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Brasília-DF. EmprEsa aérEa E sua InfraEstrutura Em sEgurança (safEty and sEcurIty) Elaboração Thiago de Souza Beté Produção Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração Sumário APRESENTAÇÃO ................................................................................................................................. 4 ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA .................................................................... 5 INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 7 UNIDADE I SEGURANÇA OPERACIONAL .................................................................................................................. 9 CAPÍTULO 1 SEGURANÇA NA AVIAÇÃO ....................................................................................................... 9 CAPÍTULO 2 SEGURANÇA DE VOO ............................................................................................................ 18 UNIDADE II SEGURANÇA DA AVIAÇÃO CIVIL CONTRA ATOS DE INTERFERÊNCIA ILÍCITA ........................................... 31 CAPÍTULO 1 OPERADOR DO AERÓDROMO ............................................................................................... 31 CAPÍTULO 2 OPERADOR AÉREO ................................................................................................................ 51 UNIDADE III PROGRAMA NACIONAL DE CONTROLE DA QUALIDADE E DE INSPEÇÃO DA SEGURANÇA OPERACIONAL .... 67 CAPÍTULO 1 CONTROLE DA QUALIDADE E DE INSPEÇÃO ........................................................................... 67 CAPÍTULO 2 O NOVO PARADIGMA DA SEGURANÇA OPERACIONAL .......................................................... 82 REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 91 4 Apresentação Caro aluno A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da Educação a Distância – EaD. Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém ao profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios que a evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo. Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira. Conselho Editorial 5 Organização do Caderno de Estudos e Pesquisa Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam tornar sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta para aprofundar seus estudos com leituras e pesquisas complementares. A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de Estudos e Pesquisa. Provocação Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor conteudista. Para refletir Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões. Sugestão de estudo complementar Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo, discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso. Atenção Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a síntese/conclusão do assunto abordado. 6 Saiba mais Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões sobre o assunto abordado. Sintetizando Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos. Para (não) finalizar Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado. 7 Introdução Esta disciplina foi elaborada com a finalidade de fornecer aos alunos uma visão global da segurança aplicada nas empresas aéreas e aeroportos com suas infraestruturas. Conhecido como Safety e Security, essa disciplina irá propor ao aluno saber a diferença desses termos para que quando solicitado identifique as áreas de trabalho a serem planejadas e trabalhadas em prol da segurança aérea. A disciplina de Empresas Aéreas e sua Infraestrutura em Segurança (Safety and Security) é um instrumento que oferece a base do conhecimento dos conceitos e aplicação do sistema de aviação civil brasileira. Ao encerrar esta disciplina você possuirá condições de identificar os princípios e responsabilidades dos operadores aéreos e dos operadores dos aeródromos. Nesta disciplina, será apreciada na Unidade I, a Segurança Operacional com o capítulo 1 sobre a Segurança na Aviação e o capítulo 2 com a Segurança de Voo. A Unidade II com a Segurança da Aviação Civil contra atos de Interferência ilícita do Operador de Aeródromo e Operador Aéreo em dois capítulos, e por último a Unidade III com o Programa Nacional de Controle da Qualidade e de Inspeção da Segurança promovendo o controle da qualidade e de inspeção e o novo paradigma da segurança operacional. Objetivos » Promover ao aluno um contato mais amplo dentro de um gerenciamento de segurança de voo. » Permitir ao aluno, que compreenda e identifique o papel do profissional na investigação de acidentes e incidentes aeronáuticos. » Incrementar o aluno, a aplicar e ter responsabilidade com os planejamentos, operações e suporte dentro da companhia, seguindo todos os requisitos normativos presente. » Analisar e identificar os princípios básicos da filosofia SIPAER. » Fomentar o aluno a manter a segurança sempre em foco. 8 9 UNIDADE ISEGURANÇA OPERACIONAL CAPÍTULO 1 Segurança na aviação A história Nos primórdios da humanidade, já existia a vontade do homem voar, essa história fica registrada nas primeiras tentativas do imaginário do homem fazendo os primeiros pares de asas copiando um pássaro. Na mitologia grega, Dédalo constrói um par de asas para seu filho Ícaro, com folhas e cera. Porém Ícaro fica deslumbrado com a criação do pai e não o escuta sobre os conselhos de segurança de voo da nova tecnologia. O pai avisa o filho que não se deve voar muito alto, pois a asa é de cera e quanto mais alto, mais perto do sol irá derreter. Sem escutar os conselhos de segurança, Ícaro voa demasiadamente nas alturas e o sol derrete a cera de suas asas, fazendo-o cair no mar Egeu. Fato mesmo que ocorreu por intermédio da ação do homem com balões, aviões, helicópteros e nos dias de hoje, equipamento que tentam colocar o homem para voar. O primeiro instrumento que permitiu ao homem voar foi o balão, criado no século XVIII, porém a transição de balões para aeronaves não fora imediata, pois o avião só surgiu no século XX, exatamente em 1906 com o engenheiro brasileiro Alberto Santos Dumont, projetista e engenheiro, que também construiu os primeiros balões dirigíveis com motores a gasolina na época (ÉVORA, 2013). Essa conquista foi por mérito pelo prêmiointernacional Deutsch no ano de 1901, sobrevoando o entorno da Torre Eiffel com o seu protótipo dirigível no 6 e fazendo por cumprir um circuito estabelecido sob testemunho de oficiais, especialistas, jornalistas e populares na ocasião. Com esse feito, se tornou famoso e conhecido internacionamente. 10 UNIDADE I │ SEGURANÇA OPERACIONAL Exatamente no dia 23 de outubro de 1906, no campo de Bagatelle em Paris, França, a aeronave 14 bis com o nome de Oiseau de Proie II, sobrevoou o campo na frente de milhares de expectadores presentes no local, com a Comissão Oficial do Aeroclube da França, a qual era a entidade reconhecida internacionamente na época, autorizada a homologar o evento significativo da história da aviação. Muitos céticos pela história vão dizer que Santos Dumont não fez história, pois colocam os americanos e irmãos Wilbur e Orville Wright como os verdadeiros engenheiros que fizeram a primeira aeronave em 1903 com o apoio de uma catapulta para impulsionar a decolagem, isso três anos antes do que Santos Dumont em Paris (ÉVORA, 2013). Analisando o fato, não é necessário ser um expert no assunto para corroborar as ações de Santos Dumont, pois é comprovado que na época ele tinha um campo de provas com uma comissão internacional o avaliando, enquanto os americanos não tinham e não tem como provar algo semelhante. Outra situação é que a definição de aeronave sendo “qualquer máquina capaz de sustentar voo, capaz de alçar voo por meios próprios”, dessa forma inviabilizando as catapultas dos americanos. Neste momento a aviação na época era vista com alegria e atraia multidões com os balões e depois os aviões que cruzavam as fronteiras e espaços aéreos sem controle e autorização. Sob esses acontecimentos se evidenciaram muitas preocupações em se iniciar as regulamentações com o novo transporte em cada fronteira. Com essa situação em 1910, ocorreu a primeira conferência de direito aéreo internacional, contando com a presença de 18 Estados sob a alegação de soberania do espaço aéreo, além de outros assuntos a serem discutidos conforme a seguir: » nacionalidade e matrícula das aeronaves; » certificados de aeronavegabilidade; » aptidão técnica do pessoal; » regras a observar à partida; » aterragem ou aterrissagem em rota; » documentos de bordo; » questões terminológicas; » aeronaves públicas e particulares e o seguro obrigatório. Assim, ficam explícitas as questões debatidas na conferência de 1910, a importância da segurança na aviação, pois os Estados não estão somente preocupados com a segurança de seu país, mas também com a segurança de voo das aeronaves. No entanto, 11 SEGURANÇA OPERACIONAL │ UNIDADE I os trabalhos realizados nessa conferência nunca foram terminados, devido ao início de conflito na Europa na época. Assim, somente em 1919, sob a Convenção de Paris que o legado de 1910 se tornou um modelo internacional a ser discutido em nova audiência (ÉVORA, 2013). Na sequência o avião começou a ser utilizado para serviços militares e na Primeira Guerra Mundial em 1914, passaram a ser utilizados em missões de defesa, reconhecimento e ataque. Utilizado apenas para espionar o inimigo durante a guerra, foram mais tarde anexadas bombas e armamento, o transformando em máquinas da morte. Nessa época, muitos engenheiros criaram aviões mais fortes, rápidos e com capacidade de levar um segundo passageiro, colocado como um atirador. As aeronaves eram mais aerodinâmicas se comparado aos aviões da pré-guerra e a indústria assim se fortaleceu, devido a guerra se modernizando com a evolução mecânica, afirmando assim a importância do poderio militar aéreo. Porém, esses aviões não poderiam ser considerados seguros nessa época, pois ainda sim eram construídos muitas vezes com madeira e tecidos, além de não terem equipamentos de navegação básico como as bússolas (ÉVORA, 2013). Com o final da guerra, observou-se que o mercado havia largado os aviões utilizados na guerra e buscaram outros desafios, abrindo o mercado da aviação civil, com as linhas aéreas. Na época se valendo da oportunidade e experiência do desenvolvimento tecnológico da indústria aeronáutica, as empresas lançaram novos modelos, mais rápidos, pressurizados, maiores e com outros conceitos de voar sobre voos transatlânticos, sem escalas e com tempo marcado. Os aviões começaram a ser construídos com alumínio e os motores das aeronaves foram melhorados, recebendo potência enorme se comparado aos antecessores. Esses avanços tecnológicos com a economia passaram a colocar o avião mundialmente conhecido e foi considerada a época dourada da aviação. Primeiro voo regular da aviação e suas necessidades O piloto americano Tony Jannus, realizou o primeiro voo regular da história, transportando carga e passageiros em um hidroavião, entre as cidades de São Petersburgo e Tampa na Flórida. A aeronave tinha espaço para um único passageiro, que na época pagava cinco dólares a empresa de táxi aéreo, pelo voo de 35 quilômetros de distância. No entando, a empresa mesmo sendo considerada a pioneira na linha aérea do mundo, encontrou dificuldades financeiras e fechou as portas alguns meses depois (ÉVORA, 2013). 12 UNIDADE I │ SEGURANÇA OPERACIONAL Durante a década de 1920, muitas empresas abriram as portas e ficaram estabelecidas na Europa e Estados Unidos, assim, foi por onde as companhias começaram a utilizar as aeronaves cargueiras e bombardeiros da Primeira Guerra Mundial, para carregar carga e passageiros naqueles anos. As aeronaves não eram seguras, mas muitas vezes as empresas tornavam elas elegantes, decorando e mobiliando, para dar um melhor conforto aos seus passageiros. No entanto as aeronaves continuavam sendo barulhentas e não tinham sistema de pressurização. Com essa promoção na Europa, a quantidade de aeronaves começou a subir e inicialmente o que era fácil, começou a se tornar difícil, pois as infraestruturas dos aeroportos remanecentes não foi ampliada com a demanda maior de aeronaves. Além desse problema o espaço aéreo tinha suas regras e respeitava as Convenções de Paris (1919) e de Havana (1928), do qual se pretendia regularizar todos os espaços aéreos da Europa e dos Estados Unidos, respectivamente (ÉVORA, 2013). A Convenção de Paris, em 1919, constituiu a segurança operacional como uma preocupação básica para o setor da aviação civil. Assim,0 desde cedo foi que surgiu a necessidade de uma regulamentação internacional, a qual todos pudessem respeitar e cooperar. A Convenção Internacional de Navegação Aérea, assinada na Convenção de Paris em 1919, versou sobre: » aspectos técnicos; » aspectos operacionais; » sinais distintivos das aeronaves; » certificados de navegabilidade de aptidão técnica do pessoal aeronáutico; » livros de bordo; » código da circulação aérea; » cartas aeronáuticas; » informações meteorológicas. Organização da Aviação Civil Internacional (OACI) Em 1944, próximo do fim da Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos perceberam a necessidade de incrementar o comércio aéreo e buscaram com as Nações Unidas 13 SEGURANÇA OPERACIONAL │ UNIDADE I reunir diversos países na cidade de Chicago, cuja denominação ficou conhecida como a Conferência de Chicago. Essa Conferência seria um marco para a aviação comercial até os dias de hoje, pois foram padronizadas as regras técnicas e econômicas do transporte aéreo internacional com o objetivo de se procurar a paz e a união entre as nações e povos (ÉVORA, 2013). Essa Convenção criou a Organização da Aviação Civil Internacional (OACI), que atua como uma agência reguladora do transporte aéreo mundial, ditando as regras tanto em âmbito técnico quanto econômico, com as normas e práticas recomendadas por ela, as “Standards and Recommended Practices” (SARPs) de aplicação uniforme para todos os países signatários e por meio de anexos. Nos dias atuais temos 19 Anexos, conforme a lista a seguir. Tabela 1. Anexos da OACI. Anexos da OACI 1o Licençasde Pessoal 2o Regras do Ar 3o Serviço Meteorológico para a Navegação Aérea 4o Cartas Aeronáuticas 5o Unidades de Medida a Serem Usadas nas Operações Aéreas e Terrestres 6o Operação de Aeronaves 7o Marcas de Nacionalidade e de Matrícula de Aeronaves 8o Aeronavegabilidade 9o Facilitação 10o Telecomunicações Aeronáuticas 11o Serviços de Tráfego Aéreo 12o Busca e Salvamento 13o Investigação de Acidentes de Aviação 14o Aeródromos 15o Serviços de Informação Aeronáutica 16o Proteção ao Meio Ambiente 17o Segurança: Proteção da Aviação Civil Internacional Contra Atos de Interferência Ilícita. 18o Transporte de Mercadorias Perigosas 19o Sistema de Gerenciamento da Segurança Operacional Fonte: CENIPA (2018). Adaptado pelo autor. Uma grande preocupação na época foi a necessidade de incrementação da atividade aérea com debates e um consenso dos países na Convenção de Chicago, pois a questão de segurança era indispensável ao setor aéreo. A Convenção de Chicago foi empregada sobre objetivos dos quais ela governa e se sustenta no desenvolvimento da aviação civil internacional, levando-se em conta a 14 UNIDADE I │ SEGURANÇA OPERACIONAL manutenção, amizade e o bom entendimento das nações conveniadas, um dos objetivos é “Promover a segurança do voo na navegação aérea internacional”, conforme o artigo 44o (h) da Convenção informa para promover a segurança de voo (ÉVORA, 2013). Estude e veja a Convenção sobre Aviação Civil Internacional, do qual foi aprovada e ratificação pelo Decreto no 36.158, de 17 de fevereiro de 1947, em: <http://www.anac.pt/SiteCollectionDocuments/PerfilGenerico/Convencao Chicago/ConvencaoChicagoVerConsolidada.pdf> Manual de Gestão de Segurança Operacional (SMS-Doc. 9859) A história da aviação nos apresenta em um pouco mais de um século, que o setor evoluiu com muita rapidez, em certa parte devido as guerras ocorridas, mas também e principalmente em função das suas vantagens econômicas. Nos dias atuais, muitos consideram que a aviação é a ferramenta de transporte mais segura do mundo, perdendo neste quesito de transporte, apenas para o elevador, pois ambos transportam passageiros de um ponto a outro, embora acidentes aconteçam, coisa que não deveria acontecer. A OACI produziu o Manual de Gestão de Segurança Operacional (SMS-Doc. 9859), e nele se afirma que a aviação é o meio de transporte mais seguro do mundo, isso porque a própria OACI, utiliza-se de dados e estatísticas de voos e horas de voo das empresas aéreas no mundo todo (ÉVORA, 2013). Estude e veja o Manual de Gestão de Segurança Operacional (SMS-Doc. 9859), em: < h t t p s : / / w w w. i c a o. i n t / s a f e t y / S a f e t y M a n a g e m e n t / D o c u m e n t s / Doc.9859.3rd%20Edition.alltext.en.pdf> O DOC 9859 descreve o progresso da aviação e a sua confiabilidade em segurança diferenciando em três eras com cada um tendo seu atributo especial. A primeira era trata da aviação desde o seu início nos anos de 1900 até o final dos anos 1960, quando a aviação foi caracterizada como um sistema frágil sob a visão da confiabilidade de segurança de voo. Segundo o manual a aviação de início foi pouco regulamentada, até por conta da baixa confiabilidade das aeronaves e pela tecnologia precária na época, sem mencionar a infraestrutura, insumos de aviação e a demanda das operações aeronáuticas situada na época (ÉVORA, 2013). 15 SEGURANÇA OPERACIONAL │ UNIDADE I Nos primeiros dias de aviação comercial, houve inúmeros acidentes e assim surgiu a prioridade dos primeiros processos de segurança operacional para prevenção de acidentes, mas que as investigações de acidentes eram para se tornar um meio exclusivo visando a prevenção. Porém, naquele tempo ficava difícil uma investigação apurada, por conta da precariedade de apoio técnico e tecnológico da época. As falhas de segurança, apesar de não serem corriqueiras, também não eram raras, pois não havia um sistema para se colocar a indústria para funcionar com segurança, mas sim apenas se pensava em colocar as aeronaves para voo, pois se pensava que o foco da segurança estava no indivíduo e não na máquina. Hoje isso mudou, pois, o foco cai por vez no indivíduo e a gestão de riscos como alicerces fornecido por programas e sistemas de treinamento para empresas, tripulantes e terceiros envolvidos com a aeronave, como por exemplo a manutenção (ÉVORA, 2013). A partir dos anos 1950, a aviação começou a deslanchar e a reduzir o número de acidentes, e a indústria aeronáutica ficou mais segura, além de ser uma das atividades mais regulamentadas se comparadas a outros setores de transporte, isso ocorrendo em sua maior parte pela evolução tecnológica do setor aeronáutico. Com a evolução das investigações de acidentes e o desenvolvimento de infraestrutura do setor, houve uma contribuição gradual na queda de acidentes aeronáuticos, bem como na mesma proporção o aumento de regulamentação no setor. A aviação nessa época estava surgindo como um meio de transporte de massa, mas a tecnologia ainda não estava acompanhando a operação e assim, a indústria iniciou o desenvolvimento com pesquisas para mudar esse desempenho e acabar com as falhas recorrentes de segurança operacional. Dessa forma, a atividade de segurança operacional se concentrava apenas na investigação técnica (ÉVORA, 2013). No início dos anos 1970, pode configurar a segunda era, terminando próximo da década de 1990, pois nesse período, ocorreram inúmeros avanços tecnológicos, como a aplicação de motores à reação, pilotos automáticos, radares, compensadores de voo, comunicações, equipamentos de navegação aérea e equipamentos tecnológicos tanto na aeronave como em solo. Dessa forma, iniciou-se a chamada “era humana”, em que a atividade de segurança operacional passou a se centrar na aplicação dos fatores humanos (ÉVORA, 2013). Assim, por se dizer, a aviação se tornou mais segura, com sistemas mais complexos, porém investindo sempre em segurança. Prova disso foi a queda de frequência de falhas de segurança e o foco da vez passou a ser a investigação dos incidentes. Essa mudança de investigação de acidentes para os incidentes tem como objetivo e perspectiva aumentar 16 UNIDADE I │ SEGURANÇA OPERACIONAL a segurança de voo, uma vez que o incidente, ou o quase acidente, se torne um meio de se evitar acidentes futuros. A perspectiva da atuação com o foco nos fatores humanos, contribuiu para aumentar a segurança operacional, mas ainda não foi o suficiente, mesmo com os grandes investimentos na indústria aeronáutica. Isso por se dizer, que nos anos 1990, houve avanços mais significativos no quesito segurança operacional desde a instituição até por parte da infraestrutura que apoia o setor aéreo (ÉVORA, 2013). Logo, de 1990 até os dias atuais, a aviação chegou a sua terceira fase de confiabilidade e o sistema se tornou ultra seguro. O indivíduo entrou em um contexto operacional definido em seu ambiente, ao contrário do que se sucedeu na era anterior que o concentrava apenas em fatores humanos, não dando atenção ao sistema operacional que ali se realizava. Hoje a segurança operacional começou a ser aplicada nos seguintes fatores: » fatores humanos; » fatores organizacionais; » fatores técnicos. Sobre este contexto que a “era da organização” na aviação aplicou a noção de “acidente de organização”. Falando globalmente, os acidentes aéreos se tornaram-se excepcionais, sob uma abordagem de negócio para gestão de segurança, com o foco na coleta de dados e análises dos acidentes, diariamente, definindo-se assim um sistema de gestão em segurança tendo como base a introdução de práticas de gestão de negócios para gestão operacional. Considera-se, assim, o crescimento de passageiros e mercadorias transportadas com a aplicação do sistema de segurança de voo controlando o risco de segurança. A função da gestão de segurança é cada vez mais importante no desempenho operacional, à medida que se aplica formas e práticas mais seguras (ÉVORA,2013). A gestão de qualidade opera com mais eficiência à medida que a gestão de segurança, avança na tecnologia, isso gera ótimos resultados financeiros e operacionais. Dessa forma, pode-se colocar que a segurança operacional é parte integrante da gestão de risco do negócio da aviação e precisa estar nos investimentos das empresas e organizações aéreas. No entanto, muitas empresas apenas lembram de investir na segurança operacional quando acontece um acidente e acabam avaliando as perdas humanas e materiais, além 17 SEGURANÇA OPERACIONAL │ UNIDADE I dos custos diretos e indiretos na ocasião. Por essa questão que a gestão de segurança é uma ferramenta administrativa para elevar o nível de segurança operacional com o objetivo e eficiência na operação de gestão de vários sistemas do setor aeronáutico (ÉVORA, 2013). 18 CAPÍTULO 2 Segurança de voo Segurança de voo para a aviação No Brasil, o Código Brasileiro de Aeronáutica (CBAer), com a sua Lei no 7.565, de 19 de dezembro de 1986, estabelece em seu artigo 25, que a infraestrutura aeronáutica pode ser também destinada a promover a segurança, a regularidade e a eficiência da aviação civil. Pela Lei no 11.182, de 27 de setembro de 2005, a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), se tornou responsável pela promoção da segurança, da regularidade e da eficiência em todos os aspectos da aviação civil, exceto sistema de controle do espaço aéreo, controlado pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) e do sistema de investigação de acidentes aeronáuticos (SIPAER) com Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), (LIRA, 2012). Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA) O CENIPA é uma organização do Comando da Aeronáutica (COMAER), tem como responsabilidade as atividades de investigação e prevenção de acidentes e incidentes aéreos que ocorram em todo território brasileiro (CENIPA, 2018). As atividades realizadas pelo CENIPA estão previstas pelo Decreto no 5.196, de 26 de agosto de 2004, que tem por finalidade planejar, gerenciar, controlar e executar as atividades relacionadas com a prevenção e investigação de acidentes aeronáuticos no País. Hoje, o CENIPA, possui uma infraestrutura que contempla de laboratórios e programas de segurança: » Laboratório de destroços: espaço que contém as peças de aeronaves quebradas e danificadas, que são utilizadas pelas equipes da Divisão de Formação e Aperfeiçoamento (DFA), para que seja realizado o treinamento nos cursos de segurança de voo e de formação de investigadores de acidentes aeronáuticos. 19 SEGURANÇA OPERACIONAL │ UNIDADE I » Laboratório de Leitura e Análise de Dados de Gravadores de Voo (LabData): responsável pela leitura, interpretação e análise do áudio e dados que esteja gravado na memória dos gravadores de voo (CVR, FDR ou Comb) ou popularmente conhecida como “caixas pretas” para terem informações das investigações de acidentes e incidentes aeronáuticos, para aplicar na prevenção. » Programas para Prevenção de Acidentes Aeronáuticos: existe atualmente três programas que gerenciam para prevenção de acidentes aéreos. › Programa de Risco Baloeiro. › Programa de Risco da Fauna. › Programa de Risco de Emissão de Raio Laser. O CENIPA também realiza atividades educativas e promocionais com o objetivo de conscientizar o setor aeronáutico sobre os riscos de voo. Com isso, são oferecidos todos os anos mais de 120 ações de prevenção, patrocinada com recursos do SIPAER. Essas ações são entre outros movimentos, cursos, seminários, palestras, congressos, vistorias e reuniões que tenham o objetivo de disseminar a filosofia SIPAER no setor aeronáutico (CENIPA, 2018). Para a oferta de segurança de voo e com o foco de mitigação dos riscos, o CENIPA atua por meio de sete Serviços Regionais de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SERIPA), que são espalhados pelo território brasileiro e que oferecem a investigação de incidentes e acidentes em determinadas áreas do país e são estruturados conforme. Tabela 2. Relação de unidades do SERIPA nos territórios brasileiro. Unidades Territorio de Responsabilidade 1. SERIPA com Base em Belém - PA » Estados do Maranhão e Amapá 2. SERIPA com Base em Recife - PE » Região Nordeste do país (exceto Maranhão) 3. SERIPA com Base em Rio de Janeiro - RJ » Estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo 4. SERIPA com Base em São Paulo - SP » Estados de Mato Grosso do Sul e São Paulo 5. SERIPA com Base em Canoas - RS » Região sul do país 6. SERIPA com Base em Brasília - DF » Estados do Tocantins, Mato Grosso, Goiás e Distrito Federal 7. SERIPA com Base em Manaus - AM » Região Norte do país (exceto Amapá). Fonte 1 – CENIPA (2018). Adaptado pelo autor. Hoje, o CENIPA, disponibiliza informações de segurança em formato aberto em seu site conforme: 1. recomendações de segurança; 20 UNIDADE I │ SEGURANÇA OPERACIONAL 2. relatórios de investigação; 3. notificações recebidas; 4. divulgações operacionais; 5. relatórios estatísticos; 6. gráficos interativos. Estude e veja no site do CENIPA, as informações de segurança que eles fornecem, em: <http://www2.fab.mil.br/cenipa/> Segundo o CENIPA, a prevenção de acidentes aeronáuticos somente depende da participação e do envolvimento de todos na aviação civil e militar brasileira, pois prevenir acidentes é uma das principais atividades. No Brasil, o CENIPA, deve seguir o anexo 13 (Investigação aérea) e contempla 10 diretrizes das quais são renomeadas como Norma do Sistema do Comando da Aeronáutica (NSMA), conforme a lista a seguir: Tabela 3. Normas do Sistema do Comando da Aeronáutica (NSMA). Normas do Sistema do Comando da Aeronáutica (NSMA) NSMA 3-1 Conceituação de vocábulos, expressões e siglas de uso no SIPAER. NSMA 3-2 Estrutura e atribuição do SIPAER NSMA 3-3 Prevenção de Acidentes e Incidentes Aeronáuticos NSMA 3-4 Plano de Emergência Aeronáutico em Aeródromo (PEAA) NSMA 3-5 Comunicação de Acidente ou Incidente Aeronáutico NSMA 3-6 Investigação de Acidente ou Incidente Aeronáutico NSMA 3-7 Responsabilidade dos Operadores de Aeronaves em caso de Acidente ou Incidente Aeronáutico NSMA 3-8 Danos causados a terceiros decorrentes de Acidentes ou Incidentes Aeronáuticos com aeronaves militares do Comando da Aeronáutica NSMA 3-9 Recomendações de segurança emitidas pelo SIPAER NSMA 3-10 Formação e utilização Técnico-Profissional de Pessoal do SIPAER Fonte 2 - CENIPA (2018). Adaptado pelo autor. Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) O DECEA, é responsável pelo controle do espaço aéreo brasileiro, fornecedor dos serviços de navegação aérea que possibilitam os voos e a disposição dos fluxos de tráfego aéreo no País. 21 SEGURANÇA OPERACIONAL │ UNIDADE I Ele também é o órgão gestor do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB), que compreende outras 13 organizações, responsáveis pela execução operacional das atividades que materializam o cumprimento das metas e atribuições. Para executar e planejar as atividades, o DECEA, deve operar em mais de 22 milhões de km2 de espaço aéreo, que é de responsabilidade do Brasil, com uso de tecnologia e recursos humanos especializados para as estratégias do SISCEAB (DECEA, 2018). Segundo o próprio DECEA, os recurso disponibilizados contam com estruturas físicas e de instalações em todo o território brasileiro, contando com mais de 12 mil profissionais, atuando dia após dia, 24 horas por dia em bases conforme: » 5 centros de controle de área; » 42 controles de aproximação; » 59 torres de controle de aeródromo; » 79 destacamentos de controle do espaço aéreo; » 90 estações de telecomunicações aeronáuticas; » 75 estações prestadoras de serviços de telecomunicações e de tráfego aéreo; » 170 radares; » 50 sistemas de pouso por instrumentos, dentre outros auxílios à navegação aérea. Estude e veja mais no site do SIPAER, o trabalho realizado pelas equipes,em: <https://www.decea.gov.br/?i=quem-somos&p=o-decea> No Brasil, o DECEA, deve seguir os seguintes anexos da convenção: 3 (meteorologia), 4 (cartas aeronáuticas), 10 (telecomunicações), 11 (tráfego aéreo), 12 (busca e salvamento) e o 15 (serviços de informação). Estrutura e atribuições Na ANAC, a Gerência Geral de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (GGIP) assessora a Agência e centraliza as informações relativas a acidentes, atuando em coordenação com o CENIPA. Após a OACI, ter implantando o Doc 9859, efetivando o Safety Management System (SMS), traduzido no Brasil como Sistema de Gerenciamento da Segurança Operacional 22 UNIDADE I │ SEGURANÇA OPERACIONAL (SGSO), por meio dos anexos 6 (Operação de Aeronaves), 11 (Serviços de Tráfego Aéreo) e 14 (Aeródromos). O termo ou conceito de segurança operacional segue em uma abordagem sistêmica e mais ampla, se considerar todos os aspectos de uma operação de uma aeronave, fabricantes, empresa aérea, aeroportos e ou centros de manutenção, promovendo sempre a melhoria contínua dos níveis de segurança (LIRA, 2012). O SGSO é implantado no Brasil, por meio do Programa Brasileiro de Segurança Operacional (PSO-BR), do qual se estabelece como estratégia para a segurança operacional da aviação civil a elaboração e implantação de programas específicos para a ANAC e o COMAER. Na ANAC, o Programa de Segurança Operacional Específico da ANAC (PSOE-ANAC) contempla as diretrizes e requisitos para orientar a implantação e desenvolvimento de Sistemas de Gerenciamento da Segurança Operacional (SGSO) por parte de seus entes regulados (LIRA, 2012). O SIPAER é constituido com os seguintes órgãos e elementos, além do CENIPA, conforme: » Comissão de Investigação de Acidentes Aeronáuticos (CIAA), a qual investiga o acidente aeronáutico. » Comissão Nacional de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CNPAA), entidade interministerial, representada por integrantes de diversos ministérios e de todos os segmentos do setor aéreo. » Seção de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SIPAA), é uma estrutura pertecente das Organizações Militares que possuem aeronaves orgânica ou unidade aérea sediada e dos SERAC. » Seção de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SPAA), é a estrutura dos Comando Aéreos Regionais, Diretorias e Força Aéreas. » Subseção de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SSIPAA), é a estrutrura dos Grupos de Aviação e Esquadrões Aéreos sediados em Organizações Militares quando houver ação administrativa ou operacional. As empresas aéreas e entidades civis que operam, fabricam, efetuam manutenção ou circulam com aviões, deverão ter um setor específico para segurança de voo e participar da estrutura organizacional da empresa (LIRA, 2012). 23 SEGURANÇA OPERACIONAL │ UNIDADE I O setor deverá ser administrado por uma pessoa credenciada pelo CENIPA, que ficará denominada como: » Agente de Segurança de Voo (ASV), é um agente credenciado pelo CENIPA, para exercer funções de prevenção e investigação. » O Oficial de Segurança de Voo (OSV), é um oficial credenciado pelo CENIPA, para exercer o desempenho das atividades de prevenção e investigação. » O Elemento Credenciado (EC), é uma pessoa civil ou militar, que terminou um dos estágios de segurança de voo ou o módulo de Curso de Segurança de Voo (CSV). Essa pessoa terá suas atribuições e responsabilidades previstas na Norma de Sistema do Ministério da Aeronáutica (NSMA) e atuação em área específica. Fundamentos da prevenção As operações de prevenção de acidentes devem ser planejadas e aplicadas baseando-se nas seguintes doutrinas: » todas as missões podem ser cumpridas sem sacrifício da segurança de voo; » a finalidade da segurança de voo é assegurar o cumprimento da missão de uma organização por meio da manutenção da sua capacidade operacional; » todos os acidentes podem ser evitados, para tanto, efetivas ações precisam ser adotadas antes que seja atingido o ponto de irreversibilidade do acidente aeronáutico. » para que a prevenção de acidentes produza benefícios almejados, faz-se necessário uma mobilização geral em torno do mesmo objetivo. Normas do SIPAER No Brasil, as operações de prevenção e investigação de acidentes aeronáuticos eram organizadas e aplicadas para investigação do que para prevenção. Com a entrada da aviação militar, tanto da Marinha como a do Exército, as investigações dos acidentes ou incidentes eram sempre com apuração de responsabilidades, por meio de inquéritos investigativos (LIRA, 2012). A Marinha e o Exército criaram suas próprias aviações e por isso ambas faziam suas investigações de forma autônoma, mas sempre com a única finalidade que seria de apurar 24 UNIDADE I │ SEGURANÇA OPERACIONAL responsabilidades. A Marinha realiza o Inquérito Policial Militar (IPM) e o Exército realiza o Inquérito de Acidente Aeronáutico (IAA). Ambos os casos se realizava de forma empírica e sem qualquer preocupação com a prevenção de ocorrências semelhantes. Após 1941, com a criação do Ministério da Aeronáutica, esses procedimentos foram revistos e ambos foram unificados, sob a responsabilidade da então Inspetoria Geral da Aeronáutica, criando por sua vez o Inquérito Técnico Sumário para investigação de acidentes aeronáuticos, derrubando de uma vez os IPM e o IAA. Com a aviação civil crescendo nesta época, houve a necessidade de obter um decreto para que a investigação fosse realizada em território nacional, assim o Decreto no 24.749, de 05 de abril de 1948, foi aprovado e criado o Regulamento do Serviço de Investigação para colocar um padrão para a investigação de acidentes (LIRA, 2012). Com o recém-chegado regulamento da Inspetoria Geral da Aeronáutica, em 1951, nasceu a sigla SIPAER, criando o primeiro programa de prevenção de acidentes aeronáuticos na aviação brasileira. Por meio do Decreto no 57.055, de 11 de outubro de 1965, a estrutura do SIPAER é alterada e a sigla passa a significar a atividade de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos, agora com novo regulamento, pois aperfeiçoaram a antiga regulamentação e o Inquérito Técnico Sumário é substituído pela análise dos aspectos básicos relacionados com a atividade aeronáutica, sendo eles os fatores humanos, fatores materiais e fatores operacionais. Em 1966, surge o Relatório de Investigação Aeronáutico e o Relatório Final em substituição ao Inquérito Técnico Sumário e ao Relatório Sumário respectivamente. A investigação começa a ter essência sobre os ensinamentos dela extraidos, sob a forma de recomendações. Assim, as empresas, organizações ou qualquer pessoa envolvida pode transformar essas recomendações em medidas corretivas para que se evitem acidentes ou incidentes semelhantes (LIRA, 2012). Dessa forma a palavra “inquérito” é abolida e surge uma nova filosofia com o objetivo principal de “Prevenção de Acidentes”. Ainda no mesmo período, é marcada a chegada dos oficiais para o treinamento das novas diretrizes técnicas de prevenção e investigação, por meio das diretrizes, normas e programas de prevenção do SIPAER. Por meio do decreto no 69.565, de 19 de novembro de 1971, o Sistema SIPAER passou a ter forma de serviço e foi criado o CENIPA, atribuindo o orgão central do sistema SIPAER, dentro da estrutura da Inspetoria Geral. Somente em 1974, oito anos após o Brasil ter substituido a palavra Inquérito, a OACI recebeu uma proposta brasileira para a substituição da denominação “INQUIRY” por 25 SEGURANÇA OPERACIONAL │ UNIDADE I “INVESTIGATION”, para que dessa forma, a investigação de acidentes tenha o objetivo de propor a segurança de voo, eliminando e excluindo qualquer imagem judicial e ou policial, que o termo “Inquérito” traz naturamente consigo. Vistoria de Segurança de Voo (VSV) A vistoria de segurança de voo é um dos principais instrumentos para a prevenção de acidentes aéreos na qual se permitem descobertas de situações de real perigo. Ela tem como finalidade forneceraos diretores e chefes uma análise das condições e fatores que afetam e que possam prejudicar a segurança com a intenção de desencadear ações corretivas no risco (LIRA, 2012). Existem dois tipos de VSV, dos quais são realizadas com intervalos de no mínimo um ano em cada setor, são elas as Vistoria Periódica, realizada em intervalos predeterminados e a Vistoria Especial, realizada após a ocorrência de um acidente aéreo. Relatórios de Prevenção (RELPREV) O RELPREV, é o documento que contém o relato de fatos perigosos para a atividade aérea, do qual permite os gestores ou autoridades responsável adotar medidas corretivas contra o perigo em momento oportuno. É um instrumento do sistema rápido e eficaz, devido a sua simplicidade com que é aplicado e atinge os setores envolvidos nas situações de perigo. O preenchimento pode ser anônimo ou não e caso seja identificado, este irá receber a resposta da solução aplicada, porém o documento não será usado para fins de punição. O relato de fatos potencialmente perigosos ou não deixa a autoridade responsável por adotar medidas corretivas adequadas a cada fato. Dessa forma, ela aplica o Relatório de Incidente (RELIN) e o Relatório Preliminar (RP). O RELIN, deve ser um relatório formal com o prazo de 60 dias, e seu resultado de coleta de dados deve analisar os fatos e circustâncias relacionadas ao incidente aeronáutico, do qual se deve apresentar a conclusão e as recomendações de segurança com o objetivo de prevenção de acidentes aéreos (LIRA, 2012). O RP, deve ser um relatório formal com o prazo de 10 dias, e seu documento é destinado ao registro e divulgação de informações preliminares apenas a respeito das circunstâncias dos fatos do acidente, tendo como objetivo agilizar a adoção de medidas de prevenção até que se conclua o RELIN. 26 UNIDADE I │ SEGURANÇA OPERACIONAL Relatório de Investigação de Acidente Aeronáutico (RELIAA) É um relatório formal e contínuo do RP em caso de acidente aeronáutico e tem seu prazo de 90 dias. Deve ser um documento formal, com os resultados da coleta dos dados e análise dos fatos e circustâncias relacionadas ao acidente. A conclusão de apresentar as ocorrências e as recomendações de segurança tem por objetivo a não reincidência de acidentes semelhantes ou efeito mitigador nos mesmos. Relatório Final (RF) É um documento de caráter ostensivo e destinado a divulgação oficial do Ministério da Aeronáutica, contendo as recomendações de segurança, a ser aplicada a um acidente aéreo. Tem sua emissão pelo Chefe do Estado Maior da Aeronáutica e com o objetivo de divulgar as recomendações de segurança especifica ao acidente relatado (LIRA, 2012). Código Brasileiro de Aeronáutica (CBA) O artigo 87 do CBA, determina que toda a prevenção de acidentes aeronáuticos deve ser de responsabilidade de todas as pessoas, civis ou militares envolvidas com a fabricação, operação, manutenção e toda atividade de apoio com a infraestrutura do setor aeronáutico. Certificado Médico Aeronáutico (CMA) Até um tempo atrás, qualquer pessoa que fosse obter uma credencial médica para exercer funções no setor aéreo, buscaria o Certificado de Capacidade Física (CCF), no entanto a ANAC, substituiu pelo Certificado Médico Aeronáutico (CMA), que no presente momento passa a ser on-line e conter todas as informações sobre a classe, tipo sanguíneo e fator Rh. O exame de saúde tem por foco de certificar a aptidão fisica e mental dos individuos, considerando o exercício de cada função. O certificado médico limita o risco à segurança de voo decorrente de problemas de saúde, colocando validade específica de acordo com a classe, idade e função do indivíduo examinado. Também é imprescindível a leitura e assinatura do termo de responsabilidade sob o formato de Formulário de Antecedentes Médicos antes da realização do exame. 27 SEGURANÇA OPERACIONAL │ UNIDADE I Os CMA, são propostos em 5 classes, conforme a seguir: » 1ª classe: piloto de linha aérea, piloto comercial e piloto privado com habilitação IFR. » 2ª classe: piloto privado, comissário de voo, operador de equipamentos especiais, mecânico de voo e piloto de balão livre. » 3ª classe é aplicável à categoria de controladores de tráfego aéreo. » 4ª classe: piloto de aeronave leve e piloto de planador. » 5ª classe: piloto remoto de VANT Acidentes e incidentes aeronáuticos O acidente aéreo é considerado toda ocorrência que tem relação com a operação de uma aeronave, sendo levado em conta o momento em que uma pessoa embarca tendo a intenção de se realizar o voo até o momento em que todos tenham desembarcado da aeronave. Dentro do período acima situado, deve acontecer pelo menos uma dessas situações: » Pessoa que sofra lesão grave ou tenha falecido como resultado de estar dentro da aeronave ou que esteja em contato direto com qualquer parte. Também inclui aquelas peças que tenham se desprendido ou a exposição da hélice, motor ou escapamento de um jato. Uma observação importante é que existe uma exceção, quando a pessoa entra em óbito por causas naturais, ou recebe lesões por ato de terceiros. » Que a aeronave deva sofrer danos ou falhas estruturais que afetem o desempenho de voo, e que exija substituição de peças ou que se realizem grandes reparos de manutenção da aeronave. O incidente aeronáutico por sua vez, é uma ocorrência anormal do acidente, ou seja, ela foi um quase acidente, pois não chegou a acontecer e também está associada a operação da aeronave, significando que há intenção de voo, afetando a segurança dos passageiros e tripulantes. São considerados vários tipos de incidentes, dos quais podem ocorrer no solo ou no voo e a situação de intenção de voo prevalece. Porém existe uma diferença, entre um incidente grave e o acidente que necessariamente são apenas as consequências que irão diferenciar. 28 UNIDADE I │ SEGURANÇA OPERACIONAL Uma quase colisão que requer uma manobra evasiva, é considerada como incidente grave, pois o acidente de fato não aconteceu, a aeronave estava voando, mas o incidente foi gravíssimo, pois quase foi um acidente. Ocorrência em solo As ocorrências em solo são todos os eventos que envolvem a aeronave e não existe a intenção de voo, da qual resulte em dano na aeronave ou lesão às pessoas. Assim, pode se dizer como exemplo, que uma aeronave no pátio e que não tem intenção de voo, mas está sendo manobrada e colide com outra aeronave estacionada, resultando em dano, é considerada uma ocorrência em solo. Diferentemente se essa mesma aeronave, nessa mesma condição, porém com intenção de voo quase colide com outra aeronave estacionada, pode ser considerada como incidente. Analisando essa mesma situação, com intenção de voo, se existir a colisão e danificar uma peça da aeronave, sem ferir um passageiro ou destruir alguma parte estrutural da aeronave é considerado incidente grave. Finalizando essa mesma situação, com intenção de voo e existindo a colisão, porém danificando a aeronave estruturalmente ou que a pessoa sofra lesão grave ou tenha falecido, é considerado acidente aéreo. Assim, a diferença de acidente com incidente e ocorrência de solo, se passa pela intenção de voo, se existe lesões, fatalidades ou destruição de parte ou total da aeronave, resultando nas suas consequências. Fatores contribuintes Os fatores contribuintes, são considerados como o ato, ou fato, omissão ou combinações que aliadas a outras situações e em sequência conduzem a ocorrência de um incidente ou acidente aéreo. Os fatores contribuintes classificam-se de acordo com o propósito da segurança de voo, que seja ela os fatores humanos, fatores materiais e fatores operacionais. Nessa concepção o fator humano, deve conceber a previsão de falha humana com políticas de prevenção nos aspectos fisiológicos e psicológicos. Ambos os modelos, interferem no desempenho do ser humano em sua atividade profissional, porém o aspecto fisiológico varia as ações em cima das físicas e fisiológicas 29 SEGURANÇA OPERACIONAL│ UNIDADE I e o aspecto psicológico varia as ações psicológicas, psicossocial e organizacional, conforme detalhado na figura a seguir. Figura 1. Divisão do fator humano. Fisiológico •Físicas •Fisiológicas Psicológico •Psicológicas •Psicossocial •Organizacional Fator humano Fonte: Adaptado pelo autor. Fator material é a área de estudo da segurança de voo que se refere nos seus aspectos de projeto, fabricação e de manuseio do material. Os fatores materiais, prevalecem da prevenção do início de projeto da aeronave, passando pela produção e a fabricação, para a montagem e inspeção, até a manutenção. Com isso o controle de qualidade deve detectar as deficiências. As deficiências de projeto são componentes da aeronave por inadequação de material previsto, como controles, instrumentos, luzes e qualquer coisa que interfira em sua forma, tamanho, posicionamento ou instalação. As deficiências de fabricação são deficiência no processo de montagem do material empregado na aeronave ou do próprio manuseio durante o processo de fabricação. Deficiência de manuseio de material é o manuseio do material em questão decorrente de falha prematura ocasionada pelo manuseio, estocagem ou sua utilização de forma incorreta ou sob condições inadequadas até a sua operação, que poderá provocar alterações em seu desempenho calculado no projeto. 30 UNIDADE I │ SEGURANÇA OPERACIONAL Figura 2. Esquema de linha do qual o controle de qualidade faz as inspeções desde o projeto, fabricação e manuseio. Projeto Controle de qualidade Fabricação Controle de qualidade Manuseio Controle de qualidade Fonte: Adaptado pelo autor. Os fatores operacionais tem seu foco em erros operacionais causados por humanos no ambiente de trabalho. Podemos dizer que erros da tripulação, piloto ou copiloto, da supervisão e ou da manutenção. O fator operacional humano, também pode ocorrer com erros nas previsões meteorológicas, infraestrutura e instrução. Uma deficiente manutenção em uma empresa aérea pode gerar dúvidas em sua tripulação, que poderá gerar uma deficiência na coordenação de cabine de voo, que pode coincidir com uma deficiência na aplicação de comandos da aeronave no voo e que poderá resultar em um incidente ou até o acidente. Assim, o fator operacional é a área de estudo da segurança de voo que entende o desempenho do ser humano nas atividades relacionadas a operação de voo. A prevenção de acidentes aeronáuticos inicia-se com a verificação padronizada das listas de verificações, ou como mais conhecida o (Check list). Um mecânico, por exemplo, tem sua manutenção crítica sem um check list, visto de sua atividade deve identificar alguma anormalidade no equipamento ou material. Neste caso, mesmo o mecânico ou qualquer outro profissional que não esteja habituado com o problema enfrentado, ele poderá identificar a anormalidade com a utilização do check list, resultando na resolução da dúvida vista. Se houver dúvidas, e ficar contra as informações da lista, a dúvida poderá ser sanada com um profissional da área, como engenheiro, técnico, tripulante responsável, comandante ou copiloto. Mas é muito importante que todos os profissionais exerçam suas funções, sempre com o pensamento de prevenção, para estar sempre atento em sua atividade, não alterando sua rotina ou da empresa. 31 UNIDADE II SEGURANÇA DA AVIAÇÃO CIVIL CONTRA ATOS DE INTERFERÊNCIA ILÍCITA CAPÍTULO 1 Operador do aeródromo Termo e definições O Regulamento Brasileiro de Aviação Civil, no 1 (RBAC-01) contempla os termos e definições, nomeados como “Definições, Regras de Redação e Unidades de Medida para o Uso nos RBAC”. O Decreto no 7.168, de 5 de maio de 2010, dispõe do Programa Nacional de Segurança da Aviação Civil contra Atos de Interferência Ilícita na Lei no 7.565, de 19 de dezembro de 1986, do qual é sobre o Código Brasileiro da Aeronáutica (CBA). A seguir, teremos alguns termos e definições resignadas ao operador do aeródromo que contemplam sobre o programa: Toda área controlada dentro de um aeródromo é considerada de acesso restrito, permitida somente para pessoas com permissões dadas pelo próprio operador, podendo restrigir o perímetro do lado operacional, a fim de se evitar riscos não prioritários e pontos sensíveis em outras áreas de operação (RBAC No 107, 2015). Existe uma área de recebimento ou aceitação de mala postal ou carga que deve ser designada pelo próprio operador do aeródromo, a fim de se destinar um processo de aceitação de todos os tipos de cargas de transporte aéreo. Também contemplam no aeródromo uma área de armazenamento de mala postal ou de carga que é designada e limitada pelo próprio operador, para armazenamento temporário dos volumes de cargas. A área de fiscalização ou de conferência de mala postal e de carga deve ser destinada pelo operador, a fim de se obter o controle e a fiscalização das organizações públicas, controle 32 UNIDADE II │ SEGURANÇA DA AVIAÇÃO CIVIL CONTRA ATOS DE INTERFERÊNCIA ILÍCITA aduaneiro, sanitário e tudo o que for relativo à segurança pública ou fitozoossanitário (RBAC No 107, 2015). A área de inspeção de mala postal ou de inspeção de segurança de carga, é a área designada e delimitada pelo operador, para se realizar todos os procedimentos de inspeção de segurança pertinente ao todo volume de carga vinda do transporte aéreo. A área de expedição da carga e mala postal ou conhecida como aérea de paletização, é uma área designada pelo operador e destinada a todos os processos de paletização ou unitização de todas as cargas e volumes para o transporte aéreo, a serem colocadas nas aeronaves (RBAC No 107, 2015). Área ou ponto de transferência de mala postal ou de carga, é designada pelo operador para a função de processos e procedimentos de transferência de responsabilidade da guarda e proteção das malas postais e cargas dentro do processamento do terminal de cargas do aeródromo. Área de perímetro patrimonial, significa toda área indicada na exploração do aeródromo, abrangendo todo o complexo aeroportuário, sendo caracterizado pelo sítio aeroportuário. Normalmente caracterizado pelas edificações, faixas de domínio, terrenos e todas as áreas com instalações operacionais, administrativas e comerciais do aeródromo indicado no instrumento de outorga de exploração. Área pública significa uma área interna ao perímetro patrimonial, na qual normalmente não existe aplicação de processos ou medidas de controle de acesso, e o público tem total acesso e circulação livre, como banheiros, terminais, estacionamentos, lojas e departamentos de compras ou alimentação (RBAC No 107, 2015). A avaliação de risco, significa todo o processo de aplicação de gestão da Segurança da Aviação Civil contra atos de interferência ilícita, que abrange pelo menos as etapas: » vulnerabilidade; » identificação de ameaças; » nível de exposição das operações ao risco de atos de interferência ilícita. Com essas três etapas que a aviação comercial civil opera e configura o transporte aéreo público de passageiros ou carga. Também deve-se observar que a aviação geral também tem o foco nas operações de aviação civil, mas não configuram o transporte aéreo público de passageiros ou cargas. Todo volume de carga ou bagagem suspeita, terá uma denominação que apresente as seguintes caracteristicas: 33 SEGURANÇA DA AVIAÇÃO CIVIL CONTRA ATOS DE INTERFERÊNCIA ILÍCITA │ UNIDADE II » não identificável; » abandonada; » violada, que apresente algum tipo de ruído, exalação de odor ou que apresente algum sinal de vazamento de qualquer substância líquida, sólida ou gasosa que não seja identificada como substância permitida no transporte aéreo. O canal de inspeção tem em seu significado como um ponto de controle de acesso às áreas restritas de segurança que constituem sobre um ou mais módulos de segurança e inspeção. O módulo de inspeção, tem em seu significado um conjunto de recursos humanos e materiais habilitados que serão aplicados emum canal de inspeção do aeródromo para realizar procedimentos e inspeções as pessoas, equipamentos, veículos e suprimentos (RBAC No 107, 2015). Todas as cargas ou volumes de cargas, deverão ser submetidas a controles de segurança já na sua primeira inspeção, para descobrir sua origem e destino, conforme caracteristicas a seguir: » Tenha informações que indiquem ou denúncias que podem representar uma ameaça. » Que apresente sinais de anomalias ou adulteração as quais aumentem a suspeita de uma ameaça. » Foi entregue por entidade desconhecida e que as medidas habituais de segurança não são suficientes para detecção de itens que são proibidos e possam colocar em risco o transporte da aviação. Mala postal ou cargas suspeitas, podem significar denominações de um volume de carga ou de mala postal que tenham as seguintes características: » Não identificável. » Abandonada. » Violada. » Que apresente ruído, exale odor e que indique uma suspeita. » Que apresente sinais de vazamento de alguma substância liquida, sólida ou gasosa que não seja identificável como alguma substância permitida para o transporte aéreo. 34 UNIDADE II │ SEGURANÇA DA AVIAÇÃO CIVIL CONTRA ATOS DE INTERFERÊNCIA ILÍCITA Qualquer objeto será considerado suspeito, incluindo bagagem de mão, bagagem despachada, carga ou mala postal se a segurança suspeitar do transporte de substâncias proibidas, como artefatos explosivos e ou artigos com extrema potencialização de causar danos a aeronave em voo (RBAC No 107, 2015). A comissão de Segurança Aeroportuária (CSA) tem em seu significado uma comissão que reúne regularmente ou extraordinariamente seus representantes públicos e privados, sempre com atividades operacionais nos aeródromos que se envolvem na segurança da aviação civil, com a finalidade de tratar sempre do Programa de Segurança Aeroportuária (PSA). O explorador de área aeroportuária, tem em seu significado como uma pessoa física ou júridica que, tenha um contrato de exploração de área com o próprio operador do aeródromo, para explorar instalações ou áreas de interesse e correspondentes no aeroporto às lojas e praças de alimentação, por exemplo. O termo “facilitação” tem em seu siginificado a gestão eficiente de processos necessários de controle com o principal objetivo de despachar rapidamente as pessoas, mercadorias e as próprias aeronaves, a fim de se evitar atrasos desnecessários dentro da operação diária. O termo passageiros processados, tem em seu significado a soma de passageiros desembarcados e embarcados em um aeródromo (RBAC No 107, 2015). A conscientização com a Segurança da Aviação Civil Contra Atos de Interferência Ilícita (AVSEC) tem seu significado como atividade integrante do processo de conceder uma credencial que é proporcionada pelo operador, para buscar e conscientizar todas as pessoas que trabalham no setor operacional do aeródromo sobre a real importância do AVSEC e todas as regras de seguranças registradas e aplicadas no próprio aeródromo. Essa relação é aplicada e realizada por meio de palestras, apresentações de vídeos, módulos à distância e outros meios possíveis de ensino. Para a segurança ter sua eficácia e efeito dissuasivo, o operador coloca em prática a imprevisibilidade de medida de segurança, a qual significa implantar medidas de segurança com frequências irregulares, em diferentes pontos ou locais, se utilizando de métodos e meios variados de acordo com um marco definido (RBAC No 107, 2015). Todas as inspeções de segurança de aviação civil ou inspeção, tem por significado a aplicação de atividades técnicas com a finalidade de identificar e detectar explosivos, armas e substâncias não permitidas que tenham a capacidade de ser utilizadas para cometer atos de interferência ilícita. A Diretriz de Segurança da Aviação Civil contra Atos de Interferência Ilícita (DAVSEC) tem em seu significado um plano de medidas adicionais de segurança na qual se tem um 35 SEGURANÇA DA AVIAÇÃO CIVIL CONTRA ATOS DE INTERFERÊNCIA ILÍCITA │ UNIDADE II conjunto de procedimentos e processos alterados, para que equipamentos e instalações sejam disponibilizados pelo operador do aeródromo em uma situação extrema de ameaça, ativação de ações de planos de contigência ou determinação específica da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) (RBAC No 107, 2015). As operações Charter tem em seu significado um serviço de transporte aéreo não regular, que tem sua operação por empresa de transporte aéreo pública, sendo internacional ou nacional, não regular ou regular, tendo sua comercialização de espaços individuais do modal aéreo comercial. As operações de fretamento tem em seu significado um serviço de transporte aéreo não regular, operado por empresa de transporte aéreo público, internacional ou nacional, não regular ou regular, tendo sua operação para atender um contrato firmado entre o operador e o cliente, pessoa física ou jurídica e que deve compreender a capacidade total da aeronave de passageiros e ou carga. Compreende-se de uma modalidade da aviação comercial.diferente do taxi aéreo (RBAC No 107, 2015). Todo ponto de acesso emergencial tem em seu significado qualquer local de um aeródromo que tem uma infraestrutura e recursos adequados, direcionados à entrada ou saída de veiculos, equipamentos e pessoas nas áreas restritas ou de controle de segurança que será utilizado com o objetivo de atender todas as situações de emergências previstas nos planos de contingência e emergência do aeródromo. Dessa forma, o ponto de controle de acesso, tem em seu significado qualquer local que tenha infraestrutura e recursos direcionados a entrada e saída de veiculos, equipamentos e pessoas nas áreas restritas ou de controle de segurança, mas somente em situações normais de operação. Os pontos sensíveis, tem em seu significado a área ou instalação de facilidade aeroportuária que estando avariada ou destruída, pode prejudicar a sua operação (RBAC No 107, 2015). O Programa de Segurança do Transporte Aéreo de Valores (PSTAV), tem em seu significado a atribuição denominada ao documento formal sigiloso, que deve ser elaborado pelo operador do aeródromo, com a participação de orgãos de segurança pública competente, incluindo o próprio operador aéreo e de empresas de segurança privada de transporte de valores, do quais deverão ser estabelecidas medidas preventivas e repressivas contra qualquer ato ou ação contra a operação de desembarque ou embarque de valores no aeródromo. O setor de credenciamento, tem em seu significado uma unidade organizacional que o próprio operador seja subordinado ao setor de segurança aeroportuária que inclusive é responsável pela gestão de todo o sistema de autorização e credenciamento de acesso às áreas restrita do aeródromo (RBAC No 107, 2015). 36 UNIDADE II │ SEGURANÇA DA AVIAÇÃO CIVIL CONTRA ATOS DE INTERFERÊNCIA ILÍCITA O setor de segurança aeroportuário, tem em seu significado uma unidade organizacional do operador que seja responsável totalmente pela administração dos recursos e processos de segurança patrimonial e operacional contra atos de interferência ilícita. O Plano de Contingênica de AVSEC (PCA) é um sistema de Contingência que tem em seu significado um componente de Sistema de Resposta à Emergência Aeroportuária que contemple todos os recursos e tipos de ações para responder automaticamente às ameaças e aos atos de interferência ilícita (RBAC No 107, 2015). A supervisão, tem em seu significado todas as ações de monitoramento para verificação e garantia do cumprimento de todos os procedimentos de segurança por parte das organizações ou pessoas dentro do ambiente do aeródromo. Para isso, tem-se a varredura, que em seu significado tende a buscar uma minuciosa inspeção ou supervisão em áreas do aeródromo com a simples finalidade de identificar e ou descartar as presenças de objetos proibidos. Assim, a vigilância, tem em seu significado uma medida preventiva de segurança que deve ser implementadacom ações e recursos suficientes para prover: » Instrumento dissuasório para diminuir a probabilidade de ocorrência de atos de interferência ilícita. » Meio de detecção e de pronta resposta a qualquer ameaça às operações da aviação civil,que tenha o foco de interceptar uma ameaça e ou diminuir todos os seus efeitos negativos. São exemplos de recursos que podem constituir a vigilância: » Atuação de vigilantes ou agente de proteção de aviação civil (APAC) para proteção de perímetros, áreas ou pontos de acesso. » Patrulhamento de perímetro e áreas. » Aplicação de equipamentos de detecção automática de intrusos. » Instalação de circuito fechado de televisão (CFTV). » Aplicação de iluminação de segurança em perímetros, áreas ou pontos de acesso. Assim, por fim, temos o zoneamento de segurança, que tem em seu significado uma demarcação de áreas ou instalações dentro do aeródromo, por meio de identificação e delimitação, da qual deve ser devidamente classificada como área de controle, pública ou restrita de segurança (RBAC No 107, 2015). 37 SEGURANÇA DA AVIAÇÃO CIVIL CONTRA ATOS DE INTERFERÊNCIA ILÍCITA │ UNIDADE II Classificações dos aeródromos Todo e qualquer aeródromo que seja disponível, tem seus serviços e facilidades operacionais providos de pistas de pouso, de táxi, pátio de estacionamento de aeronaves, terminais de cargas e passageiros. O aeródromo deve, mensurar o tipo de serviço aéreo que tem em sua operação, indicar o número de passageiros processados. As classes definidas para os aeródromos são: » Classe AD: Aeródromo civil público não considerado como arrecadador de tarifas aeroportuárias. » Classe AP: Aeródromo civil público considerado como arrecadador de tarifas aeroportuárias. As classes definidas para os aeroportos, segundo o tipo de serviço aéreo em operação e o número de passageiros processados, são: » Classe AP-0: Aeroporto com operação exclusiva de aviação geral, de serviço de táxi aéreo e ou de aviação comercial na modalidade de operação de fretamento. » Classe AP-1: Aeroporto com operação da aviação comercial regular ou na modalidade de operação charter e com média aritmética anual de passageiros processados nessas operações nos últimos 3 anos inferior a 600.000. » Classe AP-2: Aeroporto com operação da aviação comercial regular ou na modalidade de operação charter e com média aritmética anual de passageiros processados nessas operações nos últimos 3 anos superior ou igual a 600.000 e inferior a 5.000.000. » Classe AP-3: Aeroporto com operação da aviação comercial regular ou na modalidade de operação charter e com média aritmética anual de passageiros processados nessas operações nos últimos 3 anos superior ou igual a 5.000.000. A ANAC deverá dar publicidade à classificação dos aeródromos, considerando todos os dados estatísticos encaminhados à própria Agência, isso em aeródromos que possuam menos de 3 anos de operação, pois o operador deverá declarar à ANAC, a pretendida classe que irá operar (RBAC No 107, 2015). 38 UNIDADE II │ SEGURANÇA DA AVIAÇÃO CIVIL CONTRA ATOS DE INTERFERÊNCIA ILÍCITA O aeródromo novo terá sua classe atribuída e avaliada durante os 2 primeiros anos de operação, com o foco de adequar corretamente a sua operação. Todo operador que tenha a classe AD, que se enquadre nas classes AP-0 deve indicar o atendimento a todos os requisitos em no máximo 120 dias, com início a data de publicação da categorização do aeródromo como arrecadador de tarifas aeroportuária. O aeródromo que tenha a classe AD ou AP-0 que tenha o desejo de operar em condições de classe AP-1, AP-2 ou AP-3 deve indicar o cumprimento aos requisitos. No entanto, o aeródromo de classe AP-1 ou AP-2 tem em virtude de sua operação o movimento, pois pode se enquadrar em classe superior até o último dia do mês de maio do ano seguinte ao de referência ao se adequar aos requisitos da nova classe. O operador que deixar de cumprir as operações dos requisitos de sua classe como AP- 1, AP-2 ou AP-3, podem efetuar uma nova reclassificação à ANAC. Assim a agência pode enquadrar o operador em classe diversa da qual lhe seria aplicável dentro dos requisitos, que nestes casos o novo enquadramento requer mudanças nas especificações físicas, materiais, configuração, pessoal, desempenho e procedimento dentro de um prazo de no maximo 120 dias, contado a partir da comunicação da ANAC (RBAC No 107, 2015). Porém, independente da classe a ser atribuída, a ANAC pode e deve estabelecer a obrigatoriedade de atendimento aos requisitos específicos, desde que sejam previamente avisados e justificados, sempre com a base nas avaliações de riscos executadas pela agência. Avaliação de risco e planejamento aeroportuário O operador do aeródromo precisa elaborar e implementar uma caracteristica e processo com avaliação de risco contínuo, com o foco de orientação e total planejamento de segurança aeroportuária. Os estudos e projetos para tal elaboração deve ter fins de reformar, modernizar ou ampliar a infraestrutura e ou instalações aeroportuárias. Assim, o operador deverá garantir e se responsabilizar que todos os aspectos de AVSEC sejam observados e contemplados (RBAC No 107, 2015). O operador deve implementar e estabelecer uma infraestrutua e procedimentos para garantir a total aplicação dos controles de segurança, adotando um conceito imprevisível de medida, contra armas, artefatos químicos, explosivos, biológicos, radiológicos e nucleares. 39 SEGURANÇA DA AVIAÇÃO CIVIL CONTRA ATOS DE INTERFERÊNCIA ILÍCITA │ UNIDADE II O operador deve garantir que todas as obras e serviços tenham seus planejamentos executados de forma que seja preservada a total segurança (RBAC No 107, 2015). Aquisição, utilização e manutenção de equipamentos de segurança O operador deve sempre adquirir os equipamentos de segurança para atender todos os regulamentos. Tais equipamentos devem atender todas as especificações técnicas mínimas, tais como de detecção, operação e calibração necessária para colocar a operação de forma eficaz, sempre com o foco na segurança operacional. A utilização de tecnologias modernas também deve estar na pauta dos operadores, mas que permitam a execução da operação de forma eficiente e eficaz, que entendam toda a privacidade do passageiro e que promovam as facilidades, além de serem aprovadas pela ANAC. A fim de se utilizar equipamentos tecnológicos, o operador deve encaminhar a solicitação à ANAC e com o objetivo de verificação e eficácia dos aparelhos, e poderá ter a utilização durante um tempo específico, para que o equipamento seja testado em operação diária (RBAC No 107, 2015). O operador, além de manter um inventário desses equipamentos, deverá manter sua calibração em dia, conforme os requisitos dos fabricantes, para combater todas as ameaças. Essas calibrações deverão ter programas de testes e ensaios de aferição. A manutenção dos equipamentos de segurança deverá estar em dia, e em total operação, conforme as recomendações dos fabricantes e dos requisitos das regulamentações. Fatores humanos também deverão estar em forma de atuação e sempre em exercicio de treinamento com profissionais para que não cometam erros e prejudiquem o sistema de segurança operacional (RBAC No 107, 2015). Em uma eventual indisponibilidade de qualquer equipamento de inspeção, o operador irá impedir qualquer acesso de objetos ou pessoas nas áreas de segurança e que são restritas, até o momento que se adote outros meios de se garantir a continuidade dos processos de inspeção e fiscalização. O operador deve prover de garantias de condições normais nas suas operações para que por meio de um programa de manutenção preventiva, seja incluído todos os procedimentos alternativos em casos de falhas (RBAC No 107, 2015). Em casos de emergência, o aeródromo precisará se manter em condições de prontidão operacional com todos os recursos em operação, como equipamentos de segurança e 40 UNIDADE II │ SEGURANÇADA AVIAÇÃO CIVIL CONTRA ATOS DE INTERFERÊNCIA ILÍCITA o pessoal treinado. Para atuação dessas pessoas utiliza-se a coordenação do Centro de Operações de Emergência (COE), que garante a manutenção corretiva de todos os equipamentos. Recursos humanos A operação dentro de um aeródromo designa muitos profissionais com altas capacidades e que atendam muitos critérios de seleção, conforme os requisitos estabelecidos nos regulamentos. O operador precisa designar profissionais capacitados e treinados para atender todos os critérios de seleção, conforme os requisitos estabelecidos em regulamentação específica, pois é responsável com a gestão dos processos relacionados ao Controle de Qualidade AVSEC, de acordo com as diretrizes no Programa Nacional de Controle de Qualidade de Segurança da Aviação Civil contra Atos de Interferência Ilícita (PNCQ/AVSEC). Este profissional a ser designado para o cargo e função, deverá ser considerado o Responsável pelo PCQ/AVSEC do operador do aeródromo (RBAC No 107, 2015). Sistema de coordenação e comunicação A ativação da Comissão de Segurança Aeroportuária (CSA), deve ser garantida pelo operador do aeródromo, a fim de buscar o seu funcionamento e objetivo de implementação e coordenação de todas as medidas de segurança para obter toda proteção necessária da aviação civil contra todos os atos de interferência ilícita, conforme a regulamentação AVSEC. Toda CSA, precisa ser instituída com ato do operador do aeródromo, tendo sua publicação, finalidade, responsabilidade e funcionamento por meio de um regime interno. As reuniões necessárias para isso, deve ser realizadas em um prazo não maior que três meses ou se possível em reunião extraordinária convocada pelo presidente do CSA e ou membros (RBAC No 107, 2015). Cada reunião deverá ser elaborada e comunicada a ANAC, em um prazo de no mínimo 60 dias antes da data programada, mas se for reunião extraordinária, esse prazo cai para 15 dias e em situações que requer urgência eo prazo para comunicação à ANAC deverá ser o mais breve possível. A participação da ANAC pode ser prevista com um membro consultivo, porém mediante a autorização do setor de segurança do aeródromo. 41 SEGURANÇA DA AVIAÇÃO CIVIL CONTRA ATOS DE INTERFERÊNCIA ILÍCITA │ UNIDADE II A atribuição de responsabilidades ao CSA é de promover a coordenação de todas as organizações públicas e privadas que operem no aeródromo, de tal forma que busquem todas as implementações necessárias de diretrizes, requisitos e objetivos relacionados à aviação, contra qualquer emergência ilícita, respaldando as: » Comissão Nacional de Segurança da Aviação Civil (CONSAC). » Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC). » Departamento da Polícia Federal (DPF). » Comando da Aeronáutica (COMAER). » Outros órgãos públicos com competência na regulação da AVSEC. O CSA, deve propor todas as ações que necessitem uma aplicação efetiva e padronizada para o Programa de Segurança Aeroportuária (PSA). Tais ações deverão identificar as ameaças e vulnerabilidades ou problemas relacionados a operação para propor ao operador alterações ou melhorias de prevenção de segurança e das respostas às emergências contidas nos planos do AVSEC (RBAC No 107, 2015). O CSA também precisa analisar, avaliar e aprovar todos os limites e barreiras previamente propostos pelo operador em reunião, restritamente com às organizações envolvidas na aplicação de medidas de segurança, com o Plano de Segurança de Transporte Aéreo de Valores (PSTAV) e suas alterações elaboradas e propostas pelo operador. Os projetos novos de reforma ou de ampliação de um aeródromo também devem ser avaliados de forma que tenha garantia do AVSEC, pois devem ser contemplados em sua concepção e execução, a fim de buscar sempre o uso de novas tecnologias para facilitar a segurança e a facilitação no aeródromo (RBAC No 107, 2015). O CSA, também deve fomentar a cultura de segurança em toda comunidade aeroportuária, inclusive seus funcionários que atuam no aeródromo por meio de conscientização de temas do AVSEC, eventos e publicidades. O CSA, deverá ser restrito por responsáveis dos seguintes órgãos membros: » Segurança pública responsável por atividades de polícia no aeródromo como a Polícia Federal, Polícia Civil e/ou Militar. » Organização militar, no caso de aeródromo compartilhado. » Serviço de contraincêndio e resposta à emergência. » Serviço de navegação aérea. 42 UNIDADE II │ SEGURANÇA DA AVIAÇÃO CIVIL CONTRA ATOS DE INTERFERÊNCIA ILÍCITA » Serviço de migração. » Serviço aduaneiro. » Serviço de vigilância agropecuária. » Serviço de vigilância sanitária. » Operadores do setor aéreo como as empresas de transporte aéreo, táxi ou serviço aéreo especializado, organizações aerodesportivas, escolas de aviação ou outros operadores de aeronaves que estajam sediadas no aeródromo. » Empresas contratadas pelo operador de aeródromo ou operadores aéreos que prestem serviços de proteção da aviação civil contra atos de interferência ilícita. » Explorador de área aerportuária ou outras organizações que possuam responsabilidades na execução de medidas de proteção e controle de acesso à Área Controlada ou Área Restrita de Segurança. Áreas e instalações do aeródromo O operador do aeródromo deverá estabelecer um Perímetro Patrimonial e Operacional (PPO), implantando uma zona de segurança de área, a fim de demarcar o sítio aeroportuário e seus limites de áreas externas e internas dos prédios e instalações como os hangares e terminais de passageiros ou de carga, ou seja, toda área sob a responsabilidade do operador. Porém, em casos nos quais o aeródromo é compartilhado, existe uma pequena diferenciação entre as áreas civis e militares (RBAC No 107, 2015). As áreas restritas e controladas de segurança, são delimitadas no perímetro de operação e são classificadas em Áreas Controladas (AC) ou Áreas Restritas de Segurança (ARS) conforme a avaliação do próprio operador. As áreas de operação do aeródromo devem ser classificadas como ARS e é preciso incluir no mínimo os pátios de aeronaves, que são utilizados para operações charter ou comercial, de tal forma que abranja também os setores de embarque e desembarque dos passageiros, desde que seja entre os pontos de fiscalização ou inspeção das aeronaves e armazenagem de cargas e bagagens (RBAC No 107, 2015). As demais áreas de operação do aeródromo, que forem avaliadas com um grau de risco muito menor ou não prioritário, podem ser classificadas como AC. 43 SEGURANÇA DA AVIAÇÃO CIVIL CONTRA ATOS DE INTERFERÊNCIA ILÍCITA │ UNIDADE II Dessa forma, o operador deverá efetuar as demarcações e os limites ou perímetros das áreas de AC ou de ARS no sítio aeroportuário de forma bem compreensiva a todos os envolvidos, sejam eles funcionários ou passageiros do aeródromo. Essas delimitações, devem ser obrigatórias, pois também envolvem além das áreas de AC e ARS, as áreas públicas e privadas, que muitos passageiros e funcionários dos exploradores de áreas dentro do aeródromo, irão entrar, circular e sair dessas áreas. Os terminais de cargas, também contemplam um zoneamento para a segurança, delimitando toda a sua área, da mesma forma que o terminal de passageiros, assim prevalecendo as delimitações das áreas controladas, áreas públicas e áreas restritas de segurança que mantém o fluxo de entrada, circulação e saída de veículos, pessoas e de cargas ou mala postal (RBAC No 107, 2015). As áreas de operação de táxis aéreos e da aviação geral, devem ser estabelecidos, pois agregam os pátios de estacionamento que diferem dos pátios de estacionamento dos aviões comerciais. Isso necessita incluir a pista de táxi para as áreas de estacionamento, além de uma coordenação necessária com o controle de tráfego aéreo. Os pátios de estacionamento dessas aeronaves, devem prover de áreas que permitam a submissão e verificação de inspeções de segurança das aeronaves e do desembarque e embarque dos passageiros,
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