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Patologia do Sistema Urinário 1 Patologia do Sistema Urinário Urolitíase O que é: formação de cálculos nas vias urinárias Sítios mais comuns: rins (vias pielocaliciais) (nefrolitíase) Epidemiologia: acomete 5 a 10% da população adulta Idade: mais comum em homens após os 30 anos Fator de risco: predisposição familiar Manifestações: pode ser subclínica, com eliminação espontânea ou provocar obstrução urinária; quando presentes variam conforme o segmento obstruído; disúria, hematúria, anúria, dor lombar com irradiação inguinal Complicação: hidronefrose Aspectos morfológicos: cálculos solitários ou múltiplos (mais comuns); maioria unilaterais, com 2-3mm; podem ser arredondados ou espiculados/estrelados Patogênese: supersaturação urinária de substâncias propensas à formação de cristais (piorada por baixa ingesta hídrica) Cálculos de cálcio mais frequentes (70%) Composição: oxalato (mais comum) e fosfato de cálcio Causa: hipercalciúria (maioria idiopática) Pode estar associado à: hipercalcemia, que por sua vez pode estar associado por hiperparatireoidismo, osteopatias, hiperabsorção por enteropatia, reabsorção diminuída por nefropatia Visualização em radiografias: radiopacos Cálculos de estruvita Composto por: fosfato de amônio magnesiano Sexo: mais comum em mulheres Associado à: infecção das vias urinárias por bactérias que convertem ureia em amônia (Proteus, Klebsiella, Serratia, Staphylococcus) Volume: podem ser volumosos, cálculo coraliformes Visualização em radiografias: radiopacos Cálculos de ácido úrico Formação favorecida por: urina ácida (pH < 5,5) Comum em quais condições: hiperuricosúria/hiperuricemia (gota) Visualização em radiografias: radiotransparentes Pielonefrite O que é: inflamação aguda ou crônica envolvendo pelve, cálices e túbulos renais; tipicamente supurativa Patologia do Sistema Urinário 2 Causa: bacteriana (maioria), oriunda da flora intestinal ou perianal Principais agentes: E. coli, Proteus, Klebsiella, Enterobacter Costuma ser precedida por: infecção vesical (cistite) Fatores que favorecem a doença: obstrução ou dismotilidade do trato urinário e refluxo vesicoureteral (incompetência do esfíncter ureteral) Observação: esvaziamento vesical incompleto e estase urinária permitem a proliferação bacteriana caso a bexiga já esteja colonizada Causas de incompetência do esfíncter ureteral: anatômica, neurológica ou por infecção vesical de base Sexo: mais comum em mulheres (uretra curta) Manifestações clínicas: dor lombar/abdominal, disúria, febre; expressa por piúria e eventualmente cilindros leucocitários (achado miscroscópico) Complicações: pode ter necrose papilar e/ou formação de abcesso renal/perirrenal; sepse e/ou falência renal Persistência desses fatores leva à: inflamação crônica, fibrose e atrofia do parênquima renal Hidronefrose O que é: dilatação da pelve e cálices renais associada a atrofia renal Causa: aumento importante da pressão intraluminal, que leva à compressão tecidual e injúria mecânica ou isquêmica Pode ser complicação de: obstruções do trato urinário (principalmente ureterais) Causas de obstrução: incluem urolitíase, hiperplasia prostática, neoplasias da próstata ou bexiga, uretrites, prostatites e anomalias congênitas Complicação: falência do órgão Carcinoma de células renais Epidemiologia: neoplasia maligna mais comum dos rins (85% dos casos) Idade e sexo: frequente em homens, a partir dos 60 anos (maioria) Fatores de risco: tabagismo, obesidade, hipertensão arterial e doença renal crônica Condição ao momento do diagnóstico: costuma estar avançado, crescimento é silencioso; metástases em 25% quando ocorre o diagnóstico Origem: epitélio dos túbulos renais Aspectos morfológicos: unilateral (maioria), em um dos polos renais; tumor sólido ou sólido-cístico; pode ter áreas hemorrágicas e necróticas Subtipos histopatológicos: células claras (80%), papilar e cromófobo Localização de metástases: pulmonares e ósseas (mais comuns) Bexiga e uretra Patologia do Sistema Urinário 3 Topografia: retropúbica e subperitoneal, anterior ao reto e útero; no homem assenta-se à próstata, que é atravessada por uma uretra alongada, que percorre o corpo do pênis Irrigação: artérias vesicais superiores e inferiores Drenagem venosa: veias vesicais (ilíaca interna) Drenagem linfática: linfonodos vesicais laterais ou ilíacos internos → linfonodos ilíacos comuns → linfonodos lombares Irrigação: nervos esplâncnicos lombares e pélvicos Cistite O que é: inflamação aguda ou crônica da bexiga Causa principal: em geral causa infecciosa (flora intestinal/perianal), E. coli, Proteus, Klebsiella, Enterobacter Causa menos frequentes: radiação e medicamentos Sexo: mulheres (uretra curta) Manifestações clínicas: polaciúria, disúria, hipogastralgia Carcinoma urotelial (de células transicionais) Epidemiologia: neoplasia maligna mais comum da bexiga (80%) Sexo e idade: homens, após 50 anos (maioria) Principal fator de risco: tabagismo Aspectos morfológicos: tumor vegetante, solitário ou múltiplo, podendo medir vários cm Fator principal de prognóstico: invasão da camada muscular é o principal Locais de metástase: extensão para órgãos adjacentes (próstata, reto e vagina) Uretrite O que é: inflamação aguda ou crônica da uretra Causa: infecciosa (em geral), N. gonorrhoeae, Chlamydia trachomatis Transmissão: sexual Acompanhada por: cistite e/ou prostatite Manifestações clínicas: disúria e corrimento uretral Alterações histopatológicas: inespecíficas Nathália Farias
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