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Professora: Daniela Portugal Aluna: Ana Beatriz de Morais FBDG/ 2022.2 CADERNO DE DIREITO PENAL III SUMÁRIO Direitos do preso ..................................................................................................................................................... 2 Trabalho do preso ................................................................................................................................................ 2 Da remição ...................................................................................................................................................... 3 Da detração ..................................................................................................................................................... 5 Penas restritivas de direitos ..................................................................................................................................... 6 Penas restritivas de direitos ................................................................................................................................. 6 Sistema de substituição/conversão .................................................................................................................. 8 Descumprimento injustificado das penas restritivas ....................................................................................... 8 Restritivas em espécie ..................................................................................................................................... 9 Pena de multa..................................................................................................................................................... 12 Pagamento ..................................................................................................................................................... 15 Prescrição da multa ....................................................................................................................................... 16 pena restritiva de liberdade ................................................................................................................................... 16 Tabela explicativa .............................................................................................................................................. 17 Pena cominada ................................................................................................................................................... 18 Circunstâncias judiciais ..................................................................................................................................... 18 Antecedentes ................................................................................................................................................. 19 Conduta social e personalide do agente ........................................................................................................ 19 Motivos, circunstâncias e consequências do crime....................................................................................... 19 Comportamento da vítima............................................................................................................................. 19 Professora: Daniela Portugal Aluna: Ana Beatriz de Morais FBDG/ 2022.2 Fixação da pena base .................................................................................................................................... 20 Das circunstâncias agravantes e atenuantes ....................................................................................................... 20 Atenuantes da penA ........................................................................................................................................... 22 Pena intermediária ou provisória .................................................................................................................. 23 Pena definitiva ................................................................................................................................................... 24 Regime inicial do cumprimento de pena .............................................................................................................. 27 Progressão X regressão ...................................................................................................................................... 29 Regime disciplinar diferenciado ........................................................................................................................ 33 Concurso de crimes e continuidade delitiva ......................................................................................................... 34 Concurso material .............................................................................................................................................. 34 Concurso formal ................................................................................................................................................ 35 DIREITOS DO PRESO • Constituição Federal o Intrascendência das penas (XLV, 5°); o Individualização das penas (XLVI, 5°); o Humanidade das penas (XLVII, 5°). (...) Normas internacionais de direitos humanos (hierarquia: supralegal) • Código penal e de processo penal • LEP • Outras Leis TRABALHO DO PRESO o Primeiro ponto: não está sujeito a CLT. Professora: Daniela Portugal Aluna: Ana Beatriz de Morais FBDG/ 2022.2 o Segundo ponto: o salário é apenas ¾ do salário mínimo. o Terceiro ponto: está explicito no art. 28, LEP: Art. 28. O trabalho do condenado, como dever social e condição de dignidade humana, terá finalidade educativa e produtiva. § 1º Aplicam-se à organização e aos métodos de trabalho as precauções relativas à segurança e à higiene. § 2º O trabalho do preso não está sujeito ao regime da Consolidação das Leis do Trabalho. o Quarto ponto: para quem vai o salário do preso? Art. 29, LEP: Art. 29. O trabalho do preso será remunerado, mediante prévia tabela, não podendo ser inferior a 3/4 (três quartos) do salário mínimo. § 1° O produto da remuneração pelo trabalho deverá atender: a) à indenização dos danos causados pelo crime, desde que determinados judicialmente e não reparados por outros meios; b) à assistência à família; c) a pequenas despesas pessoais; d) ao ressarcimento ao Estado das despesas realizadas com a manutenção do condenado, em proporção a ser fixada e sem prejuízo da destinação prevista nas letras anteriores. § 2º Ressalvadas outras aplicações legais, será depositada a parte restante para constituição do pecúlio, em Caderneta de Poupança, que será entregue ao condenado quando posto em liberdade. DA REMIÇÃO A remição é o abatimento de dias trabalhados e/ou estudados da pena. Art. 126, LEP: Art. 126. O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto poderá remir, por trabalho ou por estudo, parte do tempo de execução da pena. Professora: Daniela Portugal Aluna: Ana Beatriz de Morais FBDG/ 2022.2 Na jurisprudência, a leitura está sendo usada também para a remição. O estudo como remição está expresso na Lei 12433/2011. É POSSÍVEL REMIR PELOS DOIS. Ex.: Art. 127, LEP REMIÇÃO TRABALHO ESTUDOS 1 dia de pena para cada 3 dias horas trabalhados. 1 dia de pena para cada 12 horas de estudos (divididas em 3 dias, no mínimo) Regime: fechado e semiaberto Regime: fechado (ead), S/A e aberto Trabalho Falta grave Início do cumprimento Nova contagem, se trabalhar, na data da infração Possibilidade de perda de até ⅓ desse intervalo 180 dias a remir Súmula 341 do STJ: A frequência a curso de ensino formal é causa de remição de parte do tempo de execução de pena sob regime fechado ou semi-aberto.Professora: Daniela Portugal Aluna: Ana Beatriz de Morais FBDG/ 2022.2 DA DETRAÇÃO É o abatimento no total da condenação definitiva do tempo de prisão/interação provisória. Art. 42, CP: Art. 42 - Computam-se, na pena privativa de liberdade e na medida de segurança, o tempo de prisão provisória, no Brasil ou no estrangeiro, o de prisão administrativa e o de internação em qualquer dos estabelecimentos referidos no artigo anterior. crime Prisão provisória de 2 anos Sentença condenatória Pena: 10 anos - 2 anos (detração) Crime 1 Sent. absolutória PP 2 anos Crime 2 Sent. condenatória Liber. provisória Detração? NÃO! (a questão do crédito) Professora: Daniela Portugal Aluna: Ana Beatriz de Morais FBDG/ 2022.2 Cabe detração entre processos? DEPENDE. É admitida a detração entre processos distintos, desde que o crime em que se pretende detrair, tenha sido praticado antes da prisão provisória que se pretende abater. Tratando-se, portanto, de infração que NÃO foi motivada por crédito de pena. Ex.: um crime ocorrido em 2000, com liberdade provisória para o preso e a sentença condenatória, ocorrida apenas em 2009. O mesmo individuo cometeu um crime em 2001, com prisão preventiva e a sentença absolutória em 2008. CABE DETRAÇÃO? SIM! - Aqui, a detração é possível porque a mesma acontece após o crime, ou seja, não passa uma ideia de crédito. PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS Espécies de pena: • Pena privativa de liberdade • Pena restritiva de direitos • Multa PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS Art. 43, CP: Art. 43. As penas restritivas de direitos são: I - prestação pecuniária; II - perda de bens e valores; III - limitação de fim de semana. IV - prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas; V - interdição temporária de direitos; - Reserva legal; anterioridade; taxatividade – LEGALIDADE. - Rol do 43, é taxativo? NÃO! Outras leis podem trazer (ex.: lei de drogas). Professora: Daniela Portugal Aluna: Ana Beatriz de Morais FBDG/ 2022.2 As penas restritivas podem ser: o Autônomas: a restritiva de direitos é diretamente prevista no preceito secundário; o Substitutivas de uma PPL. Art. 44: Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade, quando: I – aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for culposo; II – o réu não for reincidente em crime doloso; III – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente. I. Pena aplicada: o Crimes dolosos: pena aplicada menor ou igual a 4 anos + sem violência/ grave ameaça; o Crimes culposos: qualquer pena + qualquer tipo de crime. OBS: “sem violência/grave ameaça”; L9099/95: Lei dos juizados especiais (JECRIM) – medidas descarcerizadoras. Transação penal (ex.): pode-se ter a extinção do processo no início; competência: menor potencial ofensivo. Pena abstrata máxima menor ou igual a 2 anos. Os crimes de ameaça, lesão corporal leve e vias de fato (a jurisprudência admite substituição por restritiva para crimes dolosos, desde que sejam infrações de menor potencial ofensivo). II. Não reincidente doloso: o Ex.: culposo + culposo SIM/ culposo + doloso SIM/ doloso + culposo SIM. o OBS: poderá ocorrer a substituição desde que o reincidente doloso: o acusado não pode ser reincidente específico, ex.: furto- furto; e, medida socialmente recomendável. § 3o Se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a substituição, desde que, em face de condenação anterior, a medida seja socialmente recomendável e a reincidência não se tenha operado em virtude da prática do mesmo crime. Professora: Daniela Portugal Aluna: Ana Beatriz de Morais FBDG/ 2022.2 III. Circunstâncias judiciais favoráveis. SISTEMA DE SUBSTITUIÇÃO/CONVERSÃO Pena aplicada: o Pena menor ou igual a 1 ano (1 RESTRITIVA OU 1 MULTA); o Pena maior que 1 ano (2 RESTRITIVAS OU 1 RESTRITIVA + 1 MULTA). Duração da restritiva: regra geral – art. 55, CP: mesma duração da privativa de liberdade substituída. Art. 55. As penas restritivas de direitos referidas nos incisos III, IV, V e VI do art. 43 terão a mesma duração da pena privativa de liberdade substituída, ressalvado o disposto no § 4o do art. 46. DESCUMPRIMENTO INJUSTIFICADO DAS PENAS RESTRITIVAS o Autônomas: o Substitutivas: (PPL) P. 5°- nova condenação; duas PRL? Pode ser. PONTOS PARA DEBATE: o Restritivas para hediondos e equiparados? SIM! Desde que preenchidos os requisitos legais. Lei de drogas veda a substituição da PPL por PRD – por tráfico. PPL PRD Quando não cumpre Conversão da PRD em PPL Injustificado? Abatimento do tempo já cumprido (ne bis in idem) Saldo mínimo de 30 dias de prisão Professora: Daniela Portugal Aluna: Ana Beatriz de Morais FBDG/ 2022.2 Art. 33, p.4: STF – inconstitucionalidade da vedação em abstrato. o Violência doméstica e familiar contra a mulher: DIVERGÊNCIA. Súmula 588, STJ: crime contra a mulher: PPL – PRD – NÃO!! A prática de crime ou contravenção penal contra a mulher com violência ou grave ameaça no ambiente doméstico impossibilita a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos. Art. 41, LMP: não se aplica a Lei dos juizados criminais especiais. Poderão ter tratamento análogo? Art. 41. Aos crimes praticados com violência doméstica e familiar contra a mulher, independentemente da pena prevista, não se aplica a Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995. STF: crime; realmente não admite substituição. No caso das contravenções, ex.: vias de fato, pode-se admitir. Há uma divergência interna: primeira e segunda turmas. RESTRITIVAS EM ESPÉCIE Art. 43. As penas restritivas de direitos são: I - prestação pecuniária; II - Perda de bens e valores III - prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas; IV - Interdição temporária de direitos; V - Limitação de fim de semana. PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA: Dinheiro à vítima, seus dependentes, entidade pública ou privada com destinação social. Não inferior a um salário mínimo, nem superior a 360. § 1°. A prestação pecuniária consiste no pagamento em dinheiro à vítima, a seus dependentes, ou a entidade pública ou privada com destinação social, de importância http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9099.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9099.htm Professora: Daniela Portugal Aluna: Ana Beatriz de Morais FBDG/ 2022.2 fixada pelo juiz, não inferior a 1 (um) salário mínimo nem superior a 360 (trezentos e sessenta) salários mínimos. O valor pago será deduzido do montante de eventual condenação em ação de reparação civil, se coincidentes os beneficiários. o Ordem de preferência; o Limites: 1 salário mínimo – 360 salários mínimos; o Possibilidade de abatimento em ação indenizatória: só se coincidentes os beneficiários; o Possível substituir o dinheiro por prestação de outra natureza, ex.: cesta básica. P.2 – se houver aceitação do beneficiário. Art. 17, LMP: Art. 17. É vedada a aplicação, nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, de penas de cesta básica ou outras de prestação pecuniária, bem como a substituição de pena que implique o pagamento isolado de multa. PERDA DE BENS E VALORES: § 3°: A perda de bens e valores pertencentes aos condenados dar-se-á, ressalvada a legislação especial, em favor do Fundo Penitenciário Nacional e seu valor terá como teto - o que for maior - o montante do prejuízo causado ou do proveito obtido pelo agenteou por terceiro, em consequência da prática do crime. o Bens e valores – sentido mais amplo que pecúnia; o Destinatário: FUPEN (ESTADO, sempre); o Limite máximo: prejuízo causado ou provento (lucro) – o que for MAIOR. ATENÇÃO! A furta carro de B avaliado em 60 mil reais. Vende o veículo por 50 mil, é processado por furto. O juiz substitui a pena de um ano por perda de bens e valores. A perde 50 mil. Capital ilícito (efeito da sentença penal condenatória); Perda de bens e valores até 60 mil – maior. Atinge patrimônio lícito do réu; A perde 50 + 60 = 110 mil. Professora: Daniela Portugal Aluna: Ana Beatriz de Morais FBDG/ 2022.2 PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À COMUNIDADE Art. 46. A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas é aplicável às condenações superiores a seis meses de privação da liberdade. § 1o A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas consiste na atribuição de tarefas gratuitas ao condenado. § 2o A prestação de serviço à comunidade dar-se-á em entidades assistenciais, hospitais, escolas, orfanatos e outros estabelecimentos congêneres, em programas comunitários ou estatais. § 3o As tarefas a que se refere o § 1o serão atribuídas conforme as aptidões do condenado, devendo ser cumpridas à razão de uma hora de tarefa por dia de condenação, fixadas de modo a não prejudicar a jornada normal de trabalho. § 4o Se a pena substituída for superior a um ano, é facultado ao condenado cumprir a pena substitutiva em menor tempo (art. 55), nunca inferior à metade da pena privativa de liberdade fixada. o Condenações superiores a 6 meses de privação da liberdade o Tarefas gratuitas (nem remição de pena, nem remuneração) o Entidades assistenciais o As tarefas serão atribuídas conforme as aptidões do condenado o Uma hora de tarefa por dia de condenação TEMPO/DURAÇÃO DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À COMUNIDADE - Mesmo tempo da PPL substituída (REGRA GERAL) - EXCEÇÃO: art. 46, p.4 § 4o Se a pena substituída for superior a um ano, é facultado ao condenado cumprir a pena substitutiva em menor tempo (art. 55), nunca inferior à metade da pena privativa de liberdade fixada. Ex.: o agente passa a trabalhar 2h/dia, com abatimento de 50% do tempo da pena a cumprir. Professora: Daniela Portugal Aluna: Ana Beatriz de Morais FBDG/ 2022.2 INTERDIÇÃO TEMPORÁRIA DE DIREITOS Art. 47 - As penas de interdição temporária de direitos são: I - proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como de mandato eletivo; II - proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam de habilitação especial, de licença ou autorização do poder público; III - suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo IV – proibição de frequentar determinados lugares. V - proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exame públicos. - O tempo da PPL substituída (princípio da não perpetuação das penas). LIMITAÇÃO DE FIM DE SEMANA o Sábados e domingos o FERIADOS? NÃO! o Casa de albergado ou outro estabelecimento adequado o Cursos e palestras educativas (muito provável) PENA DE MULTA 4 ANOS DE PRISÃO Substitutiva Por prestação De serviços à Comunidade 4 anos de prestação de serviços 1h/dia 2 anos de prestação de serviços 2h/dia Professora: Daniela Portugal Aluna: Ana Beatriz de Morais FBDG/ 2022.2 o Aplicada isolada ou cumulativamente; Art. 49 - A pena de multa consiste no pagamento ao fundo penitenciário da quantia fixada na sentença e calculada em dias-multa. Será, no mínimo, de 10 (dez) e, no máximo, de 360 (trezentos e sessenta) dias-multa. § 1º - O valor do dia-multa será fixado pelo juiz não podendo ser inferior a um trigésimo do maior salário mínimo mensal vigente ao tempo do fato, nem superior a 5 (cinco) vezes esse salário. § 2º - O valor da multa será atualizado, quando da execução, pelos índices de correção monetária. Sistema bifásico de dosimetria: o Quantidade de dias-multa ▪ Proporcional à gravidade do delito {sistema trifásico: primeiro analisa as circunstâncias judiciais; segundo: analisa as agravantes; terceiro: analisa as causas de aumento e dimininuição} ▪ 10-360 dias (REGRA GERAL) o Valor de cada dia-multa ▪ Proporcional à capacidade econômica do réu ▪ 1/30 – 5x salário mínimo (dia) o Multa: (quantidade de dias) x (valor de cada dia multa) = y (PODERÁ SER MULTIPLICADO ATÉ TRÊS VEZES – Art. 60, p.1) ▪ Nas duas primeiras fases há um limite, como acontece na PPL – já na terceira, a pena de multa poderá ser fixada aquém do mínimo legal ou além do máximo previsto; e, de acordo com a proporcionalidade que deverá ocorrer, caso a PPL seja fixada no mínimo, a pena também deverá ser igualmente fixada no mínimo. Súmula 231, STJ. A incidência da circunstância atenuante não pode conduzir à redução da pena abaixo do mínimo legal. o Multa substitutiva: não superior a 6 meses, não reincidente em crime doloso e, sendo a CJ favoráveis, poderá substituir a PPL. Professora: Daniela Portugal Aluna: Ana Beatriz de Morais FBDG/ 2022.2 Art. 60, § 2º, CP - A pena privativa de liberdade aplicada, não superior a 6 (seis) meses, pode ser substituída pela de multa, observados os critérios dos incisos II e III do art. 44 deste Código. Súmula 171 do STJ - Cominadas cumulativamente, em lei especial, penas privativa de liberdade e pecuniária, é defeso a substituição da prisão por multa. Art. 44, § 2o: CP: Na condenação igual ou inferior a um ano, a substituição pode ser feita por multa ou por uma pena restritiva de direitos; se superior a um ano, a pena privativa de liberdade pode ser substituída por uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas restritivas de direitos. EX.: 2 sujeitos: Rico + pobre – pratiquem juntos um delito, fizeram JUNTOS AS MESMAS COISAS: 20 dias- multa. O grau de contribuição foi equivalente, por isso a quantidade de dias-multa iguais. 5 salários (dia) – rico; 1/30 (dia) salário – 1 mês. EX.: João foi condenado a um ano de privação de liberdade, e cumulativamente ao pagamento de 360 dias multa no valor de duas vezes o salário-mínimo cada. Considerando que o réu é pobre, acertou o magistrado? Não, pois a proporção está errada. Se a quantidade de privação de liberdade é um ano, a quantidade de dias multa não poderá ser 360, um dos dois está errado; o magistrado também não acerta ao valor de cada dia multa, não seria possível cobrar duas vezes o salário mínimo de uma pessoa de baixa renda. Art. 60 - Na fixação da pena de multa o juiz deve atender, principalmente, à situação econômica do réu. § 1º - A multa pode ser aumentada até o triplo, se o juiz considerar que, em virtude da situação econômica do réu, é ineficaz, embora aplicada no máximo. Lei especial: poderá estabelecer critérios especiais para a dosimetria da pena de multa. Ocasião em que, o código penal, continuará servindo subsidiariamente. Obs: a lei penal de drogas trabalhará a lei de multa de uma maneira própria; ex.: art. 33, Lei 11.343/2006: Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar: Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa. DIAS MULTA: TRIFÁSICO; PENA DE MULTA: SISTEMA BIFÁSICO. Professora: Daniela Portugal Aluna: Ana Beatriz de Morais FBDG/ 2022.2 - De 500 a 1500 dias-multa. Aqui, também, há uma previsão especial, pois, em caso de concurso de crimes, a multa poderá aumentar atéo décuplo. Art. 43, p. u. Art. 43. Na fixação da multa a que se referem os arts. 33 a 39 desta Lei, o juiz, atendendo ao que dispõe o art. 42 desta Lei, determinará o número de dias-multa, atribuindo a cada um, segundo as condições econômicas dos acusados, valor não inferior a um trinta avos nem superior a 5 (cinco) vezes o maior salário-mínimo. Parágrafo único. As multas, que em caso de concurso de crimes serão impostas sempre cumulativamente, podem ser aumentadas até o décuplo se, em virtude da situação econômica do acusado, considerá-las o juiz ineficazes, ainda que aplicadas no máximo. PAGAMENTO o Regra geral: multa é recolhida ao fundo penitenciário nacional. o Prazo para pagamento: regra é o pagamento em parcela única em até 10 dias do trânsito em julgado da decisão condenatória. Art. 50, CP. o A pena de multa será fixada APENAS UMA VEZ. o Parcelamento? Possível, devendo ser requerido ao juiz. o Desconto direto do vencimento ou salário? É possível nas seguintes hipóteses: a) aplicada isoladamente; b) aplicada cumulativamente com pena restritiva de direitos; c) concedida a suspensão condicional da pena. Note que nas três referidas hipóteses o agente não está cumprindo pena privativa de liberdade. § 2º - O desconto não deve incidir sobre os recursos indispensáveis ao sustento do condenado e de sua família. Ideia de “Mínimo Existencial) o Diante do não pagamento espontâneo: ▪ Antes: prisão. ▪ CF/88: veda prisão por dívidas Professora: Daniela Portugal Aluna: Ana Beatriz de Morais FBDG/ 2022.2 ▪ Hoje: o não pagamento gera a execução da dívida. A multa é considerada dívida de valor; aplica- se as normas da Fazenda Pública. É vedado a prisão. ➢ De quem é a leg. Ativa p/ promover a ação de execução? Fazenda pública, por meio de procuradores? MP? ➢ Em qual juízo será processada? Varas da Fazenda pública? Vara da execução penal? Art. 51. Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será executada perante o juiz da execução penal e será considerada dívida de valor, aplicáveis as normas relativas à dívida ativa da Fazenda Pública, inclusive no que concerne às causas interruptivas e suspensivas da prescrição. 2019 (Antes de 2019, dizia-se que a multa seria considerada dívida de valor, aplicando-se lhes as normas da legislação relativa à dívida ativa da Fazenda Pública). Agora, tem-se uma convergência entre STF e STJ: legitimidade ativa: MP (Promotores); Competência: vara da execução penal – ELES TRABALHAM COM A NORMAS DA FAZENDA PÚBLICA. SÚMULA 521, STJ: A legitimidade para a execução fiscal de multa pendente de pagamento imposta em sentença condenatória é exclusiva da Procuradoria da Fazenda Pública. (Publicada no DJ-E de 6-4-2015). Aqui, tem-se uma divergência entre STF e STJ: legitimidade ativa do MP (ADI 3150/2018). PRESCRIÇÃO DA MULTA o Prazos prescricionais para pena de multa: Art. 114 - A prescrição da pena de multa ocorrerá: I - em 2 (dois) anos, quando a multa for a única cominada ou aplicada; II - no mesmo prazo estabelecido para prescrição da pena privativa de liberdade, quando a multa for alternativa ou cumulativamente cominada ou cumulativamente aplicada. (quando for aplicada junta com a pena privativa de liberdade) o Causas suspensivas e interruptivas da contagem da prescrição: normas relativas à Dívida Ativa da Fazenda Pública: (em outra lei) Suspensão da execução da multa Art. 52 - É suspensa a execução da pena de multa, se sobrevém ao condenado doença mental. PENA RESTRITIVA DE LIBERDADE Professora: Daniela Portugal Aluna: Ana Beatriz de Morais FBDG/ 2022.2 Art. 32 - As penas são: I - privativas de liberdade; II - restritivas de direitos; III - de multa. Art. 68 - A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do art. 59 deste Código; em seguida serão consideradas as circunstâncias atenuantes e agravantes; por último, as causas de diminuição e de aumento. (TRÊS PASSOS – SISTEMA TRIFÁSICO) TABELA EXPLICATIVA SISTEMA TRIFÁSICO NELSON HUNGRIA FASE Ponto de partida Critério examinado Ponto de chegada 1° Pena cominada Circunstâncias judiciais (art. 59, CP) Pena-base 2° Pena base Circunstâncias legais – atenuantes e agravantes (art. 61, CP) Pena provisória/ pena intermediária 3° Pena intermediária/ provisória Causas de diminuição (minorantes) e aumento (majorante) de pena Pena definitiva Observação: quando uma mesma circunstância fática puder ser colocada em diferentes momentos da dosimetria, precisaremos seguir uma ordem de preferência, em homenagem ao princípio do ne bis in idem. Utilizaremos preferencialmente como qualificadora ou privilégio na identificação da pena cominada e, em não sendo possível, enquadraremos sucessivamente na terceira, segunda ou primeira fase. Professora: Daniela Portugal Aluna: Ana Beatriz de Morais FBDG/ 2022.2 PENA COMINADA Pena mínima ---“de... a....”---- Pena máxima o Avaliar se o fato corresponde ao tipo simples (“caput”), ao tipo qualificado ou ao tipo privilegiado. o Leitura dos artigos 155, 163 e 180. Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. (UM A QUATRO - SIMPLES) Qualificadoras § 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido: § 4º-A A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa, se houver emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum. (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018) § 4º-B. A pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa, se o furto mediante fraude é cometido por meio de dispositivo eletrônico ou informático, conectado ou não à rede de computadores, com ou sem a violação de mecanismo de segurança ou a utilização de programa malicioso, ou por qualquer outro meio fraudulento análogo. Art. 163 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. (SIMPLES) Qualificadora Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa, além da pena correspondente à violência. o Tecnicamente não se pode falar em crimes dupla ou triplamente qualificados. Assim, quando mais de uma circunstância fática serve em tese para qualificar o delito, o juiz irá eleger uma delas para qualificar e, as demais serão usadas ou na terceira fase ou na segunda ou na primeira. CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13654.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13654.htm#art1 Professora: Daniela Portugal Aluna: Ana Beatriz de Morais FBDG/ 2022.2 como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime: o Poderá ser favorável, neutra ou desfavorável. o O Legislador não define previamente um valor para cada circunstância. o Circunstâncias judiciais em espécie (8 circunstâncias). ANTECEDENTES Ponderados na primeira fase de dosimetria de pena; Bons antecedentes X Maus antecedentes. “É vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso para agravar a pena-base” (Súmula 444/ STJ) Sentença penal condenatória transitada em julgado que não esteja sendo usada para gerar reincidência (princípio do ne bis in idem – Súmula 231, STJ SÚMULA N. 231. A incidência da circunstância atenuante não pode conduzir à redução da pena abaixo do mínimo legal. OBS.: diferentemente da reincidência, o Código Penal não previu prazo depurador para maus antecedentes. Estão sujeitos à caducidade? STF X STJ STF RE593.818-SCCONDUTA SOCIAL E PERSONALIDE DO AGENTE Direito penal do autor (direito penal do inimigo – pune-se pelo que é) X Direito penal do fato (pune-se pelo que se fez). MOTIVOS, CIRCUNSTÂNCIAS E CONSEQUÊNCIAS DO CRIME Ne bis in idem: uso subsidiário do artigo 59 para ponderar motivos, circunstâncias e consequências. SEMPRE olhar as qualificadoras, privilegiadoras etc. COMPORTAMENTO DA VÍTIMA Professora: Daniela Portugal Aluna: Ana Beatriz de Morais FBDG/ 2022.2 Neutra ou favorável ao agente. Inserido após reforma da parte geral do Código Penal em 1984. Culpabilização da vítima – revitimização/vitimização secundária/sobrevitimização. FIXAÇÃO DA PENA BASE o Resultado da primeira fase de dosimetria. o O legislador não estabelece valores prévios para circunstâncias judiciais. o Doutrina sugere que a pena base, mesmo quando desfavoráveis as circunstâncias judiciais, seja fixada próxima ao mínimo legal. ▪ Ex.: furto (pena cominada 1-4 anos) > I) todas as CJ neutras: 1 ano. Pena base no mínimo legal. > II) todas as CJ favoráveis: 1 ano. Pena base no mínimo legal. ▪ Princípio de individualização das penas? DAS CIRCUNSTÂNCIAS AGRAVANTES E ATENUANTES Art. 61: São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime: o Ne bis in idem; o Súmula 241: sobre a impossibilidade de dupla ponderação de uma mesma circunstância fática. Súmula 241 do STJ: A reincidência penal não pode ser considerada como circunstância agravante e, simultaneamente, como circunstância judicial o Ex.: crime de tortura com pena agravada pela tortura – impossibilidade. Tortura – elemento constitutivo. o Ex.²: homicídio qualificado pelo motivo torpe com pena agravada pelo motivo torpe – impossibilidade. (torpeza – qualificadora). II- TER O AGENTE COMETIDO O CRIME POR: a) Por motivo FÚTIL OU TORPE: o Fútil: banal, somenos. Ex.: morte – dívida de 20 reais. o Torpe: vil, mesquinho, cruel. Professora: Daniela Portugal Aluna: Ana Beatriz de Morais FBDG/ 2022.2 b) Facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime; o “Agravante por conexão”. c) À traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa do ofendido; o Traição – nunca presumida. o Ex. de ne bis in idem na dissimulação: estelionato. Analogia “Lacuna” Interpretação extensiva ou analógica. -Em benefício do réu ou em prejuízo do réu. - Analogia “pro reo” d) Com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que podia resultar perigo comum. o Veneno: característico da pessoa; o Tortura: meio; o Meio insidioso: ex.: cerol; um sofrimento além do normal; o Perigo comum: arma química. e) Contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge. A B Fórmula exemplificativa Cláusula geral Professora: Daniela Portugal Aluna: Ana Beatriz de Morais FBDG/ 2022.2 f) Com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade, ou com violência contra a mulher na forma da lei específica (ART. 7° DA LMP) o Três primeiros: mulher ou homem; o Última: mulher. g) Com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, ministério ou profissão; o Abuso de autoridade: elemento constitutivo – apenas como meio. SEGUNDA UNIDADE CONTINUAÇÃO DE AGRAVANTES E ATENUANTES (PRIMEIRA AULA FALTEI) ATENUANTES DA PENA d) Confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime; o CF/88, CP: direito ao silêncio. o Confessar: assumir autoria/materialidade (o interrogatório é um ato repetível, um meio de obtenção de prova + meio de defesa (função hibrida). Acontece na fase inquisitorial e fase processual. o OBS.: confissão qualificada: confissão utilizada como pressuposto para apresentação de tese defensiva (ex.: matei em legítima defesa). Possibilidade de fracionamento.1 o Retratabilidade da confissão: fase inquisitorial (confessar perante autoridade policial); fase processual (retratação da confissão perante autoridade judicial). o É possível usar como fundamento condenatório a confissão perante a autoridade policial quando ela é retratada em juízo? SIM! (majoritária). Nesse caso, estará o juiz obrigado a atenuar a pena? Súmula 545, STJ: "Quando a confissão for utilizada para a formação do convencimento do julgador, o réu fará jus à 1 Dúvida Professora: Daniela Portugal Aluna: Ana Beatriz de Morais FBDG/ 2022.2 atenuante prevista no art. 65, III, d, do Código Penal”. 2022: havendo confissão, ainda que retratada, o réu fará jus a atenuante da confissão. e) cometido o crime sob a influência de multidão em tumulto, se não o provocou. o Crimes multitudinários (“efeito manada”); o Se não o provocou. Art. 66 - A pena poderá ser ainda atenuada em razão de circunstância relevante, anterior ou posterior ao crime, embora não prevista expressamente em lei. o Aqui, fala-se na atenuante “inominada”. PENA INTERMEDIÁRIA OU PROVISÓRIA O legislador não atribuiu valores prévios às circunstâncias legais atenuantes e agravantes (discricionariedade do juiz). Atenuantes e agravantes NÃO podem ser livremente compensados, sem que sejam observadas as circunstâncias preponderantes (art. 67, CP). Art. 67 - No concurso de agravantes e atenuantes, a pena deve aproximar-se do limite indicado pelas circunstâncias preponderantes, entendendo-se como tais as que resultam dos motivos determinantes do crime, da personalidade do agente e da reincidência. o Circunstâncias preponderantes: 1. Personalidade (atenuante preponderante) – superpreponderantes: - 21 + 70. 2. Reincidência – agravante. 3. Motivos – atenuantes (65, III, a) – agravantes (61, II, a). CJ (1/8) CL (até 1/6) C. aum. E dim. De 1/6 até 3x Professora: Daniela Portugal Aluna: Ana Beatriz de Morais FBDG/ 2022.2 a) cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral; a)por motivo fútil ou torpe; ▪ Pena base “x” Circunstâncias agravantes pena provisória. I. Atenuante não preponderante X agravante não preponderante = P. base = pena provisória. II. Atenuante preponderante X agravante não preponderante = pena provisória < pena base. III. Atenuante não preponderante X agravante preponderante = pena provisória > pena base. IV. Menor de 21 (data do fato) X reincidente = pena provisória < pena base. - Pode a atenuante da confissão ser tratada como preponderante nos termos do art. 67, CP (“personalidade colaborativa”)? (RESP 1341370) SÚMULA N. 231. A incidência da circunstância atenuante não pode conduzir à redução da pena abaixo do mínimo legal. PENA DEFINITIVA Causas de diminuição (minorantes) e de aumento (majorantes). Diferentemente do que ocorre nas fases anteriores, as causas de diminuição e de aumento de pena estão espalhadas por todo código penal, tanto em sua parte geral quanto em sua parte especial. Além disso, outra peculiaridade reside no fato de que o legislador predetermina os valores e parâmetros de dosimetria das minorantes e majorantes. Por esta razão, uma vez aplicadas poderão resultar em pena definitiva superior ao máximo ou inferior ao limite mínimo da pena cominada. No cálculo propriamente dito, será feito de forma sucessiva (uma sobre as outras), começando-se pelas causas de diminuição (da menos expressiva para a mais expressiva) conforme literalidade do art. 68, CP. Note que, a aplicação sucessiva é pior para o réuseja no cômputo das minorantes (evitando a pena negativa ou a pena zero) quanto no cômputo das majorantes (gerando valores exorbitantes). o Aplicação isolada: (base de cálculo fixa) – p.b.: 2 anos + 1 + 1 = 4. + 1/2 ; +1/2 (majorantes). P.b: 2 anos – 1 – 1 = zero. -1/2; -1/2. o Aplicação sucessiva: base de cálculo variável) – p.b.: 2 anos + 1 = 3. / 3 + 1/ 3 + 1/5 = 4,5. +1/2; +1/2 (majorantes). P.b.: 2 anos – 1 = 1. / 1 – 6m = 6 meses. -1/2; -1/2. Professora: Daniela Portugal Aluna: Ana Beatriz de Morais FBDG/ 2022.2 Art. 14 Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços. Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços. Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço. Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se. § 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida de um a dois terços. Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal: § 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por embriaguez, proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. § 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço. § 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave. Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo anterior. Professora: Daniela Portugal Aluna: Ana Beatriz de Morais FBDG/ 2022.2 Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os subseqüentes ser havidos como continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços. Parágrafo único - Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa, poderá o juiz, considerando a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias, aumentar a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, até o triplo, observadas as regras do parágrafo único do art. 70 e do art. 75 deste Código. Art. 73 - Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o agente, ao invés de atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde como se tivesse praticado o crime contra aquela, atendendo-se ao disposto no § 3º do art. 20 deste Código. No caso de ser também atingida a pessoa que o agente pretendia ofender, aplica- se a regra do art. 70 deste Código Art. 74 - Fora dos casos do artigo anterior, quando, por acidente ou erro na execução do crime, sobrevém resultado diverso do pretendido, o agente responde por culpa, se o fato é previsto como crime culposo; se ocorre também o resultado pretendido, aplica-se a regra do art. 70 deste Código. Art. 68 - A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do art. 59 deste Código; em seguida serão consideradas as circunstâncias atenuantes e agravantes; por último, as causas de diminuição e de aumento. Parágrafo único - No concurso de causas de aumento ou de diminuição previstas na parte especial, pode o juiz limitar-se a um só aumento ou a uma só diminuição, prevalecendo, todavia, a causa que mais aumente ou diminua. o P. G.: o juiz deverá aplicar todas as circunstâncias de aumento e diminuição que incidirem. o P.E.: o juiz poderá aplicar a norma benéfica do art. 68. p.u. o Exemplo: ▪ + ½ (P.E.) – 1/6(P.G.) ▪ + 1/6 (P.G) – ½ (P.E.) ▪ + 3X (P.E.) – 1/6 (P.E.) Poderá ser estabelecida acima do máximo ou abaixo do mínimo da pena cominada. Professora: Daniela Portugal Aluna: Ana Beatriz de Morais FBDG/ 2022.2 o Exemplo: denuncia pelos crimes no 157, CP (15 anos), 213, CP (15 anos) e 33, Lei 11343/06 (15 anos). Pena aplicada: 45 anos. Unificação (75, CP) – 40 ANOS. Art. 75. O tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade não pode ser superior a 40 (quarenta) anos. EM 2019: 30 anos. Irretroatividade prejudicial, NÃO PODE. Por que continua a contar? Súmula 715, STF: “A pena unificada para atender ao limite de 30 (trinta) anos de cumprimento, determinado pelo art. 75 do Código Penal, não é considerada para a concessão de outros benefícios, como o livramento condicional ou regime mais favorável de execução”. REGIME INICIAL DO CUMPRIMENTO DE PENA I° passo: observar a natureza da pena cominada. o Reclusão: regime inicial fechado, semiaberto ou aberto. o Detenção: regime inicial semiaberto ou aberto. OBS.: possibilidade de regressão para regime fechado (falta disciplinar). o Prisão simples (LCP): regime inicial semiaberto ou aberto. Aqui, é impossível a aplicação do regime fechado. II° passo: aplicação dos p. 2° e 3° do art. 33, CP: 35 anos I° unificação Novo crime Nova condenação (38 anos) 38 + 5 = 43 anos (nova unificação) - 40 anos. 40 anos Professora: Daniela Portugal Aluna: Ana Beatriz de Morais FBDG/ 2022.2 § 1º - Considera-se: a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento de segurança máxima ou média; b) regime semiaberto a execução da pena em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar; c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou estabelecimento adequado. § 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, segundo o mérito do condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso: a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la em regime fechado; b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a 8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semiaberto; b) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde o início,cumpri-la em regime aberto. o Condenado: primário ou reincidente / pena > 8 – Deverá: regime inicial FECHADO. o Condenado: primário – 4 < pena < ou = 8 – Poderá: regime inicial semiaberto. P.3°: C.J. poderão autorizar R.I. + gravoso. o Condenado: primário pena < ou = a 4 anos – Poderá: regime inicial ABERTO. P.3°: C.J. poderão autorizar R.I. + gravoso. Súmula 269, STJ: É admissível a adoção do regime prisional semiaberto aos reincidentes condenados à pena igualou inferior a quatro anos, se favoráveis as circunstâncias judiciais. Súmula 718, STF. A opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime não constitui motivação idônea para a imposição de regime mais severo do que o permitido segundo a pena aplicada. Súmula 719, STF. A imposição do regime de cumprimento mais severo do que a pena aplicada permitir exige motivação idônea. Ex.: João condenado a 6 anos de reclusão em R.I. semiaberto. Problema: ausência de vaga na colônia agrícola/ industrial (semiaberto). O que fazer? Antes: regime fechado. Hoje: súmula vinculante 56, STF: Professora: Daniela Portugal Aluna: Ana Beatriz de Morais FBDG/ 2022.2 A falta de estabelecimento penal adequado não autoriza a manutenção do condenado em regime prisional mais gravoso, devendo-se observar, nessa hipótese, os parâmetros fixados no RE 641.320/RS. o Havendo déficit: ▪ Saída antecipada (falta de vagas); ▪ Tornozeleira eletrônica ou prisão domiciliar; ▪ O cumprimento de penas restritivas de direito e/ou estudo ao sentenciado que progrida ao regime aberto. PROGRESSÃO X REGRESSÃO Progressão de regime consiste na transferência para regime mais brando de cumprimento, enquanto a regressão corresponde à transferência para regime mais gravoso. Conforme o art. 112, LEP, a execução da pena se dará de forma progressiva, não cabendo falar no já declarado inconstitucional regime integralmente fechado. Foram Fechado Semiaberto Aberto Saída antecipada domiciliar Penitenciária colônia casa de albergado Lotado João: 6 anos semiaberto Professora: Daniela Portugal Aluna: Ana Beatriz de Morais FBDG/ 2022.2 previstos os regimes fechado, semiaberto e aberto, inexistindo tecnicamente um regime “fechadíssimo”. Portanto, o popular RDD (regime disciplinar diferenciado) não é um regime de cumprimento de pena. Mesmo quando há cumprimento em regime mais gravoso, em tempo superior àquele determinado por lei, os Tribunais Superiores não admitem a progressão direta do fechado para o aberto (Súmula 491, STJ – per saltum NÃO PODE. A regressão per saltum, todavia, é amplamente admitida. Com alteração da LEP, pela Lei 13964/19, o art. 112 passou a prever novos patamares de progressão. Regime inicial para hediondos e equiparados seguirá os mesmos critérios anteriormente ditos. “Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com a transferência para regime menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos: I - 16% (dezesseis por cento) da pena, se o apenado for primário e o crime tiver sido cometido sem violência à pessoa ou grave ameaça; II - 20% (vinte por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime cometido sem violência à pessoa ou grave ameaça; III - 25% (vinte e cinco por cento) da pena, se o apenado for primário e o crime tiver sido cometido com violência à pessoa ou grave ameaça; IV - 30% (trinta por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime cometido com violência à pessoa ou grave ameaça; V - 40% (quarenta por cento) da pena, se o apenado for condenado pela prática de crime hediondo ou equiparado, se for primário; VI - 50% (cinquenta por cento) da pena, se o apenado for: a) condenado pela prática de crime hediondo ou equiparado, com resultado morte, se for primário, vedado o livramento condicional; b) condenado por exercer o comando, individual ou coletivo, de organização criminosa estruturada para a prática de crime hediondo ou equiparado; ou c) condenado pela prática do crime de constituição de milícia privada; http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L7210.htm#art112... Professora: Daniela Portugal Aluna: Ana Beatriz de Morais FBDG/ 2022.2 VII - 60% (sessenta por cento) da pena, se o apenado for reincidente na prática de crime hediondo ou equiparado; VIII - 70% (setenta por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime hediondo ou equiparado com resultado morte, vedado o livramento condicional. § 1º Em todos os casos, o apenado só terá direito à progressão de regime se ostentar boa conduta carcerária, comprovada pelo diretor do estabelecimento, respeitadas as normas que vedam a progressão. § 2º A decisão do juiz que determinar a progressão de regime será sempre motivada e precedida de manifestação do Ministério Público e do defensor, procedimento que também será adotado na concessão de livramento condicional, indulto e comutação de penas, respeitados os prazos previstos nas normas vigentes. § 3º No caso de mulher gestante ou que for mãe ou responsável por crianças ou pessoas com deficiência, os requisitos para progressão de regime são, cumulativamente: (Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018) o Progressão ESPECIAL: ▪ Sem violência ou grave ameaça; ▪ Se o crime não fora cometido contra o filho ou dependente; ▪ Cumprido 1/8 de pena no regime anterior; ▪ Primária; ▪ Que não integre organização criminosa. Execução da pena com perspectiva de gênero. CNJ – PROTOCOLO (imparcial x neutralidade). A Recomendação 128/2022 do CNJ faz referência ao protocolo como instrumento para que seja alcançada a igualdade de gênero, Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 5 da Agenda 2030 da ONU. Trata-se de guia para que os julgamentos, no âmbito da Justiça, realizem o direito à igualdade e a não discriminação de todas as pessoas. O protocolo adotado pelo CNJ sugere que a função jurisdicional concretize um papel de não repetição de estereótipos, constituindo-se um espaço de rompimento com as culturas de discriminação e de preconceitos. O documento destina um capítulo para a Justiça do Trabalho, e, para fins de metodologia, foi feita a sistematização em quatro segmentos macros, com suas respectivas subdivisões: desigualdades, discriminações, assédios, violências, segurança e medicina do trabalho. O texto destaca que a justiça trabalhista tem inúmeras demandas que exigem o olhar sob a perspectiva de gênero. Não se pode deixar de afirmar, outrossim, que a construção de estereótipos de gênero relacionados aos papéis e expectativas sociais reservados às mulheres como integrante da família pode levar à violação estrutural dos direitos da mulher que, não raras vezes, deixa a relação ( matrimônio ou união estável) com perdas financeiras e sobrecarga de obrigações, http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L7210.htm#art112%C2%A71. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13769.htm#art3 Professora: Daniela Portugal Aluna: Ana Beatriz de Morais FBDG/ 2022.2 mormente porque precisa recomeçar a vida laboral e, convivendo com dificuldades financeiras, deve destinar cuidados mais próximos aos filhos, mesmo no caso de guarda compartilhada. Ao lado do ideal romântico da figura materna, o gênero feminino, sempre que não se encaixa na expectativa social, é rotulado com estereótipos como o da vingativa, louca, aquela que aumenta ou inventa situações para tirar vantagem, ou seja, a credibilidade da palavra e intenções da mulher sempre são questionadas. Por isso a importância da análise jurídica com perspectiva de gênero, com a finalidade de garantir processo regido por imparcialidade e equidade, voltado à anulação de discriminações, preconceitos e avaliações baseadas em estereótipos existentes na sociedade, que contribuem para injustiças e violações de direitos fundamentaisdas mulheres. As instituições devem se atentar para os princípios da igualdade e da dignidade da pessoa ao tratar dos direitos humanos de mulheres e meninas, como determinado na Constituição Federal. Analisar e julgar uma ação com perspectiva de gênero nas relações assimétricas de poder significa aplicar o princípio da igualdade, como resposta à obrigação constitucional e convencional de combater qualquer tipo de discriminação de gênero, garantindo o real acesso à justiça com o reconhecimento de desigualdades históricas, sociais, políticas, econômicas e culturais para a preservação do princípio da dignidade humana das mulheres e meninas. Uma atuação com perspectiva de gênero pressupõe uma atenção não apenas ao julgar, mas durante a tramitação processual. Diante de uma demora em uma decisão de mérito, dificuldades surgem especialmente para as mulheres, como ficar sem renda e sem ter acesso aos bens comuns, tendo ainda que arcar com todos os cuidados dos filhos e das filhas. Além disso, as instruções processuais podem se tornar verdadeiros tribunais morais para a mulher, em que sua vida íntima é devassada e seus comportamentos pessoais são julgados, como se fossem justificativas para que seus direitos fossem invisibilizados e/ou negados. As desigualdades históricas e vulnerabilidades que existem em razão do gênero em todas as relações sociais também se projetam para as relações íntimas e familiares. § 4º O cometimento de novo crime doloso ou falta grave implicará a revogação do benefício previsto no § 3º deste artigo. (Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018) o Novo crime implicará na revogação do benefício. § 5º Não se considera hediondo ou equiparado, para os fins deste artigo, o crime de tráfico de drogas previsto no § 4º do art. 33 da Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) o NÃO é hediondo o chamado tráfico privilegiado para fins de progressão. § 6º O cometimento de falta grave durante a execução da pena privativa de liberdade interrompe o prazo para a obtenção da progressão no regime de cumprimento da pena, caso em que o reinício da contagem do requisito objetivo terá como base a pena remanescente. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13769.htm#art3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11343.htm#art33%C2%A74 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11343.htm#art33%C2%A74 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art4 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art20 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art4 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art20 Professora: Daniela Portugal Aluna: Ana Beatriz de Morais FBDG/ 2022.2 § 7º O bom comportamento é readquirido após 1 (um) ano da ocorrência do fato, ou antes, após o cumprimento do requisito temporal exigível para a obtenção do direito. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) A PROGRESSÃO É SEMPRE PRO REO. PODE-SE PROGREDIR ANTES DO TRÂNSITO EM JULGADO. o Progressão antes do trânsito em julgado: ▪ PRISÃO: Pena: sentença penal condenatória transitada em julgado. Processo: (gênero) prisão em flagrante. (prisão em flagrante, temporária, preventiva – garantia da ordem pública, econômica, da aplicação da lei penal, por conveniência da instituição criminal. Antes do trânsito em julgado de sentença penal condenatória. ▪ Execução provisória da pena: antes do trânsito em julgado. Ex.: João, acusado de estelionato, é preso preventivamente em janeiro de 2021. Até a presente data, João segue preso e o processo aguarda julgamento. Pena: 1 a 5 anos (art. 171). Primário de bons antecedentes. 16% progressão – mais ou menos 300 dias. Ele já estaria em regime aberto se condenado definitivo fosse. Súmula 716, STF. (execução antecipada/execução provisória/progressão antes do trânsito em julgado). ▪ PRISÃO DE LULA: 1. Prisão processo (não gera suspensão de direitos políticos) ou Prisão pena (gera suspensão de direitos políticos). 2. Prenderam: prisão pena. Execução antecipada da pena. STF: HC126292/SP ; HC152752/2018. 3. Depois das eleições o STF volta atrás restabelecendo a proibição da execução antecipada da pena (ADC’S 43 a 44 /2019). REGIME DISCIPLINAR DIFERENCIADO o LEP: instituiu Lei 10.792/2003; http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art4 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art20 Professora: Daniela Portugal Aluna: Ana Beatriz de Morais FBDG/ 2022.2 ▪ Contexto: ❖ Rebeliões em estabelecimentos prisionais; ❖ Comunicação em massa: ataques do crime organizado (PCC; CV); ❖ Comoção popular: medidas informais de controle adotadas pela SSP: inconstitucionais? (União – legislar sobre a matéria penal). ❖ LEP passa a versar, expressamente, sobre a RDD. ▪ Novo endurecimento: alteração Lei 13.964/2019: ❖ NÃO É UM REGIME AUTÔNOMO DE CUMPRIMENTO DE PENA – É uma espécie de CASTIGO que se aplica a presos provisórios ou condicionais definitivos. Em questão: humanidade das penas e bis in idem. Presunção de inocência. ❖ Art, 52, LEP: até 2 anos (pode repetição); cela individual; visitas quinzenais (2h, duas pessoas por vez); banho de sol (2h, grupo 4 pessoas); entrevistas monitoradas (exceto defensor); fiscalização da correspondência; participação em audiências judiciais de preferência por videoconferência. ▪ Hipótese de inclusão: ❖ Prática de crime doloso no curso da prisão que tenha ocasionado subversão da ordem/disciplina interna. Ex.: rebelião + matar. ❖ Ou, preso de alto risco: o que é? Taxatividade? Legalidade? Bis in idem? DP do autor/inimigo Jakobs? ❖ Preso com fundadas suspeitas de envolvimento com organização criminosa. Presunção de inocência? CONCURSO DE CRIMES E CONTINUIDADE DELITIVA - Concurso de crimes: pluralidade de crimes; CONCURSO MATERIAL Art. 69 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade em que haja incorrido. No caso de aplicação cumulativa de penas de reclusão e de detenção, executa-se primeiro aquela. Professora: Daniela Portugal Aluna: Ana Beatriz de Morais FBDG/ 2022.2 Art. 69, CP: concurso material (mais de uma ação ou omissão, 2 ou mais, cumulativamente). o Mais de uma ação ou omissão; o Para que se fale em concurso de crimes, na modalidade material, é indispensável que a pluralidade de crimes tenha derivado de uma pluralidade de condutas típicas (seja por ação seja por omissão), NÃO sendo suficiente a pluralidade de atos. o Pluralidade de atos: A golpeia B com várias facadas até alcançar o objetivo de matar a vítima. Crime único: homicídio. Vários atos, mas uma só ação/conduta típica. Conflito aparente de normas. o Pluralidade de condutas: A estupra B e, após concretizar seu intento, decide matar a vítima a fim de que ela não o denuncie. Pluralidade de crimes: estupro + homicídio. Concurso de crimes. o No caso de crimes idênticos: uma pessoa mata duas no carnaval; uma pessoa também pode ser vítima duas vezes (lesão hoje, lesão ou homicídio amanhã) – tem que observar o lapso temporal. ▪ Dois ou mais crimes idênticos ou não: Idênticos: concurso material homogêneo; Não: concurso material heterogêneo. Consequência: critério de cúmulo material (somatório das penas). o OBS.: concurso de crimes X penas restritivas de direitos. 1. Cada um dos crimes autoriza a substituição por PRD – cumprimento simultâneo; cumprimento sucessivo. 2. Uma ou mais condenação são incompatíveis com a PRD – converte-se a PRD em PPL. CONCURSO FORMAL Art. 70 - Quandoo agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo anterior. Parágrafo único - Não poderá a pena exceder a que seria cabível pela regra do art. 69 deste Código. o Uma só ação ou omissão (ainda que mediante pluralidade de atos); o Dois ou mais crimes idênticos; Professora: Daniela Portugal Aluna: Ana Beatriz de Morais FBDG/ 2022.2 o Idênticos (homogêneos) ou Não (heterogêneos). o Consequência: depende da espécie de concurso formal. o Ex: nazista coloca vários judeus na câmara de gás. CONCURSO MATERIAL CONCURSO FORMAL Art. 69, CP Art. 70, CP Mais de uma ação ou omissão Uma só ação ou omissão Não basta a pluralidade de atos Ainda que mediante pluralidade de atos Dois ou mais crimes Dois ou mais crimes Consequência jurídica: cúmulo material Consequência jurídica: cúmulo material (impróprio) ou exasperação (próprio) Ex.: A furta B e estupra C. Prática de furto + estupro em concurso material heterogêneo. Ex.: A coloca B, C, D, e E em câmara de gás, asfixiando todos. Pratica 4 homicídios em concurso formal impróprio. CONCURSO FORMAL Próprio ou perfeito Impróprio ou imperfeito Unidade de desígnio (quis um resultado) Ou Ausência de desígnio (não quis nenhum resultado) Ex.: quis homicídio e acabou lesionando outra pessoa. Segunda parte do art. 70, CP: somatório das penas Desígnios autônomos (o agente quis cada um do resultado que ele causou) Consequência: exasperação (art. 70. P. inicial) A mais grave aumenta de 1/6 a ½ Edição Número 26, STJ, jurisprudência em tese: (STJ - Jurisprudência em Teses) https://scon.stj.jus.br/SCON/jt/toc.jsp Professora: Daniela Portugal Aluna: Ana Beatriz de Morais FBDG/ 2022.2 1) O aumento da pena-base em virtude das circunstâncias judiciais desfavoráveis (art. 59 CP) depende de fundamentação concreta e específica que extrapole os elementos inerentes ao tipo penal. 2) Não há ilegalidade na análise conjunta das circunstâncias judiciais comuns aos corréus, desde que seja feita de forma fundamentada e com base nas semelhanças existentes. 3) A culpabilidade normativa, que engloba a consciência da ilicitude e a exigibilidade de conduta diversa e que constitui elementar do tipo penal, não se confunde com a circunstância judicial da culpabilidade (art. 59 do CP), que diz respeito à demonstração do grau de reprovabilidade ou censurabilidade da conduta praticada. 4) A premeditação do crime evidencia maior culpabilidade do agente criminoso, autorizando a majoração da pena-base. 5) O prazo de cinco anos do art. 64, I, do Código Penal, afasta os efeitos da reincidência, mas não impede o reconhecimento de maus antecedentes. 6) Os atos infracionais não podem ser considerados maus antecedentes para a elevação da pena-base, tampouco para a reincidência. 7) Os atos infracionais podem ser valorados negativamente na circunstância judicial referente à personalidade do agente. 8) Os atos infracionais não podem ser considerados como personalidade desajustada ou voltada para a criminalidade para fins de exasperação da pena-base. 9) A reincidência penal não pode ser considerada como circunstância agravante e, simultaneamente, como circunstância judicial. (Súmula n. 241/STJ) 10) O registro decorrente da aceitação de transação penal pelo acusado não serve para o incremento da pena-base acima do mínimo legal em razão de maus antecedentes, tampouco para configurar a reincidência. 11) É vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso para agravar a pena-base. (Súmula n. 444/STJ) 12) Havendo diversas condenações anteriores com trânsito em julgado, não há bis in idem se uma for considerada como maus antecedentes e a outra como reincidência. 13) Para valoração da personalidade do agente é dispensável a existência de laudo técnico confeccionado por especialistas nos ramos da psiquiatria ou da psicologia. javascript:document.frmDoc1Item0.submit(); javascript:document.frmDoc1Item0.submit(); javascript:document.frmDoc1Item1.submit(); javascript:document.frmDoc1Item1.submit(); javascript:document.frmDoc1Item2.submit(); javascript:document.frmDoc1Item2.submit(); javascript:document.frmDoc1Item2.submit(); javascript:document.frmDoc1Item2.submit(); javascript:document.frmDoc1Item3.submit(); javascript:document.frmDoc1Item3.submit(); javascript:document.frmDoc1Item4.submit(); javascript:document.frmDoc1Item4.submit(); javascript:document.frmDoc1Item5.submit(); javascript:document.frmDoc1Item5.submit(); javascript:document.frmDoc1Item6.submit(); javascript:document.frmDoc1Item6.submit(); javascript:document.frmDoc1Item7.submit(); javascript:document.frmDoc1Item7.submit(); javascript:document.frmDoc1Item8.submit(); javascript:document.frmDoc1Item8.submit(); javascript:document.frmDoc1Item9.submit(); javascript:document.frmDoc1Item9.submit(); javascript:document.frmDoc1Item9.submit(); javascript:document.frmDoc1Item10.submit(); javascript:document.frmDoc1Item10.submit(); javascript:document.frmDoc1Item11.submit(); javascript:document.frmDoc1Item11.submit(); javascript:document.frmDoc1Item12.submit(); javascript:document.frmDoc1Item12.submit(); Professora: Daniela Portugal Aluna: Ana Beatriz de Morais FBDG/ 2022.2 14) O expressivo prejuízo causado à vítima justifica o aumento da pena-base, em razão das consequências do crime. 15) O comportamento da vítima em contribuir ou não para a prática do delito não acarreta o aumento da pena-base, pois a circunstância judicial é neutra e não pode ser utilizada em prejuízo do réu. javascript:document.frmDoc1Item13.submit(); javascript:document.frmDoc1Item13.submit(); javascript:document.frmDoc1Item14.submit(); javascript:document.frmDoc1Item14.submit();
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