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TRANSTORNOS ALIMENTARES

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Gabriella R Oliveira - Saúde Mental - 
TRANSTORNOS ALIMENTARES:
POR QUE NOS ALIMENTAMOS? 
COMPORTAMENTO ALIMENTAR:
FOME X SACIEDADE:
fome física: qualquer coisa que come passa 
fome emocional: específica, vontade comer algo 
saciedade: se priva da alimentação 
CONTROLE DO APETITE:
NEUROTRANSMISSORES:
via orexígena: vai dar fome, diminui metabolismo 
via anorexígena: tira a fome, aumenta metabolismo 
NEUROBIOLOGIA:
➢ Alterações persistentes no comportamento alimentar. 
Comum: Preocupação excessiva com peso e alimentação 
➢ Principais consequências: 
• Obesidade 
• Emagrecimento extremo (caquexia) 
• Prejuízos à saúde física e mental 
• Prejuízos às relações sociais
SINAIS DE ALERTA:
“GORDOFOBIA”:
“PADRÃO DE BELEZA”
“MÍDIA PRÓ-MAGREZA”
ANOREXIA NERVOSA (AN):
CONCEITO: 
➢ ANOREXIA (é um sintoma): inapetência em decorrência de: falta de apetite/fome 
• Estados febris 
• Doenças gerais e digestivas 
• Situações transitórias da vida cotidiana 
➢ ANOREXIA NERVOSA (AN): 
• negação do apetite e 
• controle obsessivo do corpo
-> chega ter até amenorreia, para de menstruar 
-> IMC vai estar muito baixo 
TRISTE REALIDADE:
-> comum aumentar pelos nas costas, perda de músculo, filme: o mínimo para viver
GRAVIDADE:
TRATAMENTO: 
➢ Multidisciplinar (farmacológico e não farmacológico), não tem farmacológico específico e é apenas adjuvante, o principal é o não medicamentoso 
➢ Grande Desafio: cooperação do paciente anoréxico 
➢ Ambulatorial ou hospitalar. 
Vai ser Hospitalar quando: 
• Falha do tratamento ambulatorial 
• Ideação suicida. 
• Auto ou heteroagressividade. 
• Quadro psicótico concomitante. 
• Alterações clínicas importantes: (K+ < 2,5 mEq/L, arritmia cardíaca, IMC < 15)
➢ Objetivo imediato: recuperação do estado nutricional 
• Adequação dos comportamentos alimentares, 
• Manejo das complicações da desnutrição, 
• Manejo das comorbidades, 
• Manejo dos sintomas psiquiátricos. 
➢ Tratamento farmacológico: é apenas adjuvante!!!
TRATAMENTO FARMACOLÓGICO:
➢ Não deve ser modalidade única. 
➢ Papel secundário: Inexistência de medicamentos que produzem melhora definitiva dos sintomas da AN. 
➢ O que fazer então??? Tratar as comorbidades psiquiátricas concomitantes, ex: depressão. Auxiliar na recuperação nutricional.
➢ Justificativas de uso fármacos na AN ? 
• distorções do pensamento associados aos transtornos da imagem corporal (psicose?, perda de conexão com a realidade), 
• sintomas depressivos associados, 
• alterações do apetite.
➢ Estimulantes do apetite: ciproeptadina 
➢ Procinéticos: metoclopramida (plasil) ??? acelera motilidade intestinal e acredita-se que vai provocar fome 
➢ Antidepressivos: ISRS, ADT - tricíclicos: aumenta peso
➢ Ansiolíticos: BZD ??? (se ansiedade antecipatória ao ato de alimentar, dá 30 min antes de comer) 
➢ Antipsicóticos: atípicos (Olanzapina, quetiapina, risperidona)
ESTIMULANTE DO APETITE CIPROEPTADINA (Cobavital):
➢ Antagonista serotoninérgico e histaminérgico, ajuda dar fome, mas tem efeito de sedação também 
• Forte efeito orexígeno 
• Efeito sedante. 
➢ Indicações: 
• AN restritiva grave (princ. se tiver hiperatividade associada) 
➢ benefício não se mantém a longo prazo, tempo curto, não resolve problema do paciente
➢ opção interessante no início do tratamento hospitalar
PRÓ-CINÉTICOS:
METOCLOPRAMIDA (Plasil) 
➢ Ações: 
- Sensibiliza tecidos para atividade da ACh colinérgica 
- Estimula o peristaltismo 
- Reduz sensação de plenitude e saciedade precoce, ajuda dar fome 
✓ benefício incerto
Pode provocar SEP - sintomas extra piramidais
ANTIDEPRESSIVOS:
➢ Indicações: 
• Presença de comorbidade psiquiátrica 
- Transtornos do humor 
- Transtornos de ansiedade. 
- Compulsão alimentar. 
• Prevenção de recaídas após ganho de peso. 
- ISRS (mais seguros) 
- ADT
COMPULSÃO ALIMENTAR (TCAP):
CONCEITO:
➢ Recorrente ingestão de quantidade anormalmente grande de comida, em um curto período de tempo, mesmo sem a presença de fome ou necessidade física do alimento. 
➢ Presença de sensação de descontrole sobre a ingestão. 
➢ Episódios de compulsão alimentar ao menos uma vez por semana durante três meses. 
➢ Sem comportamento compensatório inapropriado: laxante, provocar vômito - se tivesse seria BULIMIA, então o IMC está alto, sobrepeso para mais 
ASPECTOS ASSOCIADOS:
Episódios de compulsão associados a 3 ou mais aspectos: 
• Comer mais rapidamente do que o normal. 
• Comer até se sentir desconfortavelmente cheio. 
• Comer grandes quantidades de alimento na ausência da sensação física de fome. 
• Comer sozinho por vergonha do quanto se está comendo. 
• Sentir-se desgostoso de si mesmo, deprimido ou muito culpado em seguida.
CONCEITO:
➢ TCAP = transtorno de compulsão alimentar periódica 
➢ É o transtorno alimentar mais prevalente. 
➢ Quanto maior o grau de obesidade, maior a prevalência 
➢ Etiologia pouco estudada
CICLO DA COMPULSÃO ALIMENTAR:
TRATAMENTO FARMACOLÓGICO:
➢ Associado a psicoterapia. 
➢ Objetivo: controle da impulsividade. 
➢ Indicação: casos moderados a graves 
➢ Fármacos utilizados: 
• Antidepressivos: ISRS, ISRSN 
• Psicoestimulante: lisdexanfetamina
ANTIDEPRESSIVOS:
➢ Inibidores da recaptação de serotonina (ISRS): 
fluoxetina - 60 mg/dia: de escolha, melhora geral o paciente, diminui compulsão, IMC, gravidade da doença, necessidade de alimentação, em posologia maior que da depressão, dividida no dia: 20 - 20 - 20
➢ Inibidores da recaptação de serotonina e noradrenalina(IRSN):
duloxetina: melhor dual, ajuda melhora mais a compulsão, IMC, gravidade da doença e sintomas depressivos 
LISDEXANFETAMINA: VENVANSE 
➢ É um psicoestimulante. 
➢ Indicação no TCAP: moderado a grave. 
➢ Posologia: 
- Dose inicial: 30 mg/dia 
- Aumentos semanais de 20 mg
 - Dose alvo: 50 – 70 mg/dia.
FARMACOCINÉTICA:
➢ Pró-fármaco da D-anfetamina.
FARMACODINÂMICA:
➢ Inibição da recaptação de dopamina e norepinefrina 
➢ Liberação de dopamina e norepinefrina
-> faz com que permaneçam mais tempo na fenda, inibe recaptação de dopamina e noradrenalina, e aumenta chegada/liberação na fenda, deixa cérebro muito ligado
REAÇÕES ADVERSAS:
➢ MUITO COMUM: ↓ apetite, ↓ peso, cefaleia, boca seca, agitação e dor abdominal superior. 
➢ COMUM: tique, variação de humor, ↑ atividade psicológica e motora, agressividade, tontura, irritabilidade, náusea, vômito, diarreia, erupção da pele, febre, ↑ ↑ transpiração, falta de ar, tremor, ansiedade, ranger de dentes, constipação, fadiga, arritmias, palpitações, ↑ PA, disfunção sexual. 
➢ OUTROS: hepatite eosinofílica, reação anafilática, episódios psicóticos, convulsões, angioedema.
CONTRAINDICAÇÕES:
• Arteriosclerose avançada; 
• Doença cardiovascular sintomática; 
• Hipertensão moderada a grave; 
• Hipertireoidismo; 
• Glaucoma; 
• Estados de agitação, ansiedade; 
• Histórico de abuso de drogas; 
• < 14 dias após uso de IMAO (crises hipertensivas) 
• Amamentação Ausência de estudos em: < 6 anos, > 55 anos, gestação
CUIDADOS:
➢ Dependência psicológica 
➢ Tolerância 
➢ Potencial de abuso
➢ Interrupção do tratamento: gradativamente Se abrupta após administração prolongada de dose alta: fadiga extrema e depressão 
➢ Não compensar a dose esquecida
➢ Ajuste de dose na insuficiência renal Dose máxima: 50mg (IRC grave), 30mg (IRC terminal) 
➢ Várias interações medicamentosas Destaque: Potencializa efeitos cardiovasculares e no SNC com bloqueadores da recaptação de NA
BULIMIA NERVOSA (BN):
CONCEITO:
“Fome de boi” ou fome voraz. 
➢ Características: 
• Episódios bulímicos 
• Práticas compensatórias inadequadas para não engordar. 
• Preocupação excessiva com o peso e alimentação 
✓ IMC normal ou sobrepeso. 
✓ Mais comum que a AN. 
✓ Melhor prognóstico
CARACTERÍSTICAS:
CICLO DA BULIMIA:
SUBTIPOS CLÍNICOS:
NÃO PURGATIVO: EXERCÍCIOS FÍSICOS INTENSOS E JEJUM PROLONGADO
PURGATIVO: AUTO INDUÇÃO DO VÔMITO E USO ABUSIVO DE LAXANTES E DIURÉTICOS 
CLASSIFICAÇÃO:
GRAVIDADE:Sinal de Russel: onde o dente machuca a mão e perda do esmalte dentário devido a acidez do conteúdo estomacal 
COMPLICAÇÕES:
síndrome do cólon catártico: intestino não consegue fazer peristaltismo para eliminar bolo fecal, só consegue evacuar se utilizar novo laxante
TRATAMENTO:
➢ Multidisciplinar (farmacológico e não farmacológico) 
➢ Ambulatorial. 
➢ Hospitalar se: 
• Falha do tratamento ambulatorial 
• Ideação suicida. 
• Rápida e persistente perda de peso 
• Quadro psicótico concomitante. 
• Anormalidades eletrolíticas significativas 
• Comportamento impulsivo (abuso de álcool, drogas, automutilação, cleptomania: pequenos furtos, promiscuidade sexual)
TRATAMENTO FARMACOLÓGICO:
➢ Uso com psicoterapia e acompanhamento nutricional. 
➢ Antidepressivos: 
- ↓ episódios bulímicos, mesmo na ausência de depressão coexistente. 
- Doses maiores que o habitual. 
• Inibidores Seletivos da Recaptação de 5HT (ISRS): 
- Fluoxetina 60 a 80mg/dia (preferência)
- Fluvoxamina 50 – 300 mg 
- Sertralina 50 – 200mg
Evitar: 
• Antidepressivos Tricíclicos: promovem ganho de peso e podem agravar bulimia. 
• Bupropiona: baixa o limiar convulsivo, especialmente em distúrbios hidroeletrolíticos.
➢ Psicoestimulantes: 
• Lisdexanfetamina 
- Diminui a impulsividade/compulsão alimentar 
- Diminui apetite e Aumenta a saciedade

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