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Concepção e Formação do Ser Humano

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Concepção e Formação do Ser Humano 
A Puberdade é o processo biológico 
através do qual a criança se torna um 
adulto. Sendo esta transição entre a 
infância e a adolescência marcada pela 
aceleração do crescimento, pelo 
desenvolvimento de caracteres sexuais 
secundários e, por fim, pelo início das 
funções reprodutivas. Define-se que, 
fisiologicamente, pode ter início entre 8 
e 13 anos nas meninas, e entre 9 e 14 
anos nos meninos. 
Fisiologia da Puberdade 
A infância é marcada pelas baixas 
dosagens de esteroides sexuais. Além 
disso, nesta fase, a hipófise possui 
grande sensibilidade 
ao feedback negativo, ou seja, uma 
pequena quantidade de hormônios 
sexuais consegue inibir toda a 
produção da hipófise, fazendo com que 
sua síntese de FSH e LH seja mínima. 
Entretanto, durante a puberdade, o 
organismo passa por alterações 
hormonais, as quais culminam nas 
transformações que marcam esta fase 
do desenvolvimento. O processo de 
maturação hormonal do organismo 
envolve: adrenarca, ativação do eixo 
hipotálamo-hipofisário e gonadarca. 
Entenda melhor a seguir: 
Adrenarca 
A adrenarca é o início da produção dos 
andrógenos pela adrenal (também 
denominada glândula suprarrenal). 
Geralmente, ocorre entre 6 e 8 anos e é 
independente do eixo hipotálamo-
hipófise-gonadal. A gonadarca é 
marcada pelo aumento da secreção de 
andrógenos suprarrenais, 
principalmente o DHEAS (sulfato de 
dehidroepiandrosterona), responsável 
pelo odor das axilas, pelos pubianos e 
pela acne. 
Ativação do eixo hipotálamo-
hipofisário 
A ativação (ou desinibição) do eixo 
hipotálamo-hipofisário é resultado do 
aumento da sensibilidade da hipófise 
ao GnRH (hormônio liberador de 
gonadotrofinas), produzido pelo 
hipotálamo. Na puberdade, ocorre um 
aumento nos pulsos noturnos de GnRH, 
o qual age na hipófise, que, uma vez 
sensível, libera FSH e LH. Estes, por sua 
vez, atuam nas gônadas, dando início a 
gonadarca. 
 
Gonadarca 
A gonadarca é o aumento dos 
esteroides sexuais, por ação do FSH e 
do LH. Dessa forma, os testículos 
produzem a testosterona, responsável 
pela virilização (pelos faciais e 
pubianos, engrossamento da voz), 
enquanto os ovários produzem 
estrógenos, que levam ao 
desenvolvimento das mamas e do 
útero, a mudança do epitélio vaginal e 
a menstruação. Ou seja, a testosterona 
e os estrógenos são responsáveis pelo 
desenvolvimento dos caracteres 
sexuais secundários. 
 
Sequência da Puberdade 
As modificações físicas que compõem 
a puberdade costumam seguir uma 
ordem cronológica, que depende do 
sexo da criança, de fatores genéticos e 
ambientais. Entre as principais 
alterações que marcam este período de 
transição estão a telarca, a pubarca e a 
menarca. 
 
Métodos clínicos utilizados para 
avaliação do desenvolvimento da 
puberdade (Tunner). 
Introdução 
Como você já deve saber, a 
adolescência é uma fase de constantes 
mudanças, tanto corporais quanto 
psicológicas. Isso porque, durante a 
infância, a criança ainda tem anos para 
se adaptar às mudanças corporais. Já 
na adolescência, essas mudança 
 
s ocorrem de modo brusco e, em pouco 
mais de 2 anos, os aspectos corporais já 
se encontram totalmente modificados. 
Assim, quando se fala nas mudanças 
biológicas que ocorrem nessa fase da 
vida, dá-se o nome de puberdade. A 
puberdade, portanto, vai ser 
caracterizada pelo amadurecimento 
dos caracteres sexuais primários 
(genitais e gonadais), pelo surgimento e 
amadurecimento dos caracteres 
sexuais secundários (mamas, pelos 
pubianos e axilares) e pelo famoso 
estirão de crescimento. Sabendo disso, 
pode-se dizer, então, que o objetivo da 
puberdade é a obtenção da maturidade 
sexual. 
 
Fisiologia da puberdade 
Sabe-se que a puberdade tem início 
com a atividade do eixo hipotálamo-
hipófise-gonadal, que tem sua função 
iniciada logo durante a vida fetal, fica 
inativado na infância e é reativado com 
o início da puberdade. Assim, o 
hipotálamo produz o GnRH, que é o 
fator liberador de gonadotrofinas, e 
tem uma liberação pulsátil e contínua. 
Já a hipófise, estimulada pela secreção 
do GnRH, produz as gonadotrofinas FSH 
e LH, também de modo pulsátil, que, 
por sua vez, agem sobre os ovários, nas 
meninas, levando, consequentemente, 
à maturação do epitélio germinativo e à 
secreção dos esteroides sexuais e, nos 
meninos, agem nos testículos, onde o 
LH vai estimular a secreção de 
testosterona e o FSH vai estimular a 
espermatogênese, determinando, 
assim, o desenvolvimento dos 
caracteres sexuais secundários. 
Vários fatores podem influenciar o 
início da puberdade, como a exposição 
geográfica e a exposição à luz, visto que 
a puberdade tende a acontecer mais 
cedo em locais de baixa altitude e 
próximo à linha do Equador. Além 
disso, condições de saúde e nutricionais 
melhores parecem estar associados à 
queda na idade média da ocorrência da 
menarca. A relação da gordura corporal 
com o início da puberdade também é 
bastante considerada. Sabe-se, por 
exemplo, que meninas com obesidade 
menstruam mais precocemente do que 
aquelas que possuem anorexia ou que 
as atletas de baixo percentual de massa 
gordurosa. Isso pode estar ligado à 
ação da leptina, peptídeo secretado 
pelos adipócitos, que age sobre o 
sistema nervoso central (SNC), 
regulando o comportamento alimentar 
e o consumo de energia e sinalizando 
ao hipotálamo a quantidade de tecido 
adiposo disponível e o peso corporal. 
Assim, quanto mais elevados os níveis 
de leptina, mais precoce é o início da 
puberdade. Apesar de todos esses 
fatores influenciarem o início da 
puberdade, sabe-se que o componente 
genético é o mais determinante. Segue 
uma imagem da regulação por 
feedback do eixo hipotálamo-hipófise-
gonadal nas meninas e nos meninos. 
 
 
Alterações físicas na puberdade 
fisiológica 
Didaticamente, considera-se que a 
puberdade é caracterizada pelos 
seguintes eventos: 
• Crescimento esquelético linear; 
• Alteração da forma e 
composição corporal; 
• Desenvolvimento de órgãos e 
sistemas; 
• Desenvolvimento das gônadas e 
dos caracteres sexuais 
secundários. 
Crescimento esquelético: também 
conhecido como estirão puberal, o 
adolescente, nessa fase, apresenta 
grande aquisição pôndero-estatural, 
chegando a ganhar 20% de sua estatura 
final em um período de 24 a 36 meses e 
cerca de 50% do seu peso adulto. O 
crescimento dos membros inferiores 
tende a ocorrer primeiro, seguindo 
uma direção distal-proximal (ou seja, 
primeiro pés e mãos, seguido de pernas 
e membros superiores), o que confere 
um aspecto desproporcional ao corpo 
do adolescente, que volta a se mostrar 
proporcional com o crescimento do 
tronco, que é a região que mais cresce 
nessa fase. Há uma alteração na fase de 
ocorrência desse estirão quando se 
trata do gênero, visto que, nos 
meninos, esse incremento estatural 
ocorre entre os 10 e 16 anos, com a 
velocidade máxima de crescimento 
acontecendo entre os 13 e 14 anos, 
podendo alcançar cerca de 10 cm por 
ano. Já nas meninas, o estirão tem 
início entre os 9 e 14 anos, com a 
velocidade máxima ocorrendo entre os 
11 e 12 anos, podendo atingir cerca de 
8 a 9 cm por ano. Após isso, há uma 
desaceleração do ganho estatural e a 
parada do crescimento, para os 
meninos ocorrendo entre os 17 e 18 
anos, e, para as meninas, entre os 15 e 
16 anos. É importante pontuar que, 
pelo fato de a estatura ser influenciada 
por fatores genéticos, há um cálculo 
para se avaliar a faixa de estatura final 
do adolescente, com base na herança 
genética dos pais. Assim, calcula-se o 
alvo genético com a seguintefórmula: 
 
 
Alteração da forma e composição 
corporal: na puberdade ocorre o 
dimorfismo sexual, ou seja, são 
estabelecidas as diferentes formas 
corporais femininas e masculinas, que 
resulta do desenvolvimento 
esquelético, muscular, do tecido 
adiposo, entre outros. Nas meninas, 
por exemplo, o depósito de gordura 
ocorre mais na região das mamas e dos 
quadris, o que define a forma do corpo 
feminino, diferente dos meninos, que 
possuem um crescimento do diâmetro 
biacromial (ou seja, entre os ombros), 
associada ao desenvolvimento 
muscular na região da cintura 
escapular, caracterizando o corpo 
masculino. 
Desenvolvimento de órgãos e 
sistemas: todos os órgãos e sistemas 
do corpo humano se desenvolvem 
durante a puberdade, excetuando o 
tecido linfóide, que apresenta 
involução progressiva a partir da 
adolescência, e o tecido nervoso, que já 
possui praticamente todo o seu 
crescimento estabelecido. Um ponto a 
ser analisado é o aumento da 
capacidade física, bastante observada 
nos meninos durante a puberdade, que 
resulta do desenvolvimento do sistema 
cardiorrespiratório, do aumento da 
eritropoiese e do aumento da massa 
muscular, da força e da resistência 
física. 
Desenvolvimento das gônadas e dos 
caracteres sexuais secundários: essas 
modificações decorrem do mecanismo 
neuroendócrino e das influências de 
fatores ambientais e, principalmente, 
genéticos. Um marco de influência 
neuroendócrina importante é a 
adrenarca, que corresponde ao 
aumento da secreção dos andrógenos 
suprarrenais (androstenediona), 
desidroepiandrosterona (DHEA) e 
sulfato de desidroepiandrosterona 
(SDHEA), ocorrendo anos antes da 
puberdade e que atingem 
concentrações máximas no fim da 
mesma. Esses andrógenos são 
responsáveis pelo odor axilar, pelo 
aparecimento dos pelos pubianos e 
axilares e pelo aumento da atividade 
das glândulas sebáceas no rosto, o que 
pode provocar acne. Além disso, é 
importante considerar que a sequência 
de eventos na puberdade segue um 
padrão. Enquanto, nas meninas, a 
telarca (aparecimento do broto 
mamário) é o primeiro sinal de 
puberdade, seguida da pubarca 
(aparecimento dos pelos pubianos) e, 2 
anos depois, da menarca (primeira 
menstruação), nos meninos o aumento 
do volume testicular (ao atingir 4 ml) é 
o primeiro sinal da puberdade, seguida 
pela pubarca e pelo crescimento 
peniano. 
Principais marcos puberais 
No sexo feminino, os fenômenos 
pubertários podem iniciar aos 8 anos, 
ou até mais tardiamente, aos 16 anos, 
com média entre 11 e 14 anos. Já no 
sexo masculino, o início pode ocorrer 
entre os 9 e os 17 anos, com média 
entre 12 e 14 anos. 
A maturação sexual é, portanto, 
tipificada pelo surgimento dos 
caracteres sexuais secundários e pode 
ser avaliada por meio do exame clínico, 
observando os seguintes itens, alguns 
já citados: 
• Telarca: corresponde ao 
desenvolvimento anatômico das 
mamas, em resposta aos 
estrógenos; 
• Pubarca: corresponde ao 
aparecimento de pelos na 
região pubiana, nos grandes 
lábios, nas meninas, e na bolsa 
escrotal, nos meninos, podendo 
atingir a face interna das coxas 
e o abdome. A pubarca ocorre 
em resposta aos estrógenos 
ovarianos e aos andrógenos das 
suprarrenais; 
• Axilarca: corresponde ao 
aparecimento de pelos axilares, 
surgindo, geralmente, em torno 
de 1 a 2 anos após a pubarca. 
Nos meninos, coincide com o 
aparecimento dos pelos faciais; 
• Menarca: é a primeira 
menstruação, que ocorre em 
média aos 12 anos, podendo 
ocorrer entre os 9 e os 16 anos; 
• Voz: há uma modificação na voz 
pelo crescimento rápido da 
laringe, que modifica sua forma, 
e as cordas vocais ficam mais 
longas e mais espessas; 
• Polução: é a eliminação 
involuntária de esperma pelos 
meninos, que pode equivaler à 
menarca nas meninas. As 
primeiras ejaculações são 
caracterizadas por pouco 
número e pouca agilidade dos 
espermatozoides, o que 
representa uma infertilidade 
relativa; 
• Ginecomastia: corresponde ao 
aumento mamário decorrente 
da sensibilidade dos receptores 
aos estrógenos que circulam no 
organismo dos meninos, 
podendo surgir na puberdade. 
Normalmente o aumento é 
discreto e evolui em poucos 
meses, mas, em casos intensos, 
pode ocorrer um aumento 
acentuado das mamas, 
chegando a durar de 1 a 2 anos. 
Nesses casos, a avaliação clínica 
e multiprofissional é importante 
para afastar qualquer afecção 
hormonal e indicar um 
tratamento adequado, com o 
intuito de evitar possível dano 
psicológico; 
• Aumento do volume 
testicular: ocorre por ação do 
FSH e, como já dito, 
corresponde ao primeiro sinal 
clínico de puberdade nos 
meninos. Pode ser avaliado pelo 
orquidômetro de Prader, que 
mensura o tamanho testicular 
em milímetros. 
Fases do crescimento puberal 
Com o objetivo de sistematizar a 
sequência do desenvolvimento das 
características sexuais secundárias na 
adolescência, foi descrito, em 1962, o 
estadiamento segundo os critérios de 
Tanner. Tanner descreveu, de acordo 
com a inspeção durante o exame físico, 
os estágios de maturação sexual, que 
variam de 1 (infantil) a 5 (adulto), 
considerando, para o sexo feminino, o 
desenvolvimento mamário, 
representado pela letra M, e o 
desenvolvimento dos pelos pubianos, 
representado pela letra P. Já para o 
sexo masculino, os critérios incluem o 
desenvolvimento da genitália externa, 
representado pelo G, e também o 
desenvolvimento da pilosidade 
pubiana. Assim, a aplicação da 
classificação de Tanner faz parte da 
avaliação clínica de rotina do 
adolescente, visto que possibilita a 
identificação do estágio de maturação 
sexual no qual o adolescente se 
encontra e sua correlação com outros 
eventos desse período da puberdade. 
 
 
 
Descrevendo um pouco mais os 
estágios segundo os critérios de 
Tanner, tem-se: 
Desenvolvimento mamário 
• M1 – Mama infantil, apenas 
com elevação da papila. 
• M2 – Broto mamário, com 
formação de uma saliência pela 
elevação da aréola e da papila. 
Há um pequeno 
desenvolvimento glandular 
subareolar, o diâmetro da 
aréola aumenta e há 
modificação na sua textura. 
• M3 – Maior aumento da mama 
e da aréola, sem separação dos 
seus contornos. O tecido 
mamário extrapola os limites da 
aréola. 
• M4 – Maior crescimento da 
mama e da aréola, sendo que 
esta forma uma segunda 
saliência acima do contorno da 
mama (duplo contorno). 
• M5 – Mama de aspecto adulto, 
em que o contorno areolar 
novamente é incorporado ao 
contorno da mama. 
Desenvolvimento genital 
• G1 – Testículos, escroto e pênis 
de tamanho e proporções 
infantis. 
• G2 – Aumento inicial do volume 
testicular (3-4 ml). Pele do 
escroto muda de textura e 
torna-se avermelhada e o 
aumento do pênis é pequeno ou 
ausente. 
• G3 – Crescimento do pênis em 
comprimento. Maior aumento 
dos testículos e do escroto. 
• G4 – Aumento do pênis, 
principalmente em diâmetro e 
desenvolvimento da glande. Há 
um maior crescimento dos 
testículos e do escroto, cuja 
pele torna-se mais enrugada e 
pigmentada. 
• G5 – Desenvolvimento 
completo da genitália, que 
assume características adultas 
Pilosidade pubiana 
• P1 – Ausência de pelos 
pubianos, podendo haver uma 
leve penugem, semelhante à 
observada na parede 
abdominal. 
• P2 – Aparecimento de pelos 
longos e finos, levemente 
pigmentados, lisos ou pouco 
encaracolados, ao longo dos 
grandes lábios e na base do 
pênis. 
• P3 – Maior quantidade de pelos, 
agora mais grossos, escuros e 
encaracolados, espalhando-se 
esparsamente na região 
pubiana. 
• P4 – Pelos do tipo adulto, 
cobrindo mais densamente a 
região pubiana, mas sem atingir 
a face interna das coxas. 
• P5 – Pilosidade pubiana igual à 
do adulto, em quantidade e 
distribuição, invadindo a face 
interna da coxa. 
• P6 – extensão dos pelos pela 
linha alba, acima da região 
pubiana. 
ConclusãoA puberdade é uma fase da 
adolescência em que vai haver 
mudanças biológicas importantes nos 
meninos e meninas, sendo 
caracterizada pelo amadurecimento 
dos caracteres sexuais primários, pelo 
surgimento e amadurecimento dos 
caracteres sexuais secundários, pelo 
crescimento e desenvolvimento 
corporal e por mudanças psicológicas 
consideráveis decorrentes de todas 
essas modificações. Uma série de 
fatores podem influenciar o início da 
puberdade, mas a genética é o fator 
mais determinante. Assim, visando 
sistematizar a sequência do 
desenvolvimento das características 
sexuais secundárias na adolescência, 
foram criados os critérios de Tanner, 
que avaliam, nas meninas, o 
desenvolvimento mamário e a 
distribuição de pelos pubianos e, nos 
meninos, avalia o desenvolvimento 
genital e, também, a distribuição da 
pilosidade pubiana. É essencial o 
conhecimento das alterações 
fisiológicas da puberdade, assim como 
da aplicação dessas mudanças nos 
critérios de Tanner, para, assim, o 
médico poder identificar e diagnosticar 
possíveis condições patológicas no 
desenvolvimento puberal dos 
pacientes. 
 
 
Processo de gametogênese masculino e 
feminino 
 
Primeira Semana de Desenvolvimento 
Embrionário: o que acontece? 
Gametogênese 
A gametogênese é o processo de 
formação de gametas que ocorre em 
organismos dotados de reprodução 
sexuada. O processo de divisão 
importante para a produção de 
gametas (células haplóides) é a meiose, 
pois esta reduz à metade a quantidade 
de cromossomos das células e 
possibilita a recombinação gênica no 
momento em que ocorre a fecundação. 
Nos homens o processo de 
gametogênese é denominado 
espermatogênese e nas mulheres 
oogênese. 
Os gametas são derivados das células 
germinativas primordiais (CGPs) 
(formadas durante a segunda semana), 
movem-se pela estria primitiva durante 
a gastrulação e migram para a parede 
da vesícula vitelínica. Na quarta 
semana, essas células começam a 
migrar da vesícula vitelínica em direção 
às gônadas em desenvolvimento, onde 
chegam até o final da quinta semana. 
As divisões mitóticas aumentam em 
número no decorrer da migração e 
também quando alcançam a região da 
futura gônada. Em uma preparação 
para a fertilização, as células 
germinativas sofrem gametogênese, 
que inclui a meiose, para reduzir seu 
número de cromossomos, e 
citodiferenciação, para completar sua 
maturação. Para um bom 
entendimento da gametogênese, 
portanto, é necessário estar a par do 
processo de meiose, o qual iremos 
revisar na sequência do conteúdo 
abaixo. 
Meiose 
A meiose consiste em duas divisões 
celulares meióticas, durante as quais o 
número de cromossomos das células 
germinativas é reduzido à metade (23, 
o número haploide) do número 
presente em outras células do corpo 
(46, o número diploide). 
Durante a primeira divisão meiótica, o 
número de cromossomos é reduzido de 
diploide para haploide. Os 
cromossomos homólogos (um do pai e 
outro da mãe) se pareiam durante a 
prófase e então se separam durante a 
anáfase, com um representante de 
cada par indo randomicamente para 
cada polo do fuso meiótico. O fuso se 
conecta ao cromossomo no 
centrômero. Neste estágio, eles são 
cromossomos com duas cromátides-
irmãs. Os cromossomos X e Y não são 
homólogos; no entanto, eles 
apresentam segmentos homólogos nas 
extremidades de seus braços curtos. 
Eles se pareiam somente nessas 
regiões. Ao final da primeira divisão 
meiótica, cada nova célula formada 
(espermatócito secundário ou oócito 
secundário) tem um número haploide 
de cromossomos com duas cromátides-
irmãs; portanto, cada célula contém 
metade do número de cromossomos da 
célula precedente (espermatócito 
primário ou oócito primário). Essa 
separação, ou disjunção, de 
cromossomos homólogos pareados é a 
base física da segregação, ou 
separação, de genes alelos durante a 
meiose. 
A segunda divisão meiótica sucede a 
primeira divisão, sem uma interfase 
normal. Cada cromossomo com duas 
cromátides-irmãs se divide e cada 
metade (ou cromátide) é 
randomicamente levada para um pólo 
diferente do fuso meiótico; logo, o 
número haploide de cromossomos (23) 
é mantido. Cada célula-filha formada 
pela meiose tem o número de 
cromossomos haploide reduzido, com 
um representante de cada par de 
cromossomos (agora com uma única 
cromátide). 
Na figura abaixo temos a representação 
diagramática da meiose, onde, ao final, 
são exibidos dois pares de 
cromossomos. Os estágios da prófase 
da primeira divisão meiótica estão 
representados pelas letras de A até D. 
Os cromossomos homólogos se 
aproximam de cada par: cada membro 
de um par consiste em duas 
cromátides. 
Observe o único crossover em um par 
de cromossomos, resultando na troca 
de segmentos das cromátides. Na letra 
E está representada a metáfase, onde 
os dois membros de cada par se 
tornam orientados no fuso meiótico. 
Na letra F, está representada a anáfase, 
enquanto que na letra G, temos a 
telófase, momento no qual os 
cromossomos migram para polos 
opostos. A distribuição dos pares de 
cromossomos parentais ao final da 
primeira divisão meiótica está 
representada na letra K. Nas letras I a K, 
observamos a segunda divisão 
meiótica, que é similar à mitose, exceto 
pelo fato de que as células são 
haploides. 
 
 
 
A meiose… 
→ Garante uma constância no número 
de cromossomos de geração para 
geração por meio da redução do 
número cromossômico diploide para 
haploide, produzindo assim gametas 
haploides. 
→ Permite uma distribuição aleatória 
de cromossomos maternos e paternos. 
→ Realoca os segmentos de 
cromossomos maternos e paternos por 
meio do crossingover de segmentos 
cromossômicos, o que “embaralha” os 
genes e produz uma recombinação do 
material genético. 
Espermatogênese 
A espermatogênese, que começa na 
puberdade, inclui todos os eventos que 
envolvem a transformação de 
espermatogônias em espermatozoides. 
No nascimento, as células germinativas 
no menino podem ser reconhecidas nos 
cordões seminíferos dos testículos 
como células grandes, esbranquiçadas, 
cercadas por células de suporte. Estas, 
que são derivadas do epitélio 
superficial dos testículos do mesmo 
modo que as células foliculares, 
tornam-se células de sustentação ou 
células de Sertoli. 
Pouco antes da puberdade, os cordões 
seminíferos adquirem um lúmen e se 
tornam túbulos seminíferos. Por volta 
do mesmo período, as CGPs originam 
as células-tronco espermatogoniais. Em 
intervalos regulares, células emergem 
dessa população de células-tronco para 
formarem espermatogônias do tipo A, 
o que marca o início da 
espermatogênese. As células do tipo A 
sofrem um número limitado de divisões 
mitóticas para formar clones de células. 
A última divisão celular produz 
espermatogônias do tipo B, que, em 
seguida, dividem-se para formar 
espermatócitos primários. Os 
espermatócitos primários entram, 
então, em uma prófase prolongada (22 
dias), seguida pelo término rápido da 
meiose I e pela formação de 
espermatócitos secundários. 
Durante a segunda divisão meiótica, 
essas células começam imediatamente 
a formar espermátides haploides. Ao 
longo dessa série de eventos, do 
momento em que as células do tipo A 
deixam a população de células-tronco 
até a formação das espermátides, a 
citocinese é incompleta, de modo que 
gerações sucessivas de células são 
unidas por pontes citoplasmáticas. 
Assim, a progênie de uma única 
espermatogônia do tipo A forma um 
clone de células germinativas que 
mantêm contato ao longo da 
diferenciação. Além disso, as 
espermatogônias e as espermátides 
permanecem nos profundos recessos 
das células de Sertoli ao longo de seu 
desenvolvimento. Dessa maneira, as 
células de Sertoli sustentam e 
protegem as células germinativas, 
participam de sua nutrição e ajudam na 
liberação de espermatozoidesmaduros. 
Ciclo menstrual. 
 
Define-se ciclo menstrual normal como 
aquele com 28 ± 7 dias, fluxo durando 4 
± 2 dias, e perda média de 20 a 60 mL 
de sangue. Por convenção, o primeiro 
dia de sangramento vaginal é 
considerado o primeiro dia do ciclo 
menstrual. Os intervalos entre ciclos 
menstruais variam entre as mulheres e, 
com frequência, em uma mesma 
mulher em épocas diferentes de sua 
vida reprodutiva. O ciclo menstrual 
varia menos entre 20 e 40 anos de 
idade. Quando observado sob a 
perspectiva da função ovariana, o ciclo 
menstrual pode ser definido em fase 
folicular pré-ovulatória e fase lútea pós-
ovulatória. As fases correspondentes 
no endométrio denominam-se fase 
proliferativa e fase secretora. Para a 
maioria das mulheres, a fase lútea do 
ciclo menstrual é estável, durando 
entre 13 e 14 dias. Consequentemente, 
variações no período do ciclo normal 
geralmente resultam de variações na 
duração da fase folicular. 
Ciclo Menstrual: Eixo Hipotálamo-
Hipófise-Gônadas 
O clico menstrual é consequência da 
interação entre três entidades 
anatômicas: hipotálamo, hipófise, 
ovário e útero. Embora seja evidente 
que o hipotálamo desempenha um 
papel central na iniciação do ciclo 
menstrual, está igualmente claro que a 
ciclicidade endócrina é consequência 
da relação de feedback entre a 
secreção ovariana e o eixo hipotálamo-
hipófise. O útero desempenha um 
papel eminentemente passivo, apesar 
de sua importância na concepção. 
Hipotálamo 
O hipotálamo encontra-se na base do 
cérebro, imediatamente acima da 
junção dos nervos ópticos. Seus 
neurônios são especialmente 
importantes na produção dos 
hormônios: hormônio liberador de 
gonadotrofinas (GnRH), hormônio 
liberador do hormônio de crescimento 
(GHRH), hormônio liberador de 
corticotrofinas (CRF) e hormônio 
liberador de tireotrofinas (TRH). Em 
relação a produção do GnRH, o 
hipotálamo é influenciado tanto por 
sinais extrínsecos e intrínsecos ao SNC, 
quanto pelo controle do ovário. A 
influência exercida pela secreção 
ovariana sobre o hipotálamo é 
denominada de feedback, sendo este 
positivo quando os esteroides 
ovarianos estimulam a produção do 
GnRH, e negativo quando a secreção 
ovariana inibe a produção do GnRH. 
Além disso, o próprio GnRH controla 
sua produção, agindo diretamente no 
hipotálamo. Então, quando está 
disponível em grande quantidade ele 
atua reduzindo sua produção, já 
quando está presente em níveis baixos, 
age estimulando sua liberação. 
O hormônio liberador de 
gonadotrofinas (GnRH), produzido no 
hipotálamo, exerce papel obrigatório 
no controle da secreção de 
gonadotrofinas, como o próprio nome 
indica, sendo responsável pela indução 
da liberação destas substâncias pela 
hipófise anterior. O hipotálamo 
apresenta ciclos característicos de 
liberação de seus produtos (GnRH, TRH, 
ACTH etc.) devido a centros tipo 
marcapasso. Algumas dessas 
substâncias são liberadas 
periodicamente, outras, em ciclos 
circadianos, que podem estar 
relacionados a situações fisiológicas, 
como o ciclo do sono ou ingestão de 
alimentos, entre outros estímulos. 
Quanto a função reprodutiva, o GnRH é 
o principal hormônio. Na mulher, ele é 
liberado de uma forma pulsátil, sendo 
sua periodicidade e amplitude críticas 
para determinar a liberação correta e 
fisiológica do FSH e LH (produzidos na 
adenohipófise). Na menina, o centro 
hipotalâmico encontra-se bloqueado 
até o período da puberdade, quando 
ocorre sua liberação por razões ainda 
não bem estabelecidas, supondo-se 
haver a participação de fatores 
ambientais, dos opioides endógenos, 
do peso corporal, da quantidade de 
gordura corporal, entre outros. 
Hipófise 
É uma glândula neuroendócrina situada 
na sela túrcica, sendo dividida em 
adeno-hipófise e neuro-hipófise. A 
adeno-hipófise é responsável pela 
secreção dos hormônios folículo-
estimulante (FSH) e luteinizante (LH), 
hormônio estimulante da tireoide 
(TSH), hormônio adrenocorticotrófico 
(ACTH), hormônio de crescimento (GH) 
e prolactina (PRL). Já a neuro-hipófise 
secreta ocitocina e vasopressina. 
O GnRH age nas células gonadotróficas 
da hipófise anterior (adeno-hipófise), 
estimulando-as a sintetizar e secretar 
na corrente sanguínea tanto o FSH 
quanto o LH. No entanto, a secreção de 
LH é, essencialmente, caracterizada 
por um pico no meio do ciclo 
menstrual. Já a secreção de FSH 
caracteriza-se por um aumento na fase 
folicular inicial, um platô na fase lútea 
e acentuada elevação na fase lútea 
tardia. Ou seja, as gonadotrofinas são 
secretadas de forma pulsátil, com 
frequência e amplitude que variam de 
acordo com a fase do ciclo. Os 
hormônios esteroides, como o estradiol 
e a progesterona, ou fatores ovarianos 
não-esteroides, como a inibida, são os 
moduladores da secreção de LH e FSH. 
SE LIGA! O padrão pulsátil de liberação 
das gonadotrofinas é diretamente 
relacionado a secreção pulsátil de 
GnRH, mas a modulação da amplitude e 
da frequência são consequências do 
feedback dos esteroides ovarianos no 
hipotálamo e na hipófise. 
Ovários 
O ovário em funcionamento normal 
sintetiza e secreta hormônios 
esteroides sexuais – estrogênios, 
androgênios e progesterona – com 
padrão de controle preciso que, em 
parte, é determinado pelas 
gonadotrofinas hipofisárias, FSH e LH. 
Os produtos secretórios mais 
importantes da biossíntese de 
esteroides pelos ovários são a 
progesterona e o estradiol. Entretanto, 
o ovário também secreta estrona, 
androstenediona e 
17a−hidroxiprogesterona. 
Os hormônios esteroides sexuais 
desempenham papel importante no 
ciclo menstrual preparando o útero 
para implantação do óvulo fertilizado. 
Se a implantação não ocorrer, a 
esteroidogênese ovariana declina, o 
endométrio degenera e ocorre a 
menstruação. 
 
Processo de fecundação. 
 
A fecundação é uma sequência 
complexa de eventos moleculares 
coordenados que se inicia com o 
contato entre um espermatozoide, 
gameta masculino e um oócito, gameta 
feminino e termina com a mistura dos 
cromossomos maternos e paternos 
formando uma célula diploide (zigoto) 
que na metáfase da primeira divisão 
mitótica transforma-se no embrião 
unicelular. 
Normalmente, o local da fecundação é 
a ampola da tuba uterina e caso o 
oócito não seja fecundado na ampola, 
ele passa lentamente pela tuba e chega 
ao corpo do útero, onde se degenera e 
é reabsorvido. 
Embora a fecundação possa ocorrer em 
outras partes da tuba, ela não ocorre 
no corpo do útero e leva 
aproximadamente 24 horas. 
Sinais químicos (atrativos) secretados 
pelos oócitos e pelas células foliculares 
circundantes guiam os 
espermatozoides capacitados 
(quimiotaxia dos espermatozoides) 
para o oócito. Alterações em qualquer 
estágio na sequência desses eventos 
podem causar a morte do zigoto. 
Gametas: 
 
 
Acompanhe uma breve descrição 
comparativa entre os gametas 
reprodutores masculino e feminino: 
• TAMANHO: o gameta feminino 
é significativamente maior que 
o masculino 
• CROMOSSOMOS: o oócito 
SEMPRE libera um cromossomo 
X, enquanto o espermatozoide 
pode fornecer o cromossomo X 
ou Y. Em outras palavras, o sexo 
biológico (cromossômico) do 
embrião é sempre definido pelo 
pai. 
• MOTILIDADE: oócito é imóvel 
enquanto o espermatozoide é 
móvel graças ao flagelo 
• GAMETOGÊNESE: uma 
ovogônia produz um oócito, 
enquanto uma espermatogônia 
produz quatro 
espermatozoides. 
Capacitação do espermatozoide: 
O processo de capacitação (ou 
ativação) espermática ocorre dentro do 
trato reprodutor feminino, após 
depósito dos espermatozoides.Ocorrem uma série de modificações 
bioquímicas e estruturais na membrana 
do gameta masculino, especialmente 
na região do acrossomo, como 
remoção de glicoproteínas e de 
membrana lipídica (colesterol). O 
objetivo desse processo é preparar o 
espermatozoide para a reação 
acrossômica após passagem pela 
corona radiata e zona pelúcida. 
 
Fases da Fecundação 
Como mencionado acima, a fecundação 
é uma sequência de eventos complexos 
e coordenados. 
 
 
 
 
1) Espermatozoide durante a 
capacitação, um período de 
condicionamento que ocorre no trato 
genital feminino. 2) Espermatozoide 
passando pela reação acrossômica, na 
qual se formam perfurações no 
acrossoma. 3) Espermatozoide 
digerindo um caminho pela zona 
pelúcida graças à ação das enzimas 
liberadas do acrossoma. 4) 
Espermatozoide após entrar no 
citoplasma do oócito (Note que as 
membranas plasmáticas do 
espermatozoide e do oócito se 
fusionaram e que a cabeça e a cauda do 
espermatozoide entram no oócito, 
deixando a membrana plasmática do 
espermatozoide ligada à membrana 
plasmática do oócito) 
FONTE: Embriologia clínica / Keith L. 
Moore, 10. ed – 2016. 
Todo este processo pode ser dividido 
nas seguintes fases: 
Passagem de um espermatozoide 
através da corona radiata 
A dispersão das células foliculares da 
corona radiata que circunda o oócito e 
a zona pelúcida resulta da ação da 
enzima hialuronidase liberada da 
vesícula acrossômica do 
espermatozoide, mas isto ainda não 
está totalmente esclarecido. Algumas 
enzimas da mucosa da tuba uterina 
também parecem auxiliar a dispersão. 
Os movimentos da cauda do 
espermatozoide também são 
importantes na penetração da corona 
radiata. 
Penetração da zona pelúcida 
A passagem do espermatozoide pela 
zona pelúcida é uma fase importante 
do início da fecundação. A formação de 
uma passagem também é resultado da 
ação de enzimas acrossômicas. As 
enzimas esterase, acrosina e 
neuraminidase parecem causar a lise 
(dissolução) da zona pelúcida, 
formando assim uma passagem para o 
espermatozoide penetrar o oócito. A 
mais importante dessas enzimas é a 
acrosina, uma enzima proteolítica. 
Assim que o espermatozoide penetra a 
zona pelúcida do oócito, ocorre 
a reação zonal, uma alteração nas 
propriedades da zona pelúcida, 
tornando-a impermeável a outros 
espermatozoides. A composição dessa 
cobertura glicoproteica extracelular 
muda após a fecundação. 
Acredita-se que a reação zonal é o 
resultado da ação de enzimas do 
lisossomo, liberadas por grânulos 
corticais próximos à membrana 
plasmática do oócito. O conteúdo 
desses grânulos, que são liberados no 
espaço perivitelino também provoca 
alterações na membrana plasmática 
tornando-a impermeável 
(impenetrável) por outros 
espermatozoides. 
Fusão das membranas plasmáticas do 
oócito e do espermatozoide. 
As membranas plasmáticas (ou 
celulares) do oócito e do 
espermatozoide se fundem e se 
rompem na região da fusão. A cabeça e 
a cauda do espermatozoide entram no 
citoplasma do oócito, mas a membrana 
celular espermática (membrana 
plasmática) e as mitocôndrias não 
entram. 
 
Término da segunda divisão meiótica 
do oócito e formação do pronúcleo 
feminino. 
Quando o espermatozoide penetra o 
oócito, este é ativado e termina a 
segunda divisão meiótica formando um 
oócito maduro e um segundo corpo 
polar. Em seguida, os cromossomos 
maternos se descondensam e o núcleo 
do oócito maduro se torna o pronúcleo 
feminino. 
Formação do pronúcleo masculino. 
Dentro do citoplasma do oócito, o 
núcleo do espermatozoide aumenta 
para formar o pronúcleo masculino e a 
cauda é degenerada, uma vez que se 
tornou desnecessária após sua inserção 
no gameta feminino. 
Morfologicamente, os pronúcleos 
masculino e feminino são 
indistinguíveis. Durante o crescimento 
dos pronúcleos, eles replicam seu DNA-
1 n (haploide), 2 c (duas cromátides). O 
oócito contendo os dois pronúcleos 
haploides é denominado oótide. 
Assim que os pronúcleos se fundem, 
em um único agregado diploide de 
cromossomos, a oótide se torna um 
zigoto. Nesse momento, os 
cromossomos no zigoto se organizam 
em um fuso de clivagem em 
preparação para as sucessivas divisões 
do zigoto. 
 
 
B) Um espermatozoide penetrou o 
oócito, gerando a segunda divisão 
meiótica que forma o oócito maduro. O 
núcleo do oócito é agora chamado de 
pronúcleo feminino. C) A cabeça do 
espermatozoide aumento de volume 
para formar o pronúcleo masculino. 
Essa célula, agora chamada de oótide, 
contém os pronúcleos masculino e 
feminino. D) Fusão dos pronúcleos. E) 
Formação do zigoto, ele contém 46 
cromossomos, o número diploide. 
Zigoto 
O zigoto é geneticamente único porque 
metade dos cromossomos é materna e 
a outra metade é paterna. O zigoto 
contém uma nova combinação de 
cromossomos diferente da combinação 
das células paternas. Esse mecanismo é 
a base da herança biparental e da 
variação da espécie humana. 
A meiose possibilita a distribuição 
aleatória dos cromossomos paternos e 
maternos entre as células germinativas. 
O crossing-over dos cromossomos, por 
relocação dos segmentos dos 
cromossomos paterno e materno 
“embaralha” os genes, produzindo uma 
recombinação do material genético do 
produto da concepção. 
O sexo cromossômico do embrião é, 
então determinado na fecundação, a 
depender do tipo de espermatozoide (X 
ou Y) que fecunde o oócito. A 
fecundação por um espermatozoide 
que carrega o cromossomo X produz 
um zigoto 46, XX, que se desenvolve 
em um embrião feminino; já a 
fecundação por um espermatozoide 
que carrega o cromossomo Y gera um 
zigoto 46, XY, que se desenvolve em um 
embrião masculino. 
Conclusão sobre fecundação 
Em resumo, as etapas da fecundação 
objetivam: 
• Estimular o oócito a completar a 
segunda divisão meiótica. 
• Restaurar o número diploide 
normal de cromossomos (46) no 
zigoto. 
• Resultar na variação da espécie 
humana por meio da mistura de 
cromossomos paternos e 
maternos. 
• Determinar o sexo 
cromossômico do embrião (XX 
ou XY) 
• Causar a ativação metabólica da 
oótide (oócito quase maduro) 
• Inicia a clivagem do zigoto. 
 
Desenvolvimento embrionário, fetal e 
anexos. 
 
Fertilização assistida 
Quando as dificuldades para engravidar 
surgem, a mulher ou casal começam a 
buscar respostas e soluções para o 
problema. Nessa busca, são realizados 
diversos exames que objetivam a 
identificação da causa do problema e 
também planeja o tratamento mais 
adequado às necessidades 
identificadas. 
Dependendo dos resultados desses 
exames, serão sugeridas terapias como 
a indução da ovulação ou correção 
cirúrgica de algum problema genético 
ou adquirido. No entanto, quando 
existem problemas não corrigíveis 
através desses métodos, a opção é 
tentar algum método de reprodução 
assistida. 
Reprodução Assistida: Definição 
Reprodução Assistida é um conjunto de 
técnicas utilizadas por médicos 
especializados, que tem como principal 
objetivo a tentativa de viabilizar a 
gestação para casais com dificuldades 
de conceber uma criança. 
Os métodos de reprodução assistida 
são divididos em dois grupos: o 
da inseminação artificial e o 
da fertilização in vitro. 
Inseminação artificial 
A inseminação artificial ou inseminação 
intrauterina, é um procedimento 
médico que consiste na introdução do 
sêmen no útero feminino, em 
laboratório (artificial). 
É um procedimento muito utilizado por 
casais com dificuldades para gerar um 
filho. Ele não produz efeitos colaterais, 
e pode ser aplicado em casos de 
infertilidade feminina ou masculina. 
Para saber melhor o que é e como 
funciona a Inseminação Artificial, aqui 
no blog temos um excelente artigo 
falando sobre isso. 
Fertilização in vitro 
A fertilização in vitro (FIV) é o 
procedimento médico em que os 
óvulos são fertilizados pelo 
espermatozoideem ambiente 
laboratorial, in vitro. 
A técnica já foi conhecida como “bebê 
de proveta” e é muito usada em casos 
de infertilidade em que tratamentos 
mais simples não surtem efeito. 
Principais técnicas de Reprodução 
Assistida 
As técnicas de reprodução assistida são 
classificadas 
em homóloga ou heteróloga. A 
homóloga ocorre quando os gametas 
provêm dos elementos do casal. Já no 
caso da heteróloga, quando um ou 
ambos os gametas são provenientes de 
um indivíduo alheio ao casal. 
São cinco as técnicas de reprodução 
assistida mais utilizadas: 
 
Coito Programado 
O coito programado é o 
acompanhamento de um ciclo 
menstrual da mulher para indicar o 
momento mais favorável à ocorrência 
da gestação. O objetivo dessa técnica é 
restabelecer a taxa média de 
fecundidade que um casal sem 
alterações reprodutivas apresenta, ou 
seja, 10 a 20% de chance de engravidar 
por ciclo. É considerada uma técnica de 
“baixa complexidade”. 
 
Criopreservação (Congelamento) 
A técnica de congelamento de 
espermatozoides, óvulos e embriões é 
uma prática que tem apresentado 
avanços significativos nos últimos anos 
e contribuiu para que as taxas de 
gestação atingissem patamares 
animadores. É uma técnica bem 
estabelecida e realizada na maior parte 
dos países com instituições dedicadas à 
reprodução humana. 
 
Fertilização In Vitro (FIV) 
A fertilização in vitro consiste na 
fecundação, ou seja, o encontro do 
espermatozoide com o óvulo, em 
laboratório. O procedimento foi 
realizado pela primeira vez em 1978 e 
já colaborou com mais de 3 milhões de 
bebês no mundo todo. 
 
Inseminação Intrauterina (IIU) 
A técnica de inseminação intrauterina, 
ou inseminação artificial, consiste na 
deposição do sêmen diretamente no 
interior do útero da mulher. Nesse 
caso, a fecundação do óvulo pelo 
espermatozóide ocorre de forma 
natural na região da trompa, ou seja, 
“in vivo”. 
 
Maturação In Vitro de Óvulos (IVM) 
A técnica de maturação in vitro de 
oócitos consiste na captação de óvulos 
imaturos e seu subsequente 
amadurecimento em laboratório. Após 
https://nilofrantz.com.br/blog/o-que-e-e-como-funciona-a-inseminacao-artificial/
https://nilofrantz.com.br/blog/o-que-e-e-como-funciona-a-inseminacao-artificial/
imersão em meios de cultura especiais, 
estes atingem o estágio de metáfase II, 
sendo então fertilizados e transferidos 
os pré-embriões para o útero da 
paciente. 
Além disso, com o avanço tecnológico, 
hoje em dia a Medicina Reprodutiva 
possui métodos diagnósticos que 
auxiliam homens e mulheres na 
realização do sonho de gerar um filho. 
Dois dos principais desses diagnósticos 
são: 
Diagnóstico Genético Pré-
Implantacional (PGD) 
O diagnóstico genético pré-
implantacional é um procedimento 
através do qual é realizada uma 
pequena biópsia que permite 
identificar os embriões portadores de 
desordens genéticas e transferir para o 
útero materno apenas os embriões 
saudáveis. 
 
Screening Genético Pré-Implantacional 
(PGS). 
O screening genético pré-
implantacional permite identificar 
embriões cromossomicamente normais 
entre todos aqueles obtidos por 
reprodução assistida. 
Através desse exame é possível 
detectar anomalias cromossômicas 
antes da transferência embrionária, 
permitindo decisões com mais 
informações. Essa técnica possui uma 
alta taxa de precisão, com um sucesso 
gestacional notável e o nascimento de 
bebês saudáveis. 
Indicação. 
As técnicas de reprodução assistida são 
indicadas nos casos em que a gravidez 
não ocorre de forma espontânea, 
mesmo tendo relações sexuais 
frequentes durante o período fértil e 
respeitando o tempo de espera 
considerado normal para engravidar. 
Nesses casos, o seu médico deve 
indicar qual o melhor tratamento para 
a sua situação. 
Antes de decidir qual técnica sugerir, o 
médico leva em consideração alguns 
fatores, tais como: 
• Presença de gametas femininos 
viáveis; 
• Quantidade adequada de 
espermatozoides que 
apresentem mobilidade; 
• Útero e tubas uterinas com 
morfologia normal e 
compatível; 
• Boa interação entre o muco do 
colo uterino e os 
espermatozoides; 
• Capacidade do espermatozóide 
penetrar no gameta feminino. 
É importante lembrar que o melhor 
procedimento deve ser decidido em 
conjunto com um médico especialista, 
capacitado para avaliar corretamente 
cada caso. 
 
 
Métodos contraceptivos 
 
No decorrer dos últimos anos, as 
mulheres foram ganhando espaço na 
sociedade e, associado a isso, 
ganharam também uma maior 
autonomia em relação à saúde 
reprodutiva e sobre as escolhas de 
casar-se ou não e ter ou não filhos, 
além de poder decidir quantos filhos 
deseja ter e em qual momento da sua 
vida. Atualmente as mulheres têm 
optado por ter menos filhos, 
geralmente um ou dois, e escolhem tê-
los mais tarde, após terminar uma 
faculdade e estabilizar-se profissional e 
financeiramente. As mulheres 
obtiveram também o direito à 
informação, à liberdade de cuidarem de 
sua própria saúde, de evitar infecções 
sexualmente transmissíveis e de ter 
acesso aos diversos tipos de métodos 
contraceptivos. 
Contracepção corresponde ao uso de 
métodos e técnicas que tenham como 
finalidade impedir que o 
relacionamento sexual resulte em 
gravidez. É um recurso 
do planejamento familiar, que visa à 
constituição de uma prole desejada e 
programada. 
Reconhecem-se dois grupos principais 
de métodos contraceptivos: os 
reversíveis e os definitivos. Dentre os 
métodos reversíveis encontram-se os 
comportamentais, que são aqueles 
que, ao serem utilizados, implicam em 
modificações do comportamento 
sexual do casal; os de barreira, aqueles 
que evitam a gravidez através do 
impedimento da ascensão dos 
espermatozoides ao útero; os 
hormonais e os de emergência. Já os 
métodos definitivos, são aqueles em 
que há intervenção cirúrgica: ligadura 
tubária e vasectomia. 
Métodos contraceptivos reversíveis 
Métodos comportamentais 
Abstinência sexual periódica 
Os métodos de abstinência sexual 
periódica também podem ser 
conhecidos como métodos naturais e 
são definidos pela Organização Mundial 
de Saúde como “métodos para 
planificar ou evitar gestações pela 
observação dos sinais e sintomas da 
fase fértil do ciclo menstrual”. 
O mecanismo de ação desse método é 
baseado na anatomia e fisiologia 
reprodutiva e consiste em interpretar 
os sinais e sintomas que ocorrem 
durante o crescimento folicular, a 
ovulação e a formação do corpo lúteo. 
Pressupõe-se que o tempo médio de 
vida dos espermatozoides no trato 
genital feminino é de 72 horas 
(variando entre 2 a 7 dias) e que o 
período de fertilidade do óvulo é de 24-
48 horas. Diante disso, o período fértil 
varia entre 3-4 dias antes e 3 dias após 
a ovulação. 
Para que esse método seja eficaz, é 
necessário que o casal entenda como 
identificar corretamente o período 
fértil e como adaptar-se sexualmente 
para os períodos de abstinência e 
permissão ao ato. 
Método rítmico 
O método rítmico também pode ser 
chamado de método Ogino-Knaus, 
calendário ou ainda tabelinha, como é 
mais conhecido. É provavelmente um 
dos mais utilizados. Esse método busca 
encontrar, através de cálculos, o início 
e o fim do período fértil. A mulher 
geralmente está fértil no meio do ciclo 
menstrual, quando ocorre a ovulação. 
Para saber, com precisão, se o ciclo é 
regulado e de quantos dias ele é, o 
ideal é anotar, durante seis meses, o 
dia do início de cada menstruação. Ao 
final, deve-se contar o intervalo de dias 
entre o início de duas menstruações 
consecutivas. Estes correspondem ao 
ciclo menstrual. 
 
Como a grande maioria dos ciclos 
variam entre 28 e 31 dias, do 14º ao 
16º dia são os dias mais férteis. Assim, 
para evitar a gravidez, a mulher e seu 
parceiro não devem ter relações 
sexuais nestes dias. Para reduzir a 
margem de erro, o ideal é evitar 
relaçõessexuais, ou não deixar de usar 
o preservativo, quatro dias antes e 
quatro dias depois da provável data da 
ovulação – e também nesse dia. 
Método da temperatura basal 
O método da temperatura basal 
também é conhecido como método 
térmico e baseia-se no fato de a 
mulher, após a ovulação, apresentar 
aumento da temperatura basal, entre 
0,3 e 0,8°C. Isso acontece porque a 
progesterona atua no centro 
termorregulador do hipotálamo. 
A mulher precisa registrar a 
temperatura diariamente, a partir do 
primeiro dia do ciclo, em um gráfico. O 
termômetro deve ser colocado na boca, 
logo pela manhã, antes de qualquer 
atividade, durante pelo menos 5 
minutos. De preferência, a temperatura 
deve ser aferida aproximadamente na 
mesma hora e após um período de 
sono de pelo menos 5 horas. Para não 
engravidar, a mulher deve evitar 
relações desde o primeiro dia da 
menstruação até que a temperatura se 
eleve de 0,3 a 0,8°C por três dias 
consecutivos. Observa-se que, 
geralmente, ocorre uma queda da 
temperatura no dia da ovulação, 
seguida de elevação nos dias 
subsequentes. Por isso, o método da 
temperatura serve para diagnóstico de 
gravidez, pois, nesse caso, a 
temperatura continua elevada depois 
do 28° dia do ciclo. 
Método do muco cervical 
O método do muco cervical também é 
conhecido como método de Billings e 
baseia-se na ocorrência de 
modificações cíclicas no muco cervical, 
através das quais a mulheres podem 
observar se estão ou não no período 
fértil. 
Deve-se pesquisar a presença do muco 
todos os dias, observando atentamente 
a sensação ocasionada pelo mesmo, 
buscando perceber as mudanças 
progressivas que ocorrem; é preciso 
interromper a atividade sexual ao 
menor sinal da presença do muco, após 
o período de secura vaginal que 
normalmente sucede a menstruação; 
deve-se observar também o aumento 
progressivo do muco, que atinge o pico 
durante a ovulação, passando a 
regredir a partir dela, por ação da 
progesterona; por fim, é necessário 
permanecer em abstinência por no 
mínimo 3 dias a partir do pico, podendo 
reiniciar a atividade sexual no quarto 
dia. 
Método sintotérmico 
Consiste na utilização de indicadores 
múltiplos, o que aumenta a capacidade 
de identificar o início e o final do 
período fértil, melhorando a eficácia do 
método e diminuindo o tempo de 
abstinência. 
Para identificar o início do período 
fértil, é preciso detectar o 
aparecimento do muco e calcular o 
calendário. Já para a identificação do 
final do período fértil devem-se 
observar as modificações do muco e 
avaliar as variações da temperatura 
basal. 
Podem ser acrescentados outros sinais 
sistêmicos que sugerem a ovulação, 
como a dor ovulatória e o sangramento 
intermenstrual. 
Ejaculação extra-vaginal 
O coito interrompido baseia-se na 
capacidade do homem em pressentir a 
iminência da ejaculação e, nesse 
momento, retirar o pênis da vagina 
evitando, assim, a deposição do 
esperma. O método requer 
autocontrole por parte do homem, de 
forma que ele possa retirar o pênis 
pouco antes da ejaculação. 
Alguns pontos devem ser ressaltados: 
antes do ato sexual o homem deve 
urinar e retirar restos de esperma de 
uma eventual relação anterior; o 
líquido pré-ejaculatório pode conter 
espermatozoides vivos o que aumenta 
o índice de falha; antes da ejaculação, o 
pênis deve ser retirado da vagina e o 
sêmen ser depositado longe dos 
genitais femininos; além de não 
oferecer proteção contra ISTs. 
O coito interrompido é considerado um 
método primitivo e deve ser 
desestimulado devido às repercussões 
na esfera sexual e baixa eficácia na 
prevenção da gravidez. 
O sexo sem penetração 
vaginal consiste na busca do prazer, 
sem risco de concepção, através de 
alternativas como sexo oral, sexo 
baseado na masturbação a dois, entre 
outros. É importante lembrar que o 
coito “inter femoral” com deposição de 
sêmen na genitália feminina externa 
pode levar à gestação. 
Métodos de barreira 
Camisinha (condom, preservativo 
masculino) 
A camisinha é um envoltório para o 
pênis, antigamente feito de 
membranas animais, a seguir feito de 
borracha vulcanizada e hoje de látex. 
Seu uso se difundiu rapidamente como 
método anticoncepcional em todo o 
mundo. 
Apresentam benefícios não 
contraceptivos importantes. Umas das 
grandes vantagens do preservativo é a 
proteção que oferece contra infecções 
sexualmente transmissíveis, inclusive as 
viróticas, como HPV, HIV e hepatite B. 
Seu uso protege a mulher contra essas 
doenças viróticas e consequentemente 
diminui a incidência de neoplasias 
cervicais. Outras vantagens desse 
método são a sua praticidade, o fácil 
acesso e o fato de não depender de 
controle médico. 
Alguns pontos negativos são o fato de 
requerer alto grau de motivação, 
necessitar de manipulação durante o 
sexual e a possibilidade de ocorrer 
rotura ou ainda causar reação alérgica. 
O preservativo feminino é um 
contraceptivo de barreira vaginal, 
geralmente de poliuretano. 
Adequadamente posicionado recobre a 
cérvice uterina, paredes vaginais e 
parte da vulva. Devido à maior área 
genital tanto feminina quanto 
masculina recoberta, oferece proteção 
mais efetiva contra a transmissão de 
doenças sexualmente transmissíveis. 
Sua eficácia aumenta principalmente 
quando usado associado a lubrificantes 
com capacidade espermaticida. É mais 
resistente e durável que o preservativo 
masculino, e tem a vantagem de poder 
ser inserido fora do intercurso sexual, 
ficando seu uso sob o controle 
feminino. 
Diafragma 
É um pequeno dispositivo circular de 
borracha com borda firme flexível, que, 
ao ser colocado na vagina, forma uma 
barreira física no colo do útero. 
O tamanho e o tipo ideal são definidos 
durante o exame ginecológico e a sua 
inserção requer um treinamento 
específico. 
Recomenda-se o uso de espermaticida 
com o diafragma, que deve ser 
colocado nas bordas e no lado côncavo. 
O diafragma deve ser inserido de 
preferência um pouco antes da relação 
sexual, porém não mais que seis horas. 
Se este tempo for ultrapassado uma 
dose adicional de espermaticida deve 
ser aplicada. O mesmo procedimento 
deve ser feito no caso de relações 
subsequentes. A remoção deve ser 
feita seis a oito horas depois da 
relação. O uso contínuo do diafragma é 
contraindicado por haver riscos de 
infecção geniturinária e de choque 
tóxico. Após o seu uso, deve ser lavado 
com sabão neutro e água fria e 
enxugado em toalha de pano ou papel. 
Deve ser sempre guardado em 
recipiente próprio, para proteção e 
transporte adequados. O diafragma 
pode ser utilizado até dois anos, 
devendo ser substituído após este 
período. 
Esponjas 
As esponjas modernas são feitas de 
poliuretano associados com o 
espermaticida nonoxinol-9. Têm um 
formato ligeiramente côncavo, para 
adaptar-se melhor ao colo uterino, 
devendo ser umedecidas antes da sua 
colocação para ativar o espermaticida. 
Possui uma alça para facilitar a 
remoção, que deve ser feita seis a oito 
horas após a última relação sexual. Sua 
vantagem consiste na facilidade do uso, 
em poder ser colocada previamente ao 
intercurso sexual, ao fato de ser 
descartável e não requerer 
treinamento para sua aplicação. Elas 
podem reduzir a transmissão de 
algumas infecções sexualmente 
transmissíveis. 
Espermaticida 
São substâncias que, quando colocadas 
no fundo da vagina, têm ação de 
barreira por inativação dos 
espermatozoides, devido à lesão de sua 
membrana celular. Atualmente uma 
série de substâncias têm sido usadas, 
tais como nonoxinol-9, octocinol e o 
menfegol. Espermaticidas que 
contenham fenil-mercúrio não devem 
ser usados, visto que o mercúrio pode 
ser absorvido e causar toxicidade, com 
possível efeito teratogênico. Os 
espermaticidas existem em várias 
apresentações: cremes, geleias, 
supositórios, tabletes e espumas. 
Basicamentenão existem grandes 
diferenças entre eles, apenas o fato de 
que cremes, geleias e espumas têm 
ação quase imediata ao passo que os 
tabletes e supositórios necessitam de 
cerca de 10-15 minutos para 
dissolverem-se. 
Não oferece uma proteção 
contraceptiva adequada, se usados 
isoladamente. O mais recomendável é 
o uso do espermaticida associado ao 
diafragma, ao preservativo ou a outro 
método qualquer, a fim de aumentar a 
eficácia isolada de cada um deles. 
Contraceptivos hormonais 
Anticoncepcional hormonal combinado 
oral (AHCO) 
Consiste na utilização por via oral de 
estrogênio associado ao progestênio, 
com a finalidade de impedir a 
concepção. 
O estrogênio usado é o etinilestradiol, 
que é ativado por via oral. Os 
progestogênios mais comumente 
utilizados são: levonorgestrel, 
noretindrona, acetato de ciproterona, 
hidroxiprogesterona, desogestrel e 
gestodeno. 
Uma vez que alguns progestogênios 
apresentam maior atividade 
androgênica e que este efeito oferece 
maior possibilidade de alteração no 
metabolismo lipídico, a escolha deve 
recair nos compostos com menor 
androgenicidade. 
Os AHCO inibem a ovulação através do 
bloqueio da liberação de 
gonadotrofinas pela hipófise. Além 
disso, modificam o muco cervical 
tornando-o hostil à espermomigração, 
altera o endométrio, modifica a 
contratilidade das tubas interferindo no 
transporte ovular e altera a resposta 
ovariana às gonadotrofinas. 
Injetável mensal 
Os injetáveis mensais são aplicados por 
via intramuscular, sendo que propostos 
em posologias diferentes; entre o 7° e 
10° dia do ciclo iniciado entre o 1° e o 
5° dia, com aplicações ulteriores a cada 
trinta dias. A segunda opção oferece 
uma maior regularidade do ciclo, 
mantendo a eficácia. Não se deve 
massagear, nem colocar bolsa de água 
quente no local da aplicação. Os 
estrogênios foram associados ao 
progestogênio com a finalidade de 
minimizar as alterações do padrão 
menstrual. Os estrogênios naturais são 
de ação curta, porém com níveis séricos 
diferentes, cuja meia vida varia de 9 a 
14 dias. Por este motivo, não 
determinam hiperplasia endometrial. 
Paradoxalmente, com a queda dos seus 
níveis, descama a camada superficial do 
endométrio, surgindo o fluxo 
sangüíneo. 
A ação anticonceptiva reside no efeito 
do progestogênio sobre o eixo 
neuroendócrino, inibindo a ovulação 
pelo bloqueio do pico do LH, que 
permanece em seus níveis basais. São 
observadas, também, atividades sobre 
o muco cervical, o endométrio e a 
peristalse tubária, ampliando seu 
potencial anticonceptivo. 
Injetável trimestral 
A anticoncepção injetável trimestral é 
realizada com o uso do acetato de 
medroxiprogesterona de depósito 
(AMP-D). O AMP-D apresenta 
vantagens que o fazem apropriado para 
algumas mulheres e conveniente para 
os programas de planejamento familiar. 
Uma só injeção oferece anticoncepção 
altamente eficaz durante 3 meses. Seu 
uso é simples e independente do coito. 
Por conter apenas o componente 
progestogênico, o método não tem 
várias das contra-indicações atribuídas 
ao estrogênio sintético. O AMP-D é um 
potente anovulatório, suprimindo o 
pico de LH, além de tornar o muco 
cervical espesso, dificultando a 
ascensão dos espermatozoides, e de 
tornar o endométrio hipotrófico pela 
redução da vascularização. 
Implantes 
Os implantes contraceptivos são 
constituídos de silicone polimerizado 
com um hormônio no seu interior, que 
é liberado continuamente para a 
corrente sanguínea, proporcionando o 
efeito contraceptivo. O mais popular de 
todos contém o progestogênio 
levonorgestrel e a elcometrina. 
A inserção dos implantes é feita no 
subcutâneo da face interna do braço 
esquerdo das mulheres destras e vice-
versa, a cerca de quatro dedos 
transversos acima da prega do 
cotovelo. Ela deve ser feita entre o 
primeiro e o sétimo dia do ciclo, para 
garantir a eficácia contraceptiva desde 
o primeiro mês de uso. É realizada 
ambulatoriamente, observando-se a 
assepsia recomendada para todos os 
procedimentos cirúrgicos que é feita na 
face interna do braço. 
O levonorgestrel é liberado 
continuamente através das cápsulas. O 
período total de “funcionamento” são 
cinco anos. A anticoncepção é 
conseguida graças à associação de 
anovulação com o efeito 
progestogênico, inibindo a produção de 
muco cervical e alterando o 
endométrio. 
Dispositivo intrauterino (DIU) 
Apresenta grande eficácia prática, 
ausência de efeitos metabólicos 
sistêmicos e elevada taxa de 
continuidade. 
O DIU atua sobre os óvulos e os 
espermatozoides de várias maneiras: 
estimula reação inflamatória 
pronunciada no útero, por ser um 
corpo estranho; as alterações 
bioquímicas interferem no transporte 
dos espermatozoides no aparelho 
genital, bem como alteram os 
espermatozoides e óvulos, impedindo a 
fecundação. Por esses mecanismos, as 
evidências permitem afirmar que um 
conjunto de alterações espermáticas, 
ovulares, cervicais, endometriais e 
tubárias causam a inibição da 
fertilização. 
Anticoncepção de emergência (AE) 
Método anticonceptivo que pode evitar 
a gravidez após a relação sexual. O 
método, também conhecido por “pílula 
do dia seguinte”, utiliza compostos 
hormonais concentrados e por curto 
período de tempo nos dias seguintes da 
relação sexual. 
As indicações principais da 
anticoncepção de emergência são: 
relação sexual não planejada e 
desprotegida (comuns em 
adolescentes); uso inadequado de 
métodos anticoncepcionais; falha 
anticonceptiva presumida e violência 
sexual (estupro). 
Há duas formas de oferecer a AE. A 
primeira, conhecida como regime ou 
método de Yuzpe, utiliza AHOC de uso 
rotineiro em planejamento familiar e 
conhecidos como “pílulas 
anticoncepcionais”. O método de Yuzpe 
consiste na administração combinada 
de um estrogênio e um progestágeno 
sintético, administrados até cinco dias 
após a relação sexual desprotegida. A 
associação mais estudada 
recomendada pela Organização 
Mundial de Saúde é a que contém 
etinilestradiol e levonorgestrel. A 
segunda forma de realizar a AE é com o 
uso de progestágeno isolado, o 
levonorgestrel. Da mesma forma que o 
método de Yuzpe, o levonorgestrel 
pode ser utilizado até cinco dias da 
relação sexual desprotegida. 
Se utilizada na primeira fase do ciclo 
menstrual, antes do pico do hormônio 
luteinizante (LH), altera o 
desenvolvimento dos folículos, 
impedindo a ovulação ou a retardando 
por vários dias. A ovulação pode ser 
impedida ou retardada em quase 85% 
dos casos, nos quais os 
espermatozoides não têm qualquer 
oportunidade de contato com o óvulo. 
Na segunda fase do ciclo menstrual, 
após a ovulação, atua por outros 
mecanismos, alterando o transporte 
dos espermatozoides e do óvulo nas 
trompas. A AE modifica o muco 
cervical, tornando-o espesso e hostil, 
impedindo ou dificultando a migração 
dos espermatozoides do trato genital 
feminino até as trompas, em direção ao 
óvulo. Além disso, interfere na 
capacitação dos espermatozoides, 
processo fundamental para a 
fecundação. 
Métodos contraceptivos definitivos 
Ligadura tubária 
Os serviços que oferecem este método 
têm que ter a consciência de que o 
procedimento envolve consequências a 
curto, médio e longo prazo. O cirurgião 
tem responsabilidades médico-legais e 
deve assegurar-se que sua paciente foi 
suficientemente esclarecida da 
natureza, dos riscos e benefícios, e das 
implicações da cirurgia e da 
esterilização, bem como que ainda 
existe uma pequena possibilidade de 
falha contraceptiva. 
A ligadura tubária constitui método 
permanente de contracepção, 
operacionalizado através da obstrução 
do lúmen tubário, impedindo, assim, o 
transporte e a união dos gametas. 
Independentemente da técnica a ser 
utilizada, recomenda-se o terço 
proximal da tuba (região ístmica) como 
o local ideal para ligadura. 
VasectomiaO paciente e/ou o casal, deve ser 
suficientemente esclarecido de suas 
vantagens e desvantagens, bem como 
ter conhecimento de todos os demais 
métodos contraceptivos que 
obrigatoriamente necessitam estar 
disponíveis no serviço que realizará a 
vasectomia. Uma vez solicitado o 
procedimento, o homem e/ou o casal 
devem assinar o consentimento 
informado. 
Consiste na secção e/ou oclusão do 
canal deferente, sendo um método 
seguro, eficaz e de fácil execução. 
Diversos tipos de técnicas podem ser 
utilizados, que diferem entre si quanto 
ao coto proximal, o qual poderá ser 
fechado ou aberto. Após o 
procedimento, o casal deverá continuar 
utilizando um método contraceptivo 
até que seja realizado um 
espermograma, que deverá demonstrar 
azoospermia. 
Métodos contraceptivos distribuídos 
pelo sus: 
• Diafragma; 
• Camisinha masculina e 
feminina; 
• Pílula anticoncepcional; 
• Injeção combinada; 
• Minipílula; 
• Pílula de emergência; 
• Dispositivo intrauterino (DIU). 
 
 
 
Infecções sexualmente transmitidas 
(IST’s) 
 
As Infecções Sexualmente 
Transmissíveis (IST) são um importante 
problema de saúde pública em todo o 
mundo, tanto pela sua alta prevalência 
quanto pela forma de transmissão, cuja 
prevenção depende muitas vezes de 
intervenções não só assistenciais como 
comportamentais, educacionais e até 
socioculturais. 
Embora, na maioria dos casos, exista 
tratamento eficaz, as Infecções 
Sexualmente Transmissíveis, quando 
não tratadas, podem evoluir com 
complicações sérias, como infecções 
crônicas do trato genital, infertilidade, 
câncer cervical e aumento do risco de 
transmissão e aquisição do HIV. 
Geralmente, a abordagem e 
diagnóstico são feitos de forma 
sindrômica, com base na apresentação 
clínica do paciente, em doenças que 
causam úlcera genital, 
cervicite/uretrite, corrimento vaginal, 
verrugas genitais e ainda síndromes 
extragenitais, como no caso de 
hepatites. No entanto, muitas 
pacientes possuem doença 
assintomática, o que torna o 
diagnóstico mais difícil, aumentando o 
risco de complicações e de transmissão 
sustentada na comunidade. 
Fatores de risco das Infecções 
Sexualmente Transmissíveis 
Antes de entrarmos na classificação das 
doenças em si, é importante sabermos 
os fatores de risco associados a essas 
doenças, tais como: 
• Paciente com idade entre 15 – 
24 anos 
• Solteiras 
• História prévia de IST 
• Uso prolongado de drogas 
ilícitas 
• Múltiplos parceiros sexuais 
• Contato com profissionais do 
sexo 
• Uso inadequado de preservativo 
ou não uso 
Dessa forma, é imprescindível uma 
anamnese bem feita para identificação 
desses fatores de risco e colher a 
história sexual da paciente de forma 
detalhada, com enfoque para: 
• Parceiros novos nos últimos 60 
dias 
• História de múltiplos parceiros 
• Presença de úlceras genitais 
• Tipo de exposição sexual 
• Frequência de uso de 
preservativo 
• Idade de coitarca 
Infecções Sexualmente Transmissíveis: 
doenças que causam úlceras genitais 
São lesões localizadas principalmente 
em região de vulva, vagina ou colo 
uterino. Os principais agentes 
etiológicos são o Herpes simplex vírus, 
Trepomena Pallidum, Chlamydia 
trachomatis, Haemophilus 
ducreyi e Klebsiella granulomatis. 
Outras doenças não infecciosas 
também podem causar aparecimento 
dessas úlceras, como Doença de 
Behçet, que é o principal diagnóstico 
diferencial por se tratar de uma doença 
inflamatória crônica, de etiologia 
incerta, caracterizada por úlceras 
também na cavidade oral, uveíte e 
sintomas sistêmicos. Além disso, 
neoplasias de vulva, dermatite de 
contato e traumas na região. 
Herpes Genital 
Agente: Herpes simplex vírus (HSV-tipo 
1 e HSV-tipo 2). 
Epidemiologia: A causa mais comum 
de úlcera genital é a herpes genital, 
principalmente pelo sorotipo HSV-tipo 
2. A transmissão ocorre por contato 
sexual vaginal, oral ou anal, pela 
mucosa ou lesão infectante. Cerca de 
50-90% dos adultos têm anticorpos 
circulantes contra HSV-tipo 1; e 20-30% 
contra HSV-tipo 2. Pacientes 
portadoras de HSV-tipo 2 têm mais 
chance de contrair o vírus HIV. Muitas 
pacientes são portadoras 
assintomáticas do vírus, porém 
contaminantes, o que dificulta o 
controle da doença. 
Classificação 
Primo-infecção herpética: Geralmente, 
subclínica e a paciente torna-se 
portadora assintomática. Nos casos 
sintomáticos, possui período de 
incubação de 4-7 dias, observam-se 
lesões eritematopapulosas de 1 a 3 mm 
em pequenos lábios, clitóris, grandes 
lábios ou fúrcula vaginal, que evoluem 
para vesículas agrupadas com conteúdo 
citrino, que se rompem e dão origem a 
ulcerações muito dolorosas. 
Adenopatia inguinal bilateral pode 
estar presente em 50% dos casos. 
Quando presente, a cervicite herpética 
cursa com corrimento genital aquoso. A 
paciente pode apresentar ainda 
sintomas gerais como febre, mal estar e 
mialgia. Após 3 semanas, o vírus entra 
em estado de latência em gânglios 
medulares ou de nervos cranianos. 
 SE LIGA! As lesões herpéticas são 
caracterizadas por vesículas agrupadas 
sobre uma base eritematosa, que 
evoluem para pequenas úlceras 
arredondadas, dolorosas, com bordas 
lisas. Posteriormente, são recobertas 
por crostas sero-hemáticas até a 
cicatrização. A lesão tem regressão 
espontânea em 7-10 dias. 
 
Imagem: Lesões ulceradas do herpes 
genital. Fonte: Febrasgo. 
 
Imagem: Lesões ulceradas do herpes 
genital. 
Herpes recidivante 
90 – 60% dos pacientes tem recidiva 
em 1 ano por reativação dos vírus, que 
migram através dos nervos periféricos 
e promovem erupções em pele e 
mucosa. O quadro clínico é menos 
intenso do que na primo-infecção, 
sendo precedido por aumento da 
sensibilidade, prurido, queimação e 
“fisgadas” nas pernas, quadris e região 
anogenital. 
Alguns fatores podem promover a 
reativação do vírus, como estresse 
físico ou emocional, imunodeficiência, 
uso prolongado de antibióticos, trauma 
local, mudanças hormonais do ciclo 
menstrual e exposição à radiação 
ultravioleta. As lesões tendem a ocorrer 
na mesma região da lesão inicial e 
regridem espontaneamente entre 7 e 
10 dias. 
 
 
Imagem: Herpes simples recorrente 
intrabucal no palato duro, a região 
intrabucal mais comprometida. Os 
pacientes comumente atribuem como 
causa das lesões os traumatismos por 
alimentos ou escovação dentária. Em B, 
observa-se presença de vesículas ainda 
preservadas e ulcerações de pequeno 
tamanho, correspondentes a ruptura 
precoce das vesículas pelos 
alimentos. Fonte: Google imagens. 
Diagnóstico 
Essencialmente clínico, por meio da 
história e características da lesão. O 
diagnóstico laboratorial também pode 
ser feito pela coleta de material por 
meio de swab, para detecção direta do 
HSV. A citopatologia (método de 
Tzanck) trata-se de um raspado de 
vesícula integra para observação de 
inclusões virais. Existem também testes 
virológicos, pelo isolamento do HSV em 
cultura. 
Os métodos de amplificação de ácido 
nucleico (NAATs), incluindo ensaios de 
reação em cadeia da polimerase (PCR), 
estão agora disponíveis 
comercialmente e são o teste de 
escolha, pois possuem uma 
sensibilidade mais alta que a cultura ou 
o teste direto de anticorpos 
imunofluorescentes. 
Tratamento 
Em geral, o tratamento inclui a 
prevenção da transmissão, a atenuação 
da sintomatologia, a redução da 
possibilidade de complicações 
posteriores, a promoção da cura do 
episódio e a supressão possível dos 
episódios de recrudescência. Se os 
sintomas forem mínimos, poderá ser 
suficiente a utilização de analgésicos e 
de limpeza das lesões. 
A utilização de analgésicos ou AINES e 
permanganato de potássio é feita para 
evitar infecções bacterianas 
secundárias nas lesões genitais. 
Em primo-infecção, o tratamento pode 
ser feito com: 
• Aciclovir 400mg, via oral, de 8 
em 8 horas, por 5-10dias ou 
• Aciclovir 200 mg, via oral, de 4 
em 4 horas, por 5-10 dias ou 
• Valaciclovir 500, via oral, de 12 
em 12 horas, por 5-10 dias ou 
• Famciclovir 250 mg, via oral, de 
8 em 8 horas, por 5-10 dias. 
Em recidivante, deve-se tratar ao 
aparecimento dos pródromos com: 
• Aciclovir 800 mg, via oral, de 8 
em 8 horas, por 2 dias ou 
• Aciclovir 400 mg, via oral, de 8 
em 8 horas, por 3-5 dias ou 
• Aciclovir 200 mg, via oral, de 4 
em 4 horas, por 3-5 dias ou 
• Valaciclovir 500 mg, via oral, de 
12 em 12 horas, por 3-5 dias. 
• Famciclovir: 1g, via oral, de 12 
em 12 horas, por 1 dia ou 
• Famciclovir 250mg, via oral, de 
12 em 12 horas, por 5 dias ou 
• Famciclovir 125mg, via oral, de 
12 em 12 horas por 3-5 dias. 
Caso ocorram seis ou mais episódios da 
doença em um ano, recomenda-se a 
terapia de supressão diária de baixas 
doses por 6-12 meses: Aciclovir 400 mg, 
VO, 2 vezes/dia ou Valaciclovir 500 – 
1000 mg, VO, 1 vez/dia ou Famciclovir: 
250mg, VO, 2 vezes/dia.

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