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A mandioca, planta de nome científico Manihot esculenta Crantz é, provavelmente, a planta cultivada mais disseminada em todo território brasileiro, tendo sua origem na América do Sul. Ela constitui um dos principais alimentos energéticos para mais de 700 milhões de pessoas, principalmente nos países em desenvolvimento. Mais de 100 países produzem mandioca, sendo que o Brasil responsável por 10% da produção mundial, (é o segundo maior produtor do mundo).
A familiaridade do povo brasileiro com a mandioca deve-se ao fato de que os nativos já a cultivavam antes da invasão dos portugueses. Estes aprenderam com os índios a utilizar as raízes da mandioca. A farinha foi um importante alimento na conquista do interior do Brasil e também no tráfico de escravos a partir do continente africano, devido seu alto poder de conservação.
A mandioca tornou-se tão importante na vida da colônia que a Constituição de 1824 exigia que os eleitores de primeiro colegial tivessem, no mínimo, 150 alqueires de mandioca como renda líquida anual.
Desde então, muita coisa mudou. O consumo da farinha veio diminuindo com o passar dos anos, porém a familiaridade ancestral do brasileiro com a mandioca não se perdeu podendo ser constatado por meio da imensa variedade de pratos preparados a partir das raízes, folhas e, até mesmo, da água obtida na prensagem da massa de mandioca antes do preparo da farinha.
Existem várias espécies de mandioca, dentre elas podemos citar:
· Mandioca de mesa BRS 429
Altamente produtiva e apresenta moderada resistência à bacteriose e ao superalongamento, é a preferida dos consumidores, adequada tanto para o consumo usual como também para a obtenção de massa de boa qualidade;
· Mandioca BRS 420
De uso industrial, ela apresenta porte ereto, favorecendo a colheita e a produção de ramas para o plantio
· Mandioca de mesa BRS 399
Diferente das outras, ela deve ser colhida, preferencialmente, de 8 (oito) a 12 (doze) meses depois do plantio. Ela é mais indicada para terras de média e alta fertilidade. A principal aplicação dessa raiz é para a alimentação humana, nas mais diversas formas de apresentação e uso.
· Mandioca BRS 396
Trata-se de uma raiz com a polpa amarela, com alto teor de betacaroteno. Deve ser colhido de 7 (sete) a 12 (doze) meses do plantio. Por possuir raízes na horizontal, facilita a colheita e a comercialização.
· Mandioca BRS Poti Branca
É recomendada para o uso nas indústrias de farinha e fécula. Ela possui hastes vigorosas e eretas, características importantes para a propagação da mandioca.
· Mandioca BRS Formosa
Assim como a Poti Branca, ela também tem um alto rendimento para a produção de farinha e fécula. É a única variedade melhorada de mandioca da EMBRAPA, que apresenta resistência a bacteriose e tolerância à seca.
· Mandioca BRS Kiriris
É uma variedade indicada para o uso industrial. Possui uma alta resistência a podridão de raízes e ampla adaptação.
A utilização da mandioca deixou de ser somente da polpa, o aproveitamento é feito de todas as partes para diversas áreas. A partir da mandioca, foram criados vários subprodutos:
· Polvilho (doce e azedo)
Obtido por decantação (processo de separação que permite separar misturas heterogêneas) da mandioca ralada, prensada e lavada. Trata-se de uma fécula nutritiva que pode ser encontrado como doce e azedo. Para preparo do polvilho azedo, o líquido obtido da mandioca é fermentado até 20 dias, adquirindo assim um sabor azedo. Polvilho azedo é um dos principais ingredientes do famoso pão de queijo. Já o polvilho doce, é mais indicado para receitas de biscoitos. 
· Tucupi
É um líquido de sabor ácido e marcante, obtido da fermentação da manicuera, liquído que sai na prensagem da massa de mandioca brava. Por ser uma espécie venenosa de mandioca, este caldo precisa ser fervido para garantir a evaporação do ácido cianídrico e assim se tornar apto para o consumo. O tucupi é muito utilizado e famoso na região norte, é a base de vários pratos típicos como: Pato no tucupi, moqueca de peixe e tacaca.
· Maniva
Feita a partir da folha da mandioca, parte que possui maior concentração de ácido cianídrico, para consumir é necessário que seja fervida por, pelo menos, 7 dias. A maniva é a base de uma das comidas típicas mais famosas do Pará: A maniçoba.

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