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Posicionamento de Mercado No mundo das marcas, empresas que se posicionam de forma estratégica, isto é, que se comunicam com público e com o mercado alvo de interesse, conseguem se diferenciar e ganhar vantagem competitiva em relação aos concorrentes que vendem para qualquer cliente. Posicionar-se no mercado garante maior visibilidade para a marca e participação de mercado, pois direciona os esforços da empresa em prol de um objetivo comum, claro e direcionado. Para isso, é preciso conhecer as possibilidades de mercado existentes, quem deseja os produtos e serviços da empresa, e seus consumidores, o que desejam, o que não desejam e por onde navegam. Este é o tema desse capítulo, voltado para os princípios de um bom posicionamento de marca. Objetivo Ao final desta unidade, você deverá ser capaz de: • Analisar o posicionamento da marca frente ao mercado e ao comportamento do consumidor. Conteúdo Programático Esta unidade está organizada de acordo com os seguintes temas: • Tema 1 - Mercado e Comportamento do Consumidor • Tema 2 - Método Laddering • Tema 3 - Digital Branding e User Experience Nesse rápido e dinâmico texto, Posicionamento – a melhor ferramenta estratégica das marcas para superar crises, Alexandre Conte comenta o Posicionamento de Marca em sua primeira aplicação no mercado consumidor e o relaciona com a aplicação no atual mundo dos negócios face à crise econômica. https://alexandreconte.com/2020/06/24/posicionamento-a-melhor-ferramenta-estrategica-das-marcas-para-superar-crises/ https://alexandreconte.com/2020/06/24/posicionamento-a-melhor-ferramenta-estrategica-das-marcas-para-superar-crises/ https://alexandreconte.com/2020/06/24/posicionamento-a-melhor-ferramenta-estrategica-das-marcas-para-superar-crises/ Tema 1 Mercado e Comportamento do Consumidor Você acredita que hoje em dia o comportamento do consumidor pode ser colocado em segundo plano ao planejar uma marca forte? Nesta seção iremos abordar alguns preceitos da Administração de Marketing que permeia também a Gestão de Branding, e que são de suma importância para uma boa gestão de marca. Porém, antes de descrevemos esses preceitos, precisamos alinhar o conceito do que é Marketing. Para a Associação Americana de Marketing, Marketing é a atividade, conjunto de conhecimentos e processos de criar, comunicar, entregar e trocar ofertas que tenham valor para consumidores, clientes, parceiros e sociedade como um todo. (AMA, 2022). Para Kotler (2012), o Marketing se dedica à investigação e à satisfação dos desejos e necessidades dos seres humanos como consumidores, em especial gerando lucro para empresas capitalistas. Nesta seção iremos abordar alguns preceitos da Administração de Marketing que permeia também a Gestão de Branding, e que são de suma importância para uma boa gestão de marca. Porém, antes de descrevemos esses preceitos, precisamos alinhar o conceito do que é Marketing. Conciliar os procedimentos de troca envolvidos nos processos do marketing requer muito trabalho e habilidade. Justamente, a administração de marketing ocorre quando ao menos uma das partes envolvidas na relação de troca potencial de mercadoria procura caminhos para conseguir respostas para os desejos de consumo das outras partes. Assim, a administração de marketing funciona como uma ciência que seleciona um mercado como alvo e mantém seus clientes, por meio de criatividade, comunicação e entrega de valor agregado para o consumidor (KOTLER, 2012). Um dos principais objetivos do marketing é gerar lucro. As empresas demandam que o marketing cumpra a função de atingir o público-alvo, fazendo com que os consumidores comprem e gerem faturamento capaz de manter o negócio. Para isso, o marketing não deve se preocupar apenas em vender. Quando isso acontece, é muito comum percebermos consumidores cansados de insistentes abordagens de publicidade tentando vender, criando assim uma imagem negativa da marca. Nesse sentido, a boa administração de marketing se dedica cada vez mais ao relacionamento com o mercado e seus consumidores. Fidelizar clientes, gerar engajamento e aumentar a visibilidade da marca são metas que visam diminuir os laços de relacionamento com o público e conquistar cada vez mais sua confiança. Dessa forma, a receita para empresa, isto é, as vendas e o lucro viram consequências espontâneas. No passado, o mercado era caracterizado simplesmente por um espaço físico onde grandes trocas de mercadoria acontecem, pessoas transitam e se reúnem para vender ou negociar produtos e serviços. Hoje em dia, essa definição tradicional de mercado não basta, pois os atores envolvidos nesse conceito arcaico são outros, variados, em maior quantidade e relação. Atualmente, são personagens e entidades que dinamizam as relações mercadológicas de troca de bens e mercadorias, em que: “ o relacionamento entre setor produtivo e mercado, vendedores e compradores se conectam por meio de quatro fluxos: os vendedores enviam bens, serviços e comunicação (propagandas, mala direta) ao mercado e, em troca, recebem dinheiro e informação (opiniões dos clientes, dados de vendas); já o fluxo interno mostra uma troca de dinheiro por bens e serviços, enquanto o externo mostra uma troca de informações. (KOTLER, 2012, p. 6) ” Mercado é o ambiente social ou digital em que ocorrem as condições para a troca de bens e serviços. É possível, também, entender mercado como uma instituição em que os ofertantes (vendedores) e os demandantes (compradores) constroem uma relação comercial ao realizar negociações, transações, acordos ou trocas. A instituição mercado se dá a partir do momento em que grupos de vendedores e de compradores se relacionam para essas articulações de negócio, operando uma dinâmica de oferta e procura. Atualmente, os principais tipos de mercado são: Mercado consumidor Quando empresas criam, produzem e comercializam bens de consumo em grande escala, isto é, em massa para o consumidor final. Dedicam grande parte de seus recursos planejando estratégias para construir uma marca superior e prestação de serviços confiável. Mercado organizacional Quando empresas comercializam produtos e serviços para outras empresas, mas não necessariamente os criam ou produzem. São intermediários, atravessadores que compram bens e revendem para terceiros com lucro. O esforço de planejamento e marketing é superado pela dedicação da força de vendas sempre buscando melhores preços e melhor reputação frente aos concorrentes. Mercado global Empresas que comercializam seus produtos no âmbito global, atuam em diversos países por meio de exportação, licenciamentos, normas regionais distintas, joint- ventures e adaptam seus produtos a cada país. O maior esforço é se adequar às leis, regras, sistemas jurídicos, idiomas e culturas de cada nação onde atuam, mas a compensação pode ser enorme. Mercado sem fins lucrativos ou governamental Empresas que comercializam seus produtos para entidades sem fins lucrativos com limitado poder de compra, como universidades, igrejas, órgãos públicos, instituições de caridades entre outros. Geralmente os negócios são estabelecidos a partir de rígidas regras e melhor preço, o que afeta a qualidade dos produtos e dos serviços envolvidos. Não obstante, as transformações digitais dos últimos anos transformaram significativamente as relações de consumo e formações de mercado como conhecíamos. A aceleração tecnológica, o empoderamento do consumidor e dos colaboradores, o aumento de controle operacional das empresas, a quebra de barreiras físicas e os novos cenário de consumo como o metaverso, em plena construção, vão além dos portais de e-commerce, marketplacese startups já tão explorados. Nesse sentido, o mercado acontece mais que nunca a partir de demandas e desejos de consumo de compradores, isto é, de consumidores — seres humanos ávidos por escolher produtos, serviços, sistemas, arranjos e ambiências. A escolha é o cerne da ação de um comprador, a escolha dentre tantas opções do mercado, e que envolve muitos símbolos embutidos e fatores em seu processo de decisão. O comportamento do consumidor é, justamente, a união de todas as interpretações, influências, impressões e atitudes que orientam o ser humano a uma decisão de escolha e de compra. Os principais fatores que influenciam a decisão e o comportamento do consumidor são: fatores culturais, fatores sociais, pessoais (momento de vida), psicológicos, medos, tendências, financeiro e a opinião de outros consumidores. Todos esses critérios influenciam diretamente a escolha de consumidores e moldam seus comportamentos de consumo em sociedade, fazendo parte de um grande sistema. “ O consumo é, portanto, uma questão cultural, um código que nos permite classificar coisas e pessoas, produtos e serviços, indivíduos e grupos, a partir de seus comportamentos comuns. DOUGLAS, 2007 ” “ Igualmente, transformando os bens em “pontes” ou “cercas” capazes de estabelecer elos de pertencimento ou fronteiras simbólicas entre os sujeitos e os grupos, criando um sistema de comunicação social, objetivando práticas de marcação social e estratégias de inclusão. DOUGLAS; ISHERWOOD, 2006 ” Por isso, é tão importante investigar as razões, quando e porque os consumidores fazem e baseiam suas escolhas, identificando padrões de comportamento e perfis de consumo para incrementar a taxa de conversão de venda. Pesquisa Secundária Exploratória Busca de dados setoriais e informações estratégicas do setor e mercado em que se encontra o negócio e seus consumidores em fontes literárias e confiáveis basicamente através da internet. São relatórios, índices, livros, artigos, reportagens, estudos setoriais, relatórios de tendências entre outros, produzidos por instituições de ensino e pesquisa, órgãos governamentais, entidades de classe, associações, sindicatos, mídia especializada, jornais, revistas, coolhunters, entre outros. Todos com credibilidade no mercado de informação e respeitada carreira na área de geração de conteúdo. Pesquisa em Profundidade ou Mar Aberto Aqui, o profissional de branding irá coletar os dados diretamente no consumidor a partir da aplicação de formulário de pesquisa semiestruturado e\ou estruturado, isto é, com respostas únicas; ou ainda por meio de conversas informais, observação participantes, grupo focal, cliente oculto, sombra, etnografia entre outras técnicas de ida a campo e acompanhamento direto com o cliente final para levantar seus desejos, dores, preferências, demandas reprimidas e perfis demográficos. Em ambos os casos, após a coleta de dados é preciso estudar e analisar todo material produzido para identificar padrões de consumo e oportunidades de melhoria que podem ser transformados em insights para novas estratégias para aperfeiçoar a experiência do cliente com a marca. Tema 2 Mercado e Comportamento do Consumidor A psicologia pode contribuir para uma investigação mais profunda do comportamento do consumidor? Já compreendemos que entender o mercado e o comportamento do consumidor é essencial para garantir um bom planejamento da marca. Portanto, a constante pesquisa de consumo não é limitada a grandes negócios com grandes recursos e equipes. A pesquisa também é fundamental em empresas de pequeno porte, que muitas vezes são conduzidas pelos próprios funcionários de venda, que se relacionam diretamente com o cliente final. Em ambos os casos, é preciso técnica e frequência para se investigarem os critérios de escolha de consumo pelo cliente e seu perfil demográfico, independentemente do tipo e métodos de pesquisa utilizado. Uma outra técnica de pesquisa em profundidade, isto é, aquele tipo de pesquisa em que produzimos os dados diretamente no campo, diretamente com o consumidor para investigar seu comportamento, é o Método Laddering. O termo laddering se associa à noção de “escalada” e consiste no processo de entendimento gradual dos critérios que influenciaram o consumidor a escolher determinado produto. Laddering é um método de pesquisa em profundidade desenvolvida a partir de contribuições da Psicologia, exclusivamente para objetivos de marketing. Essa técnica se destaca por possibilitar que a empresa entenda as principais motivações de consumo de seu cliente a partir da construção de seu Mapa Hierárquico de Valor. O método Laddering compreende a prática de uma investigação para entender as motivações dos consumidores, respeitando desde critérios tangíveis de um produto até elementos abstratos que influenciam a realização de uma compra. O principal benefício dessa técnica é a habilidade de fornecer insights que englobam tanto os atributos dos produtos desejados, os valores pessoais que influenciam a ação de escolha e compra, até os ganhos esperados com essa prática de consumo. Kotler (2012) explica que, a partir de reflexões de Sigmund Freud, as forças psicológicas que influenciam os comportamentos dos seres humanos basicamente são inconscientes e não é possível compreender por completo suas próprias motivações. O mesmo acontece quando um consumidor avalia uma marca. Esse consumidor reage não apenas às possibilidades visíveis e declaradas de tal marca, porém também reage a outros sinais não tão conscientes, como tamanho, forma, material, cor e peso, por exemplo. O método Laddering compreende a prática de uma investigação para entender as motivações dos consumidores, respeitando desde critérios tangíveis de um produto até elementos abstratos que influenciam a realização de uma compra. Isso é possível por meio da aplicação do Mapa Hierárquico de Valor, que consiste basicamente em uma representação gráfica, em formato de árvore, que representa os principais encadeamentos possíveis entre os atributos de determinado produto, os benefícios esperados pelo consumidor ao escolhê-lo e os valores pessoais que motivam os clientes a escolher tal produto. O Mapa Hierárquico de Valor é aplicado para cada produto investigado em seções de entrevista de aproximadamente 30 minutos com consumidores reais, e funcionam como escadas que expõem informações desses consumidores em três níveis gerais. São eles: • 1º nível - Atributos do produto ou serviço pesquisado: investigam-se os critérios concretos envolvidos no processo de escolha, como peso, tamanho, potência, velocidade etc., e também atributos abstratos de beleza, estilo e qualidade percebida. • 2º nível - Consequências: considera as consequências funcionais esperadas após o uso do produto pesquisa, como conforto, facilidade de uso, conveniência, qualidade de vida e também consequências psicológicas como status, orgulho, pertencimento e reconhecimento social. • 3º nível - Valores pessoais: levanta dogmas socialmente aprendidos, relativamente estáveis com o passar do tempo e que influenciam diretamente como o consumidor investigado percebe o mundo e se relaciona em sociedade. Tais crenças individuais, como amor, tradição, segurança, humildade, poder e hedonismo, funcionam com guia e influenciam o comportamento do consumidor. A investigação desses três níveis de informação a respeito do comportamento do consumidor sobre determinado produto ou marca ilustra seus raciocínios de escolha, permitindo assim compreender fatores que influenciaram a compra. Por isso, a técnica Laddering, por meio da aplicação do Mapa Hierárquico de Valor, possibilita a identificação de expectativas, desejos e motivaçõesque motivam o processo de decisão de escolha do consumidor de determinada empresa. Esse conteúdo de pesquisa mais profundo possibilita um planejamento de branding também mais profundo ao considerar esses atributos pessoais e psicológicos do consumidor. Tema 3 Digital Branding e User Experience No mundo hiperconectado de hoje, você acredita que a jornada digital do consumidor pode ser pensada a partir de suas reclamações? Como comentado anteriormente, as transformações digitais dos últimos anos transformaram consideravelmente o mundo dos negócios, em especial com o advento da internet, do smartphone e das redes sociais e, a partir destes, os novos modelos disruptivos de negócios, como o modelo startup: prestação de serviço totalmente digital, altamente escalável, sem acúmulo de patrimônio, presente em qualquer localização, de alto risco e alta rentabilidade. Com esse novo modelo de negócio surgiram diversas novas marcas e empresas altamente competitivas e digitais, como Uber, Airbnb, ifood, Rapi, PicPay, PayPal entre outras tantas. Ao mesmo tempo, as empresas tradicionais, com suas grandes estruturas físicas, extenso patrimônio de pontos de venda, fábricas, centros de distribuição, frota e quadro de colaboradores precisaram se atualizar para não perder mais mercado consumidor e se digitalizaram. Algumas, inclusive, lançando novas marcas totalmente digitais, isto é, uma spin-off. Todas essas empresas migraram para a venda on-line, seja lançando seus próprios sites de venda, os e-commerce, ou participando de um e-commerce coletivo, o marketplace. O fator comum para ambos os modelos, digital ou tradicional, é a presença digital nas inúmeras redes sociais para estreitar a comunicação da marca com o mercado consumidor. Hoje, existem redes sociais segmentadas por finalidade: fotos, vídeos, opiniões, carreira, lazer, debates, tutoriais, música, cinema entre tantas. Ao menos de uma rede social o consumidor participa, segue os perfis com que se identifica, posta, curte, encaminha e, acima de tudo, pesquisa, pesquisa tendências e influências de consumo. Hoje, as redes sociais se transformaram na nova fonte formadora de opinião, como a TV nos anos 1990. Como diria o professor Robert Park, da Escola de Antropologia de Chicago: “Na cidade, a moda tende a substituir o costume, e a opinião pública se torna a força dominante do controle social” (PARK, 1973, p. 59). Neste cenário altamente digitalizado e em constante transformação, testemunhamos a transformação também das disciplinas que investigam e produzem o digital. Hoje, diversas empresas, de portes variados, precisam acompanhar suas marcas em todos os pontos de contato possíveis com consumidor no mundo digital: redes sociais, site oficial da marca, e-mail, WhatsApp, e-commerce, marketplace, sites de reclamação, sites de recomendação etc. para proporcionar sempre uma experiência positiva, fluida e desejada nas jornadas digitais. Assim, assistimos a importância do User Experience dentro dos negócios. Um exemplo: se o website de uma marca demora para carregar, se não é responsivo ou se o processo de compra é burocrático, o consumidor está experienciando uma UX que ruim e que, provavelmente, irá abandonar e não recomendar. Como explica Cesar Ricardo Stati (2021), desenvolver um novo aplicativo para celular, por exemplo, vai muito além de desenvolver um código de programação bem estruturado, seguir um modelo de design de tela ou listar uma documentação abrangente. É muito mais do que projetar um layout bonito com os elementos organizados, esteticamente harmoniosos e alinhados. Tudo isso é imprescindível, entretanto se a equipe de designers não dominar as necessidades e desejos do usuário, o aplicativo não vai encontrar um bom lugar no mercado, um bom posicionamento no coração do consumidor. Nesse sentido, é muito importante que as empresas incluam a prática de UX Design (User Experience), ou Design Centrado no Usuário (DCU) (STATI, 2021). Cabe, então, que a equipe de User Experience, ou UX, seja uma equipe interna da empresa, uma consultoria ou ainda um free lancer para que se possa refletir constantemente sobre como é possível construir uma jornada cada vez melhor o cliente final. Os pilares de UX são: atrativo visual, utilidade, acessibilidade, credibilidade, intuitividade e desempenho técnico. O objetivo é proporcionar experiências cada vez mais encantadoras, capazes de fidelizar o cliente ao mesmo tempo que constrói uma boa reputação para a marca. Neste contexto, observamos também a transformação da gestão de marca atuando cada vez mais forte no digital, isto é, uma atuação de Digital Branding. O Digital Branding parte da gestão de branding tradicional, considera a personalidade on-line da marca incluindo seus valores pré-projetados, construindo um encontro entre estratégias variadas de marketing, da psicologia em relação ao consumidor e do design UX (User Experience) para planejar relacionamentos digitais recompensadores e que se comuniquem melhor com os desejos do usuário, trazendo mais valor para a marca. Especialmente no atual mundo hiperconectado, o Digital Branding assume um lugar de grande importância, já que o que fica na mente do consumidor em sua jornada digital é a experiência positiva com a marca. Diferentemente do Marketing Digital, que traça estratégias de impulsionamento de postagens, investimento para posicionar melhor a busca orgânica em sites de pesquisa, nos espaços digitais o Digital Branding mostra quem é a marca pela sua personalidade, valores e posicionamento. Outro conceito pertinente a esse contexto digital é o Omnichannel, que trata da estratégia de resposta qualificada e unificada para os canais digitais possíveis quando demandado pelo cliente. Todo negócio precisa ter o mesmo tempo e tipo de resposta para perguntas e manifestações dos consumidores nos canais digitais. As regras precisam estar claras para toda a equipe. Quem responde, em quanto tempo, se revela valor no privado ou faz contato via telefone. Traçar uma regra clara e padronizada de Omnicanal é fundamental para qualquer negócio que queira atuar no digital, pois proporcionará uma boa experiência para o usuário e fará com que a marca seja mais lembrada por ele, garantindo uma boa gestão de branding. Com todos esses conceitos elucidados, partimos para discussão sobre a importância da gestão de branding em posicionar corretamente a marca no mercado, o posicionamento de marcado. Posicionamento de mercado é a prática de planejar a imagem da empresa e uma oferta de produto ou serviço para que ocupe uma posição diferenciada na mente do cliente, para assim potencializar a vantagem competitiva do negócio. Um bom posicionamento de marca identifica, registra e comunica os benefícios que a empresa gera para o consumidor quando ele escolhe a sua marca. Todos os colaboradores da empresa precisam conhecer e assimilar o posicionamento da marca e sempre recorrer a ele em suas tomadas de decisão, como um norteador de escolhas estratégicas (KOTLER, 2012). De posse das informações estratégicas discutidas até aqui, mercado consumidor existentes, comportamentos do consumidor e desejos do usuário para suas jornadas digitais — user experience —, em conjunto com a equipe de marketing e de branding, a empresa deve mapear qual segmento deseja focar e quais diferenciais são importantes para esse público. Assim, será possível planejar diversas ações customizadas para esse mercado e esse público escolhido, permitindo melhor identificação da marca com esses valores. A seguir, cinco passos essenciais para se construir um bom posicionamento de mercado desde o início: 1 Faça uma Pesquisa Exploratória Secundária sobreo setor da empresa e uma pesquisa sobre seus concorrentes (o chamado Benchmarking). Deve-se investigar dados setoriais, quais são as carências do mercado, o que a concorrência está vendendo atualmente e, acima de tudo, quais são os pontos ainda inexplorados que podem ser uma oportunidade para o negócio. 2 Investigue sobre o principal produto desse mercado: s pesquisa deve se aprofundar no core business do negócio, ou seja, em quais são realmente os produtos e serviços vendidos mais importantes e competitivos do mercado, como são vendidos e quanto custam. 3 Construa um mapa de posicionamento para a marca: depois de entendido o mercado, suas carências e desempenho, liste os pontos exatos que os produtos e serviços de uma empresa devem explorar, isto é, as características principais do mercado pesquisado e os benefícios que a marca possui em detrimento de seus concorrentes e do mercado. 4 Investigue o comportamento do consumidor: se for possível, realize uma Pesquisa em Profundidade, vá a campo, mas, como o investimento de tempo e recurso é maior faça uma pesquisa exploratória secundária, buscando fontes existentes com dados e perfis de consumidores do mercado e produtos pesquisados. Desejos, dores, preferências e dados demográficos dos principais clientes, como geração, gênero, localização, classe social, escolaridade entre outros. 5 Fortaleça o posicionamento com ações de marketing e branding: construa um planejamento de postagens em canais que são mais utilizados pelo público pesquisado, comunique o diferencial competitivo da marca em relação ao que os concorrentes não possuem, proponha promoções de produtos desejados e valores abaixo do mercado, entre outros. Em todas as ações sempre registre o benefício que só a marca possui em relação aos seus concorrentes e ao mercado pesquisado. Tenha sempre em mente que: “ Um posicionamento eficaz tem um ‘pé no presente’ e um ‘pé no futuro’. Ele deve ser um tanto ambicioso para que a marca tenha espaço para crescer e melhorar. [...] O verdadeiro segredo do posicionamento é alcançar o equilíbrio entre o que a marca é e o que ela poderia ser. (KOTLER, 2021, p. 294) ” Vídeo Para saber mais, assista ao vídeo publicado na unidade da disciplina no Ambiente Virtual de Aprendizagem. Encerramento Você acredita que hoje em dia o comportamento do consumidor pode ser colocado em segundo plano ao planejar uma marca forte? Ao contrário, as constantes transformações tecnológicas dos últimos anos empoderaram significativamente o poder de escolha do consumidor comum, colocando o comportamento de consumo como uma investigação imprescindível para o marketing e gestão de branding atuais. A psicologia pode contribuir para uma investigação mais profunda do comportamento do consumidor? Sim! Em especial, por meio da técnica Laddering de pesquisa em profundidade, que investiga três atributos diferentes sobre valores, crenças e desejos do consumidor ao escolher um produto ou uma marca. No mundo hiperconectado de hoje, você acredita que a jornada digital do consumidor pode ser pensada a partir de suas reclamações? De maneira alguma. Nesse mundo super digitalizado o consumidor expressa cada vez mais sua opinião sobre experiências digitais negativas, fazendo com que as empresas precisem projetar constantemente jornadas recompensadoras e positivas. Resumo da Unidade Neste capítulo foi possível compreender como fazer um posicionamento adequado de mercado para uma marca ou uma empresa, considerando os aspectos principais que envolvem possíveis mercados consumidores, os comportamentos possíveis do consumidor e suas experiências digitais positivas. Ao traçar um roteiro de posicionamento de marca, sabe-se qual melhor mercado atingir e as principais preferências e perfis de seu público consumidor e, assim, pensar em ações de marketing e branding que se comuniquem melhor com esses clientes. Para aprofundar e aprimorar os seus conhecimentos sobre os assuntos abordados nessa unidade, não deixe de consultar as referências bibliográficas básicas e complementares disponíveis no plano de ensino publicado na página inicial da disciplina.
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