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Gustavo Moreno T19 Massas e Cistos Anexiais: Introdução: Anexo: parte conectada ou apêndice Massa anexial (MA): estrutura conectada ao útero (ovários, tubas uterinas, ligamentos redondos e resquícios embrionários dos ducto de Wolf) Engloba todos tumores que se originam de várias estruturas que ocupam a pelve: trato intestinal, trato urinário, retroperitônio, útero. Massas e cistos anexiais: Representam condições ginecológicas e não ginecológicas, benignas ou malignas Objetivo – afastar CA de ovário Frequentemente “achado incidental” em exames de US, USTV muito utilizado na prática diária. Assintomáticas e sintomas inespecíficos Exames ginecológico falho na detecção. (Limitado) Manejo das massas anexiais: Considerações: Qual a origem da massa? Deve ser acompanhada? (características benigna – repetir o exame em 3 a 6 meses, evitando cirurgias desnecessárias) Como deve ser seguida? Qual a via de abordagem? Objetivo: afastar CA, menor morbidade, diminuir indicações cirúrgicas.* Avaliação/investigação: –Avaliação: anamnese, exame físico, atenção às características da história (idade*), fatores de risco e clínica, exames laboratoriais e de imagem (US) –Achados clínicos: Assintomáticas (CA) Dor aguda (torção. hemorragia, infecção, ruptura) Crônica (endometriose – reservada para a musculatura do útero) Dispareunia (Dor durante a relação) Dismenorreia (dor durante a menstruação) Aumento do volume abdominal (15cm ou ascite presente) Febre / toxemia (DIP e CA) Perda de peso (CA) Distúrbios menstruais (gestação tópica / ectópica e tumores ovarianos funcionais) Virilização (Aumento de andrógenos – Acne, hirsutismo e obesidade) Antecedentes: Idade: menacme, puberdade, menopausa Antecedentes sexuais: IRS, dispareunia, sinusorragia, parceiros Antecedentes obstétricos: GPCA Antecedentes menstruais: DUM, ACO. Antecedentes cirúrgicos: Aderências (Cistos de retenção peritoneal, hidrossalpinge - [mimetiza um cisto ovariano]) Antecedentes familiares: 1º grau e 2º grau aumenta em 4 vezes o risco de Ca de ovário. Exame físico: Exame pélvico, abdome (especular, toque bimanual, retal) Obs – fossa ilíacas, fundo de saco posterior (endometriose tem grande quantidade de aderência nesse local, e CA de ovário, por isso a importância do exame do toque retal) Características: Benignidade Malignidade Menacme Doloroso Sem perda de peso Sem ascite < 5 cm – menacme Sem crescimento rápido Móvel Contornos bem definidos / superfície lisa Cístico Unilateral Toque retal sem nodulações – espaço de douglas livre Pós-menopausa Geralmente indolor Perda de peso Ascite > 10 cm Crescimento rápido Contornos mal definidos / superfície irregular Misto – cístico e sólido Bilateral Toque retal ou vaginal com nodulações Diagnóstico diferencial: Classificação por idade: 1. Período fetal e pré puberal: Hormônios maternos – FSH, LH, estriol, HCG elevados Regressão espontânea em até 6 meses Risco de complicações se maiores de 2 cm 70% funcionais, 20% tumores benignos, 10% malignos e 1% do CA infantil Primigesta de 32 anos, com vigilância pré-natal por obstetra, desde o primeiro trimestre e cuja gravidez unifetal de feto do sexo feminino evoluiu sem intercorrências até às 30 semanas de gestação. No terceiro trimestre, aecografia pré-natal de rotina evidenciou uma massa intra-abdominal anecogênica, com 33×32×31mm de dimensões, sugestiva de um cisto simples do ovário. Quatro semanas depois, às 34 semanas de gestação, a reavaliação ecográfica evidenciou um aumento do seu volume (67×55mm). Como a referida massa se encontrava a comprimir as estruturas adjacentes foi decidida a aspiração do seu conteúdo. Este procedimento foi realizado sob controle ecográfico, através de punção transabdominal, com uma agulha de calibre 22G, dando saída a 30ml de fluido claro. Foi também efetuada colheita para amniocentese, para estudo citogenético. O procedimento decorreu sem incidentes ou complicações subsequentes. 0. Menacme – idade reprodutiva: Imaturidade HH – cistos funcionais 10-15% das adolescentes 90% são cistos funcionais – foliculares, corpo lúteo Tumores benignos: Epitelial: serosos, mucinosos, endometrióides Mesenquimal ativo – tecomas, cels granulosas, androblastomas Mesenquimal inativo – fibromas (mais comum), sarcomas Germinativos: disgerminomas e teratomas 0. Pós menopausa: Pós cirurgias pélvicas: Processos aderenciais pélvicos Tumores benignos Tumores malignos – cistoadenocarcinoma Fatores de risco: (Para o CA de ovário) Idade maior que 50 anos Antecedentes menstrual: menarca precoce (< 12 anos); menopausa tardia (> 55 anos) nuliparidade Obesidade Antecedente pessoal de CA de mama Antecedente familiar de CA de ovário, mama ou colorretal Mutação dos genes BRCA-1 e BRCA-2: risco de desenvolver a neoplasia de 40 a 50% até os 70 anos Fatores protetores: –Relação inversa com número de ciclos ovulatórios durante a vida – exposição hormonal. Uso de ACO hormonais por mais de 5 anos. Multiparidade: mais que 2 gestações. Amamentação prolongada. Ligadura tubária e histerectomia. Exames complementares: Imagem: US / UTV: avalia o tamanho, conteúdo, cápsula, lateralidade, lobulação septações, vegetações obs - Classificação De “iota” – avaliação do risco e categoria // com dados do pacientes // auxilia na conduta) TC / RM: massa pélvica não ginecologica, planejamento cirúrgico obs - (RM para ter uma maior certeza, planejamento e abordagem cirúrgica) Doppler: IR <0,4 fluxo arterial aumentado, neovascularização IP <1,0 Alto valor preditivo negatico – acima de 98% – na exclusão de malignidade*** Associação US e doppler: Sensibilidade de 90% Especificidade de 95% obs (exame seguro para investigação) Cisto funcional Cisto corpo lúteo Cisto hemorrágico Endometrioma Fibroma Teratoma Cistoadenocarcinoma Cistoadenoma seroso Cisto funcional Aspecto regular, paredes lisas, cístico Cisto simples geralmente oval, sem septações Componentes sólidos ou ecogênicos Cisto corpo lúteo Aspecto irregular, com halo vascular ao redor do cisto que pode ser visto com Doppler (característica desse cisto) Geralmente atinge até 5 cm Presente na segunda fase do ciclo Regressão espontânea Cisto hemorrágico Retração do coágulo Endometrioma Textura de sal e pimenta, mais homogêneo Fibroma Regular, indolor Teratoma Nódulo hiperecogênico, vários pontos de calcificação, com materiais embrionários, ocorre normalmente em jovens de 15 a 20 anos. Área cisticas Se retirado não tem chance de recorrência Cistoadenocarcinoma Irregular, componentes sólidos e císticos, com vegetação interna e aumento do fluxo ao doppler. Cistoadenoma seroso Cisto com conteúdo e septação Benigno Normalmente de idade mais avançada Laboratoriais: gravidez – Beta HCG → gestação, ectópica, DTG - cistos tecaluteínicos Marcadores tumorais: CA 125 – CA, processo inflamatório de serosas, endometriose CEA – CA colorretal, CA de ovário mucinoso e endometrióide AFP – tumores de células germinativas Roteiro: –Paciente jovens (< 20 ANOS): solicitar painel completo de marcadores: beta-HCG, alfa-fetoproteína, CA-125, CEA e CA 19-9. Se beta-HCG e/ou AFP elevados, pensar em tumores de linhagem germinativa. –Paciente em menacme (20 A 50 ANOS): painel de marcadores CA-125, CEA e CA 19-9. Se CA-125 pouco elevado, precisamos afastar endometriose com a história clínica. Contudo, se estiver muito elevado (> 200 U/mL) é muito sugestivo de câncer de ovário seroso. Valores intermediários também podem representar tumores benignos ou de baixo potencial de malignidade (borderline) do ovário. Se CEA e/ou CA 19-9 estiverem elevados, é fundamental afastarmos tumores do trato digestivo. Ou, trata-se de um tumor mucinoso de ovário. –Paciente pós-menopausa (> 50 ANOS): qualquer aumento do CA-125 preocupa em relação à malignidade. Se CEA e/ouCA 19-9 estiverem elevados, é fundamental afastarmos tumores do trato digestivo. Ou, trata-se de um tumor mucinoso de ovário. Algoritmo: massas anexial e menacme: Massa anexial no pós menopausa:
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