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ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL DIAGNÓSTICO DE GRAVIDEZ • Pode ser laboratorial(beta-HCG) ou por imagem(USG). LABORATORIAL Se faz a dosagem da fração beta do HCG, o qual é mais específico, sendo positivo quando encontrado nos respectivos valores abaixo: • Radioimunoensaio: 5,UI/ml • Enzima-imunoensaio(ELISA):25mUI/ml • O pico do beta-HCG é em 11 semanas, é importante utilizar o beta-HCG pois ele é específico da gravidez, enquanto o alfa não. DIAGNÓSTICO POR IMAGEM Os tempos abaixo mostram as semanas que se espera ver determinada estrutura na USGTV, caso seja USG abdominal aumenta os valores abaixo em 1 semana: • Saco gestacional: 4 semanas • Vesícula vitelínica: 5-6 semanas • Eco fetal com BCF: 6-7 semanas • Cabeça fetal: 11-12 semanas • Cabeça fetal: 11-12 semanas. • Placenta: 12 semanas MOTIVOS PARA FAZER O PRÉ-NATAL • Acompanhar a evolução da gravidez • IDENTIFICAR RISCOS • Preparar para o parto e puerpério • Tranquilizar • Rastrear afecções • Diminuir os riscos PARTICULARIDADES • EVENTO FISIOLÓGICO: Atenção à identificação de fatores de risco • Oportunidade por buscar por saúde: O atendimento prestado se reflete na percepção sobre a gestação, parto, puerpério RASTREIO • Rastreio de fatores ou situações de risco que podem interferir tanto no bem-estar materno quanto fetal. • Quanto mais precoce o pré-natal se inicia, melhor • Tem que saber se a paciente é de risco habitual obstétrico ou de alto risco obestetríco. • A frequências da consulta varia conforme a IG e eventuais problemas que a mulher possa passar durante a gestação. • Cada consulta é cada consulta, exame físico em todas, não existe conceito de retorno no pré-natal O atendimento varia conforme a classificação de risco da gestante: • Risco habitual: Ela é atendida apenas na unidade primária de saúde, com consultas intercaladas entre médicos e enfermeiros. • Alto risco: Elas são atendidas pelo pré-natal de alto risco, com obstetra e também continua fazendo o pré- natal na unidade primária de saúde. 10 PASSOS PARA O PRÉ-NATAL NA APS O diagnóstico de baixo e alto risco é retrospectivo • Baixo risco: Casos em que não há necessidade de utilizar alta densidade tecnológica e nos quais a morbidade e a mortalidade materna são iguais ou menores do que a população em geral. FATORES DE RISCO E CONDIÇÕES DE RISCO • Fatores de risco: Permitem o atendimento pré-natal apenas pela atenção básica • Condições de risco: Permitem o pré-natal TAMBÉM pela atenção básica(e concomitante com o especialista) Exemplos de fatores e condições de risco na imagem abaixo: ROTINAS • Pode ser falado em trimestres ou semanas, como na imagem abaixo: Mínimo preconizado pelo MS: • 6 consultas sendo uma no 1º trimestre, duas no 2º trimestre e três no 3º trimestre. Na prática: • 1º trimestre: Consultas com intervalos mensal • 2º timestre: Intervalo mensal • 3º trimestre: Intervalo quinzenal até 36 semanas e semanal a partir de 36 semanas. Lembrando que não é engessada, pode-se ter mais consultas dependendo das necessidas da mãe. CÁLCULO DA IDADE GESTACIONAL Somam-se os dias da data atual até o dia da última menstruação: Evento concreto da fecundação: Não é possível saber com 100% quando aconteceu. DATA PROVÁVEL DO PARTO(DPP) REGRA DE NAGELE • Soma-se 7 ao dia da DUM • Soma-se 9 ao mês da DUM Exercício: Calcular a DPP pela regra de nagele acima. TEMPO E PROGNÓSTICO Divide-se a gestação em duas metades: • 1ª metade até 20-22 semanas: Feto com menos de 500g. É inviável do ponto de vista de sobrevivência. Aqui é aborto. • 2ª metade é acima de 20-22 semanas: Feto com mais de 500g. Já é considerado viável do ponto de vista de sobrevivência, acima disso é parto. ANAMNESE NO PRÉ-NATAL A anamnese no pré-natal deve buscar a queixa principal da gestante, sinais e sintomas de cada fase gestacional, sinais e sintomas dos fatores ou condições de risco que a geste possa apresentar e sintomas obstétricos. QUEIXAS COMUNS NO PRÉ-NATAL • NÁUSEAS E VÔMITOS: Bastante comum até a 14-16 semanas, sendo relacionadas ao aumento do beta-HCG. A queixa é de náuseas e vômitos pré-prandiais, podndo se usar drogas para aliviar, além de orientar a paciente evitar deitar após refeições. • Sono e fadiga: Pela ação da progesterona e medicamentos que podem estar sendo utilizados para náuseas e vômitos. • Pirose: Progesterona causa relaxamento dos esfíncteres(EEI sobretudo), levando a queixa de pirose. • Dor pélvica: Aumenta a intensidade e frequência ao longo da gestação, sobretudo pela lordose lombar acentuada e pode ter compressão do nervo ciático(dor irradia). Também tem contrações de Braxton-Hicks. MEMBROS INFERIORES • Varicosidades caudas pela compressão uterina. • Se orienta a elevação dos membros inferiores e permanecer durante a mesma posição por muito tempo. Recomenda-se também a utilização de meias elásticas para melhor a circulação nas extremidades. INTERROGATÓRIO SINTOMATOLÓGICO • Deve-se seguir sistema por sistema, como o habitual ANTECEDENTES PESSOAIS OBSTÉTRICOS • Gesta: Número total de gestações que a paciente teve • Para: Número de partos, acima de 20-22 semanas. • Abortamentos: Perdas gestacionais, abaixo de 20-22 semanas. • As gestações devem ser especificadas se foram únicas ou múltiplas. • Os partos devem ter especificados a via de parto, data do último parto e a IG ao nascimento(prematuras ou a termo). • Deve-se saber também se nasceram vivos ou mortos, o peso ao nascer e, caso tenha óbito, causa ou condição relacionada ao óbito, para se diferenciar de abortamento. Tudo que for perda abaixo de 20 semanas será abortamento, independente se a gravidez foi tópica ou ectópica. • Caso tenha abortamento tem que falar se precisou de algum procedimento, como curetagem, etc... ANTECEDENTES CLÍNICOS E OBSTETRÍCOS • Caso tenha hipertensão, deve-se saber se ela já era hipertensa ou se desenvolveu ao longo da gestação. • Saber se a prematuridade caso tenha histórico, se o parto prematuro foi espontâneo ou terapêutico(induzido) • Buscar a existência de doenças crônicas como asma, lúpus • Utilização de drogas de uso contínuo ou esporádica • Transfusão: Saber o fator RH, se for RH saber se fez uso de imunoglobulina anti-D em gestações anteriores VACINAÇÃO NA GRAVIDEZ • Covid: Coronavac ou pfizer. Se ela a vacinação antes de gestar segue o calendário habitual. • Influenza: Gestantes são grupo prioritário pois tem maior taxa de mortalidade por doenças causadas por influenza. • dTPa: A partir de 20 semanas. • Hepatite B: Completar esquema, se necessário. • Raiva e demais: Deve ser individualizada para cada gestante. EXAME FÍSICO Medição da PA é obrigatória em todas as consultas No peso busca-se o IMC prévio à gravidez, ganho de peso varia conforme a classificação de IMC antes del:a • Baixo peso: Ganha em torno de 12,5-18kg • Adequado: 11,5-16kg • Sobrepeso: 7-11,5kg • Obesidade: 7-9kg Durante a gestação joga o IMC na tabela da esquerda da imagem abaixo: ALTURA DE FUNDO UTERINO • Marco 0: Borda superior da sínfise púbica. • Fim: Até o fundo do útero • Calcula a medida em cm. Além disso, nos guiamos por onde o útero deve estar na semana de gestação com base nas referências anatômicas(cicatriz umbilical, etc...) REGRA DE MCDONALD • É uma regra muito imprecisa, se utiliza apenas caso não tenha nada para auxiliar a calcular a IG MANOBRAS DE LEOPOLD • Vai de 1 até 4, se faz na gestante que está no 3º trimestre de gestação(a partir de 28-30 SEMANAS) 1ª MANOBRA Saber a relação do bebê: Relação do maior eixo do bebê com o maior eixo da mãe, pode ser longitudinal(paralelas) ou transversa(perdendiculares). 2ª MANOBRA • Trás as mãos para as laterais para se saber a posição do bebê.Posição é a relação que o dorso do bebê tem com os lados esquerdo ou direito materno. • Se o bebê está em posição longitudinal o dorso do bebê pode estar do lado direito ou esquerdo(posição direita ou esquerda) 3ª MANOBRA • Saber a apresentação fetal, que é para saber qual parte do bebê se apresenta para a pelve vaginal. • Até a 3ª manobra está posicionada a direita da paciente de frente. • Se a cabeça está para a pelve a apresentação é cefálica(97% dos casos) ou pélvica 4ª MANOBRA • Continua a direita da paciente porém de costas para ela. Busca saber a insinuação do bebê(é quando o maior diâmetro do bebê passa pelo estreito superior da pelve – conceito de insinuação). • Na apresentação cefálica o maior diâmetro é o biparietal, se ele já adentrou a pelve é dito que a apresentação está insinuada. • Tenta mobilizar o polo cefálico da pelve, se conseguir é polo pélvico. • Se conseguir mobilizar a apresentação: É alta imóvel. • Se não conseguir mobilizar a apresentação é dito que ela está insinuada. ATITUDE FETAL • Postura das partes fetais entre si • Flexão ou deflexão AUSCULTA DE BATIMENTOS • Sonar doppler a partir de 12 semanas. • A melhor forma de localizar é ver aonde está o dorso do bb a partir de 30 semanas com as manobras de Leopold e colocar o sonar no dorso para auscultar. ROTINA DE EXAMES 1º TRIMESTRE • Pedir hemograma no prénatal para buscar Anemia (anemia é Hb menor do que 11g/dL) • Classificação sanguínea e tipagem RH • Busca-se infecções: Sumário de urina e urocultura • IST’s: HIV, sifílis, hepatites B e C • Sorologias: Toxoplasmose, rubéola e CMV • Metabólico: Glicemia de jejum 2º TRIMESTRE • Glicemia de jejum, ideal entre 24-28 semanas é o TOTG(jejum, após isso se dá 75g de glicose e mede 1hr e 2hrs depois) • Rastreio de neoplasia com a citologia oncótica do colo do útero • Se faz exames de sangue novamente, caso a gestante seja Rh negativo se faz o Coombs indireto para buscar incompatibilidade do fator Rh. 3º TRIMESTRE • Se faz novamente hemograma, EAS, urocultura, faz a cultura de swab anal e vaginal para busca de GBS, IST’s e sorologia das TORCHS. USG DO 1º TRIMESTRE • Padrão ouro da IG no 1º trimestre: CCN(Comprimento Cabeça-Nadega) para calcular a IG de forma mais fidedigna a idade gestacionalç. • Tipo de gestação: Única ou múltipla. Saber o número de placentas em caso de múltiplas. • Anatomia fetal: 11-13s6d calcular a Transducência Nucal – Preditivo de anormalidades cromossômicas USG 2º TRIMESRE • Também pode ser para IG, entretanto, com outros parâmetros sem ser o CCN do 1º trimestre e de forma menos fidedigna. • Calcula como está o crescimento fetal, antes de 24 semanas pode-se ver problemas de desenvolvimento dos sitemas, Por isso a USG de 2º trimestre é chamada USG morfológica USG 3º TRIMESTRE • Também pode ser usado para IG, entretanto, a margem de erro aqui é muito grande • Se avalia o crescimento vetal, vitalidade fetal e perfil biofísico(movimentos fetais, movimentos respiratório, tônus, etc...)