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OBESIDADE E DIABETES Professora: Andressa Araújo Disciplina: Atividade Motora Aplicada a Populações Especiais Curso: Bacharelado em Educação Física OBESIDADE Acúmulo excessivo ou anormal de gordura que apresenta risco à saúde. O IMC é o índice comumente usado para classificar a obesidade. WHO, 2016 O que é obesidade? O que é obesidade? Classificação do IMC Prevalência de obesidade • Alimentação inadequeda • Inatividade física • Ambiente (infraestrutura das cidades, refeições maiores, falta de acesso e recursos para comidas saudáveis, propagandas, etc.) • Genética (síndromes ou genes específicos) • Doenças específicas (síndrome de Cushing, SOP, etc.) • Medicações (corticóides, antidepressivos, etc.) • Estresse e fatores emocionais (tédio, raiva, decepção, ansiedade) • Alterações de sono NIH, 2021. Fonte: https://www.nichd.nih.gov/health/topics/obesity/conditioninfo/cause Potenciais causas da obesidade http://www.nichd.nih.gov/health/topics/obesity/conditioninfo/cause Somatório de influências que o entorno, as oportunidades ou as condições de vida têm na promoção da obesidade de indivíduos e populações. J R Soc Promot Health. 2006;126(6):262-7. Ambiente obesogênico PLANEJAMENTO URBANO - Maior uso de carros - Menos chances para andar ESPAÇOS PÚBLICOS - Menos atividades recreativas - Menor utilização de crianças OFERTA DE COMIDA - Presença de lojas “fast-food” - Alta densidade energética TRABALHO - Alimentação fora de casa - Dependência de comida pronta Adaptado de Caballero et al. Epidemiol Rev. 2007;29:1-5. TRATAMENTO OBESIDADE NÃO se resumem as estratégias para perda de peso; O foco é na saúde da PESSOA com obesidade! Tratamento da obesidade Não é possível exibir esta imagem. C an ad e n se 2 0 2 0 Eu ro p e ia 2 0 1 9 A m e ri ca n a 2 0 1 6 O principal desfecho e alvo terapêutico do tratamento da obesidade deve ser melhorar a saúde dos pacientes prevenindo ou tratando as complicações relacionadas ao peso utilizando o emagrecimento, e não a perda de massa corporal per se; A avaliação de pacientes para risco e existência de complicações relacionadas ao peso é um componente crítico do cuidado e deve ser considerado nas decisões clínicas e nos planos terapêuticos para terapia de emagrecimento. Tratamento da obesidade Tratamento da obesidade Tratamento da obesidade: Diretriz Europeia Comunicação com o paciente com obesidade Tratamento da obesidade: Diretriz Canadense Exercício físico para emagrecimento ACSM, 2009 Prevenção do ganho de peso • 150-250 min-sem-1 (~1200-2000 kcal-sem-1). A Perda de peso • < 150 min-sem-1 (perda mínima); • 150 min-sem-1 (perda modesta ~2-3kg); • > 225-420 min-sem-1 (perda considerável ~5-7,5kg). B Manutenção da perda do peso • 200-300 min-sem-1. B Exercício físico para emagrecimento ACSM, 2009 PROTEÍNAS LIPÍDIOS CARBOIDRATOS TERMOGÊNESE ATIVIDADE FÍSICA METABOLISMO DE REPOUSO INGESTÃO ENERGÉTICA GASTO ENERGÉTICO GANHO PONDERAL PERDA PONDERAL0 TERMOGÊNESE ~10% do GET ATIVIDADE FÍSICA ~20-30% do GET Corresponde ao aumento do metabolismo de repouso em resposta a estímulos. A principal forma de termogênese em seres humanos é o efeito térmico dos alimentos. É o componente relacionado às contrações musculares, programas ou espontâneas. É o mais variável dos componentes. Em ativo/atletas pode chegar até 40% do gasto energético diário. É a energia gasta para manutenção dos sistemas. Pode aumentar após as refeições e a prática de atividade física. Decresce durante o sono ~10%. Pode decrescer em mais de 40% durante o jejum. METABOLISMO DE REPOUSO ~60-70% do GET Trombetta et al. In: Negrão & Barreto, eds. 2005. Determinantes do gasto energético diário Donnelly et al. Med Sci Sports Exerc. 2009;41(2):459-71. EXERCÍCIO AERÓBIO EXERCÍCIO RESISTIDO ↑ GASTO ENERGÉTICO ↑ PERDA DE MASSA GORDA ADAPTAÇÕES ESPECÍFICAS MANUTENÇÃO DA MASSA MAGRA MANUTENÇÃO DA TMB ADAPTAÇÕES ESPECÍFICAS Exercício físico para emagrecimento ACSM, 2009 Recomendação geral -500-1.000 kcal/dia (~0,5-1,0 kg/semana) DIETA > TAXA METABÓLICA BASAL Donnelly et al. Med Sci Sports Exerc. 2009;41(2):459-71. American Dietetic Association. J Am Diet Assoc, 2009;102330-46. Exercício físico para emagrecimento ACSM, 2009 •Exercício Físico •≥ 2.000 kcal/semana •≥ 400 kcal/sessão •≥ 5 dias/semana, 60-90 min Donnelly et al. Med Sci Sports Exerc. 2009;41(2):459-71. American Dietetic Association. J Am Diet Assoc, 2009;102330-46. Exercício físico para emagrecimento ACSM, 2009 “Physical activity and exercise guidelines for weight management call for at least 60 min of daily activity. However, these documents fail to acknowledge that almost no obese adults meet this target and that non-adherence and dropout are even higher among obese individuals than the general population.” Fontes de desprazer associadas com atividade física Ciclo vicioso da obesidade e inatividade física • O foco do manejo da obesidade deve mudar da perda de peso para melhora de fatores causais (foco na dieta e exercício); • Um início racional para tratar a obesidade é desenvolver metas de dieta e atividade física para prevenção do ganho de peso; • Diversas mudanças cardiometabólicas são esperadas com perda de peso menor que 3% do peso corporal; • Aumentar atividade física, aptidão física, melhorar alimentação e valorizar mais mudanças na circunferência da cintura do que balança. Novas perspectivas DIABETES O que é diabetes? O diabetes mellitus (DM) consiste em um distúrbio metabólico caracterizado por hiperglicemia persistente, decorrente de deficiência na produção de insulina ou na sua ação, ou em ambos os mecanismos. Diabetes no contexto atual • O aumento da prevalência do diabetes está associado a diversos fatores: rápida urbanização, transição epidemiológica, transição nutricional, maior frequência de estilo de vida sedentário, maior frequência de excesso de peso, crescimento e envelhecimento populacional e maior sobrevida dos indivíduos com diabetes. • A OMS estima que glicemia elevada é o terceiro fator da causa de mortalidade • prematura, superada apenas por hipertensão arterial e tabaco. Prevalência de diabetes Prevalência de diabetes Complicações associadas ao diabetes Tradicionalmente, as complicações do diabetes são categorizadas como distúrbios microvasculares e macrovasculares, que resultam em retinopatia, nefropatia, neuropatia, doença coronariana, doença cerebrovascular e doença arterial periférica. O diabetes tem sido responsabilizado, entretanto, por contribuir para agravos, direta ou indiretamente, no sistema musculoesquelético, no sistema digestório, na função cognitiva e na saúde mental, além de ser associado a diversos tipos de câncer. Classificação e diagnóstico do diabetes O diabetes mellitus pode ser classificado em tipo 1 (1A e 1B), tipo 2, gestacional e outros tipos. Classificação e diagnóstico do diabetes Diabetes mellitus tipo 1A Forma mais frequente de DM1, confirmada pela positividade de um ou mais autoanticorpos. Envolve predisposição genética e fatores ambientais que desencadeiam a resposta autoimune. Diabetes mellitus tipo 1B A denominação 1B, ou idiopático, é atribuída aos casos de DM1 nos quais os autoanticorpos não são detectáveis na circulação. Classificação e diagnóstico do diabetes Diabetes mellitus tipo 2 O diabetes mellitus tipo 2 (DM2) corresponde a 90 a 95% de todos os casos de DM. Possui etiologia complexa e multifatorial, envolvendo componentes genético e ambiental. Trata-se de doença poligênica, com forte herança familiar, ainda não completamente esclarecida, cuja ocorrência tem contribuição significativa de fatores ambientais. Dentre eles, hábitos dietéticos e inatividade física, que contribuem para a obesidade, destacam-se como os principais fatores de risco. Em pelo menos 80 a 90% dos casos associa-se ao excesso de pesoe a outros componentes da síndrome metabólica. Classificação e diagnóstico do diabetes Netto et al. J Bras Patol Med Lab, 2009;45:31-48. • Conjunto de substâncias formado com base em reações entre a hemoglobina e alguns açúcares; • Ligação estável e irreversível (hemoglobina e glicose); • A HbA1C reflete a média da glicemia nos últimos 90-120 dias, tempo de vida dos glóbulos vermelhos; • A glicemia mais recente tem peso maior sobre a média geral da HbA1C. Em tese, 50% reflete o último mês, 25% dois meses antes e 25% três-quatro meses antes. Classificação e diagnóstico do diabetes: HbA1c Resistência à insulina O HOMA-IR se baseia na relação de retroalimentação que existe entre produção hepática de glicose e produção de insulina pelas células beta para a manutenção da homeostase glicêmica no estado de jejum. Síndrome metabólica Metas glicêmicas para tratamento do diabetes Metas glicêmicas para tratamento do diabetes Em Centro de Referência e Diabetes da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), recomenda-se que pacientes com DM1 em terapia intensiva monitorem a glicemia cinco vezes ao dia (antes do café, do almoço e do jantar, ao deitar e 2 horas após uma refeição, variável a cada dia). Metas glicêmicas para tratamento do diabetes TRATAMENTO DIABETES Tratamento NÃO medicamentoso do DM • Educação para auto-manejo do diabetes • Suporte para auto-manejo do diabetes • Terapia nutricional • Atividade física • Aconselhamento para cessação do tabagismo • Cuidados psicossociais American Diabetes Association, 2022 Recomendações exercício físico para DM American Diabetes Association (2016) Recomendações para Treinamento Resistido American Diabetes Association (2016) Frequência: 2-3 vezes por semana, não consecutivos Volume: 8-10 exercícios*, 1-3 séries, 10-15 repetições** Intensidade: moderada (15 reps; ~50% 1-RM) vigorosa (6-8 reps; ~75% 1-RM) Progressão: intensidade, volume, frequência *principais grupamentos musculares. **próximo a fadiga. INTENSIDADE % 1 REPETIÇÃO MÁXIMA PSE MUITO LEVE < 30 < 9 LEVE 30-49 9-11 MODERADO 50-69 12-13 VIGOROSO 70-84 14-17 PRÓXIMO DO MÁXIMO MÁXIMO – > 84 > 17 Garber et al. Med Sci Sports Exerc, 2011;41(2):1334-59. Intensidade do Treinamento Resistido Recomendações exercício físico para DM Sociedade Brasileira de Diabetes (2019) ↑carga interna (estresse ao organismo) ↓diminuição aguda da glicemia plasmática ↑captação de glicose plasmática ↑trabalho muscular ↑glicogenólise hepática GLUT4 EXERCÍCIO MODERADO 55-75% FCmáx / 35-65% VO2máx; Borg 11-13 (6-20) ↑utilização de glicose muscular (glicogenólise muscular) PLASMA Colberg et al. Med Sci Sports Exerc. 2010;42:2282-303. Efeitos agudos sobre a glicemia ↑↑↑carga interna (estresse ao organismo) ↑↑↑aumento agudo da glicemia plasmática (1-2h) ↑↑↑trabalho muscular ↑↑↑↑glicogenólise hepática (7-8x) ↑↑↑utilização de glicose muscular (glicogenólise muscular) PLASMA ↑↑captação de glicose plasmática (3-4x) ↑↑↑catecolaminas plasmáticas Colberg et al. Med Sci Sports Exerc. 2010;42:2282-303. Errol et al. Diabetes 2002;51:Suppl 1. EXERCÍCIO VIGOROSO > 85% FCmáx / > 75% VO2máx; Borg ≥ 15 (6-20) Efeitos agudos sobre a glicemia ↓ glicemia plasmática ↓ secreção de insulina ↑captação de glicose plasmática (independente da insulina) ↑captação de glicose plasmática (dependente da insulina) + Algumas horas e dias após uma sessão de exercício A captação da glicose permanece aumentada por até 2 horas, por mecanismos independentes da insulina, e por até 48 horas, por mecanismos dependentes da insulina Colberg et al. Med Sci Sports Exerc. 2010;42:2282-303. Repor glicogênio muscular Efeitos agudos sobre a glicemia [A] Aumento da captação de glicose pelos músculos ativos, balanceado pela produção hepática de glicose. Mecanismo independente da insulina; [A] Aumento da ação sistêmica da insulina pós-exercício até 72h; [B] A combinação do exercício aeróbio e resistido maximiza os mecanismos de aumento da captação de glicose pelo músculo pós-exercício, via mecanismos dependentes e independentes da insulina; [C] Risco baixo de hipoglicemia, durante e pós-exercício, em diabéticos sem uso de insulina exógena; [C] O exercício intenso pode gerar hiperglicemia aguda (1-2h pós-exercício). Efeitos agudos sobre a glicemia ACSM, 2010 • [B] Treinamento aeróbio e resistido melhoram a ação da insulina e controle glicêmico; • [A] Treinamento resistido aumenta a massa magra (↑ controle glicêmico); • [B] Supervisão melhora a aderência em longo-prazo e controle glicêmico; • [B] Melhora da sintomatologia depressiva e qualidade de vida; • [C] Redução da morbi-mortalidade cardiovascular e por todas as causas. Efeitos crônicos sobre a glicemia ACSM, 2010 ESTRUTURA DO MÚSCULO ESQUELÉTICO • ↑ área de secção transversa; • ↑ fibras tipo IIa (talvez fibras tipo I); • ↑ densidade capilar e fluxo sanguíneo. BIOQUÍMICA DO MÚSCULO ESQUELÉTICO • ↑ cinética de sinalização insulínica para captação de glicose (PI3K e GLUT4); • ↑ cinética de captação de glicose pela via independente da insulina (5’-AMPK); • ↑ [ ] enzimas relacionas ao metabolismo da glicose (hexoquinase, glicogênio sintetase); • ↑ [ ] enzimas oxidativas (aconitase, citrato sintase, sucinato desidrogenase); • ↑ [ ] mioglobina. Efeitos crônicos no músculo esquelético Recomendações para exercício de acordo com a [ ] de glicose e ajuste da insulina Sociedade Brasileira de Diabetes, 2009 Cuidados sobre exercício para DM Sociedade Brasileira de Diabetes (2019) Cuidados sobre exercício para DM Sociedade Brasileira de Diabetes (2019) Hipoglicemia e hiperglicemia no exercício Hiperglicemia • Eventos estressantes podem piorar o controle glicêmico e precipitar cetoacidose diabética, hiperglicemia hiperosmolar, condições de risco de vida que exigem cuidados médicos imediatos para evitar complicações e morte. • Se acompanhada de cetose, vômitos ou alteração do nível de consciência, a hiperglicemia acentuada requer ajustamento temporário do tratamento e interação imediata com a equipe. • O paciente tratado com terapia não insulínica por si só pode exigir insulina. Na ocorrência de infecção ou desidratação, é provável que ele necessite dehospitalização. Hipoglecemia A hipoglicemia é um fator limitante no manejo do con- trole glicêmico e é a complicação aguda mais frequente em indivíduos com DM1, podendo, entretanto, ser observada também naqueles com DM2 tratados com insulina e, me- nos comumente, em tratados com hipoglicemiantes orais. Hipoglecemia Hipoglicemia nível 1: 15 g de carboidrato (monossacarídeos), que equivale a 150 mL de suco comum/refrigerante comum ou 1 colher de sopa de açúcar. Alimentos que contenham gordura retardam a resposta glicêmica aguda. Hipoglicemia nível 2, com dificuldade de concentração, confusão mental, alteração na visão, tonturas: 30 g de carboidratos devem ser oferecidos. Mel, açúcar ou carboidrato em gel podem ser algumas das formas de tratamento. Se estiver inconsciente, deve-se evitar qualquer tipo de líquido, devido ao perigo de aspiração. Nas hipoglicemias nível 3, com evento grave caracterizado por estados mentais e/ou físicos alterados: indica-se a intervenção da emergência médica. Monitoramento da glicose • Imediatamente antes, durante e 15 min após a sessão; • Adiar o exercício em casos de hiperglicemia ou hipoglicemia; • Registrar e aprender a resposta da glicemia do aluno/cliente; • Evitar o exercício no final da tarde ou exercício a noite. ACSM, 2010. Manual de pesquisa das diretrizes do ACSM para os testes de esforço e sua prescrição. Cap., 31, p. 277-85. Recomendações para DM1 • Administração da insulina • • Ação intermediária: reduzir 30-35% no dia do exercício; • • Ação intermediária e rápida: omitir a de ação rápida antes do exercício; • • Múltiplas doses de ação rápida: reduzir 30-35% e fornecer CHO; • • Infusão contínua: eliminar na hora da refeição ou oaumento que precede ou acompanha imediatamente após o exercício; • • Não exercitar o músculo na área de aplicação da insulina de ação rápida; • • Não se exercitar no horário de pico da ação da insulina. ACSM, 2010. Manual de pesquisa das diretrizes do ACSM para os testes de esforço e sua prescrição. Cap., 31, p. 277-85. Recomendações para DM1 Situação mais adequada • Momento em que os efeitos da insulina são baixos; • Momento em que a glicose está subindo; • Exercício não planejado: lanche com CHO de alto índice glicêmico; • O ajuste da dose da insulina e ingestão calórica deve ser reajustada, de acordo com o programa de treinamento. ACSM, 2010. Manual de pesquisa das diretrizes do ACSM para os testes de esforço e sua prescrição. Cap., 31, p. 277-85. Recomendações para DM1 HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA (HAS) Professora: Andressa Araújo Disciplina: Atividade Motora Aplicada a Populações Especiais Curso: Bacharelado em Educação Física • A HA é uma doença crônica não transmissível definida por níveis pressóricos, em que os benefícios do tratamento (não medicamentoso e/ ou medicamentoso) superam os riscos. • Trata-se de uma condição multifatorial, que depende de fatores genéticos/ epigenéticos, ambientais e sociais, caracterizada por elevação persistente da pressão arterial, ou seja, PA sistólica maior ou igual a 140 mmHg e/ou PA diastólica maior ou igual a 90 mmHg, medida com a técnica correta, em pelo menos duas ocasiões diferentes, na ausência de medicação anti-hipertensiva. • Por se tratar de condição frequentemente assintomática, a HA costuma evoluir com alterações estruturais e/ou funcionais em órgãos-alvo, como coração, cérebro, rins e vasos. Ela é o principal fator de risco modificável com associação independente, linear e continua para doenças cardiovasculares, doença renal crônica e morte prematura. • Complicações em órgãos-alvo: coração: doença arterial coronária, insuficiência cardíaca, fibrilação atrial e morte súbita; cérebro: acidente vascular encefálico isquêmico ou hemorrágico, demência; rins: doença renal crônica que pode evoluir para necessidade de terapia dialítica; e sistema arterial: doença arterial obstrutiva periférica. Quais são as recomendações de treinamento resistido para tratamento da HA? 1. Otimização do efeito anti-hipertensivo do treinamento resistido 2. Otimização dos efeitos gerais do treinamento resistido 3. Redução do risco de eventos cardiovasculares adversos 4. Condutas pré, durante e pós-sessão de treinamento Recomendações para Treinamento Resistido Diretriz Brasileira de HA (2020) Frequência: 2-3 vezes por semana Volume: 8-10 exercícios*, 1-3 séries, 10-15 repetições Intervalo: 90-120 segundos Execução: unilateral (quando possível) Intensidade: fadiga moderada** (~60% de 1-RM) *principais grupamentos musculares. **repetição na qual há redução da velocidade do movimento. Recomendações para Treinamento Resistido Diretriz ACSM de HA (2019) Frequência: 2-3 vezes por semana (preferencialmente: maioria)* Volume: 8-10 exercícios**, 2-4 séries, 8-12 repetições (> 20 min) Intensidade: leve, moderado, vigoroso (foco no moderado)*** *maior frequência devido aos efeitos agudos (hipotensão pós-exercício). **Foco nos principais grupamentos musculares. ***idosos/iniciantes 40-50% de 1-RM; 60-70% de 1-RM. Pode progredir para 80%. Brito et al. J Am Soc Hyp 2018;e59-e64. Efeitos anti-hipertensivos agudos Hipotensão pós-exercício (HPE) É caracterizada pela redução da pressão arterial após uma única sessão de exercício físico sem sintomas clínicos de hipotensão. Pode ser determinada pela redução da pressão arterial comparado ao momento pré-exercício ou a um dia controle (mesmas condições, mas sem exercício). O consenso atual é de que a HPE tem relevância clínica por causa da magnitude da redução da pressão arterial e da sua duração, podendo durar várias horas. Pontos Importantes • Em relação às diretrizes de HAS, não há recomendação específica para prescrição do treinamento isométrico; • Ainda há pouca informação sobre eficácia e efetividade do treinamento isométrico para redução da PA (principalmente ambulatorial) e melhora de desfechos relacionados à fisiopatologia HAS nessa população; • O treinamento isométrico (handrip manual; 4 x 2 min, 30% CVM) é seguro para população hipertensa; • O treinamento isométrico (handrip manual) não melhora a funcionalidade global da população hipertensa; • A prescrição do treinamento isométrico (handgrip manual) deve ser considerada de forma individualizada como terapia adjunta (pacientes com limitação de mobilidade, por exemplo). Forjaz et al. Sistema cardiovascular e exercícios resistidos. Treinamento resistido para hipertensão arterial • Verificar a PA antes da sessão de treinamento; • Foco na intensidade moderada (“um pouco difícil”); • Foco em séries curtas (< 30 s, 8-10 repetições); • Execução unilateral (pacientes com maior PA); • Desencorajar exaustão (velocidade de execução e apneia); • Alternar segmentos corporais; • Evitar número excessivo de séries (focar em 2-3; • Intervalos de recuperação mais longos (90-120 s); • Desencorajar a manobra de Valsalva (expiração na fase concêntrica); • Questionar paciente sobre o uso da medicação regular. Recomendações práticas IDOSO Professora: Andressa Araújo Disciplina: Atividade Motora Aplicada a Populações Especiais Curso: Bacharelado em Educação Física “Processo de desenvolvimento e manutenção das habilidades funcionais que permite o bem-estar nas idades avançadas.” “…também é sobre criar ambientes e oportunidades que permitam as pessoas serem e fazerem o que valorizam na vida.” Envelhecimento saudável Decade of healthy ageing: baseline report. Summary. Geneva: World Health Organization; 2021. “Otimizar as habilidades funcionais é a chave para um envelhecimento saudável.” Habilidades funcionais Habilidade funcional é sobre ter capacidades que permitam as pessoas serem e fazerem aquilo que valorizam. Inclui: • Realizar necessidades básicas; • Aprender, se desenvolver e tomar decisões; • Ser móvel; • Construir e manter relacionamentos; • Contribuir com a sociedade. Decade of healthy ageing: baseline report. Summary. Geneva: World Health Organization; 2021. Decade of healthy ageing: baseline report. Summary. Geneva: World Health Organization; 2021. Habilidades funcionais Combinação de: 1. Capacidade intrínseca 2. Ambientes Capacidades físicas e mentais que a pessoa pode recorrer. Envolve: 1) Locomoção (física); 2) Sensorial (visão e audição); 3) Vitalidade (energia); 4) Cognição. Incluem casa, comunidade e sociedade de forma ampla e se relacionam com produtos, equipamentos e tecnologias que facilitam as capacidades e habilidades da pessoa idosa. Moldam o que a pessoa idosa com dada capacidade intrínseca pode SER e FAZER. Parte 1 Triagem de saúde pré-participação de pessoas idosas Princípio da Avaliação Geriátrica Ampla Avaliação Geriátrica Ampla (AGA) é um processo diagnóstico interdisciplinar multidimentional focado na determinação das condições médicas, psicológicas e capacidade funcional a fim de desenvolver um plano de cuidado coordenado e integrado. A AGA não é limitada à avaliação, mas também direciona à um plano de manejo holístico da pessoa idosa, levando à intervenções tangíveis.” Briggs R, McDonough A, Ellis G, Bennett K, O'Neill D, Robinson D. Comprehensive Geriatric Assessment for community-dwelling, high-risk, frail, older people. Cochrane Database of Systematic Reviews 2022, Issue 5. Art. No.: CD012705. DOI: 10.1002/14651858.CD012705.pub2. Accessed 02 June 2022. Identificação do aluno Data da avaliação: Nome: Idade: Endereço: Contato para emergência: Agregado familiar: ( ) sozinho ( ) cônjuge ( ) filho(a) ( ) neto ( ) outros Tipo de moradia: ( ) casa ( ) casa geminada ( ) apto Ocupação: ( ) aposentado ( ) trabalha Antropometria, hemodinâmica de repousoe perfil de risco cardiometabólico Antropometria Massa corporal (kg): Estatura (m): Índice de massa corporal (IMC; kg/m2): Circunferência da cintura (cm): Circunferência da panturrilha (cm): Perfil cardiometabólico Colesterol total (mg/dL): HDL-colesterol (mg/dL): LDL-colesterol (mg/dL): Triglicerídeos (mg/dL): Glicemia de jejum (mg/dL): Glicemia pós-prandial (mg/dL): Hemodinâmica de repuso Frequência cardíaca (bpm): Pressão arterial (mmHg): Teste de se levantar ativamente - PA deitado ou sentado (mmHg): - PA em pé após 3 min (mmHg): Critérios para hipotensão ortostática* - Queda da PAS > 20 mmHg e/ou - Queda da PAD > 10 mmHg - Presença de sintomas *Moreira. Arq Bras Cardiol. 2020; 114(6):1049-1050. Triagem de saúde pré-participação (PARQ+) Triagem de saúde pré-participação (PARQ+) Triagem de saúde pré-participação (PARQ+) Triagem de saúde pré-participação (PARQ+) Algoritmo de risco para atividade física (ACSM) Nível de atividade física atual Sinais e sintomas de doença cardiovascular, metabólica ou renal Intensidade da atividade física desejada Faz atividade física regular? NÃO SIM Sem DCV, DCV, Sinais ou Sem DCV, DCV, Sinais ou metabólica ou metabólica ou sintomas metabólica ou metabólica ou sintomas renal renal sugestivos de renal renal sugestivos de - conhecida DCV, - conhecida DCV, Sem sinais e - metabólica ou Sem sinais e - metabólica ou sintomas Assintomático renal sintomas Assintomático renal Atividades físicas leves e moderadas liberadas - Progedir para atividades vigorosas se tolerado pelo aluno/cliente/paciente, seguindo recomendações Continuar com AF moderada ou vigorosa Continuar com AF moderada - Após liberação médica, progredir Retonar a AF após liberação médica - Progredir de acordo com tolerância Desnecessária Recomendada Recomendada Desnecessária Desnecessária para AF moderada - Recomedada para AF vigorosa Parar a AF e solicitar liberação médica LIBERAÇÃO MÉDICA “Polifarmácia é o uso concomitante de múltiplas medicações. Embora não exista uma definição padronizada, geralmente é definida como o uso rotineiro de cinco ou mais medicações. Isso inclui os medicamentos de venda livre, prescritos, tradicionais ou complementares usados pelo paciente.” Uso de medicações (Polifarmácia) Medication Safety in Polypharmacy. Geneva: World Health Organization; 2019 (WHO/UHC/SDS/2019.11). Uso de medicações (Polifarmácia) ↓Nível de atividade física PMID: 32473590 ↓Função física PMID: 31240604 ↑Quedas PMID: 29402646 Medicações cardiovasculares Medicações SNC e psicotrópicos Histórico de quedas ou risco de quedas Uso de medicações: o que fazer na prática? Uso de medicamentos (avaliação) - Lista completa de uso - Tipos de drogas - Horário das medicações - Sinais e sintomas associados ao uso - Identificação de polifarmácia e MPI Uso de medicamentos (treinamento) - Uso da medicação regular - Uso de medicação atípica São condições clínicas em idosos que não se enquadram em categorias de doenças específicas; São multifatoriais e correm quando efeitos cumulativos negativos em múltiplos sistemas deixam a pessoa idosa vulnerável à desafios situacionais; Embora sejam heterogêneas, têm várias características em comum: idade avançada, déficit cognitivo, déficit funcional e de mobilidade limitada. Síndromes e condições geriátricas Exemplos: Fragilidade Úlceras de pressão Incontinência urinária Quedas Déficit cognitivo Delirium Síndromes e condições geriátricas Moraes et al. Rev Med Minas Gerais 2010; 20(1): 54-66. É formalmente uma doença muscular (CID 10 - M62.5). É uma desordem muscular progressiva e generalizada associada com aumento de chance para desfechos adversos: quedas, fraturas, incapacidade e mortalidade. A força muscular aparece como aspecto principal, uma vez que é reconhecida que ela é melhor preditora de eventos adversos que a massa muscular. ENCONTRAR CASOS AVALIAR CONFIRMAR SEVERIDADE SARC-F ou suspeita clínica FORÇA MUSCULAR preensão manual, sentar e levantar PROVÁVEL SARCOPENIA SARCOPENIA CONFIRMADA Quantidade ou qualidade muscular DXA; BIA; TC; RM DESEMPENHO FÍSICO Velocidade de marcha, SPPB, TUG, marcha de 400m SEM SARCOPENIA rastrear depois SEM SARCOPENIA rastrear depois SARCOPENIA SEVERA Na prática clínica, isso é suficiente para iniciar avaliação de causas e iniciar intervenção NEGATIVA POSITIVO OU PRESENTE NORMAL BAIXA NORMAL BAIXA BAIXA Algoritmo de rastreio da Sarcopenia Algoritmo de rastreio da Sarcopenia (SARC-F) Algoritmo de rastreio da Sarcopenia (SARC-F) Algoritmo de rastreio da Sarcopenia SARC-F associado com medida da circunferência da panturrilha aumentou a sensibilidade e acurácia diagnóstica para identificação de sarcopenia entre idosos comparado apenas ao uso do SARC-F. Força de preensão manual Homem: < 27 kg Mulher: < 16 kg Sentar e levantar (5 repetições) Homem: > 15 s Mulher: > 15 s Rastreio da Sarcopenia: força muscular “A concordância entre medidas de MMSS e MMII para identificar idosos com baixa força muscular, massa muscular e qualidade muscular é limitada, o que pode gerar diferentes interpretações clínicas para diagnóstico de sarcopenia.” SUGESTÃO PRÁTICA Utilizar tanto o handgrip quanto o teste de sentar e levantar. Massa Muscular Apendicular (DXA ou BIA) Total (kg) Homem: < 20 kg Mulher: < 15 kg Rastreio da Sarcopenia: MMA Massa Muscular Apendicular (DXA ou BIA) Total/Estatura2 Homem: < 7,0 kg/m2 Mulher: < 5,5 kg/m2 Circunferência da panturrilha Total/Estatura2 Homem: < 31 cm Mulher: < 31 cm Rastreio da Sarcopenia: função física Velocidade de marcha ≤ 0,8 m/s 5 metos: 4,0 s 4 metros: 3,2 s 3 metros: 2,4 s Timed Up & Go ≥ 20 s Síndrome biológica com redução da reserva fisiológica e da resistência à agentes estressores, sendo resultado do declínio cumulativo nos sistemas fisiológicos, causando maior vulnerabilidade à eventos adversos. Fragilidade é um estado de vulnerabilidade aumentada com pobre ajuste homeostático frente à um evento estressor, que aumenta o risco de desfechos adversos, incluindo quedas, delírios e incapacidade. Síndrome da fragilidade Idoso ROBUSTO Idoso FRÁGIL Síndrome da fragilidade Fenótipo de Fried 1) Perda de peso não intencional (4,5 kg ou 5% de perda no último ano) 2) Fraqueza muscular (força de preensão manual < p20 para sexo e IMC) 3)Exaustão (“senti que tive que fazer esforço para dar conta das minhas tarefas habituais” e “não consegui levar adiante minhas coisas”) 4) Velocidade de marcha diminuída (< p20 sexo e estatura; percurso de 4,6 m) 5) Baixo nível de atividade física (p < 20; homem < 383 kcal/sem; mulher < 270 kcal/sem) Classificação Robusto: nenhum componente Pré-frágil: 1 ou 2 componentes Frágil: 3 ou mais componentes Síndrome da fragilidade: fenótipo de Fried Síndrome da fragilidade “Fragilidade física pode ser considerada como uma pré-incapacidade, sendo incapacidade definida como alguma necessidade de assistência para realizar uma ou mais ABVDs.” Perda de peso não intencional Critério Independente do IMC e estatura 4,5 kg ou 5% de perda no último ano Exaustão física Critério Center for Epidemiological Scale – Depression (CES-D) Na última semana: 7) “senti que tive que fazer esforço para dar conta das minhas tarefas habituais” Raramente ou nunca (menos que 1 dia) Poucas vezes (1-2 dias) Às vezes (3-4 dias) Quase sempre ou sempre (5-7 dias) 20) “não consegui levar adiante minhas coisas” *critério para fragilidade Pontos de corte para homens e mulheres Síndrome da fragilidade: fenótipo de Fried Força de preensão manual (kgf) Critério IMC ≤ 24,0 kg/m2 ≤ 29 kgf IMC 24,1-26,0 kg/m2 ≤ 30 kgf IMC 26,1-28,0 kg/m2 ≤ 30 kgf IMC > 28,0 kg/m2 ≤ 32 kgf Velocidade de marcha (4,6 m) Critério ≤ 173 cm ≥ 7 segundos > 173 cm ≥ 6 segundos Atividade física (kcal/sem) CritérioIndependente do IMC e estatura < 383 kcal/sem Pontos de corte para homens Síndrome da fragilidade: fenótipo de Fried Força de preensão manual (kgf) Critério IMC ≤ 23,0 kg/m2 ≤ 17 kgf IMC 23,1-26,0 kg/m2 ≤ 17,3 kgf IMC 26,1-29,0 kg/m2 ≤ 18 kgf IMC > 29,0 kg/m2 ≤ 21 kgf Velocidade de marcha (4,6 m) Critério ≤ 159 cm ≥ 7 segundos > 159 cm ≥ 6 segundos Atividade física (kcal/sem) Critério Independente do IMC e estatura < 270 kcal/sem Pontos de corte para mulheres Síndrome da fragilidade: fenótipo de Fried Medo de cair e risco de quedas Camargos et al. Rev Bras Fisioter 2010;14(3):237-43. Medo de cair e risco de quedas Classificação Escore Baixa preocupação em cair 16-19 pontos Moderada preocupação em cair 20-27 pontos Alta preocupação em cair 28-64 pontos Sugestão prática: também analisar os itens individualmente. No programa de treinamento físico, priorizar as situações com escore 4. Delbaere et al. Age Ageing. 2010 Mar;39(2):210-6. Classificação Escore Ocorrência de quedas em mulheres idosas > 19 pontos Ocorrência de quedas em homens idosos > 25 pontos Canever et al. Aging Clin Exp Res. 2022 Jun;34(6):1341-1347. Triagem funcional: AVDs Atividades básicas da vida diária Atividades instrumentais da vida diária Atividades avançadas da vida diária Atividades que são essenciais para o autocuidado; i.e. tomar banho, se vestir, se alimentar, se transferir, ir ao banheiro. Atividades que são necessárias para se adaptar de forma independente aos ambientes; i.e. fazer compras, se transportar, cuidar da casa, preparar refeições, lavar roupa, tomar medicações, administrar recursos financeiros. Tarefas que exigem maior nível de entendimento e integração com a sociedade e papel na comunidade. Incluem atividades ocupacionais, recreacionais, viagens. Declínios nessas atividades representam o primeiro grau de mudanças na funcionalidade antes de incapacidades. Tran & Leonard. Prim Care. 2017 Sep;44(3):399-411. ABVD: índice de Katz Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Envelhecimento e saúde da pessoa idosa / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica – Brasília: Ministério da Saúde, 2006. ABVD: índice de Katz Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Envelhecimento e saúde da pessoa idosa / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica – Brasília: Ministério da Saúde, 2006. Analisar as respostas individuais e analisar desdobramentos para prescrição de exercícios. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Envelhecimento e saúde da pessoa idosa / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica – Brasília: Ministério da Saúde, 2006. AIVD: escala de Lawton AIVD: escala de Lawton Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Envelhecimento e saúde da pessoa idosa / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica – Brasília: Ministério da Saúde, 2006. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Envelhecimento e saúde da pessoa idosa / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica – Brasília: Ministério da Saúde, 2006. A pontuação pode ser interpretada pelo percentual de atividades independentes. Exemplo: 7 de 9 atividades pontuaram 3. Escore: 78% independente; 22% dependente. Analisar as respostas individuais e analisar desdobramentos para prescrição de exercícios. AIVD: escala de Lawton Spidurso, 2005 Triagem funcional: classificação 1. Idoso fisicamente incapaz ou dependente (nível I): Necessita melhorar as funções que permitam realizar as atividades de autocuidado. 2. Idoso fisicamente frágil (nível II): Necessita melhorar as funções que permitam realizar as atividades básicas e intermediárias da vida diária. 3. Idoso fisicamente independente (nível III): Necessita melhorar e manter as funções físicas que lhe dá independência e previne doenças, incapacidades ou lesões que possam levar ao nível de fragilidade. 4. Idoso fisicamente apto ou ativo (nível IV): Necessita manter em nível ótimo a aptidão física e funcional. 5. Idoso atleta: Necessita de treinamento que mantenha o nível de aptidão física e condições de desempenho máximo específico, das atividades competitivas ou recreativas. Cotton, 1998 Triagem funcional: classificação Parte 2 Avaliação neuromuscular de pessoas idosas Nível funcional e testes funcionais Short Physical Performance Battery (SPPB) Senior Fitness Test (SFT) Específica da modalidade Short Physical Performance Battery (SPPB) Aspectos importantes ▪ Bateria de desempenho de MMII ▪ Simples, segura e rápida ( ~10 min) ▪ ~5 mil idosos avaliados (> 70 anos) Pressupostos ▪ Único avaliador ▪ Ambiente domiciliar ▪ Espaço limitado Aspectos avaliados ▪ Equilíbrio ▪ Velocidade de marcha ▪ Levantar da cadeira Short Physical Performance Battery (SPPB) EQ U ILÍB R IO Nakano MM. Versão brasileira da Short Physical Performance Battery – SPPB: adaptação cultural e estudo da confiabilidade. Campinas, SP: [s.n.]; 2007. Short Physical Performance Battery (SPPB) V ELO C ID A D E D E M A R C H A Nakano MM. Versão brasileira da Short Physical Performance Battery – SPPB: adaptação cultural e estudo da confiabilidade. Campinas, SP: [s.n.]; 2007. Short Physical Performance Battery (SPPB) LEV A N TA R D A C A D EIR A Nakano MM. Versão brasileira da Short Physical Performance Battery – SPPB: adaptação cultural e estudo da confiabilidade. Campinas, SP: [s.n.]; 2007. Short Physical Performance Battery (SPPB) Nakano MM. Versão brasileira da Short Physical Performance Battery – SPPB: adaptação cultural e estudo da confiabilidade. Campinas, SP: [s.n.]; 2007. INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS 1. Incapacidade ou desempenho muito ruim: pontuação de 0 a 3; 2. Baixo desempenho: pontuação de 4 a 6; 3. Moderado desempenho: pontuação de 7 a 9; 4. Bom desempenho: pontuação de 10 a 12. Short Physical Performance Battery (SPPB) Os resultados dos testes individuais da bateria SPPB se associam de forma diferente com a capacidade de realizar AVD, subir escadas e andar 800 m. Escore 1 e incapacidade de andar 800 m Equilíbrio: 57,2% Sentar-levantar: 39,4% Velocidade de marcha: 61,3% Short Physical Performance Battery (SPPB) O resultado da bateria SPPB se associa de forma diferente com a capacidade de realizar AVD, subir escadas e andar 800 m. Escore total 3 Incapacidade de andar 800 m: 66,8% Incapacidade de subir escadas: 30,2% Incapacidade para AVD: 15,5% Short Physical Performance Battery (SPPB) Sem ajuda para AVD, subir escadas e andar 800 m Necessita de ajuda para andar 800 m Short Physical Performance Battery (SPPB) Short Physical Performance Battery (SPPB) Mortalidade Admissão em ILP Short Physical Performance Battery (SPPB) M O R TA LI D A D E A D M IS SÃ O EM IL P SPPB (dados normativos) – TVM (4 metros) Abaixo da média Na média Acima da média SPPB (dados normativos) – TSL (5 repetições) Abaixo da média Na média Acima da média SPPB (dados normativos) – Equilíbrio Abaixo da média Na média Acima da média O TAFI ou SFT foi criado especificamente para avaliar o desempenho no contexto fisiológico, permitindo sua avaliação e monitorização segundo parâmetros importantes. Estudo nacional americano (267 localidades) incluindo mais de 7 mil idosos entre 60-94 anos. Senior Fitness Test (SFT) California State University – Fullerton Departamento de Cinesiologia e Promoção da Saúde LifeSpan Wellness Program Roberta E. Rikli California State University – Fullerton Departamento de Cinesiologia e Promoção da Saúde Center for Sucessful Aging C. Jessie Jones Senior Fitness Test (SFT) 1. AbrangênciaMensuração de várias capacidades físicas 2. Mensuração em escala contínua Abrange indivíduos com baixa, média e alta capacidade física 3. Utilização em ambientes de campo Simples, baixo custo e fácil aplicabilidade (clínicas, residências, etc.) 4. Padrões normativos de desempenho Avaliação comparativa dos resultados (estratificação do indivíduo) CARACTERÍSTICAS DO SFT Força Muscular Resistência Aeróbia Flexibilidade Agilidade e Equilíbrio Dinâmico Índice de Massa Corporal Membros Inferiores e Superiores Membros Inferiores e Superiores PARÂMETROS AVALIADOS Teste de levantar da cadeira em 30s Teste de flexão de cotovelo em 30s Teste de caminhada de seis minutos Teste de marcha estacionária de dois minutos Teste de sentar e alcançar os pés Teste de alcançar as “costas” Teste de levantar e caminhar TESTES DA BATERIA SFT VALIDADE DO SFT Evitar AF vigorosa 24-48h antes do TAFI; Evitar uso excessivo de álcool 24h antes do TAFI; Consumir alimentos leves 1h antes do TAFI; Usar roupas e calçados adequados para AF; Informar o administrador sobre qualquer problema. Instruções Pré-Teste antes do SFT Cronômetro; Prancheta e caneta; Régua de 50 cm, trena e fita elástica; Cadeira (43 cm de altura com encosto); Cones de sinalização; Halter de 2 e 4 kg. Materiais para aplicação do SFT 2 6 1 ÁREA DE AQUECIMENTO 34 5 Circuito para aplicação do SFT Instrução sobre posicionamento; Demonstração prévia; Treino prévio (do avaliado); Comando inicial e estímulo. Observações 1) Apoiar a cadeira na parede (43 cm); 2) Adaptar a posição dos braços. Sentar e levantar em 30s Instrução sobre posicionamento; ▪ Lado dominante próximo à borda ▪ Braço perpendicular ao chão ▪ Segurar o peso em semi-pronação Treino prévio (do avaliado); Comando inicial e estímulo. Observações 1) Antebraço sem movimento; 2) Amplitude total do movimento. Flexão de cotovelo em 30s Instrução sobre posicionamento; ▪ Um pé ligeiramente à frente do outro ▪ Tronco inclinado pra frente Demonstração prévia; Treino prévio (do avaliado); Comando inicial e estímulo. Observações 1) Realizar o teste duas vezes; 2) Registrar o melhor desempenho. Time up & Go (levantar e caminhar) O que os idosos querem saber? 1. Quais são seus escores 2. Qual o significado desses escores 3. Como eles podem ser melhorados Resultados e intepretação Interpretação dos resultados Resultados do Senior Fitness Test P40 P75 P25 P5 P75 P70 P25 1. Norteamento para prescrição de exercícios 2. Educação e estabelecimento de metas 3. Avaliação de programas 4. Motivação de pacientes Utilização prática DADOS NORMATIVOS MULHERES Potência relativa: 0,43 W·kg-1 HOMENS Potência relativa: 0,52 W·kg-1 Teste de sentar e levantar 30s MULHERES Potência relativa: 0,33 W·kg-1 HOMENS Potência relativa: 0,42 W·kg-1 Teste de sentar e levantar 5 reps Mínima diferença clinicamente importante Avaliação da potência de membros inferiores Avaliação do equilíbrio Interpretação dos escore total obtido • Independente: 41-56 pontos; • Caminhar com auxílio: 21-40 pontos; • Indicativo de cadeira de rodas: 0-20 pontos. Ponto de corte para risco de quedas • Resultados inconclusivos, variando de <51 a <45 pontos. Lima et al. Physiotherapy. 2018 Dec;104(4):383-394. Avaliação de Dupla Tarefa Parâmetros espaço-temporais da marcha mais avaliados na dupla-tarefa 1. Velocidade 2. Passada 3. Passo 4. Tempo das fases da marcha 5. Cadência da marcha Gomes et al. Rev. Bras. Geriatr. Gerontol., 2016; 19(1):165-182. Dupla Tarefa • Envelhecimento compromete o desempenho de habilidades motoras: controle postural, alterações da postura, marcha e equilíbrio e dificuldade de adaptação ao ambiente, levando a um maior risco de quedas; • Com o envelhecimento, o desempenho da marcha demanda maior quantidade de recursos atencionais, refletindo a necessidade de diferentes mecanismos cognitivos para o seu adequado controle e desempenho; • Observa-se inabilidade do indivíduo idoso em adaptar seu padrão de marcha a situações inesperadas da vida diária, que normalmente acontecem com a associação de várias tarefas simultâneas; • Na maioria das vezes, as quedas ocorrem durante a marcha. Gomes et al. Rev. Bras. Geriatr. Gerontol., 2016; 19(1):165-182. Dupla Tarefa • Execução de uma segunda tarefa, enquanto a marcha é determinada como tarefa primária; • O paradigma da dupla tarefa vem sendo utilizado desde meados da década de 80 e se caracteriza pela realização de duas tarefas concomitantes; • Esse paradigma propõe avaliar e treinar a influência dos recursos cognitivos e motores na estabilidade da marcha, no controle postural e quedas; • Permite detecção de problemas na marcha, bem como possíveis déficits cognitivos, os quais, quando somente avaliados sob condição de tarefa simples podem passar despercebidos (central capacity sharing model). Gomes et al. Rev. Bras. Geriatr. Gerontol., 2016; 19(1):165-182. Dupla Tarefa • O pior desempenho de uma dupla-tarefa envolvendo a marcha tem sido associado a quedas; • O controle postural, as tarefas motoras e cognitivas nos idosos são processados em nível cortical, permitindo que uma atividade intervenha na outra, ou haja um desvio, ou redução dos recursos atencionais para uma delas; • Quando a realização de uma tarefa interfere no desempenho de outra, pode haver interação negativa entre as tarefas, excedendo a capacidade do recurso disponível; • O prejuízo na execução de uma delas será proporcional à quantidade de atenção que a outra demandar (complexidade da tarefa); • A marcha é uma tarefa complexa, com pouco envolvimento do controle cognitivo. A realização é automática em adultos saudáveis, mas há perda em idosos. Gomes et al. Rev. Bras. Geriatr. Gerontol., 2016; 19(1):165-182. Avaliação de Dupla Tarefa Avaliação de Dupla Tarefa Avaliação de Dupla Tarefa Avaliação de Dupla Tarefa Avaliação de Dupla Tarefa Avaliação de Dupla Tarefa Gomes et al. Rev. Bras. Geriatr. Gerontol., 2016; 19(1):165-182. Avaliação de Dupla Tarefa Alterações dos parâmetros espaço-temporais da marcha na dupla-tarefa 1. Principais alterações da marcha associadas à dupla-tarefa a) Redução da velocidade b) Aumento da variabilidade da passada c) Aumento do tempo de apoio duplo 2. Quanto maior a dificuldade da tarefa, maiores as alterações dos parâmetros da marcha; 3. Recomendações para prática clínica: cronômetro, corredor demarcada e medida da velocidade de marcha (simples e em dupla-tarefa). Gomes et al. Rev. Bras. Geriatr. Gerontol., 2016; 19(1):165-182. Avaliação de Dupla Tarefa Alterações dos parâmetros espaço-temporais da marcha na dupla-tarefa • Tarefa de fluência verbal depende da memória semântica; • Tarefa aritmética depende da memória de trabalho, sistema de armazenamento temporário e de processamento de informações (funções executivas); • A dupla-tarefa com tarefa cognitiva aritmética é mais complexa; • Nos idosos frágeis, as alterações da marcha relacionadas à dupla-tarefa se associam com maior ocorrência de quedas. Observar instabilidade médio- lateral (aumento do número de passos laterais durante dupla-tarefa). Gomes et al. Rev. Bras. Geriatr. Gerontol., 2016; 19(1):165-182. Velocidade de marcha Tarefa simples (base de comparação) + tarefa cognitiva ou + tarefa motora Timed Up & Go Tarefa simples (base de comparação) + tarefa cognitiva ou + tarefa motora Avaliação de Dupla Tarefa Determinação do custo da dupla tarefa [(dupla tarefa – tarefa simples) / tarefa simples)] x 100 Parte 3 Prescrição do treinamento neuromuscular para pessoas idosas Frequência Intensidade Tipo Tempo PRESCRIÇÃO DE EXERCÍCIOS FÍSICOS variáveis básicas Os programas multicomponentes envolvem mais de uma modalidade em uma sessão ou na programação semanal. Sessão • Exercícios de equilíbrio + • Exercícios aeróbios + • Exercícios de força + • Exercícios de flexibilidade.Semana • Segunda: força MMII + aeróbio + flexibilidade; • Terça: equilíbrio + força MMSS + aeróbio; • Quarta: aeróbio + dupla-tarefa; • Quinta: potência MMII + aeróbio + flexibilidade; • Sexta: equilíbrio + força MMSS + aeróbio. A organização, hierarquização e progressão devem estar de acordo com os resultados da triagem de saúde pré-participação e avaliação física-funcional. Programas de Exercícios Multicomponentes Membros superiores Membros inferiores Supino reto Remada baixa Desenvolvimento de ombros Pull-down Extensão de cotovelo Flexão de cotovelo Leg press Agachamento Extensão de joelhos Flexão de joelhos Abdução de quadril Flexão plantar Tronco Flexão de tronco (abdominal) Extensão de tronco Exercícios recomendados (8-10 exercícios por sessão) Iniciantes, frágeis e com limitação funcional Máquinas Faixas elásticas Exercícios em isometria Peso corporal Experientes e com boa capacidade funcional Pesos livres • Barbells • Dumbbells • Kettlebells • Medicine balls Implementos para treinamento resistido Dinapenia, sarcopenia e fragilidade 1) Exercícios que mimetizam AVDs 2) Foco nos MMII 3) Mais exercícios neuromusculares 4) Considerar exercícios de potência Programa de prevenção de quedas 1) Exercícios de equilíbrio 2) Dupla-tarefa (motora-motora e motora-cognitiva) Organização da sessão 1) Mais complexas (equilíbrio, coordenação e marcha) 2) Mais intensas e/ou prioritárias (treinamento de força e potência) 3) Menos intensas e/ou secundárias (aeróbio e flexibilidade) Recomendações práticas
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