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1 DIREÇÃO, COORDENAÇÃO E SUPERVISÃO ESCOLAR 1 Sumário DIREÇÃO, COORDENAÇÃO E SUPERVISÃO ESCOLAR ......... Erro! Indicador não definido. NOSSA HISTÓRIA ........................................................................................................................ 2 1. A DIREÇÃO ESCOLAR ........................................................................................................ 3 1.1- Os fundamentos básicos da formação e prática do gestor escolar .......................... 3 1.2- Papel do gestor .............................................................................................................. 4 1.3- Funções do gestor ......................................................................................................... 6 2. O PAPEL DO COORDENADOR PEDAGÓGICO ............................................................... 12 3. A IMPORTÂNCIA DO TRABALHO DO COORDENADOR NA ESCOLA ....................... 17 4. O SUPERVISOR ESCOLAR ................................................................................................ 19 4.1- Breve Histórico da supervisão Escolar ...................................................................... 20 5. O PRINCÍPIO DAS ATRIBUIÇÕES DO SUPERVISOR ESCOLAR ................................... 21 6. O SUPERVISOR COMO ARTICULADOR NA ESCOLA ................................................... 24 7. REFERÊNCIAS: ................................................................................................................... 27 file:///C:/Users/User/Documents/APOSTILA-%20DIREÇÃO.docx%23_Toc56154668 2 NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 3 1. A DIREÇÃO ESCOLAR Figura: 1 A construção da educação reinventada, instituinte da emancipação humana pelo seu caráter intersubjetivo, num mundo que se engendra parceiro com o conhecimento, como nova base material, demanda nova estrutura organizacional na gestão da escola e gestores com novas aptidões cognitivo-atitudinais. 1.1- Os fundamentos básicos da formação e prática do gestor escolar O processo de construção das aptidões cognitivas e a atitudinais necessárias ao gestor escolar alicerça-se em três pilares ou eixos desta formação: o conhecimento, a comunicação e a historicidade. O conhecimento é o objeto especifico do trabalho escolar. Portanto, a compreensão profunda do processo de (re) construção do conhecimento no ato pedagógico é um determinante da formação do gestor escolar. O segundo eixo de sua formação é a competência de interlocução. A competência linguística e comunicativa é indispensável no processo de coordenação da elaboração a execução e avaliação do projeto politico-pedagógico. É fundamental a competência para a obtenção e sistematização de contribuições, para que, no processo educativo escolar, a participação seja efetiva pela inclusão das contribuições dos envolvidos, inclusive, em documentos (re) escritos. 4 O terceiro elemento essencial, fundante da competência do gestor de escola, é sua inscrição histórica. A escola trabalha o conhecimento em contextos sócios institucionais específicos e determinados. O reconhecimento das demandas educacionais, como também das limitações, das possibilidades e das tendências deste contexto histórico, no qual se produz e se trabalha o conhecimento, é fundamental para o seu impacto e o sentido da prática educativa e para sua qualidade. Um gestor escolar tem, como um dos fundantes de sua qualidade, o conhecimento do contexto histórico-institucional no qual e para o qual atua. Por isso, gestão da escola é um lugar de permanente qualificação humana, de desenvolvimento pessoal e profissional. Lembrando que a gestão escolar foi marcada por um paradigma baseado na fragmentação, entre outras características. A objetividade garante bons resultados, sendo a técnica o elemento fundamental para a melhoria do trabalho. 1.2- Papel do gestor Nas escolas eficazes, os gestores agem como líderes pedagógicos, apoiando o estabelecimento das prioridades, avaliando os programas pedagógicos, organizando e participando dos programas de desenvolvimento de funcionários e também enfatizando a importância de resultados alcançados pelos alunos. Também age como líderes em relações humanas, enfatizando a criação e a manutenção de um clima escolar positivo e a solução de conflitos, o que inclui promover o consenso quanto aos objetivos e métodos, mantendo uma disciplina eficaz na escola. Deve-se ter em conta que a motivação, o ânimo e a satisfação não são responsabilidades exclusivas dos gestores. Os professores e os gestores trabalham juntos para melhorarem a qualidade do ambiente escolar, criando as condições necessárias para o ensino e a aprendizagem mais eficaz, identificando e modificando os aspectos do processo do trabalho, considerados adversários da qualidade do desempenho. A prática de liderança em escolas altamente eficazes inclui: apoiar o estabelecimento com objetivos claros, propiciar a visão do que é uma boa escola e encorajar os professores, de modo a auxiliá-los nas descobertas dos recursos necessários para que realizem adequadamente o seu trabalho. 5 Luck (1996) elenca as dimensões de liderança relacionadas com as escolas eficazes, que são: enfoque pedagógico do diretor, ênfase nas relações humanas, criação de ambiente positivo, ações voltadas para metas claras, realizáveis e relevantes, disciplina em sala de aula garantida pelos professores, capacitação em serviço voltada para questões pedagógicas e acompanhamento contínuo das atividades escolares. Nas escolas, onde há integração entre professores, tendem a ser mais eficazes do que aquelas em que os professores se mantêm profissionalmente isolados. A escola, os professores, tudo flui e tudo “rende” e a comunidade percebe que naquele ambiente acontece à gestão participativa. As escolas bem dirigidas exibem uma cultura de reforço mútuo das expectativas: confiança, interação entre os funcionários e a participação na construção dos objetivos pedagógicos, curriculares e de prática em sala de aula. Segundo Vieira (2003), diante do novo perfil do gestor, as demandas por transformação e quebras de paradigmas devem continuar intensas, passando a ser a tônica de uma sociedade em constante evolução. A postura crítica na adoção de novas perspectivas deve somar-se a novas formas de facilitar sua introdução no sistema escolar, o que exigirá uma cultura em constante processo de auto-organização, um estado de experimentação, pesquisa e análise de novos processos e, ao mesmo tempo, a consolidação via resolução consistente de problemas encontrados no dia-a-dia.O papel principal do gestor é saber acompanhar essas mudanças e tentar ampliar a capacidade de realização da organização escolar, levando-a a atingir seu potencial pleno e a tornar-se uma instituição que traga orgulho profissional a seus integrantes. Segundo Lück (1990), o gestor escolar tem como função precípua coordenar e orientar todos os esforços no sentido de que a escola, como um todo, produza os melhores resultados possíveis no sentido de atendimento às necessidades dos educandos e a promoção do seu desenvolvimento. Dentro desta concepção o gestor, deve revestir-se de esforços voltados para o desenvolvimento de conhecimentos, habilidades e atitudes, para que a sua atuação participativa torne-se gradativamente mais eficiente. O gestor assume a responsabilidade quanto à consecução eficaz da política educacional do sistema e desenvolvimento pleno dos objetivos educacionais, organizando, dinamizando e coordenando todos os esforços nesse sentido e controlando todos os recursos para tal. 6 Devido a sua posição central na escola, o gestor, no desempenho de seu papel, exerce forte influência sobre todos os setores e pessoal da escola. Lück (1990) relata ainda, que o gestor deve ter a habilidade de influenciar o ambiente que depende em grande parte, da qualidade e do clima escolar, do desempenho do seu pessoal e da qualidade do processo ensino-aprendizagem. A vivência de uma metodologia participativa em que as relações solidárias de convivência pontificam, provocam, mesmo que lentamente, a concretização de uma nova ordem social, iniciando pela parcela menor, que é a escola. A cada dia surgem novas tarefas para todos no interior da escola: professores, alunos e equipe gestora. A escola deve abrir espaço para o trabalho coletivo constante no interior da instituição porque este concretiza uma prática transformadora. Faz-se necessário propiciar à comunidade escolar a vivência de uma nova dimensão da vida social, na qual não participe só da execução, mas também da discussão dos rumos da instituição escolar. Em outras palavras, sendo presença ativa e criativa no ambiente escolar. O clima relacional de uma escola provém, basicamente, dos educadores que nela atuam. São eles que determinam as relações internas, através do acolhimento, da aceitação, da empatia, da real comunicação, do diálogo, do ouvir e do escutar, do partilhar interesses, preocupações e esperanças. 1.3- Funções do gestor A efetividade do processo de ensino e de aprendizagem implica em garantir o acesso dos educandos à escola e, sobretudo, sua permanência e sucesso no processo educativo, propiciando condições favoráveis para o fortalecimento de sua identidade como sujeita do conhecimento. Para que isso aconteça, são funções do gestor: ► Coordenar a elaboração e implementação da proposta pedagógica e sua operacionalização através dos planos de ensino, articulando o currículo com as diretrizes da Secretaria. 7 ► Incentivar a utilização de recursos tecnológicos e materiais interativos para o enriquecimento da proposta pedagógica da escola. ► Estimular e apoiar os projetos pedagógicos experimentais da escola. ► Assegurar o alcance dos marcos de aprendizagem, definidos por ciclo e série, mediante o acompanhamento do progresso do aluno, identificando as necessidades de adoção de medidas de intervenção para sanar as dificuldades evidenciadas. ► Garantir o cumprimento do Calendário Escolar, monitorando a prática dos professores (regentes e coordenadores pedagógicos) e seu alinhamento com a proposta pedagógica, organizando o currículo em unidade didática. ► Acompanhar as reuniões de atividades complementares – AC, avaliando os resultados do processo de ensino e de aprendizagem, adotando, quando necessário, medidas de intervenção. ► Articular-se com as Coordenadorias Regionais e setores da SMEC na busca de apoio técnico-pedagógico, socioeducativo e administrativo, visando elevar a produtividade do ensino e da aprendizagem. ► Acompanhar a frequência e avaliação contínua do rendimento dos alunos através dos registros nos Diários de Classe, analisando, socializando os dados e adotando medidas para a correção dos desvios. ►Assegurar o cumprimento do sistema de avaliação estabelecido no Regimento Escolar. ► Monitorar a rotina da sala de aula através da atuação do Coordenador Pedagógico. ► Assegurar um ambiente escolar propício, estabelecendo as condições favoráveis para a educação inclusiva de forma produtiva e cidadã. 8 ► Identificar as ameaças e fraquezas da unidade escolar, a partir da sua análise situacional, adotando medidas de intervenção para superar as dificuldades. ► Acompanhar a execução dos projetos em parcerias com outras instituições, adequando-os à realidade da sua escola. As instalações e materiais considerados como infraestrutura básica para o pleno funcionamento da escola envolvem ações de conservação, manutenção e mobilização da comunidade escolar para atuar de forma consciente e multiplicadora, consolidando a valorização da cultura de preservação do bem público. Neste sentido são atribuições do Gestor Escolar: ►Identificar necessidades e acionar mecanismos, a fim de proporcionar um ambiente físico adequado ao pleno funcionamento da escola. ► Assegurar o tombamento e responsabilizar-se pela guarda, conservação e manutenção dos móveis e equipamentos da escola. ► Otimizar o uso dos recursos financeiros repassados à escola, destinados à aquisição de materiais, manutenção das instalação se dos equipamentos. ► Suprir a escola com materiais adequados, que permitam aos professores e alunos desenvolverem atividades curriculares diversificadas. ► Promover campanhas, programas e outras atividades para conscientização da comunidade escolar e local de preservação e conservação da escola. A gestão participativa de processos está concebida como um gerenciamento fundamentado nos princípios de gestão com o Conselho Escolar e com as representações das organizações associativas da escola, legitimando a tomada de decisões numa ação colegiada com diferentes níveis de responsabilidades da equipe gestora da escola e do Sistema Municipal de Ensino. Neste sentido são atribuições do Gestor Escolar: 9 ►Coordenar a elaboração e implementação do Regimento Escolar. ►Gerenciar o funcionamento da escola em parceria com o Conselho Escolar, zelando pelo cumprimento do Regimento Escolar, observando a legislação vigente, normas educacionais e padrão de qualidade de ensino. ►Garantir o alcance dos objetivos da escola, identificando obstáculos, reconhecendo sua natureza e buscando soluções adequadas. ► Desenvolver as ações educativas pertinentes a cada segmento de ensino, de acordo com as normas e diretrizes do Conselho Municipal de Educação. ► Elaborar e programar o Plano da Gestão Escolar alinhado ao PDE, Proposta Pedagógica, Regimento Escolares e Diretrizes do Sistema Municipal de Ensino, discutindo com a comunidade escolar e incorporando as contribuições. ► Administrar a utilização dos espaços físicos da unidade escolar e o uso dos recursos disponíveis, para a melhoria da qualidade de ensino como: bibliotecas, salas de leitura, laboratório de tecnologias, entre outros. ► Administrar, otimizando os recursos financeiros, conforme os procedimentos e rotinas de execução orçamentária e financeira, determinados pelas fontes de repasses, acompanhando e monitorando as despesas e o fluxo de caixa. ► Organizar coletivamente as rotinas da escola e acompanhar o seu cumprimento. ► Estimular a formação de organizações estudantis, atividades esportivas, artísticas e culturais na unidade escolar. ►Aplicar instrumentos de registro de matrícula e de acompanhamentoda movimentação escolar do alunado, sistematizando os dados e emitindo relatórios. ► Monitorar o desenvolvimento das ações gerenciais, em parceria com o Conselho Escolar, com vistas à identificação dos resultados, propondo as intervenções necessárias. 10 ►Promover a construção do PDE, bem como a sua execução e replanejamento, através de um trabalho coletivo em parceria com o Conselho Escolar, mediante processo de análise dos resultados e proposições adequada. O clima escolar refere-se a um ambiente estruturado, de tal forma que expresse a responsabilização coletiva de todos os participantes da comunidade escolar em relação ao sucesso de ensinar e de aprender, resultando num clima harmônico e produtivo, onde todos unem esforços para atingir os objetivos propostos para a efetividade. Neste sentido são atribuições do Gestor Escolar: ► Adotar estratégias gerenciais que favoreçam a prevenção de problemas na unidade escolar. ► Gerenciar o funcionamento da escola, zelando pelo cumprimento da legislação, normas educacionais e pelo padrão de qualidade de ensino. ► Proporcionar um ambiente que permita à escola cumprir sua missão, objetivos e metas, fundamentados nos seus valores, supervisionando o funcionamento e a manutenção dos diversos recursos de infraestrutura. ► Possibilitar o bom funcionamento da escola através do estabelecimento de normas regulamentadas no Regimento Escolar, favorecendo a melhoria da qualidade do trabalho. ► Promover o envolvimento da comunidade escolar, fazendo uso da liderança e dos meios de comunicação disponíveis, com base na cooperação e compromisso, favorecendo a qualidade das relações interpessoais. ► Manter o fluxo de informações atualizado e regular entre a direção, os professores, pais e a comunidade. ► Coordenar as ações socioeducativas desenvolvidas na unidade escolar. ► Assegurar visibilidade às ações da unidade escolar. 11 ► Socializar os resultados das ações gerenciais, reconhecendo os níveis de avanço e dificuldades da escola. ►Expressar confiança na capacidade de eficácia da escola. O envolvimento dos pais e da comunidade decorre de um processo de mobilização e organização, de forma responsável e consciente, que possibilita canais de participação com representações de organizações associativas de pais, alunos e professores, contribuindo para o aperfeiçoamento do trabalho educativo e o relacionamento da escola com a comunidade. Neste sentido são atribuições do Gestor Escolar: ► Promover o envolvimento dos pais na gestão da escola, em atividades educacionais e sociais, incentivando e apoiando a criação das associações de pais e as iniciativas do Conselho Escolar. ► Estimular a participação dos pais na educação dos filhos, envolvendo-os no acompanhamento do desempenho dos alunos e fortalecendo o relacionamento entre pais e professores. ► Administrar os programas compensatórios direcionados ao aluno e à família de acordo com as normas estabelecidas pelos órgãos promotores. ► Manter comunicação frequente com os pais, mediante o repasse de informações sobre o processo educativo, normas e orientações do funcionamento da escola. ► Viabilizar a integração entre a escola e a comunidade, criando e monitorando projetos em parceria com as diversas organizações, visando apoio às atividades educacionais, sociais, culturais e de lazer. ►Maximizar a atuação da comunidade junto à escola, identificando os recursos e sendo hábil nas relações com os seus diversos segmentos. 12 ► Promover campanhas educativas e programas com temas que despertem o interesse da comunidade escolar. O desenvolvimento do patrimônio humano envolve a criação de ambiente favorável e oportunidades para a formação profissional, auto formação, pesquisa, experimentos, debates e reflexão pedagógica e gerencial no interior da escola, estudando e analisando a prática educativa viabilizando a introdução legítima de novos padrões de gestão e de ensino. Neste sentido são atribuições do Gestor Escolar: ► Oportunizar e facilitar o acesso a programas de aperfeiçoamento profissional para os recursos humanos da escola. ► Identificar as necessidades de desenvolvimento dos recursos humanos da escola, estabelecendo estratégias de intervenção em articulação com a SMEC. ► Identificar e aperfeiçoar o potencial dos recursos humanos da escola, assegurando a integração e adotando uma postura participativa nas ações de planejamento e execução das atividades curriculares. ► Proporcionar ao professor momentos de auto avaliação, pesquisa, experimentos, debates e reflexão da prática pedagógica em uma perspectiva crítico reflexiva. ►. Promover a efetividade do processo de avaliação de desempenho do grupo magistério, junto ao Conselho Escolar. 2. O PAPEL DO COORDENADOR PEDAGÓGICO 13 Figura: 2 Para ter um processo administrativo de qualidade é necessária a promoção de ações, que sustentem um trabalho em equipe e uma gestão que priorize obter educação de qualidade. Assim, “não se trata mais de administrar pessoas, mas de administrar com as pessoas. As organizações cada vez mais precisam de pessoas produtivas, responsáveis, dinâmicas, inteligentes, com habilidades para resolver problemas, tomar decisões” (NOGUEIRA, 2008, p.21). Nogueira (2008) destaca que o trabalho desenvolvido pelo coordenador pedagógico é de identificar as necessidades dos professores e com eles encontrar soluções, que priorizem um trabalho educacional de qualidade. Esse profissional tem que ir além do conhecimento teórico, pois para acompanhar o trabalho pedagógico e estimular os professores é preciso percepção e sensibilidade para identificar as necessidades dos alunos e educadores, tendo que se manter sempre atualizado, buscando fontes de informação e refletindo sobre a prática, como destaca Nóvoa (2001, p.23): “a experiência não é formadora nem produtora. É a reflexão sobre a experiência que pode provocar a produção do saber e a formação”. 14 Figura: 3 Com esse pensamento ainda é necessário destacar que o trabalho deve acontecer com a colaboração de todos, assim o coordenador deve estar preparado para mudanças e sempre pronto a motivar sua equipe. Dentro das diversas atribuições está o ato de acompanhar o trabalho docente, sendo responsável pelo elo entre envolvidos na comunidade educacional. Nessa perspectiva, Nogueira (2008) explica algumas atribuições do Coordenador Pedagógico. A questão do relacionamento entre o coordenador e o professor é um fator crucial para uma gestão democrática, e para que isso aconteça com estratégias bem formuladas, o coordenador não pode perder seu foco. O coordenador precisa estar sempre atento ao cenário, que se apresenta a sua volta valorizando os profissionais da sua equipe e acompanhando os resultados, e essa caminhada nem sempre é feita com segurança, pois as diversas informações e responsabilidades, o medo e a insegurança também fazem parte dessa trajetória. Cabe ao coordenador refletir sobre a própria prática para superar os obstáculos e aperfeiçoar o processo ensino aprendizagem. O trabalho em equipe é fonte inesgotável de superação e valorização do profissional. Salvador (2005) destaca as atribuições do Coordenador Pedagógico nas unidades escolares: 15 ► Coordenar, juntamente com a direção, a elaboração e responsabilizar-se pela divulgação e execução da Proposta Pedagógica da escola, articulando essa elaboração de forma participativa e cooperativa; ► Organizar e apoiar, principalmente, as ações pedagógicas, propiciando sua efetividade; ► Estabelecer uma parceria com a direção da escola, que favoreça a criação de vínculos de respeito e de trocas no trabalho educativo;► Acompanhar e avaliar o processo de ensino e de aprendizagem e contribuir, positivamente, para a busca de soluções para os problemas de aprendizagens identificados; ► Coordenar o planejamento e a execução das ações pedagógicas na escola; ► Atuar de maneira integrada e integradora junto à direção e à equipe pedagógica da escola para a melhoria do processo de ensino aprendizagem; ► Coordenar e acompanhar os horários de Atividade Complementar (AC), promovendo oportunidades de discussão e proposição de inovações pedagógicas, assim como a produção de materiais didáticos e pedagógicos na escola, na perspectiva de uma efetiva formação continuada; ► Avaliar as práticas planejadas, discutindo com os envolvidos e sugerindo inovações; ► Acompanhar o desempenho acadêmico dos alunos, por meio de registros por bimestre, orientando os docentes para a criação de propostas diferenciadas e direcionadas aos que tiveram desempenho insuficiente; ► Estabelecer metas a serem atingidas em função das demandas explicitadas no trabalho dos professores; 16 ► Promover um clima escolar favorável à aprendizagem e ao ensino, a partir do entrosamento entre os membros da comunidade escolar e da qualidade das relações interpessoais. Ao analisar as atribuições entre Nogueira (2008) e Salvador (2005) pode-se visualizar que o primeiro vê a situação e atuação do Coordenador Pedagógico democraticamente e politicamente inserido ao sistema, enquanto que o segundo faz suas colocações quanto a sua prática dentro da escola, e seu dia a dia de trabalho. Depois de apresentar as atribuições de Coordenador Pedagógico podem ser discutidas algumas selecionando funções deste profissional neste processo de trabalho e o cotidiano escolar por ele vivenciado, com isso o mesmo desempenha papéis de: a) Articulador: A ação educativa precisa ser planejada, e o planejamento nesta perspectiva deve ser participativo, em união com todos os participantes da Escola. Salvador (2005) ressalta que o Coordenador Pedagógico é um dos elementos de ligação fundamental, por meio de formas interativas de trabalho, em momentos de estudos, de proposições, de reflexões e de ações; b) Formador: A responsabilidade formadora do Coordenador Pedagógico está pautada na formação continuada dos profissionais da Escola, devendo ainda estar aberta ao saber adquirido no dia a dia, que deve ser refletido e incorporado ao desenvolvimento pedagógico dos educadores. Logo, o papel do Coordenador deve ser definido como um facilitador que, na escola, considerada espaço de construção de cultura e de relações humanas, estará envolvendo em sua prática, não só os valores citados acima, bem como atitudes e conceitos de justiça, de compromisso, de democracia e de gestão de conflitos. Com a visão de que a formação dos docentes e de outros profissionais da Escola pode ser realizada nos momentos das Atividades Complementares - AC. Essas se constituem em um espaço instituído na escola e garantido no regime de trabalho dos servidores municipais, que exercem atividades de docência, que objetivos o planejamento e o novo planejamento das atividades pedagógicas, assim como a reflexão sobre ação desenvolvida (SALVADOR, 2005). 17 Assim, o Coordenador Pedagógico deve estar atento à transformação de atitudes da comunidade escolar, promovendo a reflexão e a vivência nas relações escolares. Como agente de transformação da prática pedagógica, o Coordenador Pedagógico precisa estar aberto para transformar-se continuamente, a partir das considerações reflexivas e do feedback (opinião, realimentação e retorno) dos demais atores da Unidade Escolar, de acordo com Salvador (2005). 3. A IMPORTÂNCIA DO TRABALHO DO COORDENADOR NA ESCOLA Figura: 4 Sabemos que em uma escola não se deve faltar professores, da mesma forma, não poderá faltar o coordenador pedagógico, visto que este profissional deve acompanhar todo trabalho docente para que o processo de ensino-aprendizagem seja desenvolvido de maneira eficaz. Nesse contexto, “o coordenador é, sem dúvida, um agente muito importante na formação dos docentes, por isso, é fundamental uma mudança na prática e no processo de apoio pedagógico aos professores” (OLIVEIRA E GUIMARÃES, 2013, p. 98). 18 Visto desse ângulo, o coordenador tem uma importante função a desenvolver dentro do espaço escolar, para que haja um estreitamento entre professores e alunos, seja no âmbito educacional ou social, vale ressaltar mais uma vez que o coordenador deve ser um elo entre os sujeitos envolvidos no processo educativo. Mais que isso, Libâneo (2001) destaca a importância do trabalho do coordenador dentro das instituições de ensino. Assim, para o autor: O coordenador pedagógico ou professor coordenador supervisiona, acompanha assessora, avalia as atividades pedagógico-curriculares. Sua atribuição prioritária é prestar assistência pedagógico-didática aos professores em suas respectivas disciplinas, no que diz respeito ao trabalho interativo com os alunos. (LIBÂNEO, 2001, p. 5). Tendo claras essas questões, as instituições de ensino devem buscar, constantemente, por uma educação de qualidade, mas, para obtê-la será preciso desenvolver ações que realmente sustentem o trabalho em equipe a partir de uma gestão democrática e, com isso, seja priorizada a formação dos docentes, bem como dos discentes para um bom relacionamento entre todos. Cabe ao coordenador buscar, cada vez mais, aperfeiçoar-se em sua formação. Outro ponto que cabe destaque trata-se dos cursos formadores para que, investindo na preparação desses profissionais, possam, de fato, desenvolver habilidades pedagógicas unindo a teoria utilizada à prática desses profissionais que se constroem na rotina escolar. Ainda nas palavras de Oliveira e Guimarães (2013, p. 97), a respeito da formação continuada do coordenador, afirmam que “faz-se necessária pela própria natureza do saber humano como prática que se transforma constantemente, principalmente quando se refere ao comportamento e seus efeitos na aprendizagem”. Portanto, essa formação é necessária, não apenas sobre sua função, mas para que se dê conta das transformações que vão acontecendo de forma acelerada e que os sujeitos envolvidos na educação precisam estar atentos. Do ponto de vista de Oliveira e Guimarães (2013, p. 99), A formação continuada faz parte de uma busca sistemática de conhecimentos, de capacidades de reflexões das práticas pedagógicas dos educadores envolvidos em um contexto educacional. Por isso, de nada adianta o coordenador pedagógico 19 trabalhar em busca de uma qualidade profissional, se os demais não participarem dessa ação efetiva no resgate de uma educação de qualidade. Nessa perspectiva, a formação continuada dos profissionais da educação se torna muito importante, pois, o lidar com várias dificuldades e realidades diversas no ambiente escolar desenvolvendo práticas estimulantes para seu grupo passa a ser algo que necessita bastante atenção e habilidades por parte desse profissional. 4. O SUPERVISOR ESCOLAR Figura: 5 O papel da supervisão escolar é promover e contribuir na formação continuada de professores. O qual as transformações científicas e tecnológicas levam a necessidade de discussão ética valorativa da sociedade apresentando para a escola a imensa tarefa de instrumentalizar os docentes e alunos para participar, das relações sociais e políticas. Para isso acontecer, é preciso ter um líder funcional, encarregado de motivar e desenvolver na pessoa do supervisor escolar grupos de lideranças que atuam, em clima de diálogo, para o crescimento profissional das pessoas envolvidas com o processo educacional da escola. O trabalho do supervisor escolar, é reconhecido como ação de suporte para o professor na prática, potencializaseu trabalho de forma a conectar-se efetivamente com o contexto escolar, aonde vem configurando-se historicamente como um desafio para os novos profissionais da educação em supervisão escolar. 20 Atualmente na confrontação com novos desafios postos, que pedem uma radical mudança nos conceitos de ensinar e aprender, do aprender a aprender, ou melhor, administrar a didática pedagógica da escola para atingir os objetivos propostos no Projeto Político Pedagógico, num mundo de mudanças, que precisa refletir sobre como se tem processado as iniciativas do supervisor escolar. Pensar na supervisão escolar é uma tarefa que merece ser vista e vivenciada por todos aqueles que têm compromisso na formação continuada de professores numa sociedade onde prevalece a exclusão e a falta de cidadania, e nesse contexto o papel do supervisor escolar é peça fundamental para promover e estimular o professor a participar de formação continuada na escola. Também precisa ser uma pessoa presente, atenta, participativa e motivadora no ambiente escolar. Entende-se que o supervisor escolar dentro da escola deve ser inovador, criativo, ousado e dinâmico além de buscar alternativas, caminhos e soluções para avançar, e um de seus grandes desafios é a formação continuada dos professores, e ainda precisa ter iniciativas e coragem, para solucionar, os problemas relacionados à autoconfiança da equipe. Também é atribuição do supervisor escolar a serenidade para promover a tranquilidade no ambiente de trabalho além do que, precisa construir uma prática pedagógica transformadora, humanista, libertadora, livre e justa, promovendo assim situações favoráveis ao desenvolvimento coletivo no ensino e aprendizagem no espaço escolar. 4.1- Breve Histórico da supervisão Escolar No panorama histórico educacional, os jesuítas foram os primeiros a serem considerados como educadores, mas a educação não tinha um valor social importante, na verdade era uma arma de controle social, a tarefa educacional baseava-se na catequese e na instrução para os indígenas. Em 1549 começou-se a organizar as atividades educativas no Brasil, no plano de ensino enviado por Manuel da Nóbrega, a ideia de supervisão não se manifesta apesar da função da supervisão estar presente na escola. O plano de instrução estava fundamentado, 21 cuja ideia era formação do homem universal, humanista e cristão e nesse período, a educação era restrita aos filhos da elite (FERREIRA, 2008). A educação se preocupava com o ensino humanista de cultura geral, e alheio á realidade da vida de colônia, formas dogmáticas de pensamento contra o pensamento crítico maculavam a ação pedagógica dos jesuítas que privilegiavam a memorização e o raciocínio (FERREIRA, 2008). Assim, tornava-se impossível uma prática pedagógica que buscasse uma perspectiva transformadora na educação, para Libâneo (2002, p. 54) “É preciso construir uma pedagogia social de cunho crítico que suponha saber como consciência”. A ideia da Coordenação Pedagógica continuava presente, agora, englobada nos aspectos político-administrativos e também nos aspectos de direção, fiscalização, coordenação e orientação do ensino, na figura dos diretores de estudos. Com a Independência do Brasil, é formulada a primeira instrução pública (15/10/1827) que instituiu as escolas de primeiras letras baseadas no “Ensino Mútuo”, método que concentra no professor as funções de docência e coordenação, ou seja, instruir os monitores e coordenadores, as atividades de ensino e aprendizagem dos alunos (LIBÂNEO, 2002). O regulamento educacional do período imperial estabelecia que a função coordenadora devesse ser exercida por agentes específicos para a coordenação permanente, essa missão foi atribuída ao Inspetor Geral que supervisionava todas as escolas, colégios, casa de educação pública e privada (LIBÂNEO, 2002, p. 59). O inspetor geral ainda presidia exames de professores e lhes conferia o diploma, autorizava abertura de escolas privadas e revisava livros, o inspetor deveria ser um elemento de prestigio pessoal e ter conhecimento com pessoas importantes e com autoridades constituídas (LIBÂNEO, 2002). 5. O PRINCÍPIO DAS ATRIBUIÇÕES DO SUPERVISOR ESCOLAR Com a discussão sobre a organização de um sistema nacional de educação, a ideia de supervisão, atualmente chamada por Coordenação Pedagógica, vai ganhando 22 contornos mais nítidos ao mesmo tempo em que as discussões objetivam começam abrir perspectivas para conferir a essa ideia o estatuto de verdade e prática (FERREIRA, 2008). A organização administrativa e pedagógica do sistema e a organização das escolas na forma de grupos escolares. No início do período Republicano, sob a influência do positivismo a reforma de Benjamim Constant é aprovada gerando suprimissão do ensino religioso nas escolas públicas e o estado passa assumir a educação. A visão burguesa é disseminada pela escola, visando garantir da burguesia industrial como classe dominante. Com extensão cafeeira o modelo econômico passa de agrário exportador para o modelo urbano comercial exportador (FERREIRA, 2008). A pedagogia tradicional se articula no Brasil com desenvolvimento das capacidades mentais, no treino do raciocínio, e da pedagogia renovada nos processos mentais de aprender, deixa marginalizados os alunos que não dispõem dos pré-requisitos culturais do saber (LIBÂNEO, 2002, p. 67). A pedagogia tradicional deu abertura e trouxe novos horizontes para reformas políticas e pedagógicas, para alterações as funções e as inter-relações entre supervisor, orientador, diretor e professor. A busca de solução conjunta dentro do contexto escolar deu aos supervisores uma autonomia, para implantar inovações em gestão de formação continuada. No entanto, faz-se necessário que a escola democrática, juntamente com o supervisor escolar busque mecanismo que contemplam as particularidades de seus professores em formação continuada, levando-os a reflexão de uma pedagógica de conteúdos críticos valorizando o multiculturalismo da sala de aula (GADOTTI, 2001). Dentre suas principais atribuições podemos citar: orientar, controlar, supervisionar, fiscalizar e inspecionar todo o processo educacional através de conferências, palestras visitas, acompanharem o desenvolvimento do currículo nos estabelecimentos, com objetivos de orientar pedagogicamente os professores mais jovens, buscando eficiência, introduzindo inovações, modernizando os métodos de ensino e promovendo um acompanhamento mais atento do currículo pleno nos estabelecimentos (FERREIRA, 2003, p. 32). Ainda sendo uma das atribuições do supervisor escolar, é assumir ações voltadas ao professor, preocupando-se pela melhoria do processo ensino aprendizagem dos alunos. Assim, Lück (2011, p. 21) reforça “A eficácia da ação do supervisor escolar torna-se, pois diretamente ligada a sua habilidade em promover mudanças de comportamento no professor”. No entanto a falta de uma assistência ao professor quanto ao seu desempenho 23 em sala de aula é considerada como uma das importantes causas de embaraço do processo educativo. Portanto, o desempenho do professor em termos de seus conhecimentos, atitudes e habilidades com relação ao ensino aprendizagem são cernes da melhoria da qualidade da educação e também pelo apoio e suporte que o supervisor lhe dá, auxiliando e mediando suas dificuldades encontradas no decorrer do trabalho pedagógico (LÜCK, 2011). Compreende-se que para chegar o apoio incondicional da supervisão escolar aos professores que atuam em sala de aula, foram através de muitos gargalos e conquistas, pois no início da sociedade primitiva a educação coincidia com a própria vida sendo, pois, uma ação desenvolvida pelos homens. No entanto, Ferreira (2003, p. 15) escreveu que “Com efeito, a ação educativa era exercidapelo ambiente, pelo meio, pelas relações e ações vitais desenvolvidas pela comunidade com a participação direta das novas gerações, as quais, por essa forma o educavam”. Neste período a função do supervisor não era apenas na escola, mas em propriedades públicas ou privadas e também no trabalho escravo. Às ideias liberais foram difundidas quando, no final do século XVIII, a burguesia lutava para arrancar o poder da nobreza feudal e do clero. Para tanto lançou mão de ideais humanistas, ou seja, a libertação, a igualdade, a fraternidade, no decorrer dessa luta pelo poder político e econômico, a ideia de poder basear-se na posição social cai por terra, pois agora cada cidadão tem o direito de adquirir prestigio e enriquecer por mérito próprio, assume então uma visão de homem e de mundo (LIBÂNEO, 2002). [...] a medida que a burguesia, inicialmente, pretendeu aplicar o princípio da educação como direito de todos e dever do estado, contribuiu para fazer avançar o processo da emancipação humana e, por isso cumpriu um papel revolucionário, histórico (LIBÂNEO, 2002, p.63). No decorrer dos avanços históricos e políticos, o processo educacional também foi avançando, possibilitando assim, mais funções ao supervisor escolar quanto a sua contribuição no processo de ensino aprendizagem por meio do trabalho em parceria com o professor. Pois a superação das novas atribuições ao supervisor escolar é um permanente desafio, pois em uma escola democrática compete ao supervisor criar condições para que os educadores possam rever suas práticas pedagógicas (ALVES, 2011). Na década de 80, a crise socioeconômica e a nova república, dão início a uma nova fase e a luta operária ganha força e os professores lutam pela reconquista do direito 24 de participar da definição da política educacional e da luta pela recuperação da escola pública (FERREIRA, 2003, p. 78). Após a década de 80, depois de muita luta, passando do regime militar, ocorreu a recuperação da escola pública, e contrapartida a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LBD, 1996) do respaldo ao trabalho do profissional em supervisão escolar. Onde a escola como um sistema social, compõe-se de um conjunto de funções, mas todas inter-relacionadas e Inter influentes uma com as outras. A escola, na perspectiva de construção de cidadania, precisa assumir a valorização da cultura de sua própria comunidade e, ao mesmo tempo, buscar ultrapassar seus limites, propiciando às crianças pertencentes aos diferentes grupos sociais o acesso ao saber, tanto no que diz respeito aos conhecimentos socialmente relevantes da cultura brasileira no âmbito nacional e regional como no que faz parte do patrimônio universal da humanidade (BRASIL, 1997, p. 46). O mundo contemporâneo é marcado pela hegemonia do neoliberalismo acentuando- se e ampliando-se as formas de exclusão social e cultural, a globalização reflete no âmbito educacional no que se refere a organização do trabalho pedagógico, delegando uma série de atribuições as escolas e aos coordenadores educacional e professores. O papel da coordenação pedagógica está enfocado para a formação do tecnólogo do ensino e no favorecimento e aprofundamento da perspectiva crítica, voltada para a educação e formação de coordenadores pedagógicos (FERREIRA, 2003). 6. O SUPERVISOR COMO ARTICULADOR NA ESCOLA 25 Figura: 6 É fundamental que o gestor coordenador pedagógico, seja articulador, e que tenha em suas práticas pedagógicas a avaliação institucional, o qual promove e ajuda na reflexão sobre aspectos nos quais é preciso melhorar e a encarar o erro como uma oportunidade de aprendizagem. Como a participação cabe à coordenação pedagógica procurar realizar a construção de propostas pedagógicas de forma mais participativa. Pois é possível realizar propostas de educação, concepção de planejamento, objetivos, conteúdos, metodologias, próprios e defendendo eles através da diretividade, ou seja, levar em consideração as posições dos outros, com respeito e determinação (ALMEIDA, 2001, p. 11). Estratégias complementares do trabalho da coordenação pedagógica é a qualificação do processo de ensino como forma de possibilitar a efetiva aprendizagem por parte de todos, então algumas práticas empíricas que objetivam renovar a prática educativa podem ser utilizada como reforço ao trabalho entre elas podemos citar a interação com os docentes, visão estratégica e atualizada e a redução do caráter burocrático ao mínimo (ALMEIDA, 2001). Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) Brasil (1997, p. 49) afirma que “A continua realização do trabalho possibilita o conhecimento das ações desenvolvidas, sendo base do diálogo e reflexão para toda a equipe”. Nesse processo evidencia-se a 26 necessidade da participação da comunidade, em especial dos pais, tomando conhecimento e interferindo nas propostas da escola. Alguns fatos do cotidiano do trabalho exigem da coordenação pedagógica um comportamento comprometido com resultados da escola com reflexão, criatividade e soluções, uma atitude de compreensão e respeito, descobrindo maneiras de despertar nos professores necessidades de comportamento diferentes na prática pedagógica do seu dia-a-dia, exige também a habilidade de diálogo (ALMEIDA, 2001, p. 15). A coordenação pedagógica precisa ser bem preparada e atualizada, dinâmica e preocupada com o destino do aluno, isso é responsabilidade da escola para com a comunidade, encarando seu trabalho como um assessoramento ao professor e a equipe escolar, envolvendo participação direta da construção coletiva da libertação humana e da escola, quando esta reconhece o seu papel como ator social e exerce a sua função política com consciência e comprometimento (BRASIL, 1997). Neste sentido, é importante o papel do gestor no processo de formação continuada de sua equipe, onde o mesmo é responsável por orientar e direcionar a equipe ao caminho da organização e de buscar novos conhecimentos, bem como compartilhar os mesmos. Com olhos para realidade de cada docente, incentivando todos a assumirem seu papel e estarem abertos a debates e até mesmo mudanças quando necessário (FUSARI, 2007). 27 7. REFERÊNCIAS: ALMEIDA, Laurinda Ramalho de. O coordenador pedagógico e o espaço de mudança. São Paulo: Loyola, 2001. ALVES, Nilda. (Coord.). Educação & supervisão: o trabalho coletivo na escola. 13. ed. São Paulo: Cortez, 2011. BRASIL. Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional, (LBD). Lei de n. 9.394, -2. ed. Brasília: Atual, 1996. BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: Introdução aos parâmetros curriculares nacionais. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, V.1. 1997. CHERVEL, A. 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