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Gastroenterites virais em cães
As principais são a Parvovirose e a Coronavirose, sendo a Parvo mais comum.
Como o quadro clínico é vômito e diarreia em ambos, na grande maioria das vezes nem é diagnosticado.
➥ Alguns animais podem apresentar depressão e anorexia.
➥ As causas podem ser virais, parasitárias, bacterianas, por intoxicações em geral e alimentares.
➥ Gastroenterite é um SINTOMA/síndrome clínica, não doença.
➥ Os quadros infecciosos apresentam maior importância:
● Alta mortalidade; ● Alta contaminação.
★Parvovirose canina
Doença onde o cão apresenta uma gastroenterite hemorrágica, que cursa de forma súbita e aguda - animal apresenta
sintomas de uma hora pra outra.
➥ Perdem peso rapidamente, evoluindo para choque e podendo vir a óbito.
➥ Apresenta vômito de difícil controle e fezes bastante hemorrágicas.
Etiologia
➥ Família Parvoviridae.
➥ Vírus da parvovirose canina tipo 2 (PVC-2).
➥ DNA de �ta simples, não envelopado - extremamente resistente ao meio.
OBS.: É necessário ser realizado um vazio sanitário de um ano após retirada do indivíduo que veio a óbito, principalmente
em locais de terra, chão poroso e grama.
➥ Cepa PVC-2b é a mais patogênica e virulenta, sendo responsável pelo maior número de casos.
➥ Principal infecção intestinal e sistêmica grave em cães com menos de 6 meses.
● Alta morbidade e mortalidade (16 a 35%);
● Frequentemente fatal em �lhotes.
➥ Alta prevalência no meio, devido à imunidade natural dos cães adultos devido ao desa�o.
Transmissão
➥ Indivíduo doente é fonte de infecção.
● Difícil haver portador sadio.
➥ Período de incubação: 4 a 14 dias.
➥ Elimina vírus nas fezes de 3 a 4 semanas a partir do início da doença.
➥ Vias de transmissão:
● Fecal-oral;
● Fômites;
● Manipulação;
● Roedores;
● Insetos.
➥ Vírus tem tropismo por células de divisão rápida: MO, tecidos linfopoiéticos e criptas intestinais.
Contato com vírus ➟ replicação no tecido linfóide ➟ viremia
Susceptibilidade: Raças Alemãs
➥ Possuem maior número de receptores na superfície dos enterócitos para integração do vírus na célula alvo.
● Tornam-se mais enfermos com menor carga viral!
➥ Síndrome de coagulação de Von Wi�ebrand
● Leva a falência na coagulação e consequentemente tem tendência a hemorragia.
➥ Pastor Alemão: forma de criação mais extensiva.
➥ Pit Bu�: criações em larga escala, em condições extensivas e em ambientes mais abertos.
OBS.: Deve ter maior cuidado com �lhotes de raças alemãs, principalmente após desmama.
Fatores de risco
➥ Idade: animais entre 6 semanas e 6 meses, pois estão na janela imunológica.
➥ Condições higiênico-sanitárias.
➥ Doenças intercorrentes.
➥ Agregados: feiras, colônias e abrigos.
➥ Estresse na adaptação ao ambiente: leva a imunossupressão.
➥ Desmame abrupto ou separação da família: leva a estresse.
➥ Quantidade de animais não vacinados é maior que vacinados.
Pato�siologia
➥ Vírus tem a�nidade por células de alta taxa mitótica, dani�cando o material nuclear e causando citólise.
➥ Multiplica-se nas criptas do ID, MO e órgãos linfóides.
● Neonatos podem ter o coração comprometido.
➥ Ingestão do vírus ➟ replicação faringe e tonsilas ➟ viremia ➟ dissemina pelos órgãos linfóides.
● Ao chegar na medula óssea, destrói os leucócitos e seus precursores, levando a uma PANLEUCOPENIA.
➥ Maior causa de óbito: SEPSE - infecção generalizada.
● Vírus já causa imunossupressão grave;
● Afeta MO, reduzindo leucócitos, deixando o animal imunossuprimido;
● Necrose das criptas, aumenta a translocação das bactérias (intestino pro sangue).
➥ Arrasamento: mucosa vai �cando rasa, devido o vírus infectar as criptas, impedindo que as células que vão se descamando
sejam repostas. Dessa forma, os vasos �cam expostos e podem se romper, levando ao sangramento.
Sinais clínicos
➥ Prostração;
➥ Apatia súbita;
➥ Inapetência e perda de peso;
➥ Dor abdominal;
➥ Muco e fezes pastosas a líquidas;
➥ Vômito;
➥ Diarreia sanguinolenta;
➥ Febre - sistema imune ainda está reagindo;
➥ Hipotermia - choque;
➥ Desidratação;
➥ Linfadenomegalia;
➥ Cheiro característico: oriundo da necrose do intestino e grande multiplicação de bactérias anaeróbias;
● É importante palpar o abdome. Animal vai apresentar sensibilidade e as alças vão estar espessas.
➥ Morte súbita em neonatos;
● Filhotes infectados por via transplacentária no terço �nal da gestação ou primeira semana de lactação;
● Infecção gera hipoplasia cerebelar: gera incoordenação;
● Altas cargas virais infectam os cardiomiócitos, levando a uma miocardite viral (arritmias);
● CORAÇÃO DE TIZZER - sinal patognomônico da Parvo neonatal.
OBS.: Cardiomiopatia dilatada quando adulto, devido à miocardite viral quando �lhote.
Diagnóstico
➥ Histórico e sintomas:
● Diarreia sanguinolenta apresenta como diagnóstico diferencial gastroenterites alimentares, corpo estranho e
verminoses;
● Na triagem: animal chegou com diarreia, pede hemograma; caso esteja panleucopenico a chance maior é de ser Parvo.
➥ Hemograma:
● Panleucopenia - leucopenia associada a neutropenia absoluta e linfopenia;
● Anemia regenerativa, pela perda de sangue - pode estar mascarada no início;
● Panipoproteinemia - diminuição de proteínas;
Baixa albumina (pior prognóstico é apresentar menos que 2) e globulina;
➥ Exame direto das fezes, para diferenciar das gastroenterites alimentares.
➥ Exame de imagem: ultrassom e raio-x usados apenas para realizar diagnósticos diferenciais.
➥ Teste rápido:
● 80% de sensibilidade e mais de 95% de especi�cidade.
● Detecta o antígeno viral, por isso o material é colhido nas fezes.
Pode dar falso negativo caso as fezes estejam diluídas (menor concentração viral), ou caso os acs locais tenham
destruído os vírus. E pode dar falso positivo caso o animal tenha sido vacinado 10 dias depois do teste.
● Se tutor não tem muita condição não tem necessidade, antes gastar com �uido e antibiótico. Gastroenterites
hemorrágicas são tratadas de forma bem parecidas.
● Animal com vacina desatualizada e panleucopenia, se torna dispensável.
Tratamento
➥ Objetivo é restaurar o equilíbrio hídrico e eletrolítico, poupando o trato gastrointestinal.
➥ Fluidoterapia:
● Ringer com lactato - acesso venoso (cefálica, safena, femoral ou jugular).
● Filhotes pode ser intraóssea.
➥ Reposição de potássio.
➥ Antibioticoterapia:
● Para evitar infecção bacteriana secundária, devido a translocação.
● Sempre associar METRONIDAZOL (15 mg/kg BID IV) com outro:
Caso brando: Ampicilina (22 mg/kg TID IV);
Caso grave: Enro�oxacina (5 mg/kg BID) + Ampicilina (22 mg/kg TID IV).
➥ Anti-emético: controlar o vômito.
● Maropitant (1 mg/kg).
➥ Protetores de mucosa:
● Omeprazol (1 mg/kg SID IV).
➥ Medicamentos antidiarreicos são contraindicados, pois aumenta o risco de choque endotoxêmico.
● Após animal cessar a diarreia, usa probióticos.
➥ Suporte nutricional:
● Prevenção da translocação bacteriana com nutrição microenteral. Se animal não apresentar êmese 24h depois, inicia
dieta enteral (preserva estrutura e função intestinal), reduzindo riscos de úlceras gastrointestinais.
● Dieta enteral é gradual.
➥ Terapia analgésica opióide: Butorfanol.
➥ Imunoestimulantes:
● Soro hiperimune para animais contactantes, reduzindo a carga viral; em animais doentes não faz muita diferença;
● Filgrastrim ou �lgastrina: estimula a produção de células brancas.
Pro�laxia
➥ Isolar os doentes.
➥ Usar luvas e descartar materiais contaminados.
➥ Manejo higiênico-sanitário.
➥ Imunização:
● Terminar aos 4 meses, pois diminui a chance de interferência dos anticorpos maternos;
● Imunidade dura cerca de 3 anos, porém a revacinação é anual pela vacina ter outras doenças.
★Coronavirose
➥ Vírus RNA envelopado, com baixa resistência no ambiente.
➥ Infecta os vilos intestinais causando descamação e diarreia - não afeta as criptas como a Parvo, por isso se recuperam.
● Pode se apresentar como uma enterite branda a severa.
➥ Baixa morbidade e mortalidade.
➥ Transmissão semelhante a Parvo.
● Cão ⇆ Gato.
● Vírus eliminado nas fezes de animais infectados por 2 semanas ou mais.
➥ Mais grave em �lhotes e neonatos.
➥ Maioriase recupera naturalmente de 8 a 10 dias.
➥ Diarreia raramente com sangue.
➥ Vírus é ingerido ➟ migra pelo TGI ➟ penetra mucosa ➟ viremia.
● A vacina para corona não é recomendada, pois ele ataca o órgão alvo antes de realizar a viremia.
● A vacina é mais e�ciente na Parvo devido o vírus fazer a viremia e depois ir pro órgão alvo.
● Parvo e Corona causam enterite, porém parvo afeta criptas intestinais (mais grave) e o corona vilosidade.

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