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Foot root final e Campilobacteriose genital bovina - Doenças infectocontagiosas

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3) Após 21 dias, inspeção individual dos cascos 
4) Tratar todo o rebanho, separando doentes para tratar ou 
sacrificar 
5) Colocar em nova área 
6) Após 21 dias, nova inspeção 
7) Repetir “banho” e inspeção até que não sejam 
registrados novos casos 
 
 
 
Plano de erradicação: o que considerar?? 
1) O agente etiológico é parasita obrigatório (NÃO se 
mantém vivo fora do hospedeiro por mais que 1semana); 
2) Fora do período de transmissão todas pastagens são 
livres; 
3) A cada 21 dias: inspeção individual dos cascos; 
4) Eliminando os enfermos se elimina a enfermidade 
 
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Campilobacteriose Genital Bovina 
 
Enfermidade infecciosa de transmissão venérea que afeta 
bovinos: 
 Infertilidade 
 Retorno ao cio 
 Baixa taxa de prenhez 
 Metrite 
 Descarga vaginal. 
 Ocasionalmente aborto 
 Tem distribuição mundial, com alta frequência de 
detecção no Brasil. 
TAXAS. 
C. fetus veneralis + parte inicial da gestação, por isso não 
causa muito aborto. 
Doença subdiagnosticada. 
 
Etiologia 
 Causada pela bactéria Campylobacter fetus 
subespécie venerealis. 
 Ocasionalmente causada pelo Campylobacter fetus 
subespécie fetus (bovinos e ovinos). 
 Bacilos Gram-negativos, não formadores de 
esporos, espirais (Vibrio fetus). 
 Móveis devidos à um flagelo monotríquio – 
penetrar na mucosa. 
 Oxidase positiva, não fermenta nem oxida 
carboidrato. 
 Anaeróbicos ou microaerófilos – criptas do 
prepúcio ou fundo de saco vaginal – portadores. 
 Meios de cultura seletivos e condições especiais de 
incubação (fastidiosos). 
 Gênero com significado clínico e econômico: 
doenças em humanos e animais. 
Não tem diagnóstico sorológico. Diagnóstico é direto com 
pesquisa de antígeno (bactéria). 
 
 
 
Habitat natural 
—C. fetus subespécie venerealis: sistema reprodutivo 
bovino. Transmissão venérea 
— C. fetus subespécie fetus, originário do intestino, pode 
causar aborto esporádico em bovinos, não sendo 
normalmente associado com infertilidade. Septicemia a 
partir do sistema digestório. 
 
Espécie: 
Campylobacter fetus subs. Veneralis – sem ocorrência no 
intestino. Sinais: Bovinos: infertilidade, retorno ao cio, 
aborto; Ovinos: aborto. 
C. fetus subs. Fetus – ocorrência no intestino de bovinos, 
ovinos, suínos e aves. Sinais: Bovinos: aborto esporádico; 
Ovinos e suínos: aborto enzoótico. 
C. jejuni – ocorrência no intestino de inúmeras espécies. 
Sinais: Touros, cães, homem: enterite; Vacas: mastite; 
Ovinos: abortos; Aves: hepatite. 
C. sputorum subs. Bubulus – ocorrência no intestino de 
diversas espécies. Sinais: Infecção latente no prepúcio dos 
touros. 
 
C. fetus subsp. fetus faz replicação no intestino levando a 
desequilíbrio e proliferação – disseminação sistêmica – 
corrente sanguínea. 
 
Epidemiologia 
Prevalência x Diagnóstico. 
Mais comum em rebanhos com sistema de monta natural. 
 
Transmissão: 
 Fômites: espéculos, material utilizado na coleta de 
sêmen e inseminação artificial. 
 Monta natural: infecção em quase 100% dos casos. 
 Presença de touros mais velhos, rufiões e touros 
de repasse; 
 Touros acima de 4 anos: criptas penianas e 
prepuciais mais profundas e numerosas à 
ambiente microaerofilia. 
 Touros jovens: criptas rasas à infecção transiente à 
reinfecções. 
Touros podem ser portadores assintomáticos por anos. Não 
formam resposta imune e mantém agente na propriedade. 
 
Touros mais velhos x jovens: 
Em touros velhos a colonização é vitalícia  replicação 
local, sem exposição sistêmica ao SI e variabilidade 
molecular dos Ag de superfície da bactéria à evasão da 
resposta imune. 
Em jovens  pode haver resposta e eliminar a infecção, 
mas podem se reinfectar. 
Vacas - Fêmeas desenvolvem imunidade e eliminam o 
agente após 3 cios consecutivos ou repouso sexual (aprox. 
180 dias). Podem ficar portadoras se a bactéria permanecer 
no fundo do saco vaginal. 
 
Áreas que utilizam a monta natural como estratégica 
reprodutiva de bovinos - alta prevalência de CGB. 
Touros de repasse após IA: problema! Disseminação – se 
contamina e passa para várias vacas. 
A principal forma de introdução da CGB em um rebanho é 
pela aquisição de touros ou vacas infectados. 
 
Patogenia: 
Características que influenciam na patogenia: 
 Motilidade do micro-organismo, quimiotaxia, 
adesão, produção de toxinas e proteases. 
 Colonização das mucosas: morfologia em espiral e 
o pronunciado movimento de saca-rolhas. 
 São extremamente adaptadas a sobreviver em 
superfícies mucosas do trato genital no 
hospedeiro. 
 Evasão do sistema imune. 
 
 Secreção de citotoxinas: 
Cytolethal Distending Toxin (CDT) que é codificada por três 
genes adjacentes cdtA, cdtB, cdtC, que podem causar 
distensão celular seguida de morte celular 
 
Microcápsula denominada camada S, que é formada por 
arranjos de subunidade de peptídeos conhecidos como 
proteínas SAP (Surface Array Proteins). 
Epítopos vão mudando conforme a replicação. 
Impede adesão da C3b. 
 
SAP (Surface Array Protein): 
Proteínas de alto peso molecular presentes na superfície 
bacteriana. 
Confere diversidade antigênica: Candidata para o 
desenvolvimento de métodos sorológicos de diagnóstico e 
vacinas. 
Confere resistência à atividade bactericida do soro e 
fagocitose  rearranjos que dificulta a ligação do C3b e 
opsonização  Essencial para o estabelecimento de 
manutenção no vestíbulo vaginal. 
 
Apresentações clínicas: 
Fêmea: 
Retorno ao cio, Infertilidade temporária ou persistente, 
Metrite, Baixa taxa de prenhez, Aborto. 
 
Fêmea – retorno ao cio: 
C. fetus subsp. venerealis – Vagina - Penetra na mucosa 
vaginal, cérvix – vaginite e cervicite – secreção catarral e 
purulenta – 12 dias fase luteínica – migra da cérvix para 
útero – inflamação – impede nidação – retorna ao cio. 
 
Fêmea – infertilidade permanente: 
C. fetus subsp. veneralis – vagina – penetra na mucosa 
vagina, cérvix – vaginite e cervicite – secreção catarral e 
purulenta – 12 dias fase luteínica – migra da cérvix para 
útero – migra para tubas uterinas – salpingite e infertilidade 
permanente. 
Pode causar estenose pela inflamação; espermatozóide não 
consegue chegar ao óvulo. 
 
Fêmea – aborto: 
C. fetus subs. Veneralis – vagina – penetra na mucosa 
vaginal, cérvix - Permanecem no fundo de saco vaginal e 
cérvix durante o início da gestação - Migra para útero nas 
fases tardias (4º-6º mês) - LPS bacteriano causa reação de 
hipersensibilidade - Placentite necrótico-supurativa focal, 
vasculite, edema de placentomas – aborto. 
 
C. fetus subsp. veneralis: 
Touro – cavidade prepucial – sem lesões e sem alterações 
no sêmen – portadores assintomáticos. 
Fêmea – vagina – mucosa vaginal, cérvix e útero (ligação) – 
útero (colonização) – perda embrionária e repetição de cio. 
 
Imunidade: 
Fêmea – C. fetus subsp. veneralis – vagina – útero – 
imunidade humoral local (sistêmica é insignificante) IgA e 
IgG 1. 
IgG1 opsoniza CFV. 
IgA imobilia CFV.

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