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Cirurgi� Valva� 1. CIRURGIA VALVAR MITRAL 1.1 ESTENOSE MITRAL 1.1.1 DEFINIÇÃO Estreitamento do Orifício Mitral Obstrução do Fluxo Sanguíneo do Átrio Esquerdo para o Ventrículo Esquerdo Durante a Diástole Lacínias (cúspides) Valva Mitral Espessadas e Imóveis Orifício Mitral Obstruído em Virtude da Fusão das Comissuras Cordas Tendíneas Fundidas, Encurtadas e Espessadas (fibrose); 1.1.2 EPIDEMIOLOGIA Acomete a população feminina do que masculina. 1.1.3 ETIOLOGIA CAUSAS MAIS COMUNS Febre Reumática → 60% dos casos sendo mais comum em mulheres 2:1 Degeneração Mixomatosa (Calcificação até que os folhetos se tornem rígidos e não se abrem totalmente) Estenose Mitral Congênita 1.1.4. FISIOPATOLOGIA Aumento Compensatório - Tamanho Átrio Esquerdo (dilatação) → desorganiza a atividade elétrica , arritmia mais comum é a Fibrilação Atrial (FA). - Ritmo caótico (150 a 200 bpm → perde-se a sístole atrial → Tromboembolismo → sobretudo na aurícula esquerda). Aumento Compensatório - Pressões Átrio Esquerdo (Pressão Capilar Pulmonar) - Hipertensão Pulmonar (leva à congestão, hemoptise, desconforto respiratório) → A estenose mitral “protege” o VE. 1.1.5. EVOLUÇÃO ICC Direita - Congestão Pulmonar (FA) - Hipertensão Pulmonar Cor Pulmonale Hemoptise Rouquidão (AE dilatado → Compressão N. Laríngeo Recorrente) FATORES DE RISCO DE MORTE (não é cirurgia de emergência e sim eletiva) FA Hipertensão Pulmonar CAUSA MAIS COMUM DE MORTE ICC Direita Embolia Pulmonar (ICC Direita) Acidente vascular cerebral isquêmico (FA) 1.1.6 TRATAMENTO 1.1.6.1 TRATAMENTO CLÍNICO Diuréticos (diminui pré-carga do AE e diminui volemia) / Betabloqueadores (diminui FC) e Bloqueadores Canais Cálcio (se houver contraindicação para B-bloq.) Anticoagulação - FA (caso não haja contraindicações formais). PACIENTES ASSINTOMÁTICOS Não Requerem Nenhum Tratamento Específico Profilaxia Contra Recorrência Febre Reumática (penicilina G benzatina). PACIENTES SINTOMAS LEVES Diuréticos, Betabloqueadores ou Bloqueadores Canais Cálcio [Controle Frequência Ventricular (FA), Anticoagulação )FA)] 1.1.6.2 TRATAMENTO CIRÚRGICO MOMENTO DA INTERVENÇÃO ESTENOSE MITRAL MODERADA - Cirurgia Cardíaca por Outra Indicação - Pacientes Sintomáticos e com Gradiente Trans Mitral Médio Induzido por Esforço > 15 mm Hg ou Pressão de Capilar Pulmonar > 25 mmHg ESTENOSE MITRAL GRAVE - Presença Sintoma (Comissurotomia Percutânea?) - Cirurgia Cardíaca por Outra Indicação ESTENOSE MITRAL MUITO GRAVE - Todos Pacientes (Com ou Sem Sintomas - Comissurotomia Percutânea?) 1 ESCOLHA DA INTERVENÇÃO COMISSUROTOMIA PERCUTÂNEA Técnica Escolha Mais Jovens Sem Comissuras Intensamente Calcificadas Sem Distorção Subvalvar Sem Trombos AE ou Insuf. Mitral Grave COMISSUROTOMIA MITRAL Período: 1951- 1953 - 66 Comissurotomias Mitrais (36 Digitais/ 30 Comissurótomo) → Mortalidade Hospitalar: 4,5% COMISSUROTOMIA CIRÚRGICA SUBSTITUIÇÃO VALVAR - Prótese Biológica (não necessita de anticoagulação, tem meia-vida) - Prótese Mecânica 1.2 INSUFICIÊNCIA MITRAL 1.2.1. DEFINIÇÃO - Incompetência da Valva Mitral (comprometimento do DC) - Refluxo do Ventrículo Esquerdo para o Átrio Esquerdo Durante a Sístole Ventricular 1.2.2 ETIOLOGIA - Disfunção (isquemia/ necrose/ fibrose) / Ruptura Muscular Papilar Isquêmica; - Endocardite Infecciosa (sobretudo, devido a procedimentos odontológicos); - Febre Reumática Aguda; - Ruptura Mixomatosa Cordoalhas Tendíneas; - Dilatação Aguda VE em Miocardite ou Isquemia Miocárdica; - Falha Mecânica de Prótese Valvar Mitral (se a prótese “rasga”). 1.2.3 FISIOPATOLOGIA INSUFICIÊNCIA MITRAL AGUDA Sobrecarga Aguda de Volume Átrio Esquerdo EVOLUÇÃO: - Edema Agudo Pulmonar - Choque Cardiogênico - Morte Súbita INSUFICIÊNCIA MITRAL CRÔNICA - Dilatação Gradual do Átrio Esquerdo - Hipertrofia Excêntrica VE - Fibrilação Atrial EVOLUÇÃO: Inicialmente Assintomático → Sintomas ICC Surgem Quando Insuficiência Mitral Torna-se Moderada a Grave Infarto agudo do miocárdio em parede anterior envolvendo a a. descendente anterior tem o pior prognóstico. 1.2.4. TRATAMENTO 1.2.4.1. TRATAMENTO CLÍNICO Se Houver Dilatação ou Disfunção VE: Vasodilatadores, Espironolactona e Betabloqueadores com Ação Vasodilatadora (Ex.: Carvedilol) Fibrilação Atrial: Anticoagulantes Orais 1.2.4.2 TRATAMENTO CIRÚRGICO - Reparo Valvar (conservadora) - Substituição Valvar MOMENTO DA INTERVENÇÃO Insuficiência Mitral Aguda Insuficiência Mitral Primária Crônica → Início Sintomas Descompensação VE - FEVE < 60% / DSFVE > 40 mm - FA Início Recente - PSAP em Repouso > 50 mmHg ESCOLHA DA INTERVENÇÃO - Reparo Valvar - Substituição Valvar VANTAGENS PLASTIA VALVAR MITRAL Menor Morbi / Mortalidade Hospitalar Menor Incidência de Reoperação Melhor Função Ventricular Sobrevida Tardia Menor Custo Hospitalar Reparo Valvar (preferível) - Anuloplastia - Anel Protético - Atuação nas Cúspides SUBSTITUIÇÃO VALVAR - Prótese Biológica - Prótese Mecânica 2. CIRURGIA VALVAR AÓRTICA 2.1 ESTENOSE AÓRTICA (EAO) 2 2.1.1 DEFINIÇÃO Estreitamento da Valva Aórtica (redução progressiva) - Obstrução do Fluxo Sanguíneo do Ventrículo Esquerdo para a Aorta Ascendente Durante a Sístole. 2.1.2 ETIOLOGIA PAÍSES EM DESENVOLVIMENTO Febre Reumática PAÍSES DESENVOLVIDOS Acima de 70 Anos → Esclerose Aórtica Abaixo 70 Anos→ Valva Aórtica Bicúspide Congênita 2.1.3 FISIOPATOLOGIA Sobrecarga Pressórica no VE → Hipertrofia Concêntrica - Sem Aumento Cavidade →Hipertrofia Excêntrica - Dilatação Ventrículo Esquerdo → Aumento Secundário Cavidade Do VE → Redução Fração Ejeção (FE) / Débito Cardíaco / Gradiente Transvalvar Aórtico (em função da fração de ejeção, o isolado por si só tem que tomar cuidado) 2.1.4 EVOLUÇÃO 2.1.4.1 SINTOMAS EAO Congênita Geralmente Assintomática - Até 10 - 20 Anos Idade → Sintomas Desenvolvem Insidiosamente - Em Todas as Outras Formas EAO → Evolução Progressiva que se Não Tratada com o Tempo Resulta na Tríade SAD 2.1.5 SINAIS E SINTOMAS SINTOMAS Tríade: - Síncope por Esforço - Angina - Dispneia ICC →Queda Gradiente TransValvar Aórtico Morte Súbita (DAC Associada - Angina) 2.1.6 TRATAMENTO MOMENTO DA INTERVENÇÃO Os Benefícios da Intervenção Só Superam os Riscos Depois que Pacientes Desenvolvem Sintomas e ou Atendam Critérios Ecocardiográficos Específicos EAO + aterosclerose = pior prognóstico Pacientes Assintomáticos - FEVE < 50% - EA Moderada / Grave Submetidos à Cirurgia Cardíaca por outras Razões Pacientes Sintomáticos - Estenose Aórtica Grave ESCOLHA DA INTERVENÇÃO Valvotomia com Balão - Estenose Aórtica Congênita com pouca calcificação, preferivelmente. - Idosos Não Candidatos à Cirurgia - Como Ponte para Substituição Valvar (Alta Taxa Complicações e Só Oferece Alívio Temporário) Melhor Escolha para Pacientes < 75 anos e Pacientes com Baixo Risco Cirúrgico: Cirurgia Conservadora - Comissurotomia Valvar Aórtica Substituição Valvar Aórtica Cirúrgica (SAVR) Cirurgia Conservadora - Descalcificação Valvar Aórtica Substituição Valvar Aórtica Cirúrgica (SAVR) Cirurgia Conservadora - Plastia Valvar Aórtica Substituição Valvar Aórtica Cirúrgica (SAVR) Substituição Valvar Aórtica Cirúrgica (SAVR) - Prótese Biológica Prótese - Mecânica Substituição Valvar Transcateter (Percutânea - TAVR) - Estenose Aórtica Inoperável - Pacientes > 75 Anos e Alto Risco Cirúrgico (Intermediário) 2.2. INSUFICIÊNCIA AÓRTICA 2.2.1 DEFINIÇÃO Incompetência da Valva Aórtica Fluxo Reverso da Aorta para o Ventrículo Esquerdo Durante a Diástole 2.2.2 ETIOLOGIA INSUFICIÊNCIA AÓRTICA AGUDA - Endocardite Infecciosa - Dissecção Aguda de Aorta (cirurgia de emergência) 3 INSUFICIÊNCIA AÓRTICA CRÔNICA - Degeneração Mixomatosa - Febre reumática - Endocardite infecciosa - Trauma - Aneurisma aórtico torácico (obstrução na via de saída ou calcificação da parede, mais cálcio na parede e menos na valva). 2.2.3 FISIOPATOLOGIA Sobrecarga Volume Ventrículo Esquerdo (VE) VE se adapta mal à sobrecarga de volume, sendo o contrário do VD. - VE Recebe Sangue Regurgitado da Aorta na Diástole - Sangue do Átrio EsquerdoNa Insuficiência Aórtica Aguda (EMERGÊNCIA) VE não Dilatado → Aumento Rápido Pressão VE → Edema Agudo de Pulmão→ Queda Débito Cardíaco Na Insuficiência Aórtica Crônica Inicialmente Hipertrofia e Dilatação VE Ocorre Gradualmente com Manutenção → Pressões Ventriculares Esquerdas → Débito Cardíaco→ Com o Tempo, Desenvolve-se Insuficiência Cardíaca e Arritmias 2.2.4 EVOLUÇÃO INSUFICIÊNCIA AÓRTICA AGUDA - Insuficiência Cardíaca Aguda - Edema Agudo Pulmão INSUFICIÊNCIA AÓRTICA CRÔNICA - Assintomático por Anos - ICC Desenvolvimento Lento 2.2.5 TRATAMENTO MOMENTO DA INTERVENÇÃO IAO Grave com Sintomas IAO Grave (Oligo-Assintomáticos) com Disfunção VE: - FE < 50% - Pressão Sistólica Sinal VE > 50 mm - Pressão Diastólica Final VE > 65 a 75 mm IAO Moderada / Grave → Cirurgia Cardíaca por Outra Indicação TRATAMENTO CIRÚRGICO ESCOLHA DA INTERVENÇÃO Cirurgias Conservadoras - Plastias Valvares Aórticas : - Extensão Válvulas - Plicatura Válvulas - Plicatura Comissural - Remendo Peric Bov - Anuloplastia Parcial. Substituição Valvar Aórtica Cirúrgica (SAVR) - Prótese Biológica (tempo de sobrevida relacionado com a idade, paciente mais jovem tende a durar menos e o mais idoso tende a durar mais) e mecânica. OBS: A prótese mitral biológica tem um tempo de vida menor. 4
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