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Habilidades Básicas III: Suporte de Vida em Cardiologia - Nicoly Ferreira Eletrocardiograma: Conceitos básicos Eletrofisiologia A condução elétrica do coração nasce no nó sinusal, um conjunto de células especializadas dotadas de automatismo (despolarização espontânea sincronizada). O nó sinoatrial envia impulsos para o nó atrioventricular. O miocárdio atrial se encontra bem isolado eletricamente do miocárdio ventricular pela composição fibrosa das valvas atrioventriculares bilaterais. O sistema his/purkinje se ramifica para os ventrículos direito e esquerdo, caracterizado por uma rápida capacidade de condução e assim promover uma contração coordenada dos ventrículos. Representação eletrocardiográfica Onda P: despolarização atrial. Tamanho normal 80-120 ms ou 2-3 quadradinhos ; sendo a amplitude de até 2,5 mm . Complexo QRS: despolarização ventricular; Onda T: repolarização ventricular. Tamanho normal: 120 ms ou três quadradinhos , deve ser assimétrica (crescimento lento e decaimento rápido); Onda U: repolarização do sistema de condução. Nem sempre é vista no ECG, e geralmente segue a polaridade da onda T. Intervalo PR: tempo necessário para que o estímulo elétrico atinja os ventrículos após a despolarização atrial e o atraso fisiológico entre a contração de câmaras superiores e inferiores proporcionado pelo nó atrioventricular, tamanho normal: 120-200 ms ou 3-5 quadradinhos . Quando alargado, representa uma disfunção do nó sinusal e quando curto representa a existência de uma via anômala de condução; Complexo QRS: seu tamanho normal é de 120 ms ou 3 quadradinhos . Em casos de alargamento representa a condução retardada via fibra-fibra e traduz patologias como bloqueio de ramo ou taquicardias ventriculares. A amplitude do QRS varia conforme as derivações; Intervalo QT: representa o período refratário efetivo, tendo em vista que traduz o tempo entre a despolarização e repolarização ventricular (varia conforme FC). Obs: Homens: até 450 ms Mulheres: até 470 ms Crianças: até 460 ms Intervalo RR: representa o tempo entre dois batimentos cardíacos. Tem utilidade no cálculo da frequência cardíaca. Segmento ST: representa a repolarização ventricular, deve estar nivelado com a linha de base tendo como parâmetro o ponto “J’, que é a 1 Habilidades Básicas III: Suporte de Vida em Cardiologia - Nicoly Ferreira linha perpendicular entre o fim do QRS e o início do segmento ST. Cálculo da frequência: ● 1500 / nº de quadradinhos ● 300 / nº de quadradões Mecanismos de reentrada São os responsáveis pela grande parte das taquiarritmias. A condução do estímulo fica heterogênea: bloqueios, vias alternativas, condução lentificada, etc. As derivações As derivações são as “visões” que são fornecidas pelo eletrocardiograma para visualizar o coração de diferentes posições. Derivações periféricas: cobrem o plano coronal, são: DI, DII, DII, aVL, aVR e aVF. Sua principal utilidade é na determinação do eixo cardíaco, além de que determinada derivação pode fornecer melhor visualização de algum componente do que outros, e como exemplo temos DII como principal derivação para visualizar a onda P. Derivações pré-cordiais: cobrem o plano transversal. Os locais de colocação dos eletrodos são: V1: 4º EIC direito, ao lado da borda lateral do esterno; V2: 4º EIC esquerdo, ao lado da borda lateral do esterno V3: entre V2 e V4; V4: 5º EIC esquerdo, na linha hemiclavicular; V5: 5º EIC esquerdo, na linha axilar média; V6: 5º EIC esquerdo, na linha axilar posterior; As imagens acima ilustram perfeitamente a variação de impressão das ondas conforme a derivação analisada. Como o impulso elétrico transita pelo coração de cima para baixo e da direita para a esquerda, em V1 o QRS se encontra negativo (o impulso se afasta), e em V6 quase que completamente positivo (o impulso se aproxima). 2
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