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1 
 
 
PARADA E REANIMAÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA E 
CEREBRAL 
1 
 
 
Sumário 
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 3 
FATORES RELACIONADOS ÀS OCORRÊNCIAS IATROGÊNICAS NO 
ATENDIMENTO ......................................................................................................... 6 
MÉTODO ................................................................................................................... 11 
RESULTADOS .......................................................................................................... 12 
DIFICULDADES ENCONTRADAS PELOS ENFERMEIROS PARA REALIZAR 
ASSISTÊNCIA EFETIVA NA PCR ........................................................................... 18 
A ENFERMAGEM FRENTE À PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA NO 
AMBIENTE HOSPITALAR....................................................................................... 19 
FATORES RELACIONADOS À OCORRÊNCIAS IATROGÊNICAS NO 
ATENDIMENTO À PCR ........................................................................................... 20 
NECESSIDADE DOS PROFISSIONAIS MANTEREM-SE ATUALIZADOS .......... 22 
O ENFERMEIRO FRENTE À PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA EM 
AMBIENTE HOSPITALAR: DESAFIOS DO COTIDIANO ..................................... 23 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 30 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
 
NOSSA HISTÓRIA 
 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de 
empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de 
Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como 
entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a 
participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua 
formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, 
científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o 
saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
A Parada Cardiorrespiratória (PCR) é considerada como intercorrência de 
alto grau de complexidade, principalmente quando presente em pacientes que 
se encontram em estado crítico, como os internados na Unidade de Terapia 
Intensiva (UTI). 
Assim, o atendimento nesta circunstância exige da equipe 
multiprofissional rapidez, eficiência, conhecimento científico e habilidade técnica 
no desempenho da ação. 
Requer, também, para o sucesso do atendimento uma infraestrutura 
adequada, que proporcione atendimento com o máximo de eficiência e um 
mínimo de riscos para o paciente e equipe. 
Além disso, é importante um trabalho harmônico e sincronizado entre os 
profissionais, pois a atuação em equipe é necessária para se atingir o maior 
objetivo da assistência, ou seja, a recuperação do paciente. 
 Quando estes requisitos não são preenchidos, os riscos tornam-se 
evidentes, as ocorrências iatrogênicas frequentes e a segurança do paciente fica 
seriamente comprometida. 
A PCR, em si, não representa um indicador de má qualidade da 
assistência, mas demonstra, sobretudo, o nível de gravidade em que o paciente 
se encontra. 
Uma vez presente, a chance de sobrevivência depende, em grande parte, 
da aplicação imediata, competente e segura das manobras de reanimação que 
precisam ser instituídas prontamente com o objetivo de evitar lesão cerebral 
irreversível. 
Neste caso, o fator tempo constitui uma variável fundamental na 
recuperação do paciente. 
As manobras de reanimação isoladamente não alteram a sobrevida dos 
pacientes. No entanto, a prática precoce de manobras básicas seguidas da 
implantação também precoce e eficiente do suporte avançado, aumentam as 
chances de recuperação imediata e de sobrevida. 
4 
 
 
Esta Associação, ainda, refere que a reanimação cardiopulmonar (RCP) 
tem como meta, além da preservação da vida, o alívio do sofrimento, a 
restauração da saúde e a limitação das incapacidades. 
Sendo assim, quando o início das manobras de reanimação for realizado 
tardiamente é possível restabelecer as funções vitais por algum tempo, mas a 
lesão cerebral grave e irreversível que se instala em decorrência da demora do 
atendimento, estará determinando a futura qualidade de vida do indivíduo. 
Estudos indicam que aproximadamente 30% das tentativas de RCP são bem 
sucedidas. 
Porém, dos pacientes que sobrevivem ao procedimento inicial, apenas 
10% recuperam-se sem sequelas neurológicas ou com graus leves e moderados 
de incapacidade funcional. Quanto à mortalidade, 90% dos pacientes morrem no 
primeiro ano após o evento, dos quais 30% direta ou indiretamente de causas 
neurológicas. 
A PCR é uma intercorrência comum a todas especialidades médicas. Por 
isso ela deve ser atendida em qualquer área hospitalar, que, por sua vez, 
necessita estar equipada e preparada para tal atendimento. 
A UTI é considerada como o melhor local por oferecer condições de 
tratamento ao paciente em estado crítico e frequentemente sujeito à PCR, e 
porque concentra uma infraestrutura própria, com provisão de materiais e 
equipamentos necessários, bem como a presença de pessoal capacitado para o 
desenvolvimento da assistência especializada. 
A internação de paciente na UTI demanda estabelecimento de tratamento 
intensivo para sua pronta recuperação. 
O alcance desse objetivo só será atingido na vigência de um atendimento 
adequado, sem falhas no decorrer da assistência ao paciente, o que também se 
aplica ao atendimento do indivíduo em PCR. 
A assistência hospitalar deve estar voltada a um máximo de qualidade na 
assistência prestada, o que dentro do hospital e também na UTI implica na 
segurança do paciente. 
Tal segurança pressupõe, em outras palavras, um mínimo de falhas no 
decorrer do atendimento ao paciente e prevenção de todo e qualquer desvio que 
possa ocorrer durante o processo de internação. Implica, portanto na prevenção 
5 
 
 
de ocorrências iatrogênicas que podem comprometer a recuperação do 
paciente, o que se aplica também para o atendimento de PCR na UTI. 
Ocorrência iatrogênica é um "evento indesejável, de natureza danosa ou 
prejudicial ao paciente, consequente ou não de falha do profissional e que 
compromete ou tem o potencial de comprometer a segurança do paciente". 
Lynch refere que as ocorrências iatrogênicas, ocorrências adversas ou 
fatores iatrogênicos são termos utilizados como sinônimos, sendo 
também definidos como eventos potencialmente prejudiciais 
relacionados às intervenções daqueles que prestam cuidados aos 
pacientes. 
Beckmann, Baldwin, Hart, Runcimans, abordando o termo incidente 
crítico, conceitua-o como um evento não intencional que reduz ou pode 
reduzir a segurança do paciente, traduzindo, dessa forma, conceito 
comum, aceito por unanimidade pelos estudiosos do assunto, 
independente de terminologia adotada. 
Assim, o pleno êxito da assistência na UTI dependerá da presença de 
recursos humanos, financeiros, de materiais e equipamentos, bem como da 
determinação de papéis de cada profissional envolvido no processo. 
Ressalta-se ainda a importância técnico científica dos profissionais e a 
necessidade de protocolos de atendimento, visando a padronização das ações 
a serem seguidas,como forma de facilitar a abordagem terapêutica. 
Estas características no seu conjunto é que possibilitarão um atendimento 
eficaz em qualquer situação, destacando-se entre elas o atendimento a PCR. 
Apesar dessas considerações, nota-se que no cotidiano das atividades 
práticas nas UTIs nem sempre o atendimento à PCR ocorre de forma isenta de 
falhas, apontando, pois para a existência de fatores que devem ser conhecidos 
para a sua prevenção. 
 
 
 
 
 
6 
 
 
FATORES RELACIONADOS ÀS OCORRÊNCIAS 
IATROGÊNICAS NO ATENDIMENTO 
À PCR Referente à presença de fatores relacionados às ocorrências 
iatrogênicas de uma forma geral, autores como Short; Hart; Beckmann, Baldwin, 
Hart, Runcimans; Buckle; Padilhaapontam como os mais comuns os 
relacionados à inexperiência profissional, falta de atenção e desconhecimento 
técnico-científico dos integrantes da equipe, quantidade insuficiente de 
profissionais e problemas inerentes aos materiais e equipamentos utilizados na 
assistência ao paciente crítico, deixando evidente a existência de um amplo 
leque de fatores, das mais diferentes naturezas, envolvidos na gênese das 
ocorrências. 
Porém, um aspecto que tem merecido destaque por parte de estudiosos 
é o que se relaciona à capacitação dos profissionais que atende aos indivíduos 
na UTI. 
Wright, Mackenzie, Buchan, Cairns, Price em investigação sobre 
ocorrências iatrogênicas relacionados à assistência aos pacientes de UTI, 
demonstrou que, enquanto problemas relacionados aos materiais e 
equipamentos ocorreram em 20% das situações, os 80% restantes foram 
decorrentes de problemas relacionados aos recursos humanos, apontando 
assim para a necessidade de investimento na educação em serviço por meio de 
treinamento e reciclagem periódica dos profissionais. 
Outro fator apontado por estes autores como prioritário para o 
aparecimento de ocorrências iatrogênicas em UTI, tem sido relacionado aos 
aspectos da alta tecnologia que, se por um lado pode trazer inúmeros benefícios 
aos pacientes, por outro pode desencadear sérios danos, quando o binômio 
paciente-máquina não é objeto de cuidadosa vigilância. 
Deve-se considerar que a tecnologia utilizada na UTI nunca deve suprimir 
o elemento humano, o qual terá sob sua responsabilidade a vigilância contínua 
sobre paciente e equipamento a fim de atuar prontamente sobre possíveis 
intercorrências. 
Corroboram essas afirmações, dizeres de Whitaker quando afirma que a 
ausência de definição de tarefas, entre os elementos que compõem a equipe de 
atendimento, aliadas às faltas de coordenação das atividades, de treinamento 
7 
 
 
específico e às falhas no suprimento de material e equipamentos apropriados 
podem ser “consideradas como deficiências determinantes do atendimento 
moroso, tumultuado e estressante, frequentemente observado em nosso meio”. 
Safar; Lopes; Gray, Capone, Most; Lane também citam a falta de 
organização e treinamento adequados como responsáveis pelo 
atendimento precário e caótico em situações de PCR. 
Em estudo sobre ocorrências iatrogênicas durante o atendimento à PCR 
na UTI, Silva encontrou nos relatos da equipe de enfermagem, fatores 
iatrogênicos relacionados ao atendimento desta intercorrência. 
Destes 58,6% envolviam falha na realização de procedimento técnico, 
enquanto que 31,2% eram referentes aos recursos materiais e equipamentos. 
Além desses, a falta de coordenação das atividades, o atendimento com 
descaso e a recusa do cirurgião em aceitar conduta proposta foram fatores 
encontrados em respectivamente 8,6%, 1,1% e 0,5% dos relatos analisados. 
Desta maneira, verifica-se que os resultados do estudo de Silva corroboram os 
achados de Wright, Mackenzie, Buchan, Cairns, Price sendo que a maioria das 
ocorrências iatrogênicas, ou seja, 68,8% foram relacionadas aos fatores 
humanos contra 31,2% daquelas referentes aos equipamentos. 
Desta forma, sendo o fator humano o mais relevante para o aparecimento 
de ocorrências iatrogênicas, ressalta-se a importância de uma capacitação 
adequada para os profissionais que estão envolvidos diretamente com a 
assistência, principalmente nos casos de atendimento à PCR. 
Safar; Muller, Borba; Lopez e Vieira citam que o atendimento adequado 
da PCR exige ação rápida e harmoniosa das várias pessoas nele 
envolvidas, enfatizando a necessidade de uma equipe bem treinada, 
não só nos aspectos relativos à participação isolada de cada um dos 
seus integrantes, mas também na ação em conjunto, a fim de que se 
possa atuar de forma efetiva, evitando a desorganização e a 
ineficiência do atendimento. 
Frente aos problemas relacionados aos recursos materiais e de 
equipamentos, considerando-se a UTI como um sistema abrangente e 
complexo, dotada de infraestrutura própria com recursos materiais, 
equipamentos adequados ao atendimento pronto e eficaz dos pacientes em 
estado grave, não se justifica a existência de problemas relacionados aos 
equipamentos durante o atendimento à PCR. 
8 
 
 
Padilha enfatiza a necessidade não só de suprimento adequado destes 
recursos, como também a manutenção periódica dos aparelhos, pois 
a insuficiência ou falha em seu funcionamento poderá acarretar perda 
de tempo para a equipe e consequente dano ao paciente, 
principalmente, nas situações de PCR. 
A rotina de reposição e manutenção de materiais e equipamentos também 
deve conter os itens a serem checads no início de cada plantão e após cada 
atendimento tais como: verificar o perfeito funcionamento do ventilador 
mecânico, do desfibrilador, do aspirador, do laringoscópio, do ambu e demais 
equipamentos, pois sua finalidade só será atingida se estiverem em plenas 
condições de uso imediato. 
Nesse sentido, em pesquisa realizada pelo Departamento de Fiscalização 
do Conselho Regional de Medicina -SP que vistoriou 49 UTIs, em 20% do total 
existente no Estado de São Paulo foi constatado que embora as instituições 
públicas de saúde tivessem uma maior disponibilidade de recursos materiais e 
equipamentos, não procediam sua manutenção preventiva o que resultava em 
sucateamento precoce e impossibilidade de uso. 
O estudo ainda mostrou que a manutenção preventiva dos equipamentos 
existia em 57% das UTIs, prática no entanto predominante nos hospitais 
privados, sendo que nos públicos foi encontrada em apenas 43% dos serviços 
visitados. 
Referente ao atendimento à POR, constatou-se que um terço dos serviços 
não tinham o carrinho do atendimento de emergência completo. 
A proporção dos incompletos foi maior entre os hospitais públicos (43%) 
do que entre os privados (29%). Esses resultados demonstram a precariedade 
do funcionamento de boa parte das UTIs e a fragilidade do atendimento ao 
paciente nessas condições. Embora os problemas relacionados aos materiais e 
equipamentos possam ter como subjacente o fator humano, uma vez que dele 
depende o abastecimento do carrinho de emergência e a checagem de materiais 
e equipamentos, pode também estar relacionado ao suprimento, por problemas 
relacionados ao hospital como um todo. 
De qualquer forma, deixa também evidente falha na atuação da 
enfermagem, enquanto responsável pela manutenção dos recursos na unidade. 
Ainda que a detecção e prevenção dos fatores iatrogênicos não 
dependam apenas dos recursos humanos existentes, acredita-se que a ênfase 
9 
 
 
na capacitação dos vários profissionais que atuam no atendimento à PCR sejam 
fundamentais para uma melhor assistência. 
Esta capacitação deve começar já na formação acadêmica, num processo 
que exigirá treinamento e reciclagem contínuos, atualização de conhecimentos 
e desenvolvimento de habilidades técnicas conforme recomendadas pela 
American Heart Association, bem como simulações dos atendimentos em grupo, 
com a determinação de líderes que coordenem as ações e a utilização de 
protocolos que sumarizem as informações a serem seguidas durante o 
atendimento à PCR. 
Kayee Mancini são enfáticas ao afirmar que os profissionais que não 
seguem as diretrizes propostas pela American Heart Association 
reforçam comportamentos incorrets nos events de POR. 
Assim sendo, acredita-se que as ocorrências iatrogênicas identificadas 
durante o atendimento à PCR na UTI possam ser desencadeadas não só pela 
ausência de um coordenador das atividades, como também pela inexistência de 
um protocolo de atendimento colocado de forma estratégica dentro da UTI. 
O treinamento da equipe em relação ao atendimento da PCR na UTI deve 
ter como objetivo primordial reduzir ao mínimo a duração da mesma, com 
medidas que permitam atuação rápida, eficiente e sistematizada, atingindo 
automatização total, mas consciente, das diversas etapas do atendimento. 
Assim, não basta simplesmente uma orientação para que se considere o 
pessoal de UTI apto a exercer o conjunto de medidas de emergência para o 
tratamento da PCR. 
É necessário um contínuo treinamento e atualização dos conhecimentos 
e técnicas que permeiam toda a assistência nesse meio. 
A presença de fatores iatrogênicos relacionados ao atendimento à PCR 
na UTI, parece demonstrar que o profissional que cuida de pacientes de maior 
complexidade necessita estar mais capacitado para atuar de forma segura e 
competente na vigência do atendimento, pois a falta de formação teórico-prática, 
frequentemente, propicia o aparecimento de erros no decorrer da assistência e, 
consequentemente, insucesso de toda a ação. 
Certamente, o investimento em treinamento para os profissionais que 
prestam assistência direta aos pacientes em PCR, a elaboração de protocolos 
10 
 
 
para guiar a assistência a ser prestada na UTI podem proporcionar menor risco 
e, ter como resultado, maior segurança no decorrer do atendimento. 
Como já relatado, o fator humano é o mais frequentemente citado em se 
tratando de ocorrências iatrogênicas, porém os problemas relacionados aos 
equipamentos, ao processo de trabalho e a própria condição clinica do paciente 
não devem ser desconsiderados. 
Visto sob este ângulo, faz-se necessário a implementação de medidas 
preventivas que enfoquem as ocorrências iatrogênicas no atendimento à PCR 
dentro de um contexto sistêmico, de forma a identificar e intervir nos pontos 
vulneráveis de qualquer um dos elementos constitutivos do cuidado, sejam os 
recursos humanos, recursos materiais e equipamentos, administrativos e 
técnicos. 
A atuação nesse sentido é que permitirá alcançar o propósito final da 
POR, voltado fundamentalmente para restaurar o processo de vida e não apenas 
prolongar o processo de morte do paciente. 
A parada cardiorrespiratória (PCR) é um evento que ocorre com 
frequência em UTI, uma vez que essas unidades assistem pacientes gravemente 
enfermos, com instabilidade hemodinâmica acentuada, necessitando da equipe 
o aprimoramento de suas habilidades cognitivas, motoras e atualização sobre as 
manobras de reanimação. 
As questões que fundamentam a reanimação cardiorrespiratória (RCR) 
encefálica devem ser conhecidas pelos enfermeiros, uma vez que têm sido 
motivo de controvérsias e, consequentemente, provocado estudos com o 
objetivo de esclarecê-las e melhorar os padrões de atendimento1. 
O profissional de Enfermagem deve estar apto para reconhecer quando 
um paciente está em franca PCR ou prestes a desenvolver uma, pois este 
episódio representa a mais grave emergência clínica que se pode deparar. A 
avaliação do paciente não deve levar mais de 10 segundos2. Na ausência das 
manobras de reanimação em aproximadamente 5 minutos, para um adulto em 
normotermia, ocorrem alterações irreversíveis dos neurônios do córtex cerebral. 
O coração pode voltar a bater, mas os "cinco minutos de ouro" se perdem 
e o cérebro morre. Sabe-se que cabe ao enfermeiro e à sua equipe assistir os 
pacientes, oferecendo ventilação e circulação artificiais até a chegada do 
11 
 
 
médico, assim, estes profissionais devem adquirir habilidades que os capacitem 
a prestar adequadamente a assistência necessária. 
A PCR é definida como o súbito cessar da atividade miocárdica ventricular 
útil, associada à ausência de respiração, e não tem merecido a devida atenção 
por parte da equipe de saúde. 
Recomenda-se que a equipe de Enfermagem deve ser reciclada na 
execução das manobras do suporte básico de vida (ventilação artificial e 
compressão torácica) e, também, ter conhecimento e domínio do conteúdo 
existente no carro de emergência e manuseio do equipamento. 
O enfermeiro intensivista é vital nos esforços para reanimar um paciente, 
sendo que é ele, frequentemente, quem avalia em primeiro lugar o paciente e 
inicia as manobras de RCR, chamando a equipe. 
O papel do enfermeiro inclui a reanimação cardiorrespiratória contínua, 
monitorização do ritmo cardíaco e dos outros sinais vitais, administração de 
fármacos conforme orientação médica, registro dos acontecimentos, notificação 
ao médico plantonista, bem como relatar os acontecimentos aos membros da 
família, sendo que o apoio para os familiares e amigos é muito importante nesta 
ocasião. 
Após uma reanimação satisfatória, o enfermeiro juntamente com o médico 
precisa controlar rigorosamente os sinais vitais e os parâmetros hemodinâmicos 
desse paciente, bem como estar atento a qualquer sinal de complicação, pois o 
reconhecimento imediato e o tratamento de algum distúrbio irão refletir no seu 
prognóstico. 
 
 
MÉTODO 
Trata-se de uma pesquisa descritiva com abordagem quantitativa, 
desenvolvida na UTI de um Hospital Geral, privado, do Estado de Santa 
Catarina, no período de janeiro a fevereiro de 2000. 
O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade 
do Vale do Itajaí (Parecer Nº 012/2000). Todos os participantes assinaram o 
termo de consentimento livre e esclarecido. 
12 
 
 
A população foi constituída de enfermeiros, técnicos e auxiliares de 
enfermagem. 
Participaram do estudo 26 dos 30 profissionais de Enfermagem que 
atuam na UTI nos três turnos de trabalho. 
Os participantes foram escolhidos aleatoriamente, tendo somente como 
critérios, pertencer à equipe de Enfermagem daquela unidade e livre 
concordância para participar do estudo. 
Para a coleta de dados, foi utilizado um questionário estruturado, 
elaborado pelos autores. 
Das informações sócio demográficas, o instrumento possuía um total de 
11 perguntas subjetivas sobre o conhecimento de parada e reanimação 
cardiorrespiratória. 
Foi aplicado um pré-teste com três profissionais de enfermagem, sendo 
um auxiliar, um técnico e um enfermeiro, para validação da qualidade do 
instrumento de coleta. 
Os resultados foram analisados à luz de bibliografias médicas e de 
enfermagem sobre parada e reanimação cardiorrespiratória. 
 
 
RESULTADOS 
Dos 26 profissionais de enfermagem que fizeram parte da amostra, sete 
eram enfermeiros (26,9%), três técnicos de enfermagem (11,5%) e dezesseis 
auxiliares de enfermagem (61,5%). 
A maioria (81%) era do sexo feminino. Quatorze profissionais (53,8%) 
trabalhavam na UTI há mais de 2 anos. Os dados demográficos dos participantes 
do estudo estão apresentados na tabela 1. 
 
 
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-507X2006000200007#tab01
13 
 
 
Na tabela 2 está demonstrada a relação do conhecimento teórico sobre 
PCR dos profissionais, com a categoria profissional e o tempo de atuação em 
UTI. 
Constatou-se que a porcentagem total de acertos em relação à 
identificação de PCR foi de somente 15,4%, por profissionais enfermeiros e 
técnicos de enfermagem com mais de 2 anos de experiência em UTI e o acerto 
parcial, foi de 61,5% envolvendo as três categorias profissionais. 
Com relação ao diagnóstico eletrocardiográfico das quatro modalidades 
de parada cardíaca, fibrilação ventricular, taquicardia ventricular sem pulso, 
atividade elétrica sem pulso e assistolia, somente três enfermeiros(11,6%), com 
mais de 2 anos de atuação em UTI, responderam de modo correto. 
A maioria dos participantes, 69,5% respondeu conhecer somente 
assistolia o que se considerou como acerto parcial. 
 
Quando questionados acerca das principais causas de PCR, 14 (53,8%), 
dos participantes e com mais de 2 anos de atuação em UTI, souberam 
responder, citando com maior frequência as doenças cardiovasculares, as 
doenças pulmonares e o choque. 
Analisando os dados da tabela 3 observa-se que das medicações de 
urgência utilizadas na reanimação cardiorrespiratória, somente a epinefrina é 
conhecida por todas as participantes do estudo. As três medicações mais 
utilizadas na RCP (epinefrina, lidocaína e sulfato de atropina), foram 
mencionadas por 17 profissionais (65,3%). 
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-507X2006000200007#tab02
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-507X2006000200007#tab03
14 
 
 
 
 
Quanto ao preparo da equipe para atuar em um RCP, a maioria dos 
profissionais de enfermagem (61,5%), informou ser necessário à realização de 
treinamentos periódicos com simulações (Tabela 4). 
 
 
 
O conhecimento necessário para atuar em uma PCR que deve ser 
abordado em um treinamento, conforme consta na tabela 5, está relacionado 
principalmente a identificação de uma PCR e a sequência da reanimação com 
atividade prática. 
 
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-507X2006000200007#tab04
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-507X2006000200007#tab05
15 
 
 
 
 
Para a recuperação de um paciente em PCR é primordial o seu rápido 
reconhecimento e consequente intervenção da equipe de modo organizado. 
A RCP incorreta está associada a uma taxa de sobrevida de 4%, 
comparada a 16% quando realizadas corretamente. 
O treinamento adequado da equipe de enfermagem, em especial daquela 
que atua em UTI e Emergência, é vital para o pronto atendimento em PCR. 
Identificar o conhecimento teórico e prático da equipe a respeito de PCR e RCP 
é um requisito importante para o planejamento de um treinamento em serviço. 
O treinamento deve atender o que preconiza os Guidelines para a 
reanimação cardiorrespiratória. Atualmente têm-se os Guidelines de 2005 para 
RCP e emergências cardiovasculares. 
Neste estudo constatou-se que a maioria dos profissionais (65,5%), que 
atuavam na UTI pertencia a categoria auxiliar de enfermagem, categoria essa 
com a menor formação profissional para atuarem na enfermagem em especial 
nas Unidades Críticas de Saúde. Na época em que este estudo foi realizado, 
esses profissionais constituíam o maior contingente da enfermagem no Brasil. 
Com o Projeto de Profissionalização dos Trabalhadores de Enfermagem 
(PROFAE), atualmente são os técnicos de enfermagem que ocupam esse lugar 
nas diversas áreas de atuação, inclusive nas UTI. 
 Neste estudo foi constatado que, a formação do profissional e o tempo 
de atuação em UTI, influenciaram no índice de acertos das questões avaliadas. 
16 
 
 
Esse achado é encontrado na literatura de enfermagem que preconiza 
que o tempo necessário para o profissional de enfermagem preencher os 
requisitos para trabalhar em UTI é de um ano. 
Quando foi avaliado o conhecimento dos participantes, no que se refere à 
identificação de uma PCR, a maioria 61,5%, deixou de citar a inconsciência, 
somente os enfermeiros, três, e com mais de 2 anos de atuação em UTI 
responderam corretamente. 
A literatura preconiza que antes de iniciar o algoritmo de uma PCR é 
necessário avaliar o paciente iniciando pela sua responsividade. 
Pode-se estimar de que o fato dos participantes não ter mencionado a 
inconsciência como um dos sinais de PCR, se deve ao elevado índice de 
inconsciência dos pacientes de UTI induzidos por drogas sedativas. 
Considerando-se, a ausência de pulsos carotídeos, como sinal clínico 
mais importante de PCR, observou-se que 23,1% não souberam identificar 
clinicamente um paciente em PCR. 
Considerou-se alto índice tendo em vista que a literatura médica refere 
que os fatores limitantes de prognóstico após uma PCR estão diretamente 
ligados ao diagnóstico e intervalo de tempo entre este evento e a reanimação, 
ou seja, se menor que quatro minutos, a taxa de sobrevida é de 75%; entre 
quatro e 12 minutos é de 15% e após 15 minutos é de apenas 5%. 
A identificação, através do monitor cardíaco, dos quatro ritmos de parada 
cardíaca exige maior conhecimento profissional e por este motivo estima-se que 
somente os enfermeiros referiram saber identificá-las corretamente. 
O fato da FV, atividade elétrica sem pulso e a assistolia ser os 
mecanismos de parada cardíaca mais comuns em ambiente hospitalar, e a FV 
ser, muitas vezes, o resultado da degeneração de taquicardias 
ventriculares exige que os profissionais de enfermagem, independente das 
categorias, saibam identificá-las para que seja oferecida ao paciente uma 
assistência imediata e um melhor prognóstico. 
Por ser a assistolia o ritmo mais fácil de reconhecimento caracterizado por 
uma linha isoelétrica no eletrocardiograma em pelo menos duas derivações, 
estima-se que tenha sido este o motivo da maioria dos profissionais, 81,1% tê-
la mencionado. 
17 
 
 
Com relação às medicações utilizadas na RCP o bicarbonato de sódio foi 
mencionado por somente quatro participantes talvez pelo fato de ter seu uso 
restrito na PCR por seus efeitos adversos. 
Acredita-se que a amiodarona não foi citada por não ser, na ocasião, um 
fármaco utilizado no local onde se deu o estudo. 
Para manter a equipe de enfermagem preparada para atuar na RCP foi 
mencionado por 62%, a realização de treinamentos periódicos e simulações. 
Apareceu ainda a distribuição coordenada das tarefas, rapidez e calma. 
A literatura de enfermagem demonstrou que reconhecer a sequência do 
atendimento, manter um certo nível de tranquilidade para manter as manobras 
de ventilação e circulação artificiais e reunir materiais e equipamentos 
necessários são condições imprescindíveis para a reanimação. 
Desta forma é recomendado reciclar a equipe na execução das manobras 
de suporte básico de vida. 
Entre as limitações deste estudo, deve-se citar a amostra de somente 26 
profissionais, a não abordagem no instrumento de coleta de dados de questões 
referentes a sequência (ABCD), do atendimento na RCP, e os materiais 
necessários. 
Além dessas deve-se destacar que o estudo retrata a realidade de apenas 
uma UTI e que não foram avaliados o desempenho dos participantes na prática 
da RCP o que daria um maior subsídio para a educação continuada em RCP. 
Em suma pode-se inferir que os profissionais que participaram deste 
estudo possuem um conhecimento insatisfatório sobre PCR e RCP, que a 
formação profissional e o tempo de atuação em UTI influenciaram sobre o 
conhecimento analisado. 
 O déficit do conhecimento teórico da maioria dos participantes estava 
relacionado principalmente a identificação da parada cardíaca no monitor, as 
causas de PCR e as medicações utilizadas na RCP. 
A experiência e a formação dos profissionais influenciaram nas respostas. 
Os resultados encontrados apontam para a necessidade de uma 
educação em serviço sobre PCR e RCP. 
Mesmo com as limitações deste estudo, acredita-se que os resultados 
poderão subsidiar, parcialmente, o treinamento em RCP. 
 
18 
 
 
 
DIFICULDADES ENCONTRADAS PELOS ENFERMEIROS PARA 
REALIZAR ASSISTÊNCIA EFETIVA NA PCR 
O enfermeiro, frente à ocorrência de uma parada cardiorrespiratória, 
encontra dificuldades desde o diagnóstico e prescrição da assistência de 
enfermagem até a execução das tarefas de cuidado. 
Tomar decisão significa decidir, escolher entre uma ou mais alternativas 
ou opções, com o objetivo de alcançar o melhor resultado. 
A tomada de decisão envolve vários fatores, tanto individuais como 
sociais, baseados em proposição defatos e de valores, que inclui a 
escolha de um comportamento. (CIAMPONE, 2000). 
As principais dificuldades encontradas pelos profissionais de enfermagem 
são a elevada carga horária de trabalho semanal, má remuneração e a dupla 
jornada de trabalho, fatores que restringem à disponibilidade de tempo para 
frequentar os cursos de SBV (Suporte Básico de Vida) e SAV (Suporte Avançado 
de Vida). 
Outro fator relacionado ao conhecimento teórico-prático insuficiente está 
relacionado ao tempo de formação profissional (quanto maior o tempo de 
formação, menor o conhecimento). 
O tempo médio de exercício profissional também contribui para essa 
insuficiência de saberes. 
E grande parte desses profissionais pode não ter tido oportunidade de 
reciclar o conhecimento em PCR desde a conclusão da formação básica. 
Aliado a esses fatores, tem-se a ausência de programas de educação 
permanente em grande parte das instituições de saúde e as dificuldade 
financeiras para arcar com cursos de Simpósio de TCC e Seminário de 
IC, 2016 / 2º 1387 SBV(Suporte Básico de Vida) e SAV (Suporte 
Avançado de Vida) em outras intuições de ensino em saúde (BELLAN, 
ARAÚJO et. al, 2010). 
Outra dificuldade apresentada pelos profissionais de enfermagem 
frente a PCR é a administração de drogas, onde somente 38,7% destes 
afirmaram possuir conhecimentos em relação à preparação das drogas 
(LIMA et al, 2009). 
Alguns resultados pouco satisfatórios também foram encontrados em 
outros estudos. De acordo com BELLAN e ARAÚJO (2010), há grande 
19 
 
 
desconhecimento, por parte dos enfermeiros, da finalidade dos 
medicamentos preconizados nas diretrizes AHA (American Heart 
association), sugerindo que estes profissionais sentem-se 
responsáveis apenas pela administração das drogas e não pelo 
conhecimento de suas ações farmacológicas. 
Já nas publicações de ALMEIDA (2011), diz que as lacunas de 
conhecimento alcançaram 100% dos entrevistados, pois todos 
“identificaram, parcialmente, os fármacos utilizados na ressuscitação 
cardiopulmonar”. 
 
 
A ENFERMAGEM FRENTE À PARADA 
CARDIORRESPIRATÓRIA NO AMBIENTE HOSPITALAR 
A coleta de dados foi realizada no segundo semestre de 2016 e abrangeu 
os seguintes passos: definição das palavras-chave, busca dos trabalhos e 
seleção dos trabalhos pertinentes. 
Define-se como PCR a interrupção súbita da respiração e da atividade 
mecânica ventricular útil e suficiente, o que acarreta inconsciência, ausência de 
movimentos respiratórios e ausência de pulso. 
Todas as pessoas que trabalham em serviços de saúde devem saber 
reconhecer uma PCR, tomar as medidas iniciais e acionar 
imediatamente a equipe responsável pelo recurso avançado 
(BARRETO, VIEIRA, PINHEIRO, 2001). 
A PCR pode ocorrer por vários motivos, para identificarmos cada um 
deles utilizamos os 5H: hipóxia, hipovolemia, hipercalemia, 
hipocalemia e hipotermia. Para melhor memorização, utilizamos os 5T: 
pneumotórax hipertensivo, tamponamento cardíaco, trombose de 
coronária, tromboembolismo pulmonar, tóxico que ocorre pelo excesso 
de medicações ou drogas administradas de forma errada. (AMERICAN 
HEART ASSOCIATION, 2010). 
Segundo LUGON (2014), a parada cardiorrespiratória pode ser 
causada por quatro ritmos: FV (Fibrilação ventricular), TV (Taquicardia 
Ventricular sem Pulso), esses ritmos devem ser chocados 
imediatamente, pois cada segundo aumenta o risco de morte ou 
sequela no paciente. 
Os casos em que a desfibrilação ocorre nos três primeiros minutos 
equivalem a 73% dos casos de reversão do quadro do paciente. 
20 
 
 
Em casos de assistolia ou atividade elétrica sem pulso, o paciente não 
pode receber desfibrilação. Sabendo que o nosso cérebro não resiste a mais que 
cinco minutos de hipóxia, a partir do momento em que identificamos um quadro 
de parada cardiorrespiratória, deve-se iniciar imediatamente as manobras de 
RCP (Ressuscitação Simpósio de TCC e Seminário de IC, 2016 / 2º 1388 
cardiopulmonar), de acordo com os protocolos de parada. 
Ressuscitação Cardiopulmonar tem o objetivo de promover a circulação 
do sangue oxigenado ao coração, ao cérebro e a outros órgãos vitais. Cada 
minuto de atraso na assistência pode diminuir o tempo de sobrevida do paciente 
e, consequentemente, aumentar as chances de sequelas. 
Na maioria dos casos, quando a PCR ocorre fora do ambiente 
hospitalar, raramente os pacientes conseguem chegar ao hospital com 
vida; mas os que chegam com vida necessitam de atendimento eficaz. 
(GONZALEZ et al, 2013). 
O maior índice de parada cardiorrespiratória é decorrente de problemas 
respiratórios e cardíacos, e o que assusta é que isso independe da idade do 
indivíduo. 
Cada vez mais crianças estão sendo vítimas de intercorrências como 
essa. Por isso, há tanta necessidade em atendimentos de alta qualidade e 
precoce para que o paciente tenha mais chance de sobrevivência. 
A parada cardiorrespiratória que antes era sinônimo de morte para o 
paciente, pois apenas 2% das vítimas sobreviviam. 
Hoje, chega 70% devido aos avanços da tecnologia, à eficácia do 
socorro imediato e técnicas específicas para esse tipo de ocorrências. 
(AHA, 2010). 
 
 
FATORES RELACIONADOS À OCORRÊNCIAS IATROGÊNICAS 
NO ATENDIMENTO À PCR 
O local mais indicado para pacientes em estado grave é a UTI (Unidade 
de terapia intensiva), pois apresenta melhor estrutura, materiais e atendimento 
adequado, profissionais capacitados caso esse paciente precise de um 
atendimento mais urgente e com um alto grau de complexidade tipo o da parada. 
21 
 
 
Nela, qualquer ocorrência iatrogênica passa a ser não só indesejável, 
como extremamente prejudicial, fazendo emergir a questão da 
qualidade da assistência e o contexto na qual acontece, o que remete, 
inevitavelmente, para a avaliação dos serviços de saúde. (SILVA, 
PADILHA et. al, 2011). 
As principais ocorrências encontradas no cotidiano da enfermagem na 
unidade de terapia intensiva são: 
Falta de interesse pelas atividades, a preocupação somente em gerencias 
a equipe, não se preocupando em manter contato com o paciente, falta de 
motivação e falta de informação. 
A melhor forma encontrada pelos profissionais de enfermagem que 
trabalham dentro da unidade de terapia intensiva foi criar protocolos 
tanto de atendimento ao paciente quanto de administração de 
medicações. (ALVES MAIA, 2011). 
De acordo com SHORT, BECKMANN, BALDWIN, HART e PADILHA, 
as ocorrências iatrogênicas estão diretamente ligadas à inexperiência 
profissional, ao desconhecimento científico e à falta de atenção dos 
integrantes da equipe, falta de profissionais e problemas 
característicos, como falta de materiais e equipamentos utilizados na 
assistência ao paciente crítico, deixando clara a existência de vários 
fatores envolvidos na origem das ocorrências. 
Um aspecto que vem como destaque por parte de estudiosos é o que se 
relaciona à capacitação dos profissionais que atende aos indivíduos na UTI. 
Segundo (BALDWIN et. al,) a investigação sobre ocorrências 
iatrogênicas relacionadas à assistência aos pacientes de UTI 
demonstrou que, enquanto problemas relacionados aos materiais e 
equipamentos ocorreram em 20% das situações, os 80% restantes 
foram decorrentes de problemas relacionados aos recursos humanos. 
Isso mostra a necessidade de investimento em educação e a 
reciclagem periódica dos profissionais. 
Foi identificado, também, por estes autores, que a UTI tem prioridade no 
aparecimento de ocorrências iatrogênicas, e está relacionada à alta tecnologia, 
que pode trazer benefícios aos pacientes ou pode desencadear sérios prejuízos 
quando o binômio paciente-máquina não é objeto de cuidadosa vigilância. 
Deve-se considerar que a tecnologia utilizada na UTI nunca deve ocultar 
o elemento humano, o qual terá, sob sua responsabilidade, a vigilância contínua 
sobre paciente e o equipamento, a fim de atuar prontamente sobre possíveis 
intercorrências.22 
 
 
 
NECESSIDADE DOS PROFISSIONAIS MANTEREM-SE 
ATUALIZADOS 
Para que os procedimentos necessários para o atendimento de vítimas 
de PCR seja realizado de forma eficaz, há necessidade de os enfermeiros 
estarem sempre, atualizados e capacitados a prestarem um serviço de qualidade 
e com muita segurança para o paciente. 
A atualização para os profissionais de enfermagem é de extrema 
importância, pois uma decisão correta pode mudar o quadro do paciente. 
Caso a assistência de enfermagem à vítima de PCR não ocorra com 
exatidão e qualidade, podem ocorrer complicações que causam danos à saúde 
do paciente, o motivo pode ou não ser falha humana. 
O enfermeiro tem papel de grande importância na assistência, 
podendo afetar diretamente o estado do paciente, sendo certo afirmar 
que a atuação deste profissional é decisiva para o sucesso do 
atendimento ao paciente. (SILVA e PADILHA, 2000; REIS e SILVA, 
2012). 
Cabe ao enfermeiro ter agilidade e eficiência para constatar uma parada 
cardiorrespiratória e iniciar o atendimento ao paciente, pois, se não houver essa 
agilidade, podem ocorrer alterações irreversíveis dos neurônios do córtex 
cerebral. 
A avaliação do paciente não deve levar mais que 10 segundos e a 
ausência de manobras de reanimação não devem ultrapassar cinco 
minutos. (SMELTZER e BARE, 2009). 
É primordial que todo profissional de saúde tenha conhecimento para o 
atendimento da parada cardiorrespiratória, independente da sua área de 
atuação. 
Para que ocorra o sucesso da RCP, deve ser realizado diagnóstico 
rápido e correto. O enfermeiro é o primeiro profissional que identifica a 
parada, ou seja, cabe a ele exclusivamente organizar a equipe e 
compartilhar todo o seu conhecimento com sua equipe para que o 
atendimento seja feito de forma correta e o paciente tenha uma 
sobrevida maior. Sabendo que se o atendimento for realizado de forma 
correta, o paciente tem muito mais chances de sair dessa ocorrência 
sem sequelas, por isso o enfermeiro organiza toda equipe e delega 
23 
 
 
tarefas para que ocorra corretamente a assistência. 
(MATSUMOTO,2008). 
A parada cardiorrespiratória é evento dramático, responsável por elevada 
morbimortalidade mesmo em situações em que há boas condições para 
atendimento eficaz, pois o tempo apresenta-se como uma variável importante 
nesse caso, evidenciando a importância de atuação rápida e eficiente. 
Foi possível identificar, através de estudos, que é de extrema importância 
o enfermeiro, bem como toda a equipe de enfermagem, manter-se atualizado e 
preparado para prestar assistência às possíveis emergências e participar de 
capacitações teóricas e práticas com os demais membros da equipe. 
Assim, o enfermeiro é um profissional extremamente importante na 
assistência, sem medir esforços para reanimar o indivíduo com parada 
cardiorrespiratória, pois cabe a ele, iniciar as manobras de ressuscitação, bem 
como chamar e organizar a equipe para intervir. 
Portanto, o profissional de enfermagem deve estar apto a reconhecer 
quando o indivíduo está evoluindo para parada cardiorrespiratória e rapidamente 
avaliar e reanimar. 
Para tanto, é indispensável a capacitação tanto teórica quanto prática. 
Desta forma, percebeu-se uma imensa necessidade de aperfeiçoamento 
profissional para suprir o déficit apontado. 
 
 
O ENFERMEIRO FRENTE À PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA 
EM AMBIENTE HOSPITALAR: DESAFIOS DO COTIDIANO 
O reconhecimento da parada cardiorrespiratória se dá pela detecção da 
morte clínica, ou seja, a vítima se encontra não responsiva, com ausência de 
respiração e pulso central sentido em dez segundos. Sendo assim, o quanto 
antes o profissional de saúde prestar a assistência emergencial necessária, 
menor será o risco de óbito. 
Para reversão do quadro de PCR há necessidade de reanimação 
cardiopulmonar, que inclui: compressão cardíaca, ventilação, uso do 
desfibrilador e drogas vasoativas de acordo com o protocolo estabelecido pela 
Associação Americana do Coração. 
24 
 
 
Após a reanimação, são comuns alterações em algumas funções 
hemodinâmicas, tais como: aumento da pressão arterial, uma vez que no 
indivíduo saudável a pressão de perfusão cerebral é independente da pressão 
arterial sistêmica em função da auto regulação do encéfalo, com adaptação 
tônus vascular às variações sistêmicas da pressão, pois esta capacidade é 
alterada pela ausência de circulação; aumento da pressão intracraniana, que 
pode contribuir para lesões cerebrais; hiperglicemia, que relaciona-se ao 
estresse sofrido pelo corpo; aumento da temperatura sistêmica e consequente 
hipertermia cerebral, que podem ocasionar o agravo do prognóstico; hipoxemia, 
que contribui para o risco de um novo quadro de PCR; distúrbios eletrolíticos, 
decorrentes da isquemia; crescente atividade trombolítica, avaliada pelo 
marcador responsável pela morte dos indivíduos nas primeiras 42h pós PCR . 
Os principais sinais e sintomas que precedem uma PCR são: dor torácica, 
sudorese, palpitações precordiais, tontura, escurecimento visual, perda de 
consciência, alterações neurológicas, sinais de débito cardíaco diminuído e 
parado de sangramento prévio, quando não provocados por uma causa súbita, 
como um choque elétrico. 
Portanto, a PCR é determinada quando há: assistolia, atividade elétrica 
sem pulso (AESP), fibrilação ventricular (FV) e taquicardia ventricular (TV) sem 
pulso, sendo o tempo reduzido para o atendimento e a tomada de decisão de 
suma importância para diminuir os agravos decorrentes desta condição. 
Sendo assim, o enfermeiro deve estar apto a reconhecer quando um 
paciente está em franca PCR ou prestes a desenvolvê-la, pois, este período 
representa a mais grave emergência clínica que se pode deparar. 
No que diz respeito à assistência durante a RCP, deve haver o suporte 
básico de vida para restabelecer a oxigenação e a circulação, até a chegada da 
equipe médica para as intervenções avançadas. 
No ambiente hospitalar, o enfermeiro tem a responsabilidade de 
organização do material adequado do carro de emergência, mantendo-o 
completo para preparação de medicação e utilização dos equipamentos e 
insumos de forma correta e sistematizada. 
Nesse contexto, verifica-se que a busca do conhecimento baseado em 
evidências, através da educação permanente em saúde, pode ser o diferencial 
25 
 
 
para uma assistência de qualidade e baixo risco de óbito em decorrência da 
PCR. 
O conhecimento e atualização quanto às novas diretrizes da RCP são 
essenciais para que os profissionais de saúde, que lidam diretamente com o 
paciente em PCR, possam atuar de modo a reduzir a morbimortalidade, 
independentemente da faixa etária, bem como, as consequências neurológicas 
acarretadas pela demora ou ineficiência do atendimento emergencial. 
A triagem inicial dos manuscritos foi feita mediante leitura do resumo, e 
posteriormente a leitura na íntegra do conteúdo para seleção do material 
científico a ser utilizado de modo a alcançar o objetivo proposto. Posteriormente, 
os dados que respondiam ao objetivo do estudo foram organizados em um 
quadro, que foi constituído de vinte citações, estando os autores em ordem 
alfabética. 
As informações foram organizadas no quadro a partir dos seguintes 
dados: autor, ano, tipo de estudo, objetivo e os desafios cotidianos vivenciados 
por enfermeiros no cuidado às vítimas de PCR em ambiente hospitalar, que 
serviram de base para elaboração da discussão e considerações finais. 
Foram encontrados trinta e um manuscritos relacionados ao tema. No 
entanto, foi constituído de um total de vinte citações, que respondem ao objetivo 
deste estudo. 
Dentre os manuscritos selecionados e incluídos no quadro 01, seis são 
revisões bibliográficas (30%) e quatorze pesquisas de campo (70%), sendo na 
maioria exploratórias descritivas, o que demonstra que este é um tema de 
relevância e objetivo de grande interessena área da saúde, tendo como pilares 
para uma assistência emergencial de qualidade e o Suporte Básico e Avançado 
de Vida, no sentido de identificar as falhas no atendimento à PCR e investir em 
capacitação profissional por meio de educação permanente em saúde baseada 
em evidências científicas. 
Pois, acredita-se que este seja um meio para que a intervenção tenha 
sucesso e possa aumentar efetivamente a sobrevida das vítimas de PCR, além 
da redução de custos com internações prolongadas. 
Os desafios cotidianos vivenciados por enfermeiros no cuidado às vítimas 
de PCR em ambiente hospitalar são diversos, contudo os mais frequentes foram: 
a falta de aprimoramento e o conhecimento do enfermeiro e de sua equipe 
26 
 
 
quanto ao atual protocolo de atendimento associada a uma assistência não 
sistematizada. 
E o menos citado, porém relevante, foi falta de investimento em 
capacitação profissional por parte das instituições hospitalares. 
De acordo com a realidade dos hospitais brasileiros, o enfermeiro, como 
líder da equipe de Enfermagem, se encontra na linha de frente do atendimento 
à PCR e do sucesso da reanimação cardiopulmonar junto à atuação médica. 
Assim, tem um importante papel a desenvolver, que não inclui apenas a 
previsão e provisão dos recursos materiais e humanos para as intervenções em 
situações de emergência, mas também a promoção de treinamento específico 
da equipe, com a finalidade de assegurar a competência nas áreas cognitivas, 
psicomotora, afetiva e também a agilidade no atendimento, de modo a alcançar 
um prognóstico livre de sequelas. 
O diagnóstico rápido e correto da PCR é uma das garantias para o 
sucesso da RCP. 
Entretanto, condições inadequadas de infraestrutura aliada aos 
conhecimentos insuficientes dos profissionais da equipe colocam em risco o 
sucesso da reanimação, e consequentemente, a vida do paciente. Esse cenário 
pode gerar estresse, cansaço, ansiedade e exaustão. 
A harmonia da equipe aliada ao conhecimento atualizado pode amenizar 
o sofrimento laboral e evitar iatrogenias no decorrer da assistência, quer seja em 
unidades hospitalares fechadas, como em unidades de terapia intensiva e 
internação das mais diversas especialidades. 
Quando há tentativas frustradas de reanimação, faz-se necessário 
reconhecer os pontos falhos da assistência e traçar estratégias para corrigi-los, 
apesar dos autores citarem que esse é um momento incomum na rotina, mas de 
extrema importância para a melhoria da assistência. 
É consenso entre os autores citados neste estudo que o conhecimento 
insuficiente, falta de capacitação profissional e atualização quanto aos novos 
protocolos para atuar no atendimento emergencial ao indivíduo com PCR têm 
sido os maiores desafios para uma atuação adequada e aumento da sobrevida 
das vítimas. 
27 
 
 
Acredita-se que a mudança dessa realidade deva iniciar desde a 
graduação, dando ênfase a essa problemática e maior atenção teórico-prática 
junto às disciplinas afins. 
O Enfermeiro precisa promover educação permanente em saúde, visando 
o aprimoramento das ações voltadas para a prevenção da PCR, de modo que 
todos os profissionais da equipe estejam aptos a atuar de forma sistematizada e 
com excelência. 
Portanto, fica evidente a necessidade de investimentos em educação 
permanente em saúde para uma assistência qualificada. 
A equipe deve possuir condutas rápidas, assertivas e pautadas em 
competências e habilidades, pois o atendimento imediato, sistematizado e 
qualificado, são requisitos básicos para a segurança do paciente, reduzindo as 
dificuldades identificadas pela equipe e o desenvolvimento de competências que 
favorecem a RCP, ressalta-se ainda, que o enfermeiro é um profissional 
essencial, quando capacitado, a diagnosticar e atender a vítima de PCR, tanto 
na tomada de decisões para iniciar o atendimento, quanto aos cuidados com 
medicação, relato de papéis, realizando uma boa sistematização da assistência 
de Enfermagem, cuidados secundários com familiares e demais profissionais da 
equipe. 
A identificação da tríade de sinais indicativos de PCR, às condutas 
básicas de RCP, registros dos acontecimentos e cuidados durante esse evento 
crítico têm sido lacunas significativas no conhecimento dos profissionais, o que 
reforça a necessidade de capacitação contínua da equipe. 
A detecção de fatores que afetam a qualidade da RCP pelo enfermeiro, 
serve de parâmetro para a implementação de melhorias e treinamento de toda 
equipe, pois nem sempre há a harmonia da equipe, uma vez que precisa lidar 
com o estresse pessoal, a falta de material, falhas de equipamentos, falta de 
familiaridade com os carrinhos de emergência por todos os profissionais da 
equipe de Enfermagem e a presença de familiares no início da assistência a 
vítima de PCR. 
Para os autores ao déficit de conhecimento está aliado à influências 
negativas que comprometem a qualidade dos cuidados prestados . 
28 
 
 
A assistência está diretamente ligada aos protocolos de atendimento que 
nem sempre são seguidos e/ou padronizados, entretanto cabe ao enfermeiro 
buscar solucionar os problemas e alterar a realidade junto à equipe . 
Num estudo para identificar o conhecimento dos enfermeiros durante um 
atendimento à PCR foi constatado que a maioria dos profissionais entrevistados 
(51%) admite não ter conhecimento das modificações da AHA, enquanto que a 
minoria (49%), porém representativa, afirma ter conhecimento relacionado ao 
assunto, embora, a insegurança e a ausência de educação permanente em 
saúde sejam fatores considerados determinantes. 
Em pesquisa realizada para avaliar o conhecimento de 153 profissionais 
de Enfermagem, enfermeiros, técnicos e auxiliares de Enfermagem, nas cidades 
de Pará de Minas, Papagaios e Pitangui em Minas Gerais, em relação à PCR e 
se houve o treinamento sobre o atendimento emergencial foi constatado que 
mais da metade dos profissionais, nunca obtiveram nenhum tipo de treinamento 
para obtenção de conhecimento técnico/científico sobre o assunto, ou sobre 
inúmeras mudanças dos protocolos que favorecem o atendimento da RCP, o 
que amplia significativamente o número de óbitos. 
Quanto aos cuidados prestados pela equipe de Enfermagem ao paciente 
com status pós PCR, um estudo destacou a necessidade de atualização da 
equipe sobre as diretrizes de RCP e a padronização das condutas de 
Enfermagem, pois estas são essenciais para a realização de um atendimento 
eficiente e de sucesso, o que reforça a necessidade de enfermeiros capacitados 
para atualizar e capacitar sua equipe para o sucesso do atendimento. 
Deste modo, acredita-se que as universidades e faculdades de 
Enfermagem devam ter uma abordagem mais enfática à PCR e RCP, tanto para 
com a teoria e aspectos clínicos, bem como a habilidade prática na construção 
do processo ensino aprendizagem. 
Ambos se complementam e tornam-se indissociáveis na concepção do 
produto final. 
Atualmente, o desenvolvimento das habilidades psicomotoras por meio 
de estratégias de simulação é um recurso bem aceito, que promove 
aprendizagens mais realistas e significativas, se tornando relevante para a vida 
do estudante e ao cenário profissional, trazendo perspectivas de uma boa 
atuação e redução do risco de complicações e óbitos pós PCR e/ou RCP . 
29 
 
 
Os desafios cotidianos vivenciados por enfermeiros no cuidado às vítimas 
de PCR em ambiente hospitalar são diversos e dentre eles destacaram-se a falta 
de capacitação dos profissionais, a falta de investimento em educação 
permanente em saúde e a falta de atendimento imediato, sistematizado e de 
qualidade, são fatores que possui um elevado risco de complicação e óbito no 
cenário brasileiro é elevado. 
Pois, verifica-se que há falta de investimento em educação permanente 
em saúde baseada em evidências, para que os profissionais possam aprimorar 
e adquirir conhecimentos que os tornemaptos ao reconhecimento da PCR, 
quanto aos novos protocolos e realização das condutas de RCP de forma 
sistematizada, principalmente o enfermeiro, que está à frente da equipe, além 
do desenvolvimento de mais pesquisas científicas na área. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
 
 
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