Buscar

Hidrogeografia (2)

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE
Instituto de Educação à Distância
ÁGUAS SUBTERRÂNEAS
Estudante: Esau Sofrimento Chaomba Código: 708215087
 (
Curso:
 
Licenciatura em 
Ensino de Geografia
Disciplina:
 
Hidrogeografia 
Ano de frequência: 
2
˚ Ano/ 2022
Tutor
: 
)
Nampula, Outubro de 2022
	Categorias
	Indicadores
	Padrões
	Classificação
	
	
	
	Pontuação máxima
	Nota do tutor
	Subtotal
	Estrutura
	Aspectos organizacionais
	1. Índice
	0.5
	
	
	
	
	1. Introdução
	0.5
	
	
	
	
	1. Discussão
	0.5
	
	
	
	
	1. Conclusão
	0.5
	
	
	
	
	1. Bibliografia
	0.5
	
	
	Conteúdo
	Introdução
	1. Contextualização (Indicação clara do problema)
	2.0
	
	
	
	
	1. Descrição dos objectivos
	1.0
	
	
	
	
	1. Metodologia adequada ao objecto do trabalho
	2.0
	
	
	
	Análise e discussão
	1. Articulação e domínio do discurso académico (expressão escrita cuidada, coerência / coesão textual)
	3.0
	
	
	
	
	1. Revisão bibliográfica nacional e internacional relevante na área de estudo
	2.0
	
	
	
	
	1. Exploração dos dados
	2.5
	
	
	
	Conclusão
	1. Contributos teóricos práticos
	2.0
	
	
	Aspectos gerais
	Formatação 
	1. Paginação, tipo e tamanho de letra, paragrafo, espaçamento entre linhas
	1.0
	
	
	Referências Bibliográficas
	Normas APA 6ª edição em citações e bibliografia
	1. Rigor e coerência das citações/referências bibliográficas
	2.0
	
	
Índice
1. Introdução	3
1.1. Objectivos	4
1.1.1. Objectivo geral	4
1.1.2. Objectivos específicos	4
1.2. Metodologia	4
2. Águas subterrâneas	5
3. Origem das águas subterrâneas	5
4. Os aquíferos	6
4.1. Tipos de aquíferos	7
4.1.1. Classificação dos aquíferos segundo a camada confinante	7
4.1.2. Classificação dos aquíferos em função da composição dos materiais geológicos e a forma como a água é armazenada	8
5. Função dos aquíferos	9
6. Conclusão	10
7. Referências Bibliográficas	11
1. Introdução 
De toda a água proveniente da atmosfera em forma de precipitação, parte evapora-se e retorna novamente à atmosfera de imediato; outra parte escoa sobre a superfície em direcção aos pontos de menor altitude do relevo da bacia hidrográfica, e outra parte infiltra-se no solo também em direcção aos pontos mais baixos do relevo. As águas subterrâneas referem-se a toda e qualquer quantidade de água presente abaixo da superfície terrestre. Essas águas posicionam-se nos poros, fracturas e falhas das rochas ou até em espaços maiores, tais como cavernas subterrâneas, como ilustra a imagem acima. Elas formam um importante recurso natural, pois em muitos casos abastecem as sociedades em maior quantidade do que os rios.
1.1. Objectivos 
1.1.1. Objectivo geral 
Compreender as águas subterrâneas.
1.1.2. Objectivos específicos 
· Conceito de águas subterrâneas;
· Origem de águas subterrâneas;
· Tipo e função dos aquíferos.
1.2. Metodologia 
A elaboração deste trabalho consistiu no uso da pesquisa bibliográfica, considerada como uma fonte de colecta de dados secundária, que pode ser definida como: contribuições culturais ou científicas realizadas no passado sobre um determinado assunto, tema ou problema que possa ser estudado (Bervian & Cervo, 2002).
Para Marconi e Lakatos (2001, p. 183), a pesquisa bibliográfica,
“[...] abrange toda bibliografia já tornada pública em relação ao tema estudado, desde publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses, materiais cartográficos, etc. [...] e sua finalidade é colocar o pesquisador em contacto directo com tudo o que foi escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto [...]”.
A metodologia usada para elaboração do presente trabalho é de carácter bibliográfico, pois consistiu na consulta de livros, artigos científicos, monografias, dissertações e artigos publicados sobre o tema em alusão, com o intuito de alcançar os objectivos traçados e com a finalidade de enriquecer a compreensão e o conhecimento da matéria em estudo. E como forma de credenciar as informações patentes neste trabalho, os autores foram citados e as obras devidamente referenciadas.
2. Águas subterrâneas
Em geologia considera-se água subterrânea toda aquela água que ocupa todos os espaços vazios de uma formação geológica, os chamados aquíferos. Estão disponíveis em todas as regiões da Terra, constituindo importante recurso natural. Essas são utilizadas frequentemente para abastecimento doméstico, irrigações em áreas rurais e fins industriais (Tundisi, 2003). 
A utilização das águas subterrâneas remonta os primórdios das civilizações, sendo exploradas através de poços rasos escavados, cujos vestígios mais antigos datam de 12.000 a.C. (Bornganha, 2005). 
Em geral, as águas subterrâneas apresentam características físicas perfeitamente compatíveis com os padrões de água potável, sendo uma fonte rica para o abastecimento hídrico das cidades, diante do aumento populacional (Veloso, 2006). 
As tendências mundiais mostram um forte crescimento do uso da água subterrânea principalmente pela população rural, sobretudo em países de economias periféricas, que estão encontrando na água subterrânea uma alternativa de baixo custo, devido a sua fácil obtenção e boa qualidade natural (Teixeira et al, 2008).
O uso racional e a gestão dos recursos hídricos subterrâneos tornam-se cada vez mais importantes, principalmente pela crescente demanda de água e dos problemas de escassez e mau uso, os quais já ocorrem em diversas partes do mundo (Mota, 2004).
3. Origem das águas subterrâneas
Durante o ciclo hidrológico, uma parte da água infiltra no subsolo e move-se para as camadas mais profundas, por efeito da gravidade, até chegar a chamada zona de saturação. Nessa região do subsolo todos os poros da formação sedimentar, as fissuras das rochas, enfim os espaços vazios são preenchidos com água, constituindo aquilo que se denomina de Água Subterrânea (Vallejo et al., 2002).
Infiltração é o processo mais importante de recarga da água no subsolo. O volume e a velocidade de infiltração dependem de vários factores (Veloso, 2006).
Segundo Mota (2004), obviamente, quanto maior for o nível de infiltração da água no solo, maiores deverão ser as reservas subterrâneas hídricas. Contudo, a quantidade de infiltração dependerá de alguns factores básicos, a saber:
a) Porosidade do solo: solos menos permeáveis ou menos porosos apresentam dificuldades para a infiltração de água. Em rochas argilosas, por exemplo, essa porosidade é menor, aumentando, assim, o nível de impermeabilidade.
b) Declividade: terrenos mais planos ou com baixíssimo nível de declividade apresentam uma maior tendência à infiltração, pois a água ficará mais tempo sobre o solo. Consequentemente, áreas mais íngremes apresentam um nível de escoamento maior e também maior actuação de processos erosivos.
c) Presença de vegetação: deixa o solo mais susceptível ao recebimento da carga de água e também ajuda na contenção da velocidade de queda das gotas de chuva, favorecendo, assim, a infiltração e o abastecimento dos lençóis freáticos.
d) Velocidade de queda da chuva: chuvas mais fortes e rápidas apresentam um nível maior de escoamento da água, ao contrário da chuva mais lenta e fraca, em que a água cai em menor quantidade e tem mais tempo para infiltrar-se na superfície, pois o solo leva mais tempo para ficar saturado.
4. Os aquíferos 
As formações ou camadas da zona saturada nas quais se podem obter água para uso proveitoso são chamadas formações aquíferas, lençóis aquíferos, reservatório de águas subterrânea ou, simplesmente, aquíferos (Monteiro, 1999). 
Teixeira et al (2008) denomina aquíferos como sendo unidades rochosas ou de sedimentos, porosos e permeáveis, que armazenam e transmitem volumes significativos de água subterrânea passíveis de ser explorados pela sociedade.
Almeida et al., (2006) consideram que Aquífero é um reservatório de água subterrânea, que forma-se naturalmente em formações geológicas contendo poros ligados entre si, podendo armazenar a água em grandes quantidades e transmiti-la com relativa rapidez. Podem ter extensões em área que variam de dezenas de m² a milhares de km² e espessuras quevariam de poucos metros a centenas de metros.
4.1. Tipos de aquíferos 
Segundo Pinto-Coelho e Havens (2015) os reservatórios subterrâneos naturais onde a água se armazena (aquíferos) podem ser classificados de duas formas: segundo a camada confinante e segundo a composição dos materiais geológicos e a forma como a água é armazenada.
4.1.1. Classificação dos aquíferos segundo a camada confinante
Os principais tipos de aquíferos segundo a camada confinante, são denominados de (Braga, s/d):
· Aquíferos Livres ou Freáticos: é um extracto permeável, parcialmente saturado de água, cuja base é uma camada impermeável ou semipermeável. O topo é limitado pela própria superfície livre da água também chamado de superfície freática, sobre pressão atmosférica;
· Aquíferos Confinados ou Artesianos:	é um aquífero completamente saturado de água, cujo limite superior (teto) e inferior (piso) são extractos impermeáveis. A água desse aquífero chama-se artesiana ou confinada e sua pressão é, geralmente, mais alta que a pressão atmosférica. Por isso quando se perfura o aquífero, a água sobe para um nível bem superior, podendo até jorrar.  
Figura 1. Tipos de aquífero de acordo com a camada confinante (Braga, S/D).
4.1.2. Classificação dos aquíferos em função da composição dos materiais geológicos e a forma como a água é armazenada
Segundo Costa (2008), em função da composição dos materiais geológicos e a forma como as águas são armazenadas, os aquíferos podem ser classificados em Granulares, Cársticos e Fracturados.
Figura 2. Aquíferos: (A) Granular; (B) Cárstico; e (C) Fracturado (Vallejo et al., 2002) apud (Costa, 2008).
a) Aquífero granular – formado por rochas sedimentares não consolidadas, onde a circulação da água se faz nos poros formados entre os grãos de areia, silte e argila. Constituem os mais importantes aquíferos, pelo grande volume de água que armazenam, e pela ocorrência em grandes áreas. Estes aquíferos ocorrem nas bacias sedimentares e zonas de planícies onde se acumularam sedimentos arenosos;
b) Aquífero cárstico – formado em rochas calcárias ou carbonatadas, onde a circulação da água se faz nas fracturas e por outras descontinuidades (diáclases) que resultaram da dissolução do carbonato pela água, podendo atingir aberturas muito grandes, criando verdadeiros rios subterrâneos.
c) Aquífero fracturado – formado por rochas ígneas e metamórficas, por exemplo: basalto, granitos, gabros, xistos, etc. A circulação da água faz-se nas fracturas, fendas e falhas, abertas devido as tensões tectónicas. A capacidade dessas rochas de acumularem água está relacionada à quantidade de fracturas, á abertura e intercomunicação, permitindo a infiltração e fluxo da água.
Segundo Teixeira et al (2008) muito embora os aquíferos formem o maior reservatório de água líquida do mundo, sua distribuição não é igual no planeta. Algumas áreas possuem uma abundância deste recurso enquanto em outras é quase inexistente. 
O grande problema no gerenciamento da quantidade dos recursos hídricos subterrâneos é estabelecer o volume total explorável de um aquífero ou parte dele, sem que isso esgote o recurso (Teixeira et al, 2008).
5. Função dos aquíferos 
A importância dos aquíferos está relacionada ao desenvolvimento económico e social do mundo. Isso por que a utilização desenfreada da água doce que circula pela superfície do planeta é cada vez maior, bem como a poluição por agrotóxicos e fertilizantes químicos usados na agricultura, por resíduos de processos industriais, esgotos domésticos e lixões. Nesse sentido, é a função das reservas hídricas abastecer o mundo (Vallejo et al., 2002)
Visto como uma alternativa viável, sustentável e confiável para suprir a demanda de abastecimento de algumas populações, essas reservas contam com água de boa qualidade e que, em muitos casos, dispensam tratamento.  Dentre sua utilização, também podemos destacar o uso para irrigação, indústria e lazer (Monteiro, 1999).
As reservas também são responsáveis por alimentar rios, lagos e oceanos, formando um ciclo hidrológico.  As águas voltam à superfície, evaporam-se e precipitam em forma de chuvas que abastecem novamente os aquíferos, os quais permitem que os rios não transbordem (Costa, 2008).
6. Conclusão 
Aquíferos nada mais são do que uma composição geológica capaz de armazenar água, tendo a capacidade de absorver água das chuvas. São grandes fontes de abastecimento, tanto por poços quanto nascentes. Desempenham um papel muito importante no ciclo hidrológico, pois são eles que mantém estáveis os cursos de águas superficiais e evitam transbordamentos pela absorção da água da chuva. Os aquíferos podem se classificar em alguns tipos sendo eles: Livre ou freático, confinado ou artesiano. Aquíferos confinados ou artesianos possuem uma camada impermeável acima, por isso, nestes aquíferos a água se encontra confinada sob uma pressão superior a atmosférica, sendo assim quando é realizado a perfuração a água tende a subir até a superfície dando origem à um furo artesiano.  Além da classificação do tipo de aquífero eles podem ser classificados de acordo com o tipo de rocha que os armazena. Sendo porosos, fracturados ou cársticos. Aquíferos Porosos, estes aquíferos estão relacionados com os solos do tipo arenosos, sedimentares inconsolidados e rochas sedimentares consolidadas. Apresentam poros por onde a água circula. Os aquíferos Livre ou Confinados são permeáveis com base impermeável ou semipermeável, parcialmente saturados de água, nível da água determinado pela ocorrência de chuvas. Já os Aquíferos Fracturados estão ligados às rochas ígneas e metamórficas. Estes possuem fraturas abertas, ocasionadas por esforços tensionais, assim é acumulado água nas fracturas. E por fim os Aquíferos Cársticos formados por rochas carbonáticas. Devido a dissolução do carbono são atingidas grandes aberturas, criando rios subterrâneos.
7. Referências Bibliográficas
Almeida, L. et al. (2006). Hidrogeologia do Estado de Goiás e Distrito Federal. Estado de Goiás, Secretaria de Industria e Comercio, Superintendência de Geologia e Comercio.
Bervian, P. A. Cervo, A. L. (2002). Metodologia científica (5a Ed). São Paulo: Prentice Hall.
Braga, A. C. (2001). O. Curso básico de geofísica aplicada módulo 1: métodos geoelétricos aplicados à hidrogeologia. Rio Claro: Instituto de Geociências e Ciências exatas/UNESP.
Costa, A. F. (2008). Emprego do método da electrorresitividade na caracterização da lixeira de Porto Velho: assentada em meio fracturado. Tese de Doutorado, Instituto de Geociências e Ciências Exactas, Universidade Estadual Paulista, Rio Claro, pp. 130.
Marconi, M. de A. & Lakatos, E. M. (2001). Fundamentos de metodologia científica (5ª Ed.). Atlas, São Paulo, pp.100.
Monteiro, A. C. (1999). electrorresitividade aplicada na avaliação do potencial aquífero da região de Porto Seguro. Dissertação (Mestrado Em Geofísica) – Instituto de Geociências, Universidade Federal da Bahia, pp. 116.
Mota, S. (2004). Caracterização hidrogeológica do sector oriental do pólo industrial de Camaçari utilizando geofísica elétrica. Dissertação de Mestrado em Geofísica, Instituto de Geociências, Universidade Federal da Bahia, pp. 79.
Pinto-Coelho, R. M. & Havens, K. (2015). Crise nas águas: educação, ciência e governamentação, juntas, evitando conflitos gerados por escassez e perda da qualidade das águas. 1ª Ed. Recóleo Editora. p.90.
Singhal, B. B. S. e Gupta, R. P. (1999). Applied Hydrogeology of Fractured Rocks. Kluwer Academic Publishers, 1999, pp. 400.
Teixeira, W; Toledo, M. C. M. de; Fairchuild, T. R; Taioli, F. (2008). Decifrando a Terra. São Paulo: Oficina de Textos.
2

Continue navegando