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MATERIAL DIDÁTICO SISTEMAS DE GESTÃO INTEGRADOS U N I V E R S I DA D E CANDIDO MENDES CREDENCIADA JUNTO AO MEC PELA PORTARIA Nº 1.282 DO DIA 26/10/2010 Impressão e Editoração 0800 283 8380 www.ucamprominas.com.br Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 2 SUMÁRIO UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO .......................................................................... 03 UNIDADE 2 – FUNDAMENTOS, CARACTERÍSTICAS E PRINCÍPIOS DOS SISTEMAS DE GESTÃO INTEGRADOS ........................................................ 05 UNIDADE 3 – IMPACTO DA NORMALIZAÇÃO DOS SISTEMAS SOBRE AS ORGANIZAÇÕES ............................................................................................ 16 UNIDADE 4 – BENEFÍCIOS DOS SISTEMAS DE GESTÃO INTEGRADOS . 23 UNIDADE 5 – IMPLANTAÇÃO E GERENCIAMENTO DE SISTEMAS – FOCO NO ERP ................................................................................................ 25 UNIDADE 6 – AUDITORIA DE SISTEMAS DE GESTÃO ............................... 34 UNIDADE 7 – O QUADRILÁTERO DA EXCELÊNCIA EM SISTEMAS DE GESTÃO: QUALIDADE/SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO/MEIO AMBIENTE/RESPONSABILIDADE SOCIAL .................................................. 47 REFERÊNCIAS ................................................................................................ 56 Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 3 UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO A competitividade demandada pela globalização leva as organizações a várias necessidade, como, por exemplo: baixar os custos dos produtos, diminuir o tempo de produção, reduzir estoques, alargar o portfólio, melhorar a qualidade dos produtos e do atendimento aos clientes; conseguir uma logística perfeita; enfim, atender à relação oferta/procura dos mercado. Para tanto, temos nos Sistemas de Gestão Integrados (SGI) a possibilidade de agregar todos os processos e dados de uma empresa em um único sistema, sendo uma forma eficiente para que as mesmas possam competir entre si. Tudo começou na década de 1960 com os modernos conceitos de SGI, mas a tecnologia utilizada ainda estava engatinhando e a automatização era cara. Na década de 1970, os sistemas de planejamento melhoraram e já se permitia comunicar as diversas etapas dos processos de produção. Eis que nos anos de 1980, as redes de computadores permitiram avanços consideráveis nas atividades de gestão, produção e logística. Já se podia controlar atividades como compras, vendas e recursos humanos. A partir da década de 1990 vimos os SGI ganharem força com a chegada de softwares, os mais diversos e abrangentes, permitindo a sua utilização na maior parte das empresas. Enfim, os SGI são sucesso quando há envolvimento dos seus usuários; quando há apoio da alta administração; definição clara dos objetivos, da visão e missão da organização, bem como quando elabora-se um planejamento adequado com equipe dedicada e competente. Eis um pouco do que veremos ao longo desta apostila: a importância da utilização dos SGI para aumentar a eficiência do negócio, aumentar os lucros e diminuir os gastos, que são objetivos finais de qualquer organização. Esperamos que apreciem o material e busquem nas referências anotadas ao final da apostila subsídios para sanar possíveis lacunas que venham surgir ao longo dos estudos. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 4 Ressaltamos que embora a escrita acadêmica tenha como premissa ser científica, baseada em normas e padrões da academia, fugiremos um pouco às regras para nos aproximarmos de vocês e para que os temas abordados cheguem de maneira clara e objetiva, mas não menos científicos. Em segundo lugar, deixamos claro que este módulo é uma compilação das ideias de vários autores, incluindo aqueles que consideramos clássicos, não se tratando, portanto, de uma redação original. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 5 UNIDADE 2 – FUNDAMENTOS, CARACTERÍSTICAS E PRINCÍPIOS DOS SISTEMAS DE GESTÃO INTEGRADOS Primeira condição para entendermos o que vem a ser os sistemas de gestão integrados é decompor esse “título” e definir primeiramente um sistema. Sistema traz embutido noções de totalidade, interação e organização. Para Bertalanffy (1968 apud Chiavenato, 2004) criador da teoria dos sistemas, este é um complexo de elementos em interação. A NBR ISO1 9000:2005 define sistema como um conjunto de elementos inter-relacionados ou interativos. A Fundação Nacional da Qualidade define sistema como um conjunto de elementos com finalidades comuns que se relacionam entre si formando um todo dinâmico. Chiavenato (2000) conceitua sistema como sendo um conjunto de elementos interdependentes, cujo resultado final é maior do que a soma dos resultados que esses elementos teriam caso operassem de maneira isolada. O conceito de sistema aberto é perfeitamente aplicável à organização empresarial (SOLER, 2002). Sua dinâmica pode ser visualizada na figura 1, onde são descritas as interações entre o meio ambiente, no início e no final do processo, e a organização. 1 A sigla “ISO” refere-se à International Organization for Standardization, (tradução literal – organização internacional de normalização) organização não governamental fundada em 1947, em Genebra, e hoje presente em cerca de 162 países. A sua função é a de promover a normatização de produtos e serviços, para que a qualidade dos mesmos seja permanentemente melhorada. Esta família de normas estabelece requisitos que auxiliam a melhoria dos processos internos, a maior capacitação dos colaboradores, o monitoramento do ambiente de trabalho, a verificação da satisfação dos clientes, colaboradores e fornecedores, num processo contínuo de melhoria do sistema de gestão da qualidade. Aplicam-se a campos tão distintos quanto materiais, produtos, processos e serviços. A adoção das normas ISO é vantajosa para as organizações uma vez que lhes confere maior organização, produtividade e credibilidade - elementos facilmente identificáveis pelos clientes -, aumentando a sua competitividade nos mercados nacional e internacional. Os processos organizacionais necessitam ser verificados através de auditorias externas independentes Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 6Figura 1 - A organização como um sistema aberto Fonte: Adaptado de Chiavenato (2002) Segundo Frosini e Carvalho (1995), um sistema de gestão é conceituado como o conjunto de pessoal, recursos e procedimentos, dentro de qualquer nível de complexidade, cujos componentes associados interagem de uma maneira organizada para realizar uma tarefa específica e atingem ou mantém um dado resultado. Analisando-se sob o aspecto empresarial, os objetivos de um sistema de gestão são: aumentar constantemente o valor percebido pelo cliente nos produtos ou serviços oferecidos; buscar o sucesso no segmento de mercado ocupado (através da melhoria contínua dos resultados operacionais); buscar a satisfação dos funcionários com a organização e da própria sociedade com a contribuição social da empresa e o respeito ao meio ambiente (VITERBO JR, 1998). Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 7 Para que tais objetivos sejam alcançados, é importante a adoção de um método de análise e solução de problemas, para estabelecer um controle de cada ação. Há diversos métodos sendo utilizados atualmente. A maioria deles está baseada no método PDCA – Plan, Do, Check, Act, que constitui-se em um referencial teórico básico para diversos sistemas de gestão. A figura 2 descreve a sistemática de aplicação do método, onde cada uma das partes do método traz o seguinte conceito: Plan (Planejar): estabelecer os objetivos e processos necessários para fornecer resultados de acordo com os requisitos do cliente e políticas da organização; Do (Fazer): Implementar os processos; Check (checar): monitorar e medir processos e produtos em relação às políticas, aos objetivos e aos requisitos para o produto e relatar os resultados; Act (agir): executar ações para promover continuamente a melhoria do desempenho do processo. Ciclo PDCA Fonte: Adaptado de Campos (2002) Há diferentes aspectos sob os quais podem ser analisados os sistemas de gestão: qualidade, meio ambiente, saúde e segurança do trabalho, recursos Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 8 humanos, dentre outros. Um aspecto que tem se desenvolvido consideravelmente é o de responsabilidade social, através das especificações contidas na norma SA 8000 e que tem sido objeto de estudo e implementação em diversas organizações (CHAIB, 2005). Veremos todos eles mais adiante. Das definições acima derivam as seguintes características pertencentes aos SGI: Os objetivos globais do sistema e, mais precisamente, as medidas de rendimento do sistema inteiro; Os componentes do sistema, suas atividades, finalidades e medidas de rendimento; O ambiente do sistema, entendido como constituído daquelas coisas que estão fora dele e sobre as quais ele pode fazer muito pouco com relação às suas características ou comportamentos; e, Os recursos do sistema, ou seja, os meios que usa para desempenhar suas tarefas (CHURCHMAN, 1971). Quando da implantação de um sistema de gestão, exige-se a alteração do funcionamento de outro sistema que é a organização, portanto, é importante e útil ao profissional que vai lidar com sistemas, que conheça sua dinâmica e como eles reagem às tentativas de mudanças (RIBEIRO NETO; TAVARES; HOFFMANN, 2008). O funcionamento de um sistema é total, o que quer dizer que é necessário estudar tanto as partes e os processos isoladamente quanto aos problemas encontrados na organização e na ordem que os unifica. 2.1 Princípios de gestão Os sistemas de gestão têm seus alicerces em um conjunto de princípios que formam a base para a melhoria contínua do desempenho. Compreender esses princípios é, seguramente, o melhor ponto de partida para a adequada interpretação e utilização dos sistemas. Nesse sentido, são destacados alguns princípios de Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 9 gestão que fundamentam os sistemas a ser tratados. Os sete primeiros são referenciados na NBR ISO 9000:2005; o último, responsabilidade social, na ABNT NBR 16001:2004 (BRANCO FILHO, 2008). 1) Foco no cliente As organizações - sejam elas industriais, comerciais, prestadoras de serviços, entidades governamentais, organizações sem fins lucrativos ou mesmo unidades dentro de uma organização - não sobrevivem sem seus clientes. Cientes disso, buscam constantemente desenvolver sistemas e estratégias no sentido de suprir as demandas de seus clientes e, até mesmo, superá-Ias. Ressalte-se a importância, na aplicação desse princípio, da cuidadosa identificação dos clientes e, posteriormente, de suas necessidades e expectativas. No contexto do Sistema de Gestão da Qualidade - SGQ, define-se cliente como qualquer organização ou pessoa que recebe um produto. Uma organização pode, portanto, ter diversos clientes ou grupos de clientes. Não se pode partir do pressuposto de que as necessidades do cliente sejam previamente conhecidas; muitos erros decorrem de tal suposição. Necessidades e expectativas de clientes devem ser entendidas como um alvo móvel, pois variam ao longo do tempo. As organizações utilizam diversas ferramentas para determinar a “voz” do cliente e manter-se atualizadas nesse sentido (por exemplo, pesquisas, grupos focais, etc.). A aplicação deste princípio, em geral, implica: identificar os clientes da organização e segmentá-los em grupos para dispensar-lhes o melhor atendimento possível; identificar as necessidades dos clientes e assegurar que os objetivos da organização estejam voltados para a sua satisfação; difundir as necessidades dos clientes na organização; e medir a satisfação dos clientes e agir sobre os resultados. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 10 2) Liderança Os líderes são responsáveis por estabelecer a unidade de propósitos e os rumos de uma organização. Se eficazes, criam e mantêm um ambiente interno no qual as pessoas estejam completamente envolvidas no propósito de atingir os objetivos da organização. Esse papel pressupõe não só a capacidade de influenciar pessoas a atingir objetivos coletivos, em vez de simples objetivos individuais, mas também o compartilhamento de poder por duas ou mais pessoas, uma vez que esse poder é distribuído desigualmente. Recompensar pelo alcance de objetivos faz parte das competências de um líder, porém, ao fazê-lo – já que tem poder para isso –, ele deve ser imparcial e eficaz. O líder pode surgir de diversos contextos: conhecimento: tem conhecimentos especiais; coerção: pode utilizar a força para obter o que deseja; exemplo: é carismático e persuasivo; hierarquia: tem posição na estrutura organizacional que o habilita a tomar decisões. Para Deming (1990), o objetivo da liderança consiste em melhorar o desempenho de homens e máquinas, bem como a qualidade; aumentar a produção; e, simultaneamente, remover as barreirasque impedem as pessoas de ter orgulho de seu trabalho. É uma visão positiva da liderança, que envolve mais do que simplesmente encontrar culpados e dispensar pessoas vistas como problemáticas. Ainda nesse sentido, a “Trilogia Juran” (1992) propõe os seguintes quesitos para a alta gerência liderar a qualidade: 1. Planejar a qualidade – aprender sobre os clientes e encontrar meios de satisfazê-los; 2. Controlar a qualidade – comparar o desempenho do produto com as metas estabelecidas e eliminar as discrepâncias; e, Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 11 3. Melhorar a qualidade – definir equipes e fornecer-lhes recursos para desenvolver melhorias de forma planejada. Ainda que a figura do líder seja reconhecida como imprescindível para implantar sistemas de gestão, são escassos os estudos com evidências experimentais relativas aos estilos de liderança que efetivamente auxiliam nessa implantação. Podem-se citar Jabnoun e Al-Ghasyah (2005 apud BRANCO FILHO, 2008) dos Emirados Árabes, que, em estudo baseado na análise multifatorial, identificaram três dimensões efetivamente importantes nesse sentido: “empowerment” e recompensa por resultados – clarificar o que é esperado dos seguidores e o que receberão se atingirem os resultados, compartilhar informações, dar autonomia de decisão aos seguidores; Carisma – inspirar seguidores e dar-lhes senso claro de propósito; servir como modelo de conduta; estimulação intelectual – encorajar seguidores a questionar os métodos utilizados, sugerir novas abordagens. A aplicação deste princípio, em geral, implica: considerar as necessidades de todas as partes interessadas, ou seja, clientes, acionistas, empregados, fornecedores, comunidades locais e a sociedade como um todo; estabelecer objetivos e metas desafiadoras para a organização; criar, sustentar e inspirar valores, responsabilidades sociais, comportamento ético e justo em todos os níveis da organização; fornecer às pessoas recursos, treinamento e liberdade necessários para agir com responsabilidade e comprometimento; estabelecer confiança e eliminar o medo; e, encorajar e reconhecer a contribuição das pessoas. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 12 3) Envolvimento de pessoas Sabendo que as pessoas, em todos os níveis hierárquicos, são essenciais em qualquer organização, os líderes devem reconhecer sua competência e assegurar- lhes o direito de participar do crescimento e sucesso da organização. Nesse caso, o “empowerment” constitui-se em importante abordagem para estimular o envolvimento das pessoas. Dotar uma pessoa ou grupo de “empowerment” significa assegurar autoridade, informações e habilidades para que possa tomar decisões que melhorem o desempenho organizacional e conduzam aos resultados almejados. A aplicação desse princípio, em geral, pressupõe pessoas que: compreendem a importância de seu papel e de sua contribuição para os resultados da organização; aceitam a responsabilidade na solução de problemas; procuram identificar restrições para o seu bom desempenho; avaliam seu desempenho relativamente a objetivos; procuram oportunidades para melhorar conhecimentos e habilidades; compartilham experiências e conhecimentos livremente; e, debatem temas e problemas de forma aberta, sem restrições. 4) Abordagem de processo Insumos fornecidos pelos fornecedores do processo que são transformados por meio de uma sequência de atividades que agrega valor na forma de produto ou serviço para um cliente é uma das definições para um processo, ou seja, uma sequência de atividades inter-relacionadas. Uma vez que a maioria das organizações é composta por diversos processos, conhecer e compreendê-los contribui significativamente para aumentar a eficácia e eficiência da mesma no que diz respeito ao alcance dos seus objetivos. Grande parte das empresas tem estrutura funcional, é gerenciada verticalmente, com a responsabilidade pela produção dividida entre as diferentes Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 13 unidades funcionais, tanto por isso, os problemas ocorridos na fronteira das unidades costumam ter baixa prioridade e, como consequência, encontramos dificuldades na melhoria do resultado global. Eis onde a abordagem de processos influencia positivamente! Ela introduz o gerenciamento horizontal, cruzando as barreiras entre as unidades funcionais, contribuindo para que essas se concentrem nos objetivos globais da organização. 5) Abordagem sistêmica para a gestão A aplicação do princípio da abordagem sistêmica, implica em: Estruturar um sistema para atingir os objetivos da organização do modo mais eficiente e eficaz; Compreender as interdependências dos processos do sistema; Desenvolver abordagens que harmonizem e integrem processos; Clarificar responsabilidades para alcançar objetivos comuns; Reduzir barreiras entre áreas funcionais; Definir metas integradas para os processos que compõem o sistema; Medir, avaliar e melhorar continuamente o sistema. 6) Melhoria contínua A melhoria contínua quer dizer alcançar patamares cada vez mais satisfatórios de desempenho da organização. Pode ser tanto incremental (pequenos melhoramentos) quanto de rupturas (inovando). Envolve alta administração, gerência e chão de fábrica. Abrange as mais variadas melhorias (produtos, processos, competências das pessoas e dos custos, redução de erros, aumento da eficácia e eficiência). A abordagem geralmente utiliza o PDCA e a aplicação do princípio da melhoria contínua implica: Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 14 Estruturar abordagem corporativa consistente para melhorar o desempenho da organização; Estabelecer metas e indicadores de melhoria alinhados para a organização, suas unidades e empregados; Fornecer treinamento em técnicas e ferramentas de melhoria; Transformar a melhoria contínua de produtos, processos e sistemas num objetivo de todos que compõem a organização; e, Reconhecer e recompensar pelas melhorias obtidas. 7) Benefícios mútuos nas relações com os fornecedores Todos sabemos que fornecedores são parceiros e as suas relações com as empresas são interdependentes, benéficas para ambos, portanto, a gestão de uma cadeia que seja produtiva só tem a beneficiar todos, então, é preciso atender às necessidades de todos. São implicações do princípio dos benefícios mútuos: Identificar e selecionar os principais fornecedores; Estabelecer relacionamentos que balanceiam os ganhos de curto e longo prazo; Manter comunicação clara e transparente; Compartilhar informações e planos; Desenvolver atividades de melhoria em conjunto; e, Inspirar, encorajar e reconhecer melhorias e resultados obtidos pelos fornecedores (BRANCO FILHO, 2008). 8) Responsabilidadesocial Responsabilidade social pressupõe o reconhecimento da sociedade como parte interessada na organização, com necessidades que precisam ser atendidas e Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 15 superadas. Aqui incluem-se a ética no relacionamento com as partes interessadas, o cumprimento da legislação, a proteção do meio ambiente e a promoção da saúde e segurança. A aplicação desse princípio (aplicável integralmente na ABNT NBR 16.001 e futura ISO 26.000) implica o seguinte: Antecipar ações favoráveis e vantajosas diante das necessidades da sociedade; Identificar e cumprir a legislação aplicável; Identificar e gerenciar impactos ambientais; Identificar e gerenciar impactos sociais; Estimular ações voluntárias dos empregados em iniciativas de cunho social e comunitário. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 16 UNIDADE 3 – IMPACTO DA NORMALIZAÇÃO DOS SISTEMAS SOBRE AS ORGANIZAÇÕES De acordo com o Guia 2 da ABNT ISO/IEC2 (2006), norma é: um documento estabelecido por consenso e aprovado por um organismo reconhecido, que fornece, para uso comum e repetitivo, regras, diretrizes ou características para atividades ou seus resultados, visando à obtenção de um grau ótimo de ordenação em um dado contexto. Para Dantas Filho, norma é: um documento disponível para o público (especificação técnica, código de prática, etc.), derivado de um determinado esforço de normalização, estabelecido com a cooperação e o consenso ou aprovação geral de todas as partes com interesses afetados, baseado nos resultados consolidados da ciência, tecnologia e experiência, visando à promoção do benefício ótimo para a comunicação e aprovado por um organismo reconhecido (DANTAS FILHO, 1995; SEBRAE, 2011). Normalização é um processo de formulação e aplicação de regras para um tratamento ordenado de uma atividade repetitiva específica, para o benefício e com a cooperação de todos os interessados e em particular para a promoção da economia global, ótima, levando na devida conta condições funcionais e requisitos de segurança (ABNT; SEBRAE, 2011). Certificação é o procedimento através do qual uma organização independente acreditada, também conhecida como Certificadora, executa uma Avaliação da Conformidade e reconhece a competência técnica a uma organização para executar atividades específicas de avaliação da conformidade e passar o respectivo certificado (ABNT; SEBRAE, 2011). 2 ISO – organização Internacional de Normalização e IEC - Comissão Eletrotécnica Internacional – tradução literal Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 17 O Guia 2 destaca ainda que existem diferentes tipos de normas, dentre as quais destacam-se aos seguintes: norma básica – norma de abrangência ampla, ou que contém prescrições gerais para um campo específico; norma de terminologia – norma que estabelece termos, geralmente acompanhados de suas definições e, algumas vezes, de notas explicativas, ilustrações, exemplos, etc.; norma de ensaio – norma que estabelece métodos de ensaio, suplementada algumas vezes com outras prescrições relacionadas com o ensaio, tais como amostragem, uso de métodos estatísticos, sequências de ensaios; norma de produto – norma que especifica requisitos a serem atendidos por um produto ou um grupo de produtos, para estabelecer sua adequação ao propósito; norma de processo – norma que especifica requisitos a serem atendidos por um processo para estabelecer sua adequação ao propósito; norma de serviço – norma que especifica requisitos a serem atendidos por um serviço para estabelecer sua adequação ao propósito; norma de interface – norma que especifica os requisitos relativos à compatibilidade de produtos ou sistemas em seus pontos de interligação; e, norma sobre dados a serem fornecidos – norma que contém uma lista de características onde valores ou outros dados são indicados, a fim de especificar um produto, processo ou serviço. A ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) salienta que as normas podem ser elaboradas em quatro níveis distintos, a saber: norma internacional – normas destinadas ao uso internacional, provenientes da ativa participação das nações com interesses comuns. Como exemplos, pode-se destacar as normas da ISO e as da IEC; norma de nível regional – normas destinadas ao uso regional, resultantes da participação de um limitado grupo de países de um mesmo continente. Como Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 18 exemplos podemos destacar as normas da CEE, CEN, COPANT, CMN, ASAC, ASMO e da AMN; norma de nível nacional – normas destinadas ao uso nacional, resultantes do consenso entre os interessados em uma organização nacional reconhecida como autoridade no respectivo país. Como exemplos, podem-se destacar as normas da ABNT (Brasil), AFNOR (França), DIN (Alemanha), JISC (Japão) e BSI (Reino Unido); e, norma de nível de empresa – normas destinadas ao uso em empresa, com finalidade de reduzir custos, evitar acidentes, etc. Ambrozewicz (2003) estabelece mais dois níveis de normas na pirâmide da normalização, além dos quatro mencionados pela ABNT (ilustradas abaixo), a saber: norma de nível de associação – normas que as associações de entidades de um mesmo ramo elaboram para que sejam cumpridas pelos seus associados (EXEMPLO: ASTM); norma de nível individual. Normas internacionais Normas regionais Normas nacionais Normas de associação Normas de empresa Normas individuais Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 19 Discorrido sobre normas, conceituação, tipos e níveis, é interessante saber o que não é considerado norma, de acordo com Dantas Filho (1995): não deve ser monopolizadora – não deve conter especificações que só possam ser atendidas mediante utilização de dispositivos privilegiados; não ser um pretexto para negócios – não deve ser preparada para privilegiar uma determinada indústria em detrimento de outras; não deve ser antieconômica – não deve conduzir a soluções inutilmente dispendiosas, capazes de encarecer, sem razão, o produto normalizado; não deve ser idealística ou teórica – não deve ser feita para atender condições irreais; não deve ser panaceia – não deve procurar resolver todos os problemas; não deve representar solução unilateral – atender a apenas um dos lados dos envolvidos; não precisa ser necessariamente unânime – a unanimidade é por vezes impossível, quando surgem interesses que não concordam com os da coletividade; não deve ser imposta – não deve ser preparadapor um pequeno grupo de interessados, à revelia, e sim buscar o consenso; não deve ser imutável – deve acompanhar o progresso da técnica e o desenvolvimento das necessidades do consumidor; não deve ser compulsória – salvo casos especiais, uma norma deve ter caráter facultativo e ser aceita voluntariamente pelas partes interessadas; não deve ser avançada para a sua época – não é conveniente normalizar contando com aperfeiçoamentos futuros; não deve se tornar obsoleta; não deve ser estática – deve ser capaz de atender dinamicamente aos processos de mudança contínuos; Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 20 não deve ser necessariamente completa – é impossível pretender atingir tudo de uma única vez; não deve ser excessivamente simplificada e nem excessivamente pormenorizada – no primeiro caso, corre o risco de ser incompleta e, no segundo, o de ser prolixa, rica em detalhes desnecessários; e, não deve ser necessariamente universal. Voltando à definição de normalização, a ABNT define a normalização como sendo uma “atividade que estabelece, em relação a problemas existentes ou potenciais, prescrições destinadas à utilização comum e repetitiva com vistas à obtenção do grau ótimo de ordem em um dado contexto”. Dessa definição podemos retirar os principais objetivos da normalização que são: economia – a normalização busca proporcionar a redução da crescente variedade de produtos e procedimentos, proporcionando desta forma a economia de recursos empregados; comunicação – a normalização tem por objetivo promover meios mais eficientes para a troca de informações entre os fabricantes e os clientes, aumentando desta forma a confiabilidade das relações comerciais e de serviços; segurança – visa proteger a vida humana e a saúde; simplificação – visa à redução da crescente variedade de procedimentos e tipos de produtos; proteção ao consumidor – visa prover a sociedade de mecanismos eficazes para aferir a qualidade dos produtos; e, eliminação de barreiras técnicas e comerciais – busca evitar a existência de regulamentos conflitantes sobre produtos e serviços em diferentes países, facilitando desta forma, o intercâmbio comercial. É importante salientar que existe uma diferença entre os termos normatização e normalização, e Ambrozewicz (2003) estabelece esta diferença. Segundo ele Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 21 “normatização é um padrão que criamos para nós mesmos ou à nossa organização. Nós nos normatizamos a partir de procedimentos criados pela gente. Estar normalizado significa utilizar normas estabelecidas por uma entidade externa”. A respeito dos benefícios proporcionados pela normalização, a ABNT destaca que a normalização “é utilizada cada vez mais como um meio para se alcançar a redução de custo da produção e do produto final, mantendo ou melhorando sua qualidade”, aumentando desta forma a competitividade das empresas que têm seus sistemas normalizados. Menciona ainda que os benefícios podem ser qualitativos e quantitativos, como mostra o quadro comparativo abaixo: Benefícios dos sistemas normalizados qualitativos quantitativos utilização adequada dos recursos envolvidos; uniformização da produção; facilitando o treinamento da mão-de- obra, melhorando desta forma seu nível técnico; registrando o conhecimento tecnológico e facilitando e contratação ou venda de tecnologia. redução do consumo de materiais e do desperdício; padronização dos componentes e equipamentos; redução da variabilidade dos produtos; aumento da produtividade; melhoria da qualidade e controle dos processos. Para Dantas Filho (1995), O processo de normalização visa à consecução de normas com clareza irrepreensível e que assegurem que o sistema fará certo, logo da primeira vez, sem erros, cumprindo os requisitos e padrões estabelecidos, de tal forma que a tarefa de pessoas e máquinas, envolvidas na produção, seja simplificada e facilitada, resultando produtos competitivos e de qualidade garantida; tudo isso com o propósito firme de satisfazer as expectativas de demanda do mercado consumidor e as demandas ambientais impostas pela sociedade de um modo geral. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 22 Para Puri (1994 apud LORDÊLO, 2004) “a normalização é um processo de formulação e aplicação de regras para uma abordagem ordenada de uma atividade científica”. E a normalização das atividades da qualidade, ajuda a: estabelecer um denominador comum da qualidade empresarial aceito por todos; criar simplicidade a partir da complexidade; harmonizar diversas práticas; gerar compatibilidade e uniformidade na aplicação de práticas industriais; funcionar como meio de comunicação de ideias e informações entre o comprador e o vendedor; auxiliar na redução de entraves ao comércio; e, incentivar a transparência na comercialização e a concorrência leal. Apesar dos benefícios, a normalização também apresenta um perigo. Dantas Filho (1995) menciona que o perigo da normalização é, portanto, de se encontrar frequentemente defasada em relação à evolução tecnológica, derivando um problema de escolha para a empresa entre inovação e normalização. A solução para este problema seria adaptar permanentemente o conteúdo das normas ao estado mais recente da tecnologia consolidada. Supõe-se que sua elaboração seja suficientemente rápida a fim de diminuir o tempo que separa a execução de uma inovação, da revisão ou criação da norma correspondente. Isto implica igualmente uma política sistemática, de adaptação das normas à evolução da tecnologia. Ao mencionar o problema da necessidade de revisão, Pieracciani (2003 apud LORDÊLO, 2004) menciona que ao longo dos mais de sessenta anos de fundação da ABNT, já foram geradas 65 mil páginas de normas, perfazendo 10800 normas no total, das quais 6 mil têm mais de dez anos e devem ser, portanto, consideradas obsoletas. Isso mostra a necessidade de se desenvolver um plano de ação para revisão destas normas em caráter de urgência. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 23 UNIDADE 4 – BENEFÍCIOS DOS SISTEMAS DE GESTÃO INTEGRADOS Os SGI têm permitido integrar os processos de qualidade com os de saúde e segurança, gestão ambiental e responsabilidade social, bem como podem englobar outros sistemas como segurança da informação e sistemas da qualidade setoriais. Essa integração é importante porque o que víamos até então, eram profissionais com formação acadêmica diferentes, trabalhando em unidades funcionais distintas. Isso quer dizer que cada um tinha uma visão do problema e da solução. Com a integração todos olham para o mesmo lugar e diminuem as possibilidades de resolver o problema de um sistema e criar um problema para outro sistema. A integração permiteunificar os requisitos de diversas normas de sistemas de gestão em um sistema global de gestão organizacional. São benefícios dos sistemas integrados: Redução de duplicidades e burocracia – tudo fica muito mais simples se os empregados envolvidos diretamente com a produção receberem um único documento orientando o modo correto de realização de seu trabalho e não um de qualidade, outro de meio ambiente, outro de saúde e segurança, etc.; Redução de conflitos dos sistemas – ao evitar feudos específicos para qualidade, meio ambiente, responsabilidade social e saúde e segurança, minimizam-se conflitos entre documentos e prioridades; Economia de tempo da alta direção – ao permitir a realização de uma única análise crítica; Abordagem holística para o gerenciamento dos riscos organizacionais – ao assegurar que todas as consequências de uma determinada ação sejam consideradas; Melhoria da comunicação – ao utilizar um único conjunto de objetivos e uma abordagem integrada, de equipe. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 24 Melhoria do desempenho organizacional – ao estabelecer uma única estrutura para a melhoria da qualidade, meio ambiente, responsabilidade social e saúde e segurança, ligada aos objetivos corporativos, contribui para a melhoria contínua da organização. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 25 UNIDADE 5 – IMPLANTAÇÃO E GERENCIAMENTO DE SISTEMAS – FOCO NO ERP Para discorrer sobre a escolha e implementação do sistema de gestão vamos nos embasar no referencial teórico desenvolvido por Santos, Mendes e Benac (2004), uma vez que observamos uma construção didática, de forma simples e bastante esclarecedora. Um Sistema Integrado de Gestão (SIG) ou Enterprise Resource Planning (ERP) pode ser definido como uma ferramenta de tecnologia da informação concebida para integrar os processos empresariais. Este sistema, também chamado no Brasil de Sistema Integrado de Gestão Empresarial, tem como objetivo planejar, controlar e fornecer suporte a todos os processos operacionais, produtivos, administrativos e comerciais da empresa. Todas as transações realizadas pela empresa devem ser registradas e armazenadas de forma centralizada, para que os dados extraídos do sistema possam transformar-se em informações rápidas, precisas e adequadas. Os avanços tecnológicos, particularmente em ERP permitem antecipar as vantagens competitivas oferecidas pelas novas estruturas que emergem no ambiente econômico atual. Consequentemente, o foco da estratégia e do marketing passa a ser a rede integrada de relacionamentos. Neste contexto de negócios, a informação correlata torna-se um requisito fundamental para o sucesso das empresas. Os sistemas ERP têm origem a partir de uma série de evoluções tecnológicas e conceitos de gestão. Nas décadas de 1950 e 1960, o enfoque era em estoques, na década de 1970 surgiu o Planejamento das Necessidades de Materiais - Material Requeriment Planning (MRP), que implementava o planejamento futuro de uso de matérias-primas e das etapas produtivas. Na década de 1980, o MRP evoluiu para o Planejamento dos Recursos de Manufatura - Manufacturing Resource Planning (MRP II) que incorporou ao anterior as necessidades dos demais recursos de Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 26 produção, como mão-de-obra, máquinas e centros de trabalho (HABERKORN, 1999). A pressão competitiva forçou as empresas a uma incessante busca da redução de custos e aumento da eficiência. Em meados da década de 1990 surgiram os primeiros sistemas denominados Sistemas Integrados de Gestão - Enterprise Resource Planning (ERP). A proposta desses sistemas é a gestão da empresa como um todo, oferecendo informações mais precisas, baseadas em dado único, sem as redundâncias e inconsistências encontradas nas aplicações anteriores, que não eram integradas entre si. Em 1975, a companhia alemã SAP (Systemanalyse and Programmentwicklung, ou Análise de Sistemas e Desenvolvimento de Programas) lançou o R/2, precursor de um software ERP. Em 1992, com o lançamento do R/3, da companhia SAP, os softwares de gestão tornaram-se uma “coqueluche”. Logo outros desenvolvedores globais de software passaram a oferecer também suas versões. Em 1994, a novidade da SAP chegou ao Brasil (LOPES, 1999). Destaque-se, também, o importante papel no cenário nacional, a partir de 1995, das empresas MICROSIGA (Siga Advanced) e FORPRINT Informática no desenvolvimento, treinamento, consultoria e suporte de sistemas para pequenas e médias empresas. Walker (1998 apud Santos, Mendes e Benac, 2004) afirma que o sucesso empresarial não poderá ser atingido pela utilização exclusiva de recursos internos e a empresa move-se em direção ao modelo de redes estratégicas, passando a lidar com quatro níveis de complexidade: dispersão geográfica, conexão em nível global, complexidade organizacional e diversidade cultural. Nesse cenário, prevaleceria uma nova estrutura focada e plana para gerenciar a informação. No contexto das redes estratégicas, a gestão integrada demandará relacionamentos não lineares e não programáveis dentro dos padrões tradicionais, que somente serão plenamente gerenciados a partir dos mecanismos de relacionamentos habilitados por poderosos sistemas de informação (WALKER, 1998 apud SANTOS, MENDES e BENAC, 2004). Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 27 Os sistemas ERP são compostos por uma base de dados única e por módulos que suportam diversas atividades. Os dados utilizados por um módulo são armazenados na base de dados central para serem manipulados por outros módulos, eliminando redundâncias e inconsistências nas informações. Como o ERP integra módulos que antes operavam isoladamente, fica mais fácil parametrizar e alterar dados no sistema. Mais do que simplesmente um software de informações, o ERP necessita de um redesenho de processos antes de ser implantado. Como estes sistemas tem por objetivo ser um espelho da atividade da empresa, suportando em sua base de dados todas as informações operacionais da mesma, é necessário que seja feito, quase sempre, um estudo e adequação dos processos que serão suportados pelo novo software, pois processos mal definidos, com duplicidade de funções ou outros problemas não corrigidos, terão estes problemas amplificados após a implantação de um ERP (SANTOS; MENDES; BENAC, 2004). A característica modular é um aspecto presente em praticamente todos os produtos. O cliente pode optar por módulos de acordo com a sua necessidade, conveniência ou orçamento. Por exemplo, podem ser adquiridos os módulos: financeiro, de contabilidade, de compras, de gerenciamento de projetos e de gerenciamento de investimentos, dentre outros. Entre os benefícios esperados dos ERP, podemos citar: disponibilidade de informação certa, na hora certa e nos pontos certos; compartilhamento de base de dados única e não redundantes; eliminação do esforço gerencial e operacional nas interfaces entre sistemas que não conversam entre si; aperfeiçoamento do processo de planejamento operacional, que passa a ser mais transparente, estruturado e com responsabilidades mais definidas; melhoria do desempenho operacional, obtendo vantagens competitivas em relação à concorrência (CORRÊA; GIANESI; CAON, 1999). Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 28 Muitas vezes estes objetivos não são atingidos, em razão de deficiências de projeto (hardware mal dimensionado, redes mal projetadas, etc.), falhas na parametrização do software ou ainda redesenho de processos não executados. É importante ainda analisar mais detalhadamente um dos principais objetivos esperados de um ERP: a informação de boa qualidade. Para atingir este objetivo é necessário analisar o ciclo de obtenção da informação e seu uso como vantagem competitiva: a) Fatos físicos transformam-se em dados – todos os fatos físicos necessários ao sistema devem ser “apontados”. Por exemplo, um caminhão com matérias-primas chegando é um fato físico; o apontamento é a anotação deste fato no sistema, com todas as operações necessárias: contagem física dos materiais, possível digitação das quantidades, tipos, etc. O sistema vai se basear no dado e não no fato físico, ou seja, se a atividade de apontamento for realizada de forma falha o sistema de informações (ERP) vai considerar dados não condizentes com a realidade e a atividade de suporte de decisões será feita sobre bases incorretas. Outra fonte de dados que necessitam ser apontados no sistema são as previsões, que refletem um status futuro de alguns dados. b) Dados transformam-se em informações – o processo seguinte é a transformação da massa de dados, através de cálculos, ordenação, etc. com objetivo de mudar sua forma, para disponibilizá-los ao tomador de decisões de maneira adequada e útil. Diferentes sistemas de informação podem chegar a resultados diversos com base nos mesmos dados, uma vez que seus procedimentos (algoritmos) de transformação dos dados são diferentes. Por exemplo, dois sistemas de planejamento de produção podem, com base nos mesmos dados de demanda e estoque, chegar a planos de produção com cronogramas diferentes, uma vez que os tempos de produção em seus algoritmos estejam registrados de forma diversa; c) Informações transformam-se em decisões – é necessário que o tomador de decisão saiba o que fazer para transformar a boa informação em boa decisão. Este tópico envolve dois aspectos: o grau de treinamento do tomador de decisão e o comprometimento do mesmo em levar em conta a informação disponibilizada pelo sistema. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 29 d) Decisões transformam-se em vantagem competitiva – para atingir esta etapa é necessário que a decisão adotada seja melhor que as decisões adotadas pelos concorrentes. Isto depende de as decisões serem tomadas tendo em perspectiva uma visão estratégica, de competitividade. Como a decisão depende do encadeamento dos processos descritos anteriormente, é necessário que todos estes processos sejam executados de maneira melhor que a concorrência, ou seja, é preciso planejar melhor que a concorrência, apontar com mais eficiência, customizar e parametrizar (a transformação de dados em informações) melhor que a concorrência e por fim tomar decisões de forma melhor que a concorrência (CORRÊA; GIANESI; CAON, 1999). Os aspectos técnicos envolvidos na escolha e implantação de sistemas de informação tem sido a principal ênfase dentro das empresas, e não podem ser negligenciados. Acontece que as etapas mais críticas ficam por conta dos aspectos comportamentais. Muitas empresas acabam encarando a implantação de um sistema ERP simplesmente como um processo de implantar um novo software. O processo de mudança organizacional, que chega a alterar a forma como a empresa faz seus negócios é muitas vezes negligenciado, refletindo em custos, atraso e até abandono do projeto de instalação (CORRÊA; GIANESI; CAON, 1999). A respeito da informatização das pequenas empresas, Beraldi e Escrivão (2002) citam em seu artigo as vantagens que uma pequena empresa pode obter com um sistema informatizado, que funcione de modo eficiente e eficaz: melhoria da informação para a tomada de decisão; automatização das tarefas rotineiras; melhoria do controle interno das operações; melhoria do atendimento ao cliente; aumento da capacidade de reconhecimento dos problemas com maior antecedência; ajuda ao gerente para realizar o teste de algumas decisões, antes de colocá-las em prática; melhoria do processo produtivo; aumento da produtividade e da competitividade. As pequenas e médias empresas também têm como característica a não utilização de instrumentos formais para tratar seus problemas. Normalmente, o administrador utiliza a intuição como principal base para a tomada de decisão. Se por um lado este aspecto pode promover o comprometimento entre colaboradores e Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 30 empresa, por outro lado a não utilização de critérios técnicos e de informações adequadas pode comprometer a qualidade da decisão (MENDES; ESCRIVÃO, 2000). Normalmente, para a implantação de um ERP existe a necessidade de apoio de uma consultoria especializada. Cuidados na escolha da mesma podem significar uma implantação dentro do prazo e orçamento previstos. Na seleção da consultoria deve-se levar em conta alguns aspectos da equipe que será alocada ao projeto: capacitação e experiência em relação à solução adequada, conhecimento do negócio (uma vez que processos terão que ser redefinidos) e qual metodologia será adotada (sequência de passos a seguir). Deve ser verificados ainda a satisfação dos atuais clientes com os trabalhos realizados (CORRÊA; GIANESI; CAON, 1999). A recomendação para minimizar os impactos é de que a implantação não seja feita de uma vez, e sim gradualmente, pois após a implantação existe um período de ajustes e correções (HABERKORN, 1999). A implantação de um sistema ERP envolve riscos. De acordo com uma pesquisa divulgada no Estados Unidos pelo Standish Group, feita com empresas com faturamento superior a 500 milhões de dólares e que investiram em projetos ERP, apenas 10% dos projetos de implementação terminaram no tempo e prazo estimados, 55% estouraram prazos e orçamento e 35% foram cancelados (TOURION, 2002). Outro dado importante é o custo de suporte e consultoria. Estima-se que para cada um dólar gasto com licenças de uso, seja gasto por volta de mais três dólares em serviços profissionais para suporte e consultoria de implantação. O tempo médio de implantação em uma pequena empresa é da ordem de 8 a 12 meses, a um custo total variando entre US$ 60 mil a US$ 100 mil (dados fornecidos pela FORPRINT Informática). Já o tempo médio de implantação em uma grande empresa é da ordem de 2 a 3 anos, a um custo total variando entre US$ 2 milhões a US$ 5 milhões (dados fornecidos pela EMBRATEL). (SANTOS,MENDES, BENAC, 2004). Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 31 A implementação do ERP é algo problemático em todo o mundo, por ser demorada, cara e frequentemente não trazer os resultados esperados em termos de redução de custos e melhoria da competitividade. As dificuldades com o ERP originam-se basicamente de erros nas escolhas estratégicas de configuração dos sistemas e processos e da perda de controle do processo de implementação pela empresa. Quanto às escolhas estratégicas, deve-se buscar um nível de controle compatível com o fluxo de produtos e serviços existentes na empresa. Muitas vezes, o detalhamento de alguns aspectos do sistema é trabalhoso e não agrega nenhum valor, noutras, faz-se necessário. A diretoria da empresa deve estabelecer e transmitir a todos as vantagens estratégicas esperadas com o ERP desde o início da sua implementação. Com relação à perda de controle do processo de instalação, o segredo está em não encarar o ERP como apenas mais um projeto de TI, mas como ferramenta para alcançar os objetivos empresariais. A diretoria não pode abrir mão de sua responsabilidade pelo controle, senão a equipe técnica de informática é que terá de tomar as decisões estratégicas e aí, em pouco tempo, se perderá o controle da implementação. O papel dos diretores na implementação do ERP pode ser assim resumido: a) traduzir a visão da empresa e sua estratégia para as pessoas; b) envolver os diversos níveis da organização deixando claro para cada um o que ele deve fazer, e vincular a avaliação de desempenho dos executivos ao sucesso do projeto, que deverá ter critérios definidos com antecedência. Isto ajuda na motivação para se atingir os resultados esperados e a otimizar o desempenho global. Para se saber se a implementação está no caminho certo, especialistas dão algumas dicas: a) a diretoria deve compreender bem a relação entre o novo sistema e as metas estratégicas da empresa; Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 32 b) o plano de implementação deve estar vinculado aos grandes objetivos da empresa (ultrapassando as questões de TI); c) o diálogo deve ser usado como arma contra as dificuldades encontradas; e, d) os comentários do chão de fábrica (rádio-peão) devem estar refletindo entendimentos e aceitação do projeto na empresa. A decisão de substituir todo um sistema de informação pelo ERP é algo muito complexo e deve levar em conta os grandes reflexos para a empresa. A estrutura até certo ponto rígida do ERP implica na necessidade de se adaptar o modo de operar da empresa ao sistema, ao contrário do que ocorria até então com os outros sistemas, que se adaptavam às necessidades da empresa. Isso significa que, com relação às lógicas do ERP, devemos considerar que a personalização praticamente só possui desvantagens: a) alto custo - que normalmente não está incluído no pacote de ERP; b) longo tempo de implementação; c) redução na confiabilidade do sistema; e, d) aumento da dificuldade para atualizá-lo para as futuras novas versões lançadas no mercado. Alguns pontos em comum nas empresas que alcançaram sucesso com a implantação do ERP podem ser assim resumidas: a) criação de um time de trabalho envolvendo os melhores profissionais da empresa, e não apenas aqueles que “não tinham nada mais importante para fazer”; b) criação de forte parceria com os três principais atores do processo: os consultores da implantação, o fornecedor do software e o fornecedor do hardware; c) busca constante do menor nível possível de personalização do sistema; e d) escolha do ERP baseado na maior adaptação possível a alguns aspectos da gestão administrativa. Para que tenhamos uma implantação bem sucedida, deveremos definir uma estratégia de negócio que possa aumentar a vantagem competitiva, ou no mínimo Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 33 mantê-la, para em seguida escolher o ERP que melhor se adapte a estas características. Outro ponto que merece destaque é a escolha do software. Antes de entrar nos detalhes da seleção do software, o administrador deve comparar as estratégias e capacidade de suporte à empresa oferecidos pelo sistema atualmente em uso. Muitas pessoas desprezam esta parte do processo e passam a analisar diretamente as características dos softwares disponíveis, geralmente influenciados por vendedores ávidos pela venda de seus produtos. Como estes vendedores frequentemente exageram nas qualidades e vantagens do sistema, isto pode gerar alguma confusão no processo de seleção do ERP adequado (SANTOS, MENDES, BENAC, 2004). A tarefa de se escolher um ERP é realmente complicada. Requer administradores bem informados, além de metodologia clara e objetiva, norteada pelo modelo estratégico da empresa. O uso de métodos compreensíveis para planejar, guiar e controlar os esforços de implantação servem para se evitar grandes erros, além de gerar economia de tempo e dinheiro. Um fato interessante, que muitas vezes ocorre, é que quando há alguma falha na escolha do ERP ou na sua implantação, a correção só vem a acontecer muito tempo depois, porque normalmente ninguém quer falar ao chefe que o investimento aplicado no ERP foi um erro. Desta forma a empresa, às vezes, convive por um longo período com um ERP pobre, funcionando precariamente, sem obter dele todos os benefícios esperados. No caso em que as empresas optem pelo uso de pacotes pré-fabricados, os chamados templates, a atenção não deve ser menor. As vantagens de tempo de implantação e menor custo escondem perigos como a correta adaptação à empresa (SANTOS; MENDES; BENAC, 2004). Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 34 UNIDADE 6 – AUDITORIA DE SISTEMAS DE GESTÃO Embora se credite à globalização, a evolução das auditorias, elas já existiam muito tempo antes. No reinado de Elizabeth I, a auditoria já estava sistematizada para os pagamentos aos servidores públicos da Inglaterra. Mas é bem verdade que sua evolução veio crescendo ao longo dos séculos e a utilização da tecnologia da informação ajudou sobremaneira no seu aprimoramento. A tecnologia da informação alterou o mundo dos negócios de forma irreversível. Desde que foi introduzida sistematicamente, em meados da década de 50, houve uma mudança radical no modo de operar das organizações (MCGEE; PRUSAK, 1994). Na atualidade, tanto sob a perspectiva acadêmica quanto do mundo dos negócios, é uma questão de grande relevância. Antonialli (1996) concorda que as fortes tendências e fatores tecnológicos são os responsáveis por contínuas adaptações da postura estratégica empresarial. Corroborando com isso, Wang (1998) afirma que a informação tecnológica pode ser a maior ferramenta dos tempos modernos, mas é o julgamento de negócios dos humanos que a faz poderosa. De acordo com Rezende e Abreu (2000), a informação desempenha papéis importantestanto na definição quanto na execução de uma estratégia. Ela ajuda na identificação das ameaças e das oportunidades para a empresa e cria o cenário para uma resposta competitiva mais eficaz. Para Simch e Tonetto (2007), toda empresa que prime por controles internos e processos definidos deve utilizar-se de sistemas de informações. Entretanto, uma empresa que dispõe de um sistema integrado informatizado e não respeita alguns aspectos de suma importância estará exposta a riscos. Os riscos podem ser identificados internamente e externamente. Sua avaliação dependerá da análise da probabilidade de ocorrência e de seus impactos identificados, de maneira quantitativa e qualitativa. Não esquecendo, entretanto, de avaliar sempre os efeitos Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 35 positivos e negativos da aplicação da auditoria destes sistemas. O controle de risco deverá estabelecer um processo formal de identificação, avaliação e desenvolvimento das respostas aos riscos do projeto de auditoria, para que a sua situação seja constantemente monitorada e seus planos de contingência estejam sempre atualizados e prontos para serem implementados. Assim, a tecnologia da informação abrange uma gama de produtos de hardware e software capazes de coletar, armazenar, processar e acessar números e imagens, que são usados para controlar equipamentos e processos de trabalho e conectar pessoas, funções e escritórios dentro das empresas e entre elas (WALTON, 1993). Com o crescente mercado da Tecnologia da Informação, vem ganhando espaço à auditoria de sistema, que pouco conhecida ganha evidência a cada dia sem perder seu foco principal que é direcionar a entidade a avaliar aspectos importantes relativas à segurança das informações. Porque além de possuir um bom sistema as empresas buscam alto grau de qualidade no que diz respeito à confiabilidade de seus dados (MARÇAL, 2005). 6.1 Auditoria de sistemas – conceito Pode-se dizer que auditoria de sistemas é a fotografia da situação em que a empresa se encontra. E pode ser conceituada como uma atividade cuja função é garantir a organização das informações fazendo com que, todos os procedimentos criados por esta, estejam sendo postos em prática de maneira correta. Garantia esta que se realiza por análise dos controles internos que visa averiguar se todas as operações efetuadas pelos usuários do sistema da empresa estão sendo feitas observando com fidedignidade os preceitos dos princípios contábeis. Podemos afirmar que a Auditoria nada mais é do que a comparação entre uma ótima situação e uma situação ruim. É como comparar um fato que se espera que ocorra com o que realmente ocorreu (MARÇAL, 2005). A auditoria exerce sua ação preventiva, saneadora e moralizadora, para confirmar a veracidade dos registros e a confiabilidade dos comprovantes, Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 36 objetivando dar uma opinião sobre a situação encontrada, confirmando também os próprios fins da contabilidade e, consequentemente, garantindo as demonstrações contábeis. Dentro dos diversos segmentos de auditoria existentes, um deles vem a ser o da Auditoria de Sistemas, que é o ramo da auditoria que revisa e avalia os controles internos dos sistemas de informação da empresa, objetivando: I) Verificar a Eficiência – no tocante à eficiência, verifica-se a utilização de recursos de computação alocados aos sistemas. Esses recursos dizem respeito tanto ao uso de Sistemas (“Software”) e de Equipamentos (“Hardware”), quanto ao trabalho dos profissionais envolvidos, atentando, principalmente, para geração de resultados corretos, no tempo programado e pelo custo esperado. II) Constatar a Eficácia – a eficácia compreende a validação dos resultados gerados pelos sistemas, cujos produtos oferecidos deverão ter condições de atender adequadamente as necessidades de seus usuários. III) Atestar a Segurança Física e Lógica a) Segurança Física – refere-se à avaliação dos recursos materiais e humanos aplicados ao ambiente de sistemas de informação, sobre os seguintes aspectos: • ambiente de processamento de dados, tais como: CPD, fitoteca, depósito de suprimentos; • equipamentos de processamentos de dados, como: CPU, unidade de disco magnético, unidade de fita magnética, terminal, impressoras; • suprimentos, tais como: disquetes, discos magnéticos, fita magnética, formulários contínuos; • recursos humanos, como: analistas de sistemas, programadores, operadores de computador e usuários. b) Segurança Lógica – consiste em avaliar o nível de segurança e controle empregados com recursos tecnológicos nos processos de um determinado sistema de informação. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 37 Tais processos correspondem aos programas de computador, bem como aos procedimentos mecanizados ou manuais que se compõem das rotinas operacionais e dos controles do sistema de informação. Principais riscos envolvidos: acesso de pessoas não autorizadas aos ambientes operacionais; manipulação indevida de recursos e informações; computadores podem ser usados por pessoas não autorizadas; instalações não apropriadas, sem a devida manutenção e/ou guarda inadequada de equipamentos e mídia de dados podem levar a contingências múltiplas (indisponibilidade de ativos e perda de informações e dados). possibilidade de acesso a informações confidenciais ou de uso restrito, por pessoas não autorizadas, utilizando senha de pessoas autorizadas; a inadequada segregação de funções pode resultar em conflitos de interesse, bem como propiciar manipulações indevidas, erros, irregularidades e perda de ativos; falta de monitoramento de acessos pode resultar na não detecção de possíveis fraudes e/ou irregularidades (SENAC, 2003). 6.2 Auditoria de sistemas de gestão Segundo Branco Filho (2008), na maioria das vezes, implantar um sistema de gestão implica mudanças de práticas internas, com maior ou menor impacto na gestão e operação, o que nos leva a inferir que a implantação é um processo que exige objetivos bem definidos, prazos, responsáveis e tarefas especificadas, o que vai culminar com a certificação. O maior desafio nem tanto está na implantação, mas sim na capacidade de perenizar o sistema de gestão, ou seja, o que e como fazer para manter as mudanças realizadas e a auditoria interna é uma das formas de realizar esses ciclos de perenização. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 38 A norma ISO 9001, em sua primeira versão no ano de 1987, já incluía a realização de auditorias internas em seus requisitos, demonstrando sua importância na promoção e manutenção dos sistemas de gestão. Tanto a NBR ISO 9001:2008 quanto NBR ISO 14001:2004; OHSAS 18001:2007 e NBR 16001:2004 têm como foco verificar o grau de conformidade e manutenção de sistemas, sendo que os resultados são levadospara a alta administração que analisa criticamente e identifica as ações necessárias para adequações e melhorias. Essas ações são implantadas e depois verificadas quanto sua eficácia, novamente utilizando a auditoria interna, fechando o ciclo de melhoria contínua, representado na ilustração abaixo: Alta Administração Constatação da auditoria Análise crítica Resultado da análise Auditoria Implantação de ações Verificação da eficácia Fonte: Adaptado de Branco Filho (2008) Os sistemas de gestão da qualidade, ambiental, de saúde e segurança e de responsabilidade social, conforme a NBR 16.001:2004, estabelecem como um dos Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 39 seus requisitos a realização de auditorias internas, enquanto que na estrutura do sistema de gestão da SA 8000, apesar de ser amplamente utilizado, esses conceitos não são explícitos. Vimos que as auditorias tem como objetivo assegurar a adequada implementação e conformidade dos procedimentos internos aos critérios definidos para os sistemas de gestão pertinentes, possibilitando identificar correções e oportunidades para melhorias. Elas podem ser de diferentes tipos: Auditoria interna – chamada de auditoria de 1ª parte, é conduzida pela própria organização, ou em seu nome, com o propósito de analisar criticamente o sistema de gestão implantado, e poderá formar a base para uma autodeclaração de conformidade da organização; Auditoria externa – chamada de auditoria de 2ª parte, quando realizada pelo cliente da organização, ou de 3ª parte, quando realizada por um organismo certificador; Auditoria combinada – quando realizada para atender simultaneamente a mais de um sistema de gestão, sendo conduzida pela própria organização ou por um organismo certificador; Auditoria conjunta – quando realizada por dois ou mais organismos certificadores para avaliar em cooperação mais de um sistema de gestão em uma única organização (BRANCO FILHO, 2008, p. 282). A integração de sistemas de gestão pode incentivar a realização de auditorias combinadas, implicando, por exemplo, uma gestão única, uma agenda comum e auditores com múltiplas competências. Cabe à organização avaliar os impactos dessa estratégia ao definir a forma de realizar as suas auditorias internas. Uma vez que a auditoria é entendida como um processo sistemático, documentado e independente, as evidências obtidas são os registros, apresentação de fatos ou outras informações pertinentes aos critérios adotados e a confiabilidade dos resultados obtidos em uma auditoria está alicerçada em alguns princípios relacionados com os auditores e com o processo em si. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 40 São princípios relacionados ao auditor: 1. Conduta ética – principal fundamento do profissional, inclui confiança, integridade, confidencialidade e discrição. 2. Apresentação justa – obrigação de reportar com veracidade e exatidão, ou seja, documentos da auditoria devem refletir verdadeiramente e com precisão as verificações realizadas. 3. Devido cuidado profissional – aplicação de diligência e julgamento na auditoria, considerando a importância da tarefa e a confiança depositada. São princípios relacionados ao processo de auditoria: 1. Independência – a base para a imparcialidade da auditoria e objetividade das conclusões de auditoria. Os auditores devem ser selecionados observando-se este princípio, de modo a inibir tendências e conflitos de interesse. 2. Abordagem baseada em evidência – o método racional para se alcançar conclusões de auditoria confiáveis e reproduzíveis em um processo sistemático de auditoria. O uso de um critério de amostragem apropriado, para as evidências de auditoria coletadas, está diretamente relacionado à confiança a ser obtida nas conclusões de auditoria (NBR ISO 19011:2002). Abaixo temos o fluxo do processo de gestão de um programa de auditoria conforme a NBR ISO 19011:2002 que considera o gerenciamento desse tipo de programa como um processo no qual se aplicam plenamente os conceitos do PDCA, para a promoção da melhoria contínua. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 41 Fonte: Branco Filho (2008) Não podemos esquecer que o programa deve ser compatível com o tamanho da organização e com a natureza e complexidade das operações, e pode incluir diferentes tipos de auditoria, como o tipo combinada e o tipo conjunto. 6.3 Planejamento do programa de auditoria Como todo planejamento, no caso da auditoria se faz necessário definir os objetivos e a abrangência que se pretende com os eventos da mesma, a definição de responsabilidades, identificação dos recursos necessários e a elaboração de procedimentos de suporte e orientação sintetizados no quadro abaixo: Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 42 Para definir... Considerar que... Objetivos Os objetivos definem o foco da avaliação; assim, devem ser verificados, caso aplicável: • As prioridades da direção; • As intenções comerciais; • Os requisitos do sistema de gestão; • Os requisitos estatutários, regulamentares e contratuais; • A necessidade de avaliação de fornecedor; • Os requisitos do cliente; • As necessidades de outras partes interessadas; e, • Os riscos para a organização. Abrangência A abrangência está diretamente relacionada com o tamanho, a natureza e a complexidade da organização, mas também podem ser considerados: • O escopo, objetivo e duração de cada evento de auditoria; • A frequência das auditorias; • Os requisitos normativos, estatutários, regulamentários e contratuais e outros critérios de auditoria; • As necessidades para certificação; • As conclusões de auditorias anteriores; • Os resultados de análise crítica de um programa de auditoria anterior; • As preocupações das partes interessadas; • As mudanças significativas para uma organização ou suas operações. Responsabilidades Os responsáveis designados devem possuir conhecimentos e habilidades necessários para gerenciar o programa de auditoria. Assim, precisam ter entendimento: • Dos princípios de auditoria; • Das técnicas de realização de auditoria; • Das competências necessárias para os auditores, incluindo habilidades de gerenciamento, negociação e compreensão geral das atividades e processos a ser avaliados. Recursos Os recursos visam a assegurar a efetiva realização das Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 43 auditorias, conforme planejado; para tanto, é fundamental que, na etapa de planejamento,
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