre uma palidez na região 
perioral—Sinal de Filatof. 
 As lesões avermelhadas ficam mais 
intensas nas dobras cutâneas como virilha, 
axila e nádegas (Sinal da Pastia). 
 Após 3 a 4 dias do início dos 
sintomas o exantema e a febre 
desaparecem, dando origem a uma 
descamação da pele, começando pela face 
e depois para o tronco em direção às 
pernas. 
Vesículas 
Varicela 
 Inicia-se com pródromos virais que 
consistem em febre, mal-estar, mialgia, 
cefaleia e artralgia, seguida pelas 
manifestações cutâneas. A transmissão 
ocorre por gotículas de aerossol do trato 
respiratório durante o pródromo e até que 
todas as lesões vesiculares evoluam com 
crosta. 
 A erupção é centrífuga com lesões 
em diferentes estágios de evolução, 
iniciando com máculas eritematosas, 
seguidas por vesículas (comparadas a gotas 
de orvalho). 
 A erupção cutânea costuma ser 
pruriginosa e com localização mais 
proeminente no tronco, seguida pelo couro 
cabeludo e membros proximais, com o 
envolvimento da mucosa. 
 
 As lesões seguem um polimorfismo 
das lesões cutâneas, ou seja, uma 
sequência de mácula, pápula, vesícula e 
crosta. 
Saúde da Criança 
 
Marília Miranda Santana Página 35 
Complicações: A complicação mais 
frequente é a infecção cutânea secundária, 
sendo mais raro o comprometimento 
pulmonar e neurológico. 
Tratamento: limpar as lesões, anti-
histamínico (coceira) e esperar. 
Herpes-zóster 
O herpes zoster apresenta-se como 
erupção cutânea com vesículas agrupadas 
em uma base eritematosa e edematosa, a 
distribuição é unilateral e segue o trajeto 
do nervo afetado. 
 
Geralmente não apresenta sinais 
prodrômicos na infância e a neuralgia pós-
herpética é pouco frequente, 
diferentemente do observado em 
adolescentes e adultos. 
Tratamento: sintomático, sendo a 
terapia antiviral reservada para casos 
específicos*. 
*Obs: pacientes imunocomprometidos ou 
com doenças crônicas de pele, crianças 
com mais de 12 anos de idade, pacientes 
em uso de corticoide por longo prazo. 
Síndrome Mão-Pé-Boca 
 Considerada uma enfermidade 
altamente contagiosa, sua transmissão 
ocorre de pessoa a pessoa geralmente por 
via oro-fecal. A 1ª semana após o início dos 
sintomas é o período de maior 
transmissibilidade da infecção. 
 A doença pode cursar com 
pródromos como febre, odinofagia, dor 
abdominal e diarreia, que por vezes 
antecede o surgimento das lesões 
cutâneas. Depois, surgem enantema oral 
(exantema de mucosas) e rash 
maculopapular ou vesicular, sendo que, na 
cavidade oral, as lesões são aftosas. 
 
 As lesões têm um aspecto de grão 
de arroz nas mãos e nos pés. 
 A doença tem predileção por 
crianças menores de 5 anos de idade, e a 
evolução é benigna na maioria dos 
pacientes. 
Complicações: são raras e incluem 
encefalite, meningite asséptica, edema 
pulmonar e insuficiência cardíaca. 
Entretanto, a complicação mais frequente 
é a desidratação, decorrente da 
dificuldade de ingesta de líquidos pelas 
lesões da cavidade oral. 
 
Tratamento: Bismuget + Alimentos 
Gelados 
Herpangina 
 A herpangina é causada pelo vírus 
Coxsackie que afeta bebês e crianças entre 
os 3 e os 10 anos, causando sintomas como 
febre repentina e alta, aftas na boca e dor 
de garganta. A herpangina faz aparecerem 
pequenos pontos, parecidos com bolhas e, 
mais tarde úlceras no céu da boca e na 
parte de trás da garganta. 
Refluxo Gastroesofágico 
 O refluxo gastroesofágico (RGE) 
consiste na passagem do conteúdo gástrico 
para o esôfago, com ou sem regurgitação 
e/ou vômito. Pode ser um processo 
considerado normal, fisiológico, que ocorre 
Saúde da Criança 
 
Marília Miranda Santana Página 36 
várias vezes ao dia, após as refeições 
ocasionando pouco ou nenhum sintoma. 
 Por outro lado, o RGE pode 
também apresentar uma doença (doença 
do refluxo gastroesofágico—DRGE) quando 
causa sintomas ou complicações que 
podem se associar a importantes 
morbidades. 
 
 Muitas vezes os pais procuram o 
pediatra, pois a maioria dos lactentes 
regurgita nos primeiros meses de vida, sem 
que isso signifique que eles sejam 
portadores da DRGE. 
Quadro Clínico 
 Os sintomas da DRGE variam de 
acordo com a idade do paciente e a 
presença de complicações

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