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REUMATOLOGIA ● Provas de função reumática: marcadores de inflamação e anti-corpos o VHS (Velocidade de Hemossedimentação) ▪ Como é medida? Coloca-se o sangue em uma pipeta e, após 1 hora, mede-se em milímetros o volume do plasma sobrenadante às hemácias decantadas ▪ Na inflamação, o fígado libera as proteínas de fase aguda que envolvem as hemácias e anulam sua carga negativa (que fazia a repulsão natural entre elas), aumentando a atração e resultando em aumento do VHS ▪ ↑VHS não é específico de inflamação, pode acontecer nas anemias graves (↓hemácias) ▪ VHS > 100 ● Poliarterite nodosa (PAN) ● Polimialgia reumática ● Arterite de células gigantes (arterite temporal) o PCR (Proteína C-Reativa): Mais específica da inflamação o Ferritina ▪ Ferritina > 1000: ● Artrite idiopática juvenil subtipo sistêmico (Doença de Still) ● Síndrome da ativação macrofágica (SAM) o Auto-anticorpos ▪ Fator reumatóide, FAN, Anti-CCP, Anti-RNP 1. AR���T�� I���PÁTI��� ● Condição sistêmica idiopática com marco articular: Ar��op���a� S�r��o��t��a� (F� +) REUMATOLOGIA 1 - ARTRITES SOROPOSITIVAS E SORONEGATIVAS ARTRITE REUMATOIDE ● Epidemiologia: o Mulher de meia-idade (35 – 55 anos) o Antígeno de histocompatibilidade HLA-DR4 (componente genético) ● Fisiopatologia: o Idiopática o Participação imunológica: ALTOS NÍVEIS DE FR E ANTI CCP, NO MOMENTO DO DIAGNÓSTICO, TEM RELAÇÃO COM PIOR PROGNÓSTICO DA AR → MANIFESTAÇÕES EXTRA-ARTICULARES ▪ Fator reumatóide: está presente em 70 – 80 % dos pacientes acometidos (“soro positivo”). É uma IgM que tem como alvo uma IgG “self”. Pesquisa por método: Látex/Waaler-Rose (“látex positivo”) ▪ Anti-CCP (anticorpo anti peptídeo citrulinado cíclico): altamente específico de artrite reumatóide (quase 100% de especificidade → poucos falsos positivos) ▪ Citocina (TNF-alfa): É alvo-terapêutico → Ex: Infliximabe 1 ● O território acometido na AR é a sinóvia (revestimento interno das articulações)→ sinovite crônica → enrijecida e distorcida → “pannus” → destrói osso e cartilagem → deformidades articulares ● Acomete principalmente pequenas articulações: MÃO-PÉ-PUNHO E PRONTO! o Conceito: Sinovite idiopática crônica, principalmente, em mão, pé, punho e pronto, gerando deformidades ● Clínica: o Padrão articular: ▪ Evolução: insidiosa, aditiva e bilateral ▪ Final: poliartrite simétrica periférica (mão, pé, punho) ▪ Clínica: rigidez matinal > 1 hora (≠ osteoartrite, que melhora mais rápido) ▪ AR POUPA INTERFALANGEANAS DISTAIS e artrite psoriásica tem preferência por elas o Mão: ▪ Desvio ulnar dos dedos (contrário do polegar) ▪ Pescoço de cisne (extensão da interfalangeana proximal e flexão da interfalangeana distal) ▪ Dedo em Boutonniere/Abotoadoura (flexão da interfalangeana proximal e extensão da interfalangeana distal) ▪ As articulações interfalangianas distais NÃO se expressam clinicamente com inflamação na AR!! → se inflamar pensar mais em OA ou artrite psoriática o Joelho (incomum): Cisto de Baker (protrusão da cápsula articular na fossa poplítea) → não é específica da AR → pode romper → líquido sinovial pode dissecar a panturrilha, tornando-a rígida e empastada → simula TVP! ● AR + “TVP” = Cisto de Baker o Punho: ▪ Dorso de camelo: deformidade faz compressão do nervo mediano → pode causar síndrome do túnel do carpo o Pescoço: não é comum AR acometer o esqueleto central, mas o pescoço é uma exceção ▪ Artrite entre C1 e C2: pode evoluir para subluxação atlanto-axial → dor cervical + síndrome da compressão medular alta → óbito ▪ Cricoaritenoidite: rouquidão → pode causar edema grave que fecha a laringe → insuficiência respiratória aguda o Doença sistêmica: Manifestações articulares + extra-articulares: aparecem quando há altos títulos de Fator reumatóide e anti-CCP → as mais frequentes são nódulo reumatóide + vasculite em qualquer lugar do corpo ▪ PELE: ● Nódulo reumatóide (principalmente em face extensora do braço) + vasculite necrosante ▪ CORAÇÃO: Vasculite + Pericardite + Aterosclerose ▪ PULMÃO: Nódulo reumatóide + Vasculite + Derrame pleural (líquido pleural: nível de glicose tendendo a zero) + Síndrome de Caplan: AR + Pneumoconiose (carvoeiros, mineradores) 2 ▪ OLHOS: Síndrome de Sjogren (xeroftalmia + xerostomia) + Episclerite o Regra mnemônica: principais manifestações extra-articulares da AR PEGUEI = Pericardite NOJO DE = Nódulos reumatoides / Sjogren / Derrame pleural Obs: é comum nódulos em superfície extensora dos cotovelos VAS CA = Vasculite / Caplan (AR + Pneumoconiose) ● Critérios diagnósticos: > 6 pontos (fecha diagnóstico) o Duração: ▪ < 6 semanas = 0 pontos ▪ > 6 semanas (cronicidade) = 1 ponto o Inflamação (VHS/PCR): ▪ Ambos normais = 0 pontos ▪ 1 OU os 2 aumentados = 1 ponto o Articulações (artrite e artralgia) → desconsiderar interfalangiana distal: ▪ 1 grande articulação = 0 pontos ▪ 2 – 10 grandes = 1 ponto ▪ 1 – 3 pequenas = 2 pontos ▪ 4 – 10 pequenas = 3 pontos ▪ > 10 articulações (sendo pelo menos 1 pequena): 5 pontos o Critério Sorológico (anti-CCP e fator reumatóide): ▪ Ambos negativos = 0 ponto ▪ 1 OU 2 em baixos títulos = 2 pontos ▪ 1 OU 2 em altos títulos = 3 pontos OBS: memorizar quais são os itens, e não quanto valem os pontos D uração I nflamação A rticulações S orologias ● Tratamento: o Sintomáticos: Anti-inflamatórios ▪ Importante iniciar o tratamento sintomático logo no início da terapêutica, já que os DMARDs tendem a demorar um pouco mais para fazer efeito ▪ AINEs ▪ Corticóides (dose baixas) → dose anti-inflamatória (não se faz imunossupressão com corticoide na AR) 3 ● Seu uso por mais de 3 meses pode causar desmineralização óssea → osteoporose → fazer uso de Vitamina D e Cálcio preventivo ● Alendronato de cálcio (está indicado independente do resultado da densitometria, mas essa irá nortear a dose usada) o Drogas que alteram a evolução da doença: ▪ DMARDs (drogas anti-reumatóide modificadoras da doença): ● Metrotexato: padrão-ouro (primeira escolha) o Hepatotoxicidade (não pode ser usada se a paciente já tem doença hepática, p.ex: hepatite B) o Pode levar a uma carência de ácido fólico → mielotoxicidade → anemia megaloblástica → deve ser feita a reposição semanal de AF o Fazer exames de infecções antes de seu início devido à imunossupressão o É TERATOGÊNICO ● Sulfassalazina ● Leflunomida ● Cloroquina ▪ Drogas imunobiológicas: ● Inibidores de TNF-alfa: infliximab, etanercept, adalimumab ● Não-inibidores de TNF-alfa: rituximab (anti CD20) ● Cuidados com todas as drogas imunobiológicas: são drogas que reduzem a competência imune, embora não sejam consideradas imunossupressoras → rastrear tuberculose antes do uso (pode reativar foco latente)→ RX de tórax e PPD → se positivo, tratar antes da droga ● Síndrome de Felty: AR + esplenomegalia → hiperesplenismo → penias hematológicas, principalmente neutropenia →infecções oportunistas ● Acompanhamento: ○ O acompanhamento da AR é feito através de escores, como o DAS28. É importante saber que os níveis de FR e Anti CCP só servem para diagnóstico, e seus valores durante o tratamento não determinam atividade da doença. A maioria dos scores leva em conta o valor das provas inflamatórias (VHS/PCR) e o número de articulações acometidas ■ Consideramos em remissão pacientes com DAS 28 < a 2,6, nesse caso podemos reduzir a dose de prednisona ■ Classificação da doença de acordo com o DAS 28: ● Grave: > 5,1 ● Moderada: entre 3,2 e 5,1 ● Leve: entre 2,6 e 3,2 ● Remissão: abaixo de 2,6 ○ Cuidado: AR está associado a maior risco de desenvolvimento de LINFOMA Artrite Idiopática Juvenil ● < 16 ANOS COM ARTRITE POR > 6 SEMANAS ● Formas da doença: ○ Forma Pauciarticular: ■ < 4 articulações 4 ■ Forma mais comum ■ Meninas de < 4 anos ■ FR negativo ■ Se FAN +: risco de uveíte anterior ○ Forma Poliarticular: ■ > 4 articulações ■ FR positivo ou negativo ■ Se FAN +: risco de uveíte anterior ○ Doença de Still: ■ Forma sistêmica ■ Artrite + manifestações sistêmicas ■ Febre, hepatoesplenomegalia, rash de cor salmão não pruriginosa, artrite, linfonodomegaliaEs�o�d���a�t����s �o��n��a��v�� ● Características: o Ausência de fator reumatóide o HLA-B27 o Lesão nas enteses (entesite) → local de inserção de tendões e ligamento nos ossos Espondilite Anquilosante ● Fisiopatologia: o Acometimento de Esqueleto axial: quadril (sacro-ilíaca) e coluna o Causa calcificações ascendentes → pontes ósseas (sindesmófitos; fusão das vértebras) ▪ SEMPRE começa na articulação sacro-ilíaca e ascende para coluna lombar → torácica → cervical ▪ Nas fases tardias, enrijece a coluna → “coluna em bambu” ▪ “Entesite calcificante crônica ascendente com marco inicial de lesão sacro-ilíaca” ● Epidemiologia: o Homem jovem (< 45 anos) com lombalgia crônica ● Padrão articular: o Insidiosa o Curso crônico o Inflamatória: piora com o repouso (rigidez matinal) e melhora com o exercício ▪ Doença avançada: “Postura do esquiador” → ↓lordose lombar; ↑cifose cervical ▪ Teste de Shober: 1º marcação a nível de L5 e 2º marcação 10 cm acima da primeira → flexão da coluna → se < 15cm entre as marcações, o teste é positivo para redução da mobilidade lombar ● Manifestações extra-articulares: o Uveíte anterior recorrente → EA + olho vermelho o Insuficiência aórtica o Fibrose pulmonar “bolhosa” 5 ● Diagnóstico: o < 45 anos + dor lombar crônica de caráter inflamatório (> 3 meses) + o Sacroileíte OU HLA B27 + o Fator reumatoide negativo + o Dor inflamatória OU Histórico familiar OU ↑PCR OU Uveíte anterior o Obs: em crianças é obrigatório um exame de imagem que comprove sacro-ileíte, caso não tenha e o quadro clínico seja compatível, o diagnóstico é Artrite relacionada à entesite ● Tratamento: o Fisioterapia o Drogas: ▪ AINEs. Obs: corticoide é evitado, já que pode levar a uma desmineralização óssea do esqueleto axial ▪ Se refratários: Inibidores TNF-alfa (Infliximabe) Artrite reativa ● Fisiopatologia: processo infeccioso à distância → não tem bactéria na articulação o Intestinal: Shigella, Salmonella, Clostridium dificile, Yersinia enterocolitica o Genital (uretrite/cervicite): Chlamydia trachomatis o Obs: CUIDADO → a Neisseria gonorrhoeae (DIPLOCOCO GRAM NEGATIVO) é causadora de ARTRITE SÉPTICA, e não de ARTRITE REATIVA ● Padrão articular: o Oligoartrite periférica de grandes articulações (tornozelo, joelho) ● Síndrome de Reitter: artrite reativa de origem de infecção genital o Artrite o Uretrite o Conjuntivite ▪ Outros sinais associados: dactilite, ceratoderma blenorrágico, balanite circinada, uveíte anterior ● Diagnóstico: Clínico → tríade ● Tratamento: Sintomáticos (AINEs) e antibióticos (infecção) ● Prognóstico geralmente bom Artrite psoriática ● Psoríase (lesão eritemato-descamativa, unhas com irregularidades - depressões puntiformes) → cai em muitas questões ● Clínica: 5 formas 1. Poliartrite simétrica (lembra artrite reumatóide) 2. Artrite axial (lembra espondilite anquilosante) 3. Oligoartrite assimétrica (lembra artrite reativa - Reitter) 4. Artrite das interfalangianas distais (lembra osteoartrose) 5. Artrite mutilante (“Dedo em telescópio” →falanges acavam-se) ● Faz parte das artrites soronegativas, pois na maioria das vezes FR é negativo ● A artrite psoriásica é um grande diagnóstico diferencial de artrite reumatoide, por isso sempre que o quadro parecer AR devemos pensar nessa possibilidade, principalmente se acometer interfalangeanas distais, afastando AR ● Tratamento: deve seguir uma sequência → AINE → DARMD (Metotrexate)→ Inibidores da TNF-alfa ( infliximab, etanercept, adalimumab) 6 OBS: em casos graves, devemos iniciar o tratamento com inibidores anti-TNF alfa. Isso pois o Metotrexato demora um pouco mais para iniciar o tratamento. Isso explica porque na artrite reumatoide damos o corticoite como medicamento sintomático, para aliviar as queixas até o início do efeito do metotrexato. Assim, o anti TNF alfa são indicados em 2 situação na artrite psoriásica: Falha no tratamento com DMARD Desde o início em pacientes com doença grave (deformidades articulares) 2. Col����os�� REUMATOLOGIA 2 - COLAGENOSES E VASCULITES ● Doenças auto-imunes que atuam contra o colágeno e tecido conjuntivo → tem fases ativas e de remissão ● Doenças inflamatórias idiopáticas sistêmicas Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) ● “Doença das ites e das penias” → qualquer órgão pode ser acometido: serosite, dermatite, nefrite, artrite, cerebrite ● Patogenia: todos os fatores citados culminam na produção de auto anticorpos o Deficiência de C2 e C4 (hipocomplementemia) o Doença poligênica: alelos HLA DR2 e HLA DR3 o Mais comum entre tabagistas o Mulher em idade fértil → Estrogênio → associado à autoimunidade, que estimula IL-1 (interleucina pró inflamatória) e linfócitos T e B o Raio UV → alteração das células inflamatórias o Infecção viral ● Primeiros sintomas na segunda ou terceira década de vida (mulher jovem) o Mulher idosa com início do sintoma de LES devo pensar em outra opção diagnóstica, como Síndrome de Sjogren o Mais prevalente e mais grave em afrodescendentes ● Auto-anticorpos do LES: o FAN: anticorpos anti nucleares e anti citoplasmáticos o Antinucleares: ↓especificidade e ↑sensibilidade (98% dos pacientes com LES tem FAN +) → RASTREIO! Não confirma se positivo (> 1:80), mas exclui se negativo ▪ Anti-DNA dupla hélice (“nativo”): ● Anticorpo do rim → se presente, indica nefrite ● 2º mais específico do LES (Tem a dupla no nome) ● Relacionado à atividade da doença → acompanhamento ▪ Anti-histona: ● Comum (70% dos pacientes com LES) 7 ● Praticamente presente em todos os casos de LES que fazem tratamento: fármaco-induzido (hidralazina) ● Pode ocorrer em quem nunca usou medicamentos ▪ Anti-ENA (antígeno núcleo extraível): ● Anti-Sm (Smith): o Mais específico do LES → mais eu confio no resultado positivo depel ● Anti-RNP: doença mista do tecido conjuntivo ● Anti-La (SS-B): Síndrome de Sjogren; proteção renal o OBS: anti-La indica ausência de lesão renal, por isso, o paciente nunca tem anti-DNA e anti-La presentes concomitantemente ● Anti-Ro (SS-A): o Síndrome de Sjogren o Lúpus neonatal (atravessa membrana placentária e afeta via de condução cardíaca → arritmia fetal -BAVT congênito) --: hO HO HO o LES Anti Ro + e FAN negativo (até 98% dos casos de LES são FAN +. Os pacientes FAN – são anti-Ro +) o Fotossensibilidade o Lúpus cutâneo subagudo: lesão de pele que lembra psoríase o Anti-citoplasmáticos: ▪ Anti-P: psicose lúpica o Anti-membrana: ▪ Anti-linfócito, anti-neurônio (encefalite), anti-plaqueta, anti-hemácias (anemia hemolítica) ▪ Anti-fosfolípide: favorecem a cascata de coagulação → trombose em qualquer sítio ● Anticoagulante lúpico: in vitro (laboratorial) esse anticorpo aumenta o PTT, igual à heparina. Porém, in vivo (na prática) ele leva à trombose ● Anti-β2glicoproteína 1 ● Anticardiolipina ● Clínica: 11 Critérios Diagnósticos para LES (EULAR 2019): o Critério de entrada (rastreamento): FAN + (> 1 : 80) o Critérios aditivos: Domínios 1. CONSTITUCIONAL ○ Febre (> 38,3 oC) 2. PELE/MUCOSA: ○ Lúpus cutâneo agudo: Rash malar (polpa sulco naso-labial), fotossensibilidade no corpo inteiro ○ Lúpus cutâneo crônico: discóide (principalmente em couro cabeludo → alopécia cicatricial; e pavilhão auricular) ○ Lúpus cutâneo subagudo: Anti-ro positivo ○ Úlceras orais (indolores) ○ Alopécia sem cicatriz 3. ARTICULAÇÕES: ○ Artrite aditiva e simétrica de ritmo inflamatório ou dor com rigidez matinal > 2 articulações (obs: não erosiva → Artropatia de Jaccoud → deformidades ligamentares, móveis) 4. SEROSAS: ○ Derrame pleural (glicose normal)ou Derrame pericárdico i. Diagnóstico diferencial: no derrame pleural da artrite reumática a dosagem de glicose é muito baixa 8 ○ Pericardite aguda 5. HEMATOLÓGICO: ○ “Penias”: anemia hemolítica (reticulócito > 3%; coombs +), leucopenia < 4.000 (2 amostras), linfopenia <1.500 (2 amostras), plaquetopenia < 100.000 6. RENAL: ○ Proteinúria > 500 mg/dia ; 3+ de proteína no EAS ; cilindros celulares ○ Nefrite lúpica à biópsia 7. NEUROPSIQUIÁTRICO: ○ Delirium ○ Psicose ○ Convulsão 8. ANTICORPOANTIFOSFOLÍPIDE 9. COMPLEMENTO ○ C3 e/ou C4 baixo 10. ANTICORPO ESPECÍFICO ○ Anti DNA dh OU Anti Sm ● Diagnóstico: o > 10 pontos o Obs: só considero uma alteração de cada domínio, e vou escolher aquela que der mais pontos o Obs: nefrite lúpica classe III ou IV já conta 10 pontos ● LES fármaco-induzido: Anti-histona; geralmente poupa rim e SNC o P rocainamida (maior risco): anti-arrítmico o H idralazina (mais comum): vasodilatador; anti-hipertensivo o D – penicilamina: efeito imunossupressor ▪ Tratamento: retirar medicamento ● Lesão renal do LES: o Anti-DNA dh + hipocomplementemia o Lesão glomerular é a mais comum I. Mesangial mínima II. Mesangial proliferativa III. Proliferativa focal IV. Proliferativa difusa ● Mais grave e é a mais comum ● Sd nefrítica (hematúria dismórfica)→ pode evoluir para GNRP V. Membranosa ● Síndrome nefrótica: proteinúria e mais nada ● Sinal inicial de LES pode ser Síndrome nefrótica membranosa ● Pode se apresentar sem anti-DNA dh e sem hipocomplementemia VI. Esclerosante avançada: rim terminal/insuficiência renal irreversível o Ou seja: LES + Lesão renal = o Se tiver componente nefrítico, como hematúria dismórfica ou cilindros hemático eu marco Proliferativa difusa, mesmo que haja componente nefrótico também (proteinúria > 3g/24h) o Somente proteinúria? Membranosa ● Tratamento: de acordo com a forma clínica o Para todos: o PROTEÇÃO SOLAR + PARAR TABAGISMO + ANTIMALÁRICOS (Hidroxicloroquina OU cloroquina) 9 o Formas leves (pele, mucosa, articulação): o AINEs e se necessário corticóides em dose baixa o Formas moderadas (sintomas constitucionais e acometimento hematológico) o AINEs e se necessário corticóides em dose baixa o Se necessário imunossupressor (azatioprina, metotrexato) o Formas graves (rim e SNC): o Corticóide em altas doses. Durante a agudização com nefrite lúpica (GNRP) é indicado pulsoterapia com metilprednisolona em dose imunossupressora, posteriormente a manutenção do tratamento pode ser feita com os imunossupressores citados abaixo o Se necessário imunossupressor (ciclofosfamida, micofenolato, rituximab) Síndrome de Sjogren ● Pode dar as mesmas apresentações do LES → serão abordadas as manifestações que as diferenciam ● “Síndrome seca”: destruição das glândulas exócrinas do corpo todo por infiltrado linfocitário ● Epidemiologia: o Mais comum em mulheres (9:1) 30 – 40 anos → idade um pouco mais avançada que no LES ● Clínica: o Xeroftalmia + xerostomia (olho e boca seca) ▪ Sensação de areia nos olhos + cáries (↓saliva com IgA) o Outros: artralgia, mialgia, vasculite cutânea ● ↑ risco de linfoma de parótida. Sinais sugestivos de malignidade: o Aumento persistente de parótida o Púrpura o Leucopenia o Crioglobulinemia o Baixos níveis séricos de C4 o Anti-Ro e Anti-La o Formação de centros germinativos ectópicos em glândulas salivares menores ● Diagnóstico: o Biópsia de lábio inferior, anti-Ro ou anti-La + (ROLA SECA) o Clínica com sinais objetivos para xeroftalmia: ▪ Teste de Schirmer: fita milimetrada absortiva pendurada no olho por 5 minutos → observa a absorção de líquido pela fita. Ideal > 10 mm; 5-10 mm = hipolacrimejamento; <5 = xeroftalmia ▪ Corante rosa-bengala: fica rosa se xeroftalmia ▪ Cintilografia salivar positiva para xerostomia ● Tratamento: o Medidas gerais: lágrima artificial, saliva artificial, uso de óculos de natação à noite (mantém olho umidificado) o Manifestações sistêmicas: corticóide e imunossupressor Síndrome anticorpo antifosfolípide (SAAF) ● Clínica: Trombose em qualquer lugar ● Diagnóstico: 1 critério clínico + 1 laboratorial o Clínico: 10 ▪ Trombose (arterial ou venosa): AVE, TEP... ▪ Morbidade gestacional: I. > 3 abortos com < 10 semanas de gestação II. Aborto com > 10 semanas de gestação III. Prematuridade < 34 semanas o Laboratorial (em 2 amostras com intervalo mínimo de > 12 semanas): anticorpos antifosfolipídeos ▪ Anticoagulante lúpico: prolonga PTT (dica para as questões) ▪ Anticardiolipina IgM/IgG ▪ Anti-β2glicoproteína 1 IgM/IgG ● Tratamento: o Anticoagulação (se tiver trombose prévia): ▪ Varfarina (inibidor da vitamina K) durante toda a vida + heparina ▪ Se for gestante só heparina o Profilaxia: ▪ Gestante + perda fetal prévia: AAS dose baixa + heparina profilática ▪ Assintomático (anticorpo positivo) + LES: AAS dose baixa + hidroxicloroquina Esclerodermia (Esclerose Sistêmica) ● Clínica: mulher de meia-idade (30-50 anos) ● Fisiopatologia: ataque imune permanente/contínuo até destruição do tecido conjuntivo o Teoria vascular: lesão leva à vasoconstrição → fibrose/cicatriz → necrose por isquemia (fenômeno de Raynaud, pele, esôfago, rim, pulmão) o A lesão é diferente do LES, no qual é intermitente. Na esclerodermia é contínuo ● Formas clínicas: o LOCALIZADA (somente pele): Morfea (cicatriz bem delimitada na região do tórax) e Golpe de sabre (lesão linear com cicatriz atrófica na fronte) o SISTÊMICA (órgão interno + pele): ▪ CUTÂNEA DIFUSA: além de órgão interno, pega a pele difusamente ▪ CUTÂNEA LIMITADA: além de órgão interno, quando envolve a pele, acomete somente as extremidades (poupa o centro do corpo) ▪ VISCERAL (<5%): não pega pele →não aparece na prova ● Manifestações Clínicas: o Pele: ▪ Esclerodactilia: espessamento da pele dos dedos→ pele esticada, sem pregueamentos, brilhante → mão em garra → úlceras nas pontas dos dedos ▪ Fácies da esclerodermia: retração da pele do rosto, microstomia, afinamento do nariz 11 ▪ Calcinose: depósito de cálcio no subcutâneo (parece tofo, pode ser enxergada no RX e quando intenso através da pele) ▪ Teleangiectasias: dilatação vascular por compensação→ petéquias nos lábios ▪ Fenômeno de Raynaud: vasoconstrição com alteração trifásica da cor dos dedos: 1º palidez, 2ºcianose, 3º rubor → nem sempre as 3 fases estão presentes. Pode ser espontâneo ou precipitado (frio, estresse emocional). ● Obs: O fenômeno de Reynauld acontece em outras doenças, nessa ordem de prevalência: doença de Reynaud (benigna), esclerodermia, doença mista do tecido conjuntivo. Nos casos que aparecer úlceras e FAN+ devemos investigar → capilaroscopia e fracionamento do FAN o Esôfago (80-90%): lesão de tecido conjuntivo adjacente à musculatura esofagiana → refluxo, disfagia o Rim: ▪ “Crise renal da esclerodermia”: vasoconstrição difusa da forma cutânea difusa → ↑ SRAA → elevação da PA (crise hipertensiva), (oligúria redução da TFG por vasoespasmo), anemia hemolítica (destruição ao tentar passar pelo vaso vasocontricto, esquizócito -fragmentos hemáticos) → antigamente era a principal causa de morte nesses pacientes, atualmente o uso de IECA evita essa crise o Pulmão: ▪ Alveolite com fibrose: forma cutâneo difusa ● O tratamento com imunossupressão é satisfatório se na fase da alveolite (TC de tórax: vidro fosco), impedindo que chegue na fase fibrótica (faveolamento) ● Quando há fibrose (TC de tórax: aspecto de favos de mel) já não trata mais ▪ Hipertensão pulmonar: forma cutâneo limitada o Síndrome CREST (forma cutânea limitada da doença): ▪ C alcinose ▪ R eynaud ▪ E sofagopatia ▪ S clerodactilia ▪ T eleangiectasia ● Laboratório: o FAN positivo em 90-95% dos casos o Anticorpos específicos: ▪ Anti Topoisomerase I (anti-Scl 70): forma difusa. Preditor de mau prognóstico (acometimento pulmonar) ▪ Anti-centrômero: doença limitada RESUMO DA FORMA CUTÂNEA: DIFUSA LIMITADA ● Anti-topoisomerase 1 (Anti SCL 70): marca prognóstico ruim por acometimento pulmonar ● Pulmão: Alveolite intersticial que evolui com fibrose ● Crise esclerodérmica renal: HAS, cefaleia, escotomas, esquizócitos, perda da função renal → trata e previne com IECA ● Síndrome CREST ● AntiCentrômero o Pele de extremidades→ “ANTI CENTRO” ● Pulmão: Hipertensão pulmonar ● Diagnóstico: 12 o Clínica + Ac ( anti topoisomerase 1, anti centromero) + capilaroscopia do leito ungueal (nº de capilares dilatados e tortuosos, padrão SD - depleção de alças capilares) ▪ Vasoconstrição dos capilares com vasodilatação compensatória dos capilares remanescentes o FAN + em90-95% dos casos ● Tratamento: Depende da complicação, não tem tratamento para a base da doença o Reynaud ▪ Medicamentos com ação vasodilatadora: Bloqueador de canal de cálcio (amlodipina, nifedipina), Inibidor de PDE-5 (sildenafil). ▪ Cessar tabagismo ▪ Evitar e se proteger do frio ▪ Evitar vasoconstritores o Crise renal: PRIL o Alveolite: imunossupressão o O tratamento não é muito satisfatório, então a terapia é basicamente no controle e tratamento das complicações e manifestações Doença Mista do Tecido Conjuntivo ● Mistura de colagenose com características de artrite reumatóide → mão-pé-punho e pronto, fotossensibilidade, fenômeno de Raynaud ● Laboratório: Anti-RNP Miopatias Inflamatórias 1. Dermatomiosite/Polimiosite (Miopatias Inflamatórias Idiopáticas) Acometimento de musculatura esquelética ● Clínica: o Mulher 2:1 homem o 30-50 anos o Fraqueza muscular proximal o Mialgia é menos comum que a fraqueza muscular, mas ocorre em até 20-50% dos casos ● Características: o SEMELHANÇAS: ▪ Mulher 30-50 anos ▪ Fraqueza muscular simétrica e proximal (cintura escapular -deltoide- e cintura pélvica -quadríceps-) poupando face e olhos → fraqueza para pentear cabelos, flexão do pescoço, subir escada, disfagia, disfonia ▪ Doença pulmonar intersticial : Anticorpo anti-Jo 1 (anti sintetase) e Anti MDA5 → “anti-jo-one” → João que pega pulmão ▪ Outros: artrite, fenômeno de Raynaud o DIFERENÇAS: DERMATOMIOSITE POLIMIOSITE 13 ● Histologia (biópsia): lesão vascular periférica → imunidade humoral ● Lesões cutâneas: o Pápulas/Sinal de Gottron: pápula violácea sobre articulação dos dedos das mãos → patognomônico! o Heliótropo: lesão violácea em pálpebra superior → patognomônico! o Rash malar: diferente do LES pois na dermatopolimiosite pega sulco nasolabial o Rash em V (sinal do manto): região do V cervical o “Mão do mecânico”: fissura e descamação na região lateral dos dedos o OBS: as lesões pioram com no sol, assim como no LES ● 3x mais risco de neoplasias: mama, ovário, colo de útero, pulmão, pâncreas, bexiga e estômago → geralmente aparece no primeiro ano após diagnóstico da dermatomiosite ● Histologia (biópsia): lesão direta da musculatura → imunidade celular ● Diagnóstico: o Enzimas musculares: CPK o Eletroneuromiografia: miopatia o Biópsia de músculo (dermatomiosite não precisa se tiver os sinais patognomônicos → pápulas de Gottron e Heliotropo) ● Tratamento: o Fotoproteção (dermatomiosite) o Corticoide (dose imunossupressora 1mg/Kg/dia) + Azatioprina/Metotrexate/Ciclofosfamida (imunossupressores) o Imunoglobulina IV (graves ou casos refratários) 2. Dermatomiosite juvenil ● Dermatomiosite em < 16 anos + calcinose 3. Miosite por corpúsculo de inclusão ● Homem > 50 anos ● Fraqueza assimétrica e frequentemente distal, mas pode ser proximal ● CPK pouco elevada ● Baixa resposta aos corticóides ● DD na biópsia Vas����te� REUMATOLOGIA 2 - MEDCURSO COLAGENOSES E VASCULITES → VASCULITES ● Definição: Inflamação vascular que acontece num contexto de doença sistêmica ● Clínica: o Inflamação sistêmica: sintomas inespecíficos --> febre, anorexia, astenia, emagrecimento, mialgia o Inflamação vascular: clínica depende do calibre do vaso acometido ▪ Grande calibre (aorta e seus ramos): 14 ● Lesão: diminuição do aporte sanguíneo (tamponamento/obstrução total é raro) ● Sintoma: claudicação ● Fator de risco: mulher ● Doenças: o Arterite Temporal (Células gigantes) o Arterite de Takayasu ▪ Médio calibre: irrigam vísceras. Causam aneurisma, angina (claudicação do órgão, como angina mesentérica/testicular), mononeurite ● Doença de Kawasaki ● Doença de Buerger ● Poliarterite nodosa ▪ Pequeno calibre: aumento da permeabilidade vascular tão intenso que, além de plasma, passam hemácias → “púrpura palpável” (não desaparece a digitopressão) ● Poliangeíte microscópica ● Churg-Strauss ● Granulomatose de Wegener ● Púrpura de Henoch-Schonlein (Nefropatia por IgA- Berger, Púrpura anaflactoide) ● Vasculite Crioglobulinêmica ● Exames: o ↑VHS e PCR o Anemia normo-normo o Leucocitose e ↑plaquetas o ANCA (anticorpo anticitoplasma de neutrófilo) → não é patognomônico de vasculite ▪ Se positivo: Vasculites, Síndrome pulmão-rim, Cocaína, Cirrose, Doença inflamatória intestinal FRACIONAMENTO DO ANCA C-ANCA Padrão citoplasmático Anti-proteinase 3 - Granulomatose de Wegener P-ANCA Padrão perinuclear Anti-mieloperoxidase - Poliangeíte microscópica (PAM) - Doença de Churg-Strauss (granulomatose com eosinofilia) ● Diagnóstico: o Biópsia de vaso ou tecido acometido o Imagem: angiografia, ECO (Kawasaki) 1. VA���L��E� D� ���N�E ��L���E (Perfil Epidemiológico: MULHERES QUE CLAUDICAM) -Ar�e��t� Te���r�� (Célu��� g��a�t��) -Ar�e��t� �e T���ya�� Arterite Temporal (Células Gigantes) ● Epidemiologia: o Mulheres > 50 anos (média = 75 anos) ● Clínica: o Sintomas sistêmicos o Cefaléia que surge ou piora a partir dos 50 anos (mais comum), unilateral o Espessamento da artéria temporal → palpável e visível 15 o Hipersensibilidade do escalpo (não consegue pentear o cabelo pela dor) → pode levar à necrose do couro cabeludo o Claudicação da mandíbula (“cansa” ao mastigar) o 50% dos pacientes com arterite temporal tem associação com Polimialgia reumática: dor + rigidez matinal em cintura escapular e pélvica ▪ Cuidado (CAI EM PROVA): só 15% das pessoas com polimialgia reumática tem arterite temporal o Febre de origem indeterminada (3ª maior causa no idoso, após 1ª infecciosas e 2ª neoplásicas) o Amaurose súbita → emergência reumatológica ● Vasos acometidos: a. temporal, a. mandibular, a. oftálmica, central da retina (amaurose → urgência reumatológica) ● Laboratório: o Infecção sistêmica ↑VHS > 100 (muito elevado) ● Diagnóstico: o Biópsia temporal ▪ Pode ser feita depois do início do tratamento, já que a biópsia permanece positiva em vigência de tratamento por até 14 dias, mesmo com melhora clínica e laboratorial ▪ Biópsia negativa não exclui diagnóstico (5-15% dos casos pode vir negativa) ● Tratamento: o Cortisona: prednisona (resposta positiva MUITO boa)! o AAS para prevenção de trombos, como amaurose e AVE → literatura controversa Arterite de Takayasu ● Epidemiologia: o Mulheres < 40 anos (mais jovens) ● Clínica: o Claudicação de MMS (dificuldade em pentear cabelo, apagar quadro → acomete a. subclávia) ▪ Dica: TakayaSU pega SUbclávia ▪ Pulsos e pressões assimétricas (pressão difere em cada braço) ▪ Sopro em carótida, subclávia e aorta o HAS renovascular (acometimento da aorta → estenose do óstio das artérias renais) o OBS: esta arterite não altera na gestação ● Vasos acometidos: aorta e ramos, subclávia ● Laboratório: inflamação sistêmica ● Diagnóstico: angiografia/aortografia ● Tratamento: o Prednisona / Metotrexate o Angioplastica para correção de alteração vascular, como estenose do óstio das artérias renais, só DEPOIS da remissão da doença (↓VHS e PCR). Isso pois se você fizer enquanto ainda há lesão pode piorar o quadro 2. VA���L��E �� MÉDI� ���IB�� (Epidemio: homens com aneurismas) 16 - Do�nça d� K��a��k� (c�i��ça) - Do�nça d� B�e���r - Pol����er��� �od��� (PA� - ho��� m�i� ��l���) Doença de Kawasaki ● 6 critérios: Diagnóstico (5 critérios) = Febre (obrigatório) + 4 critérios (DECORAR) 1. Febre por > 5 dias (obrigatório) 2. Congestão conjuntival bilateral 3. Alterações em lábio ou cavidade oral (língua em framboesa) ▪ Mesma alteração de língua que ocorre na escarlatina 4. Linfonodomegalia cervical não-supurativa 5. Exantema polimorfo 6. Eritema e edema palmoplantares ● Laboratório: o Inflamação sistêmica o Complemento (C3) ▪ OBS: geralmente as vasculites não alteram o complemento, porém existem algumas exceções, D. De Kawasaki (eleva C3) e Vasculite Crioglobulinêmica (consome C4) ● Diagnóstico: o CLÍNICO o ECO: obrigatório para o acompanhamento do paciente o Obs: o diagnóstico é clínico, porém o ECO é obrigatório no momento do diagnóstico, para usar como base no acompanhamento ● Complicações: o Aneurisma de coronária (25% dos pacientes →75% tem regressão doaneurisma em até 2 anos) ● Tratamento: o Imunoglobulina venosa (o mais precoce possível) → previne surgimento de aneurisma (<5% desenvolve) o AAS em dose alta (anti inflamatória) e depois em dose antiplaquetária (mais baixa) o Kawasaki não usou corticoide, pois não é reumato é pedriatria kkkk Poliarterite nodosa (Panarterite; PAN) ● Clínica: o Homem, 40-60 anos (mais velhos) o Sintomas inflamatórios o HAS de início súbito (HAS secundária) o HAS renovascular (aneurismas renais) → retenção azotêmica o Sintomas gastrointestinais (aneurismas mesentéricos) o Dor testicular: angina testicular (aneurisma testicular) → angina durante a excitação o Mononeurite múltipla por isquemia dos vasos irrigam os nervos → vasa-nervorum (DD: Diabetes mellitus) o Livedo reticular o Dica: a PAN tem ANeurisma e ANgina ● Laboratório: o Inflamação sistêmica 17 o Hepatite B: HbsAg + e HbEAg + (possui o vírus e está se replicando)→ essa associação ainda existe, mas reduziu devido a vacinação ● Diagnóstico: o Biópsia de pele, testículo o Angiografia mesentérica: múltiplos aneurismas mesentéricos ● Tratamento: o Prednisona + ciclofosfamida o Tratar hepatite B ● OBS: a PAN poupa pulmão e rim!! o Se a Pan acometer pulmão, não é Pan, é Poliangeíte microscópica (vasculite de pequeno calibre) 3. VA���L��E �� P��U��� CA���R� (ou é homem ou empata homem e mulher) → todos tratam com Prednisona + Ciclofosfamida - Pol����eíte ���r���ópi�� (PA�) - Chu��-St�a��s Granulomatose de Wegener (Granulomatose com poliangeíte) OBS: cuidado para não confundir com Poliangeíte granulomatosa eosinofílica, que é Churg-Strauss Poliangeíte microscópica (PAM): ● Clínica: idem Pan + Síndrome pulmão-rim (capilarite pulmonar) o Hemoptise o Glomerulonefrite (GEFS com crescente) o P-ANCA (Anti-mieloperoxidase): PAN também pode positivar, mas é menos comum) o Obs: lembrar que PAN poupa pulmão ● Tratamento: igual PAN o Corticoide + ciclofosfamida Churg-Strauss (Poliangeíte Granulomatosa Eosinofílica) OBS: cuidado para não confundir com Poliangeíte com granulomatose, de Wegener ● Clínica: o Homem 30-50 anos o Sintomas inflamatórios sistêmicos o Asma refratária o Infiltrado pulmonar migratório o Eosinofilia o Mononeurite múltipla o GEFS leve o Gastroenterite o Miocardite eosinofílicas → aumenta a morbimortalidade do paciente ● Laboratório: o Eosinofilia >1.000 18 o ↑IgE o P-ANCA + (40-60% dos casos) → Síndrome pulmão rim ● Diagnóstico: o Biópsia pulmonar (granulomatose eosinofílica) ● Tratamento: o Prednisona + Ciclofosfamida ● Diagnóstico diferencial: a principal diferença é que nesses diagnósticos diferenciais não tem as manifestações sistêmicas inespecíficas, GESF e mononeurite múltipla o Síndrome de Loeffler o Aspergilose broncopulmonar alérgica o Asma refratária ● Obs: Diferença de PAM e Churg-Strauss → ambas tem Síndrome pulmão-rim o Na PAM o acometimento pulmonar é capilarite com hemoptise, já na Churg-Strauss é asma refratária o Na PAM o acometimento renal é com GEFS evoluindo para crescente, na Churg-Strauss é GEFS leve Granulomatose de Wegener (Granulomatose com poliangeíte) ● Clínica: o Homem 1:1 mulher → não há diferença o 30-50 anos o Via aérea superior + pulmão + rim → Síndrome pulmão-rim com acometimento de vias aéreas superiores o Sinusite + rinorréia purulenta o Exoftalmia unilateral (granuloma retroorbitária) o Perfuração em VAS (palato perfurado) o Nariz em sela (granuloma que necrosou) o Hemoptise o Hematúria – GEFS com crescentes (GNRP) o Vasculite sistêmica necrotizante ● Diagnóstico: o Biópsia de VAS e pulmonar → granuloma necrosante o Laboratório: ▪ C-ANCA (positivo em 97% dos casos) → Anticorpos anti proteinase-3 positivo ● Tratamento: o Prednisona + Ciclofosfamida 19 Vasculites Leucocitoclásticas (cursam com destruição por leucócitos) 1. Púrpura de Henoch-Schonlein (Vasculite por IgA) ● Principal vasculite primária da infância (2ª é a Kawasaki) ● Clínica: o Menino/homem < 20 anos (média: 5 anos) o Gatilho: infecção prévia de VA (ou história de vacina) o Infecção prévia de via aérea em < 20 anos ● Tétrade: o 1) Púrpura palpável em nádega e MMI (dependente de gravidade) o 2) Artrite/Artralgia NÃO deformante o 3) Dor abdominal: Angina mesentérica ou invaginação de alça → se criança, obrigatoriamente pedir USG o 4) Glomerulite com hematúria (igual Berger: ↑IgA) ● Outros sinais e sintomas o Renais: Igual Berger (DRC = maior morbimortalidade) o TGI: invaginação intestinal o Neurológicas: convulsões, cefaleia, alteração comportamental o Hemorragia conjuntival ● Laboratório: o ↑IgA 1 OBS: Se questão apresentar petéquias ou púrpuras → Reumato ou Hemato? Ver plaquetas: ↓Plaquetas = Hemato → Púrpura trombocitopênica ↑↔Plaquetas = Reumato → Púrpura de Henoch Schonlein ● Diagnóstico: o Clínico ▪ PÚRPURA PALPÁVEL NÃO TROMBOCITOPÊNICA (plaqueta normal ou elevada) ▪ Idade < 20a, dor abdominal, biópsia de pele ● Tratamento: o Suporte (autolimitada) o Prednisona nos casos complicados ● OBS: pode causar queda de complemento, mas isso é a exceção, não é comum 2. Vasculite Crioglobulinêmica (Crioglobulinemia Leucocitoclástica) ● Clínica: o Púrpura palpável o Poliartralgia o Glomerulonefrite branda o Neuropatia periférica o Livedo reticular (“estressou, fez púrpura!”) ● Laboratório: 20 o ↓Complemento (C4 < 8mg/dl) ▪ OBS: geralmente as vasculites não alteram o complemento, porém existem algumas exceções, D. De Kawasaki (eleva C3) e Vasculite Crioglobulinêmica (consome C4) o HCV positivo em > 90% dos casos ▪ Para gravar: Crioglob. Cai complemento, hepatite C ● Diagnóstico: o Crioglobulinas positivas (sangue) ● Tratamento: o Imunossupressão o Plasmaférese o Tratar hepatite C VASCULITE DE CALIBRE VARIÁVEL Doença de Behçet Doença queima filme ● Clínica: o Homem 1:1 Mulher o 25-35 anos o Teste da Patergia (avalia se há hipersensibilidade cutânea → arranha a pessoa e após 2-3 dias, vira uma pápula ou pústula - lesão cutânea infectada) o Acne (“pseudofoliculite”) o Úlceras orais o Lesão ocular: ▪ Hipópio (leucócitos em câmara anterior do olho) → linha esbranquiçada na pupila ▪ Uveíte anterior e/ou → panuveíte ▪ Neovascularização o Úlceras genitais-escrotais o Hemoptise fatal (aneurisma pulmonar) ● Vasos acometidos: aneurismas arteriais pulmonares (raro) ● Laboratório: o Inflamação sistêmica o ASCA positivo ● Diagnóstico: Clínico + Arteriografia pulmonar o Diagnóstico é clínico, mas podemos pesquisar aneurismas pulmonares ● Tratamento: Prednisona + Ciclofosfamida o O tratamento é muito discutido e controverso, já que a doença apresenta um padrão de crise e remissão 2. Doença de Buerger (Tromboangeíte obliterante) ● Clínica: o Homem adulto o Tabagista 21 o Necrose de extremidades o Fenômeno de Raynaud o Tromboflebite migratória o “Doença dos tabagistas que vai perdendo as extremidades → inflamação trombótica de médio e pequenos vasos → não é tão sistêmico ● Vasos acometidos: distais dos membros (poplítea palpável pois não é distal) → importante para diferenciar de ateriosclerose (doença disseminada), que acomete todos os pulsos, não só os distais ● Complicação: perde as extremidades de TODOS os membros ● Diagnóstico diferencial: aterosclerose acelerada (porém, cursa com diminuição do pulso pedioso e perda de dedos) ● Laboratório: inflamação sistêmica ● Diagnóstico: o Angiografia: lesão em saca-rolhas ou “vasos espiralados”; “contas de rosários" (pequenos aneurismas separados) ● Tratamento: Cessar tabagismo (não pode usar terapias com nicotina) MISCELÂNEA REUMATOLOGIA 3 - MEDCURSO FORMAS DIVERSAS DE LESÃO REUMÁTICA Feb�� ��umáti�� ● Fisiopatologia: Infecção necessariamente de orofaringe pelo Estreptococo beta-hemolítico do grupo A (Streptococcus pyogenes) com desenvolvimento de anticorpos que atacam proteínas do corpo que mimetizam as da bactéria → reação cruzada auto-imune → doença inflamatória sistêmica aguda (febre, sintomas constitucionais, marcadores inflamatórios). o Obs: apesar do S. pyogenes poder causar infecção de pele também, somente ainfecção de orofaringe predispõe febre reumática ● Principal causa de doença cardíaca estrutural adquirida ● Lambe articulação e morde o coração ● Perfil epidemiológico: 5 – 15 anos (Escolares), meninas ● Manifestações específicas (“alvos”) em ordem de frequência: 1. Artrite: 60-80% → achado mais específico ● Poliartrite migratória assimétrica de grandes articulações que dura 2-4 semanas (autolimitada) → 1-5 dias em cada articulação, melhorando completamente antes de migrar ● Não deixa SEQUELA 2. Pancardite: 50-60% ▪ Dura em média até 2 meses ▪ Endocardite: lesão valvar → valva mais acometida é a mitral e em 2º lugar a aórtica ● Lesão mais comum: insuficiência mitral (regurgitação valvar) ● Lesão aguda (insuficiência valvar): sopro de regurgitação ● Lesão crônica (estenose valvar): sopro de ejeção → SEQUELA CARDÍACA → é o que determina a morbimortalidade da doença ▪ Miocardite: maioria assintomática ▪ Pericardite: atrito pericárdico, supra ST disseminado (dd com IAM, que acomete determinada parede do coração, e não difusamente), dor → diagnose com SCA 3. Eritema marginatum: 1% ● Indolor, sem prurido (assintomático), migratório e associado à cardite 22 ● Mácula com margem eritematosa e centro pálido ● Não é patognomônico 4. Nódulo subcutâneo: < 1% ● Manifestação mais comum ● Podem ser pequenos 0,5 a 2cm ● Indolor, firmes, móveis, sem sinais inflamatórios ● Duram no máximo 1 mês → diferenciar de artrite reumatoide juvenil, que tem que ter mais de 6 semanas ● Associados à cardite 5. Coréia de Sydenham: “Dança de São Vito” → 20% ● Surge de 1 a 6 meses após FR aguda ○ Ou seja, pode surgir como manifestação isolada da FR ● Síndrome hipercinética e hipotônica → manifestação motora extrapiramidal ○ Movimentos bruscos e fora de propósito (extremidade e face) ○ Involuntários ● Tipo de coréia mais frequente na infância ● Mais comum em meninas (pré-adolescentes e adolescentes) ● Melhora com repouso e piora com estresse e labilidade emocional ● Laboratório: os reagentes da fase aguda: o PCR (proteína C-reativa): >3mg/dL = 30 mg/L → abaixo disso é muito improvável de FR ▪ 1ª a aumentar e primeiro a normalizar → não serve para acompanhamento, apenas para o diagnóstico na fase aguda o VHS: > 30mm/h ▪ 2ª a aumentar ▪ Normaliza com o tratamento (anti-inflamatório) → não serve para acompanhamento, mas serve para tratamento o Mucoproteína (alfa-1-glicoproteína ácida e mucoproteína B): ▪ Só normaliza após o término da inflamação → boa para acompanhar, mas não para tratamento o Outros: ▪ Leucocitose neutrofílica → desvio a esquerda ▪ Anemia de doença crônica → inflamatória ● Critérios de Jones Modificado (2015): CRITÉRIOS MAIORES (“alvos”) CRITÉRIOS MENORES (inflamação) 1. Artrite (60-80%) 2. Cardite (50-60%) 3. Coréia de Sydenham (20%) 4. Eritema marginatum (1%) 5. Nódulo subcutâneo (< 1%) 1. Artralgia (sem artrite) 2. Febre 3. Alargamento de PR no ECG (BAV 1º grau) 4. ↑VHS ou PCR ● Diagnóstico: 2 maiores OU 1 maior + 2 menores o Critério obrigatório: comprovação de infecção faríngea estreptocócica recente → sorologia (ASLO → começa a se elevar 1 semana após a infecção) OU cultura OU teste rápido de orofaringe o Coréia isolada em criança fecha diagnóstico de FR! Não precisa de mais nada o O ecocardiograma é muito importante para avaliar presença de lesão cardíaca 23 ● Tratamento: o Fase aguda: ▪ S. beta-hemolítico do grupo A (S. pyogenes): Penicilina G benzatina IM dose única ● Sua erradicação na doença instalada e aguda não trás benefícios na febre reumática, mas deve ser feita para se evitar recorrências (fins epidemiológicos) ● Se a dor de garganta foi tratada não precisa fazer a erradicação com penicilina G benzatina ▪ Artrite: AAS, Naproxeno, Ibuprofeno ▪ Cardite: Corticóide ▪ Coréia: ● Benzodiazepínico OU Fenobarbital OU Haloperidol OU Anticonvulsivante (Ácido valpróico, Carbamazepina) + Corticóide ● Repouso ● Profilaxia: o A febre reumática é uma doença de países subdesenvolvidos, e evitável → se a infecção de orofaringe por devidamente e precocemente tratada, a FR é evitada ▪ É diferente da GNPE, pois na FR quanto mais precoce tratar melhor, e na GNPE independente do tratamento com ATB não há prevenção o Uma criança que já teve FR tem chance maior de ter recorrência e a tendência é o agravamento da lesão cardíaca a cada recorrência o Primária: Penicilina G Benzatina IM dose única ▪ Tratar a infecção de garganta suspeita o mais precoce possível: até 9 dias do início da infecção de garganta ▪ É feito para quem nunca teve FR o Secundária: Penicilina G Benzatina IM 21/21 dias ▪ Feita em quem já teve FR e queremos evitar ter novamente e mais grave 1. Sem cardite: até 21 anos (OU mínimo de 5 anos após o último surto → o que for maior) 2. Com cardite leve curada ou insuficiência mitral leve: até 25 anos (mínimo de 10 anos após último surto) 3. Lesão valvar residual moderada ou grave: até 40 anos (ou toda vida, dependendo do risco de contato com S.pyogenes - ex: professor de escolar) → avaliar fatores de risco, como contato com crianças Got� (Ar��it� ��� c�i�t��� �e �r��o ��n���ódi��) ● Ácido úrico: o < 7mg/dL → completamente solubilizado o > 7mg/dL → cristaliza na forma de urato monossódico em locais frios e ácidos (urina/rim - local ácido- e extremidades - frio) ● Metabolismo do ácido úrico: o Purina (fonte: metabolismo celular, dieta – carne, cerveja, frutos do mar) → enzima xantina oxidase → ácido úrico → eliminação → urina (2/3) e fezes (1/3) ● Excesso de ácido úrico (cristalização): 24 o Superprodução (> 800mg de ácido úrico na urina de 24 h) o Diminuição da eliminação renal: principal fator ▪ Fatores secundários (dificultam a eliminação): ● Álcool: aumenta a produção e reduz a eliminação, principalmente se for cerveja ● Obesidade ● Diuréticos: tiazídicos (hidroclorotiazida) e diuréticos de alça (Furosemida) ● HAS ● OBS: estrogênio aumenta a eliminação renal do AU → fator protetor para gota ● Perfil Epidemiológico: o Homens com síndrome metabólica o Mulheres pós-menopausa ● Fisiopatologia (alvos: rim e articulação): evolução da doença 1. Hiperuricemia assintomática ▪ Acúmulo de ácido úrico durante anos ▪ Dieta e hábitos de risco por anos ▪ A maioria dos pacientes fica nessa fase, somente 5% evolui 2. Artrite gotosa aguda ▪ Crise ocorre depois de uma dia de exagero ▪ Monoartrite: início súbito / duração de 3-10 dias ▪ Articulações mais distais (mais frias) são acometidas: ● Grande artelho (“podagra”): 1a metatarso falangeana do pé (mais comum de ser acometida) → dedão do pé ● Metatarso ● Tornozelo ● Calcanhares ● Joelhos ▪ Pode acontecer com ácido úrico normal, em pessoas que já tiveram AU elevado cronicamente → a medida de AU sérico não é critério diagnóstico, isso pois o ácido úrico cristalizado não consegue ser dosado ▪ Pode haver mudança articular ou acometer sempre a mesma ▪ Pode se tornar poliarticular cronicamente 3. Gota intercrítica (períodos de remissão) ▪ Período assintomático entre as crises ▪ Variável, variação interpessoal 4. Gota tofosa crônica ▪ Acúmulo de cristais + tecido granulomatoso (cartilagens, tendões, partes moles, rins) ▪ A tendência com a evolução da doença é se tornar poliarticular e os períodos intercrise se tornarem mais curtos, com maior duração das artrites ● Nefrolitíase pode ocorrer em qualquer momento ● Diagnóstico: o Monoartrite → análise do líquido sinovial → cristais com forte de agulha com forte birrefringência negativa dentro dos leucócitos (padrão ouro) 25 ▪ Toda monoartrite, na primeira crise, tem que ser puncionada idealmente ▪ Cuidado: cristais com pontas romboides de birrefringência positiva com pontas rombas → pseudogota (condrocalcinose) → cristais de pirofosfato de cálcio ● Tratamento: o Crise de artrite gotosa: ▪ AINEs (1ª linha): Naproxeno, Indametacina ▪ Colchicina (2ªlinha): dose tóxica próxima à terapêutica ● Inibe os microtubulos dos leucócitos/macrófagos, impedindo que eles fagocitem o ácido úrico ▪ Corticóides: VO ou intra-articular ▪ AnaKinra (inibidorde IL-1) ● OBS: NÃO fazer AAS ou Alopurinol! o Alopurinol: variação súbita do AU pode desencadear crise → se o paciente já usava não suspender → manter a dose o AAS: efeito paradoxal: pode aumentar ou diminuir muito os níveis de AU o Profilaxia das crises: ▪ Colchicina (0,5mg 12/12 h) antes de iniciar o tratamento para diminuir o AU, para que a variação não desencadeie crise → usar até que AU esteja estabilizado por 6 meses → depois iniciar o alopurinol ▪ Avaliar fatores secundários: álcool, obesidade, dieta, diuréticos (trocar HCT por Losartana -BRA- é uma boa opção pois diminui AC) o Redução da uricemia: ▪ Redução da síntese (inibidor da xantina oxidase): Alopurinol (1ªlinha), Febuxostat ▪ OU ▪ Aumento da eliminação: Uricosúricos (2ª linha): Benzbromarona, Probenecida, Sulfimpirazona: ● < 60 anos ● < 600 mg na urina ● Não usar em pacientes com nefrolitíase e nefropatia (pois AU é nefrotóxico) o Tratamento da hiperuricemia assintomática: geralmente não tratamos hiperuricemia assintomática, essas são exceções: ▪ Prevenção da Síndrome da Lise Tumoral (neoplasia hematológica): hidratação, Alopurinol, BIC IV (alcaliniza urina → menos precipitação dos cristais) ▪ Uricemia > 9 (mulheres) ou > 13 (homens) mg/Dl ▪ Excreção de AU > 1.100 mg/24 h urinária Osteoartrite (Artrose) ● Doença degenerativa articular que culmina em perda de cartilagem articular → perda da proteção do osso ● Perfil epidemiológico: mulheres idosas ● Clínica: ○ Dor crônica que tende a melhorar com repouso (ritmo mecânico) 26 ○ Rigidez pós repouso < 30 min (diferente de artrite reumatoide, que tende a demorar mais de 1 hora) ○ Dor uniarticular no início, progressiva ○ Sinovite ○ Deformidade articular → acomete interfalangeanas distais também (diferencial da AR, que não acomete interfalangeanas distais) ○ Nódulos de Bouchard e Heberden ○ Sem manifestações sistêmicas ● Diagnóstico ○ Clínica ○ VHS normal ○ FR negativo (20% pode ser positivo) ○ Radiografia ■ Osteófitos: formações ósseas espiculadas ■ Redução do espaço articular ■ Esclerose subcondral ○ Pode haver desproporção clínica radiológica ● Tratamento ○ Fisioterapia, redução de peso, órteses ○ AINE (oral ou tópico), duloxetina, creme de capsaicina RESUMÃO ANTICORPOS e MARCADORES ● ARTRITE ○ Artrite reumatoide ■ FR e Anti CCP positivos: servem somente para diagnóstico. Valor no momento do diagnóstico serve para prognóstico, pois quando mais elevado indica acometimento extra articular ● Padrão não relacionado a doença do FAN: nuclear pontilhado fino denso ● Colagenoses ○ Lúpus eritematoso sistêmico ■ FAN: anticorpos anti nucleares e anti citoplasmáticos ■ Antinucleares: ↓especificidade e ↑sensibilidade (98% dos pacientes com LES tem FAN +) → RASTREIO! Não confirma se positivo (> 1:80), mas exclui se negativo ● Anti-DNA dupla hélice (“nativo”): ○ Indica nefrite e marca atividade da doença ○ 2º mais específico do LES (Tem a dupla no nome) ● Anti-histona: ○ Relacionado a LES fármaco-induzido ● Anti-ENA (antígeno núcleo extraível): ○ Anti-Sm (Smith): ■ Mais específico do LES ○ Anti-La (SS-B): anti-La indica ausência de lesão renal, por isso, o paciente nunca tem anti-DNA e anti-La presentes concomitantemente ○ Anti-Ro (SS-A): ■ Lúpus neonatal (atravessa membrana placentária e afeta via de condução cardíaca → arritmia fetal -BAVT congênito) --: hO HO HO ■ LES Anti Ro + e FAN negativo (até 98% dos casos de LES são FAN +. Os pacientes FAN – são anti-Ro +) ■ Fotossensibilidade 27 ■ Lúpus cutâneo subagudo: lesão de pele que lembra psoríase ■ Anti-citoplasmáticos: Anti-P: psicose lúpica ○ Síndrome de Sjogren: ■ Anti Ro e Anti La + (ROLA SECA) ○ Síndrome do anticorpo antifosfolípide (SAAF) ■ Anticoagulante lúpico: prolonga PTT ■ Anti cardiolipina ■ Anti-β2glicoproteína 1 ○ Esclerodermia ■ FAN + em 95% dos casos ■ Forma cutânea difusa:Anti topoisomerase 1 (Anti scl 70) → marca prognóstico ruim por acometimento pulmonar ■ Forma cutânea limitada: Anti centrômero ○ Dermatomiosite/Polimiosite ■ Anticorpo anti-Jo 1 (anti sintetase) e Anti MDA5: marca acometimento pulmonar ○ Doença Mista do Tecido Conjuntivo (DMTC): ■ Anti RNP (um tanto de vogal juntos) ● Vasculites ○ Granulomatose de Wegener: C-ANCA (Anti-proteinase 3) ○ Poliangeíte microscópica (PAM): P-ANCA (Anti-mieloperoxidase) ○ Doença de Churg-Strauss: P-ANCA (Anti-mieloperoxidase) ○ Poliarterite nodosa (PAN): em alguns casos pode positivar P-ANCA - não é regra ○ Doença de Behçet: ASCA (doença queima filme - dá asco) DOENÇAS CAUSADORAS DE SÍNDROME PULMÃO-RIM ● Síndrome de Goodpasture ● Poliarterite microscópica (PAM): ○ Acometimento pulmonar é capilarite com hemoptise ○ Acometimento renal é GEFS evoluindo para crescente ● Poliangeíte granulomatosa eosinofílica: ○ Acometimento pulmonar é asma refratária ○ Acometimento renal é GEFS leve ● Poliangeíte com granulomatose (Granulomatose de Wegener) ○ Síndrome pulmão rim + acometimento de vias aéreas superiores (Sinusite + rinorréia purulenta + perfuração de palato) ○ Acometimento pulmonar: hemoptise ○ Acometimento renal: Hematúria – GEFS com crescentes (GNRP) ○ ● LES ● Púrpura de Henoch-Schonlein ● Crioglobulinemia mista ● Leptospirose ● Hantavirose DOENÇAS CAUSADORAS DE SÍNDROME HEPATORRENAL DROGAS: 28 ● Anti TNF-alfa: infliximab, etanercept, adalimumab ● Anti CD20: Rituximab 29
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