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Pré-projeto AUTISMO - SAMIRA

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UNIVERSIDADE NORTE DO PARANÁ - UNOPAR
SISTEMA DE ENSINO A DISTÂNCIA
PEDAGOGIA
SAMIRA FABIANA DA SILVA DIAS
OS DESAFIOS DO PROFESSOR DE ESCOLA PÚBLICA NA PERSPECTIVA DO TEA: DIAGNÓSTICO PRECOCE DA CRIANÇA COM AUTISMO
Três Lagoas - MS
2022
SAMIRA FABIANA DA SILVA DIAS
OS DESAFIOS DO PROFESSOR DE ESCOLA PÚBLICA NA PERSPECTIVA DO TEA: DIAGNÓSTICO PRECOCE DA CRIANÇA COM AUTISMO
Projeto Educativo apresentado à Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, como requisito parcial à conclusão do Curso de Pedagogia.
Docente supervisor: Prof. Natalia Micheli Villa.
Três Lagoas - MS
2022
 INTRODUÇÃO
Inúmeros são os problemas que envolvem o desenvolvimento das pessoas com autismo. Dentre eles podemos citar as dificuldades em diagnosticar precocemente o transtorno. O conhecimento limitado do que seja o autismo e suas características, por grande parte dos professores que atuam na rede comum ou especial de ensino, contribui para o atendimento inapropriado de crianças e adolescentes autistas inseridas no processo educacional. 
Neste contexto, a origem deste pré-projeto e escolha do tema deu-se a partir de experiências vivenciadas com filho em fase de investigação médica de autismo TEA. Essa busca se originou também após dúvidas frequentes sobre a inserção de alunos autistas na rede regular de ensino ainda sem diagnóstico. 
Este projeto é resultado de uma experiência após percepção e observação no ambiente escolar com alunos autistas em que foi identificado que na prática que existem falhas no processo de inclusão e que os professores apresentam muitas dificuldades com alunos portadores da síndrome. Diante da problemática buscou-se aprofundar a temática teoricamente realizando uma revisão de literatura acerca do tema práticas psicológicas com autismo no contexto escolar e a necessidade do diagnóstico precoce.
Entende-se que a inclusão como um processo social é um direito de todos. No entanto, o presente relatório atenta-se para a definição do autismo, estratégias pedagógicas e psicológicas, além do cuidado e da necessidade de um olhar voltado para as diferenças no ambiente escolar a partir de estudos desenvolvidos com base nas informações adquiridas de autores que embasaram esta pesquisa.
O referente pré-projeto tem como objetivo contribuir para as práticas psicológicas com o autismo no contexto escolar visando a necessidade de um olhar voltado para o ambiente escolar, com enfoque para a inclusão e igualdade proporcionando um ambiente estável e adequado para que o autista se sinta seguro e confortável. 
A proposta de intervenção prevê a inclusão escolar adequada para lidar com o autismo no ambiente escolar, onde devem ser analisadas as características da criança, seus comprometimentos, suas necessidades e o seu grau de desenvolvimento, para que assim faça-se um trabalho adequado e inclusivo com benefícios aos autistas. 
Infelizmente, talvez por conta de pouca informação sobre o TEA, muitas famílias ignoram os primeiros sintomas considerando ser normal na etapa do desenvolvimento, o que pode ser prejudicial no processo. Há uma quantidade considerável de crianças que são diagnosticadas em fase escolar no aspecto social, pois é possível perceber de forma mais clara as dificuldades de interação social que elas têm, bem como dificuldades na linguagem e comportamento repetitivo. (ZANON; BACKES; BOSA, 2014, p. 26 apud SILVA; ARAÚJO, DORNELAS, 2020, p. 4).
Diversos estudos destacam a intervenção precoce como fator fundamental para a melhora do quadro clínico do autismo, gerando ganhos significativos e duradouros no desenvolvimento da criança (HOWLIN, MAGIATI; CHARMAN 2009; REICHOW, 2011).
Quanto mais cedo ocorrer o diagnóstico, mais cedo inicia-se o tratamento e capacidade de intervenções fica mais ampla. Nas crianças com TEA a neuroplasticidade é instrumento positivo onde o cérebro possui a capacidade de se reorganizar e modificar sua estrutura a partir de estímulos externos. Encontrando o tratamento ideal para cada caso específico, gerando os estímulos necessários, gera-se uma evolução do potencial neural). (SILVA; ARAÚJO, DORNELAS, 2020, p. 12).
Conforme os critérios diagnósticos do DSM-5 (APA, 2013), as primeiras manifestações do TEA devem aparecer antes dos 36 meses de idade. Todavia, dados empíricos demonstram que a maioria das crianças apresenta problemas no desenvolvimento entre os 12 e 24 meses (CHAKRABARTI, 2009; CHAWARSKA et al., 2007; NOTERDAEME; HUTZELMEYER-NICKELS, 2010), sendo que alguns desvios qualitativos no desenvolvimento aparecem antes mesmo dos 12 meses (MAESTRO et al., 2002; ZWAIGENBAUM et al., 2005 apud ZANON; BACKES, BOSA, 2014, p.26).
Em razão da realidade de muitas escolas brasileiras durante o processo de inclusão com alunos autistas as quais pesquisas mostram os seguintes argumentos justificativos; Muitas crianças inseridas no sistema educacional que possuem o diagnóstico do autismo sofrem as consequências da falta de conhecimentos e técnicas psicológicas adequadas para suas condições por parte da instituição. As famílias muitas vezes não recebem orientações dos professores que possam contribuir de forma positiva na questão da continuidade do trabalho com o filho entre aluno e escola.
Percebe-se, no entanto, que os professores de alunos autistas apresentam muitas dificuldades em auxiliá-los no processo de aprendizagem ou agir da forma correta diante de um momento de crise psicopatológica e tomam atitudes que agravam o comportamento desse aluno. Entretanto, verifica-se que as instituições de ensino que não possuem profissionais que tratam desse assunto com ciência não possibilitam um ensino de qualidade com resultados eficientes que superam diferenças do aluno com autismo para que ele possa se desenvolver, apenas estão fazendo interação com outros alunos.
Portanto, surge a necessidade do diagnóstico precoce tendo em vista o conhecimento das características da criança, seus comprometimentos, suas necessidades e o seu grau de desenvolvimento, para construir junto a instituição um trabalho adequado de inclusão no ensino regular e a formação de uma equipe multidisciplinar em que os profissionais trabalhem com ética, respeito e dedicação, tendo em vista que uma boa inclusão só ocorre com um bom trabalho.
Reconhece-se que na vivência prática, na avaliação diagnóstica foi observado como ponto emergencial a dificuldade na comunicação e nas relações interpessoais da comunidade escolar, que acabava interferindo de forma direta em todo funcionamento da escola. No entanto, objetiva-se desenvolver o aprimoramento das relações interpessoais através da comunicação entre a comunidade escolar, aperfeiçoando e fortalecendo o diálogo entre seus integrantes, contribuindo para a melhoria da dinâmica escolar. Através de novos olhares com relação ao comportamento e a forma de se comunicar e se integrar verdadeiramente, expondo, assim, ambas necessidades e contribuições.
Presente neste contexto sugere-se ainda além do diagnóstico precoce a figura e a contribuição do profissional psicólogo durante o processo de adaptação e inclusão no ambiente escolar, tendo em vista seus conhecimentos e importância do auxílio para a equipe pedagógica/multidisciplinar cujo desempenho irá contribuir e alertar para as necessidades de aprendizagem do autista e, sobretudo os recursos com estratégias de ensino e aperfeiçoamento dos profissionais. 
OBJETIVOS
OBJETIVO GERAL 
Destacar a importância de diagnosticar a criança com autismo em sua primeira infância por acreditar em uma intervenção pedagógica mais direcionada e com o intuito de poder facilitar o trabalho dos profissionais educadores ao recebê-los na instituição escolar.
 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
· Analisar o período em que os primeiros sinais do transtorno foram percebidos;
· Capacitar profissionais para reconhecer as manifestações precoces do transtorno;
· Limitar a própria avaliação de pré-escolares em relação aos comportamentos sociais mais sutis e próprios da faixa etária; 
· Avaliar a escassez de serviços especializados;· Realizar o diagnóstico precoce na primeira infância. 
PROBLEMATIZAÇÃO
 Ainda é encontrado dificuldades na identificação precoce do transtorno do espectro autista, e caso seja diagnosticado tardiamente é possível que isso acarrete danos ao autista. Busca-se saber com a realização desta pesquisa como o diagnóstico precoce do TEA pode evitar prejuízos a quem tem autismo? e alertar às pessoas envolvidas com o indivíduo, sobre os sintomas. Tendo o laudo nas primeiras fases da vida, é possível evitar que aja agravamento, através de tratamento adequado amenizando causas e prejuízos significativos. Os primeiros sinais foram notados na 1ª infância, e esses em sua grande maioria, eram relacionados a dificuldade na fala. Aos casos de descoberta tardia, ou seja, início da fase adulta em diante, a interação social é o fator chave, e nos casos de 1ª infância, em sua maioria, tem o sentimento de insegurança, medo e tristeza, nos casos tardios sentem alívio. O tratamento traz resultados positivos, enquanto que o diagnóstico tardio pode gerar piora no desenvolvimento do autista.
 REFERENCIAL TEÓRICO 
Ultimamente verificou-se a crescente produção acadêmica de estudos sobre o autismo que vêm se aprofundando dia a dia. Esse fato é muito relevante, pois traz luz para o problema, que até pouco tempo era visto como loucura ou psicose.
As primeiras evidencias foram descritas pelo médico Psiquiatra Leo Kanner no ano de 1940, nomeado de autismo infantil ou transtorno autista. Kanner utilizou o termo para definir a condição clínica de um grupo de 11 crianças que indicavam limitações no relacionamento com pessoas e com objetos, além de desordens na fala (GOULART; ASSIS, 2002 apud DIAS, 2017).
No entanto, conforme as novas descobertas foram surgindo diversos conceitos e definições também surgiram conforme aponta os autores pesquisados;
O (TEA) é uma inadequação no desenvolvimento do indivíduo que pode ser grave durante toda a vida. O diagnóstico se apresenta nos três primeiros anos de vida. As principais características do autismo são incapacidade de socialização, independência e autocontrole. Os sintomas podem ser de grau leve ou muito grave e se manifestam através de gestos repetitivos (estereotipias), reclusão, comportamentos agressivos, a fala e linguagem de forma atrasada ou ausente com habilidades físicas reduzidas e um relacionamento anormal frente a objetos, eventos ou pessoas acrescentou (GAUDERER, 1985; SCHWARTZMAN, 2003 apud SOUZA, 2016).
Enquanto (DANIELS; MANDELL, 2013; NOTERDAEME; HUTZELMEYER; NICKELS, 2010 apud ZANON, BACKES, BOSA, 2017, p. 153 definiu (TEA) como comprometimentos precoces no desenvolvimento sociocomunicativo, assim como pela presença de comportamentos repetitivos e estereotipados (American Psychiatric Association, 2013). Embora se reconheça que algumas dificuldades que caracterizam o TEA possam ser identificadas na primeira infância, os resultados dos estudos mostram que muitas crianças não são diagnosticadas antes do período escolar, o que pode retardar seu ingresso em programas de intervenção, assim como a orientação parental específica. 
Para (GUEDES; TADA, 2015) o autismo é uma condição assinalada pelo desenvolvimento acentuadamente anormal e prejudicado nas interações sociais, no modo de comunicação e no comportamento (American Psychiatric Association [APA], 2013).
Do ponto de vista de (SILVA; ARAÚJO, DORNELAS, 2020, p. 6-7 apud SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA [SBP], 2019, p. 1) (TEA) é um transtorno do desenvolvimento neurológico, caracterizado por dificuldades de comunicação e interação social e pela presença de comportamentos neurotípicos como ações repetitivas ou restritas. Esses são traços mais marcantes do TEA, mas a gravidade de sua apresentação é variável. Explica ainda que se trata de um transtorno pervasivo e permanente, não há cura, mas a intervenção precoce pode alterar o prognóstico e suavizar os sintomas e danos futuros no desenvolvimento da criança. Geralmente se apresenta por meio de qualquer combinação de quatro desvios da norma, dificuldade com as interações sociais, comprometimento cognitivo, dificuldade de comunicação e comportamentos repetitivos 
A versão atualizada do DSM-IV publicada em 2014, denominada manual de Diagnostico e Estatístico dos Transtornos Mentais (DSM-5), apresenta uma nova estrutura de sintomas do Autismo e a tríade de sintomas que já constava no DSM-IV, modelando a dificuldade de comunicação separado dos prejuízos sociais, sendo alterada mantendo no DSM-5 apenas uma díade. Foram estabelecidos como critérios que atuam nos sintomas com TEA e não mais como critérios do diagnóstico do autismo para esses transtornos surgindo assim essa alteração para aprimorar a especificidade da descrição dos critérios exigidos para o diagnóstico do autismo (BRUNONI; MERCANTE; SCHWARTZMAN, 2014 apud DIAS, 2017).
No DSM-IV o autismo era considerado como transtorno global do desenvolvimento, em que havia subgrupos como Transtorno Autista, Transtorno de Asperger, Transtorno Desintegrativo da Infância, entre outros, portanto, o DSM-5 traz uma proposta de agrupar esses transtornos e classificá-los em um só grupo que é chamado TEA, Transtorno de Espectro Autista. 
Sob a visão de (RUTTER, 2011 apud ZANON; BACKES, BOSA, 2014, p.25) o TEA é uma condição que tem início precoce e cujas dificuldades tendem a comprometer o desenvolvimento do indivíduo, ao longo de sua vida, ocorrendo uma grande variabilidade na intensidade e forma de expressão da sintomatologia, nas áreas que definem o seu diagnóstico. Atualmente, o TEA é compreendido como uma síndrome comportamental complexa que possui etiologias múltiplas, combinando fatores genéticos e ambientais 
Não é surpreendente, portanto, que a busca por sinais precoces do autismo continua sendo uma área de intensa investigação científica. Alguns marcadores potencialmente importantes no primeiro ano de vida incluem anormalidades no controle motor, atraso no desenvolvimento motor, sensibilidade diminuída a recompensas sociais, afeto negativo e dificuldade no controle da atenção (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2019, p. 02).
Após o diagnóstico, entre os tratamentos possíveis e mais eficazes, destacam-se a abordagem ABA que trabalha nas dificuldades da fala, interação social e no controle das emoções utilizando processos variáveis, sendo possível ver resultados em pouco tempo (FERNANDES; AMATO, 2013 apud SILVA; ARAÚJO, DORNELAS, 2020, p. 5).
Por outro lado, a demora em obter o diagnóstico pode comprometer a possibilidade de adaptação e reorganização, de forma agravante. Pode acarretar a piora das não habilidades cognitivas e sociais, podendo, por exemplo, transformar alguém que inicialmente era grau leve, passar a ser grau moderado, podendo chegar a severo dependendo das condições do autista diagnosticado tardiamente (SANTOS; FUSARI; THOMES; RIOS, 2018 apud SILVA; ARAÚJO, DORNELAS, 2020, p. 5).
Quanto à iniciativa do diagnástico precoce assim diz o Dr. Estevão Vadasz, professor do Instituto de Psiquiatria (IPq) da USP;
 [...] uma criança pode evoluir se diagnosticada cedo e se submetida a tratamento adequado. “O diagnóstico e tratamento precoce, com a criança de até um ano e meio, é o grande salto nos países desenvolvidos (OLIVEIRA, 2015, ABRIL apud SILVA; ARAÚJO, DORNELAS, 2020, p. 07).
Quatro fatores podem influenciar no atraso na realização do diagnóstico precoce: 1) a variabilidade na expressão dos sintomas do TEA; 2) as limitações da própria avaliação de pré-escolares, uma vez que essa população demanda instrumentos específicos e sensíveis aos comportamentos sociais mais sutis e próprios dessa faixa etária; 3) a falta de profissionais treinados/habilitados para reconhecer as manifestações precoces do transtorno; e 4) a escassez de serviços especializados (SIKLOS; KERNS, 2007 apud ZANON; BACKES, BOSA, 2014, p.25)
Quanto mais precoce esse diagnóstico, melhor para a criança. “Descobrir cedo permite com que as ações de intervenção sejam mais eficazes, pois o cérebro está mais permeável e aberto para ser modificado e reduzir,assim, os sintomas e o atraso de desenvolvimento gerados pelo transtorno”, descreve ele, que é também um dos idealizadores do Instituto NeuroSaber. “As evidências científicas mostram que intervenções desenvolvimentais e comportamentais antes dos 3 anos modificam de forma mais intensa e definitiva sintomas disruptivos e atrasos de linguagem e ajuda a preservar nível cognitivo e intelectual explica (DEL RE, 2019, p. 01).
Embora a identificação e o acesso à intervenção ocorram em menor frequência em certos grupos socais do que em outros, o TEA manifesta-se em indivíduos de diversas etnias ou raças e em todos os grupos socioeconômicos. Sua prevalência é maior em meninos do que em meninas, na proporção de cerca de 4:1. Estima-se que em torno de 30% dos casos apresentam deficiência intelectual. O TEA é também frequentemente associado a outros transtornos psiquiátricos (transtorno do déficit de atenção e hiperatividade, depressão e ansiedade) e a outras condições médicas (epilepsia; transtornos genéticos). Dificuldades motoras são também relativamente comuns entre indivíduos com TEA, embora sua presença não seja necessária para o diagnóstico (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2019, p. 03).
Aliás, em geral, demarca-se a escassez de profissionais da área da saúde qualificados para identificar e avaliar sinais de alerta para o TEA no Brasil (FÁVERO; NUNES; SANTOS, 2010).
As possibilidades de contribuições da Análise do Comportamento para a educação descritas por Bueno, Costa e Murari (2009), são inúmeras e colaboram para potencializar, compreender e intervir sobre o comportamento dos alunos. Essa análise do comportamento é a maneira empregada de representar como determinados comportamentos surgiram e se mantém e a forma com que a análise se utiliza para compreender e entender como esses comportamentos foram formados e como eles se mantêm atualmente. A análise do comportamento é resultado de uma teoria filosófica do Behaviorismo Radical e se fundamenta no conceito de que todos os acontecimentos humanos podem ser interpretados à luz do próprio comportamento (CASTILHO e colaboradores, 2013, p.564 apud DIAS, 2017).
Desse modo, baseado na análise do comportamento deve-se observar dentro do ambiente escolar o comportamento dos alunos a partir das relações de estímulo (algo que o antecede), resposta e consequência. A atuação profissional nessa área incide em aplicar princípios de comportamento para a melhoria de comportamentos específicos e avaliar se quaisquer mudanças notadas realmente são, ou não, atribuíveis ao processo de aplicação (BAER; WOLF; RISLEY, 1968 tradução de AGUIRRE, p. 01 apud DIAS, 2017). Esse processo tenta da maneira mais compatível correlacionar o conhecimento sobre a visão da análise do comportamento com a prática, observando-se cada etapa do processo da aplicação dos princípios sobre o aluno (DIAS, 2017).
Neste sentido, é essencial que a equipe de professores compreenda as demandas trazidas e forme um pilar fundamental na construção de um sistema de ensino eficaz repensado, desenvolver novas práticas e novas perspectivas sobre o aluno que tem uma demanda a ser resolvida. De modo que a educação do aluno deve ser cuidadosamente estudada e planejada para ser eficaz, a formação do educador também pressupõe uma análise das contingências que atuam sobre o seu comportamento e o planejamento para sua mudança (GIOIA, FONAI, 2007 apud DIAS, 2017).
Enfim, esse pré-projeto evidencia a inclusão escolar como um processo social que abrange os diferentes agentes educacionais, inclusive o profissional da área da Psicologia, o qual pode contribuir com um trabalho conjunto entre todos os envolvidos da Educação Especial, os pais e o professor de sala de aula como uma estratégia para o ensino dos comportamentos dos estudantes com TEA matriculados na escola regular e estabelecer diferentes práticas pedagógicas para o ensino de tais comportamentos, visando o contexto natural em que cada um deles está inserido (BENITEZ; DOMENICONI, 2018).
Defende-se aqui também a importância dos valores na educação desde muito cedo, pois como Isaacs (2009) refere, as crianças mais pequenas devem aprender a respeitar os amigos, bem como partilhar os seus materiais. Valores são investimentos afetivos que estão ligados a emoções que podem ser tanto positivas quanto negativas. Sendo assim, incutir valores como o respeito e a aceitação das diferenças é transmitir às crianças ideias em que realmente se acredita, por exemplo, na importância de respeitar afetivamente o outro, vivendo assim num ambiente positivo e de carinho através do conhecimento das diferenças entre eles. 
As Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar (1997) mencionam, o respeito pela diferença e inclui as crianças que se distanciam dos “padrões normais”, a educação pré-escolar deverá adotar a prática de uma pedagogia diferenciada, centrada na cooperação, que inclua todas as crianças, aceite as diferenças e apoie a aprendizagem, respondendo às necessidades individuais. Sendo assim, os valores trabalhados serão essencialmente o respeito e a aceitação pelas diferenças, sejam elas física, social e/ou cultural.
 MÉTODO
A metodologia adotada compreende uma revisão bibliográfica utilizando como referências a consulta de artigos, livros, periódicos, leis, documentos e diretrizes da educação (LBD), extraídos de sites eletrônicos na base de dados Scientific Electronic Library Online (SciELO). Com o intuito de analisar o período em que os primeiros sinais do transtorno foram percebidos, quem os percebeu e posteriormente quando o autista obteve o diagnóstico. 
Com base na fundamentação teórica desse trabalho, elucidando a respeito dos sintomas que podem estar relacionados ao transtorno e que é importante e necessário que os responsáveis e pessoas próximas ao indivíduo com tais sintomas estejam alerta, observou-se a importância de verificar qual indicador tem a maior incidência nas fases de vida do nascimento até a terceira idade. E ter melhor dimensão se houve melhorias no quadro da doença após o tratamento e se pode considerar que a descoberta tardia pode acarretar prejuízos ao autista.
CRONOGRAMA
	Etapas do Projeto
	Período
	1. Planejamento
	01/08/2022 à 01/11/2022
	2. Execução
	22/11/2022 à 05/12/2022
	3. Avaliação
	06/12/2022 à 20/12/2022
 
REFERÊNCIAS
BENITEZ, P; DOMENICONI C. Atuação do psicólogo na inclusão escolar de estudantes com autismo e deficiência intelectual. Psicologia Escolar e Educacional, SP. Volume 22, Número 1, janeiro/abril de 2018: 163-172. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/pee/v22n1/2175-3539-pee-22-01-163.pdf 
CUNHA, D’O. P. Ética e educação, Lisboa, Universidade Católica Editora (1996)
DEB, Orientações Curriculares para a educação pré-escolar. Lisboa, Ministério da Educação, 1997
DIAS, N. S. Autismo: estratégias de intervenção no desafio da inclusão no âmbito escolar, na perspectiva da análise do comportamento. Psicologia.pt. O portal dos Psicólogos. Disponível em: http://www.psicologia.pt/artigos/textos/TL0423.pdf 
GUEDES, N. P. S; TADA, I. N. C. A Produção Científica Brasileira sobre Autismo na Psicologia e na Educação. Psicologia: Teoria e Pesquisa Jul-Set 2015, Vol. 31 n. 3, pp. 303-309. Disponível em: http://www.psicologia.pt/artigos/textos/TL0423.pdf 
ISAACS, D (2009). Virtudes humanas, educar e avaliar, Lisboa, Diel 
SANTOS, F. D. Autismo e psicologia clínica de abordagem dinâmica numa sala teacch: reflexões e partilha duma Prática. Revista Portuguesa de Psicossomática, vol. 7, núm. 1-2, janeiro-dezembro, 2005, pp. 207-217. Disponível em: https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=28770216 
SANTOS, M. S; FERREIRA, T. S. G; GONÇALVES, J. O; PEREIRA, A. G. F; SANTOS, C. O Autista no Contexto Escolar. Psicologado. Edição 10/2013. Disponível em https://psicologado.com.br/atuacao/psicologia-escolar/o-autista-no-contexto-escolar 
SOUZA, H. C. TEA, Psicologia Escolar e Inclusão: Clarificando Papéis. Monografia, Faculdade de Educação e Meio Ambiente – FAEMA, Ariquemes – RO, 2016. Disponível em: http://repositorio.faema.edu.br:8000/bitstream/123456789/708/1/SOUZA%2C%20H.%20C.%20%20TEA%2C%20PSICOLOGIA%20ESCOLAR%20E%20INCLUS%C3%83O..%20CLARIFICANDO%20PAP%C3%89IS.pdfSILVA, A. C. F; ARAÚJO, M. L; DORNELAS, R. T. A Importância do diagnóstico precoce do Transtorno do Espectro Autista. Psicologia & Conexões Vol.1, Nº. 1(2020) Março, 2020 (http://periodicos.estacio.br) Doi: 10.29327/psicon.v1.2020-4. Disponível em: 
periodicos.estacio.br
 SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA. Manual de Orientação Departamento Científico de Pediatria do Desenvolvimento e Comportamento. Transtorno do Espectro do Autismo. Nº 05, Abril de 2019. Disponível em: https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/Ped._Desenvolvimento_-_21775b-MO_-_Transtorno_do_Espectro_do_Autismo.pdf
ZANON, R. B; BACKES, B; BOSA, C. A. Identificação dos Primeiros Sintomas do Autismo pelos Pais. Psicologia: Teoria e Pesquisa Jan-Mar 2014, Vol. 30 n. 1, pp. 25-3. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/ptp/v30n1/04.pdf
ZANON, R. B; BACKES, B; BOSA, C. A. Diagnóstico do autismo: relação entre fatores contextuais, familiares e da criança. Revista Psicologia: Teoria e Prática, 19(1), 152-163. São Paulo, SP, jan.-abr. 2017. ISSN 1516-3687 (impresso), ISSN 1980-6906 (on-line).
http://dx.doi.org/10.5935/1980-6906/psicologia.v19n1p164-175. Sistema de avaliação: às cegas por pares (double blind review). Universidade Presbiteriana Mackenzie. Disponível em: http://editorarevistas.mackenzie.br/index.php/ptp/article/view/8564

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