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Transtorno bipolar 1 Transtorno bipolar 30 de março: dia do transtorno bipolar ❗ Diagnóstico e tratamento normalmente são mais difíceis Alta mortalidade e alta morbidade: suicídio, gestação indesejada, IST’s, relacionamentos rompidos, alta criminalidade, desemprego Dificuldade de tratamento: paciente pode não responder porque não é a medicação ideal para ele ou pode não ter respondido por estar com o diagnóstico errado Definição de transtorno bipolar Crônico, recorrente, mudanças extremas de humor (mania ou hipomania), incluindo elevação isoladas ou associadas a depressões e períodos assintomáticos. Alteração de sono, energia, pensamento e comportamento. Mudança notável no funcionamento normal deste paciente. Consequência de um diagnóstico errado: altera a vida do paciente pra sempre, ele terá que ter acompanhamento psiquiátrico pelo menos a cada 2 meses, uso de psicofármacos para o resto da vida. Transtorno esquizoafetivo x Transtorno Bipolar Depende de qual tipo de manifestação predomina nesse paciente; se na sua maioria se manifesta com psicose e esporadicamente abre episódio de transtorno de humor, então provável esquizoafetivo. E o contrário, podemos pensar a favor de Transtorno Bipolar. Visão histórica Hipócrates Mania, melancolia, normalmente atribuida a fluidos corporais (bile negra) Areteu da Capadócia mania e e depressão mesma doença Falret escreve artigo “Folie Circulaire” (1º diagnóstico documentado) Karl Kahlbaum termo ciclotimia Emil Kraeplin (DSM 5) termo “psicose maníaco depressiva”, diferenciando de Dementia Praecox, esquizofrenia (sem deteriorização). Kraeplin classifica as doenças conforme seu quadro clínico e curso longitudinal, o que perdura até hoje Tipos e prevalências: Geral (vida e 1 ano): 2,4 e 1,5% Transtorno bipolar 2 Tipo I: episódios maníacos e episódios depressivos, prevalência na vida 0,6% a 1,2% Tipo II: episódios hipomaníacos e episódios depressivas 0,4 a 2% O que é necessário para diagnóstico do transtorno bipolar? Episódio maníaco ou hipomaníaco! (que não tenha sido causado por drogas, medicamentos, álcool…) O que é um episódio maníaco? (DSM 5) A. Um período distinto de humor anormal e persistentemente elevado, expansivo ou irritável e aumento anormal e persistente da atividade dirigida a objetivos ou da energia, com duração mínima de uma semana e presente na maior parte do dia, quase todos os dias (ou qualquer duração, se a hospitalização se fizer necessária). B. Durante o período de perturbação do humor e aumento da energia ou atividade, três (ou mais) dos seguintes sintomas (quatro se o humor é apenas irritável) estão presentes em grau significativo e representam uma mudança notável do comportamento habitual: 1. Autoestima inflada ou grandiosidade. (”ele se acha o dono da verdade”, pergunta de rastreio “o senhor se acha superior, inferior ou no mesmo nível das pessoas?”) 2. Redução da necessidade de sono (exemplo: sente-se descansado com apenas três horas de sono; pergunta de rastreio “dormia quanto nessa época?”) (importante saber como a pessoa se sente no dia seguinte); 3. Mais loquaz que o habitual ou pressão para continuar falando (pergunta de rastreio: “falava muito ou falava pouco?”) (esses pacientes podem falar tanto a ponto de não deixar o outro falar, as vezes nem respiram, mas isso pode ocorrer no TDAH, TAG também). 4. Fuga de ideias ou experiência subjetiva de que os pensamentos estão acelerados (frouxidão associativa). 5. Distrabilidade (exemplo: a atenção é desviada muito facilmente por estímulos externos insignificantes ou irrelevantes), conforme relatado ou observado. (também visualizado no TDAH, TAG; todos os transtornos mentais podem cursar com hipotenacidade) 6. Aumento da atividade dirigida a objetivos (seja socialmente, no trabalho ou escola, seja sexualmente) ou agitação psicomotora (exemplo: atividade sem propósito não dirigida a objetivos). 7. Envolvimento excessivo em atividades com elevado potencial para consequências dolorosas (exemplo: envolvimento em surtos desenfreados de compras, indiscrições sexuais ou investimentos financeiros insensatos). C. A perturbação do humor é suficientemente grave aponto de causar prejuízo acentuado no funcionamento social ou profissional ou para necessitar de hospitalização a fim de prevenir dano a si mesmo ou a outras pessoas, ou existem características psicóticas. D. O episódio não é atribuível a aos efeitos fisiológicos de uma substância (exemplo: droga de abuso, medicamento, outro tratamento) ou a outra condição médica. Nota: Um episódio maníaco completo que surge durante tratamento antidepressivo (exemplo: medicamento, eletroconvulsoterapia), mas que persiste em um nível de sinais e sintomas além do Transtorno bipolar 3 efeito fisiológico desse tratamento é evidência suficiente para um episódio maníaco. 💡 Por que hipomaníaco é mais difícil de diagnosticar? Manifestações mais sutis, podem ser confundidos com “personalidade” do paciente; pode atrasar o diagnóstico em até 10 anos. É fácil rastrear mania/hipomania prévia? Como é feita a pergunta? Quais os enganos mais comuns (depressão melhorada, TAG, TDAH, reação ao estresse) Isso porque o paciente com essas condições podem ter diminuição da energia e com o tratamento pode referir “aumento de energia” e isso pode confundir. 💡 TAG e hipomania: pode confundir muito, são parecidos. Então não esquecer de rastrear “Se preocupa mais com tudo ou é tranquilo?”; como também “tem muita ou pouca energia?” Confiabilidade do paciente (80% dos pacientes vão dizer que nunca tiveram episódio hipomaníaco) O familiar Questionários (MINI entrevista neuropsiquiátrico) Rastrear sempre, ou pelo menos em pacientes com depressão Relação entre genética e transtorno bipolar T. Bipolar é considerada uma doença com alta herdabilidade Gêmeos monozigóticos tem uma concordância de 60-70% Parentes de 1º grau: 2 a 16% Pacientes herdam a doença e a resposta aos estabilizadores de humor Além da genética, contribuem para surgimento do transtorno fatores ambientais e psicológicos Qual a diferença entre episódio maníaco e hipomaníaco? Duração 7d/4d (hipomania é 4? confirmar) Gravidade (mania é mais grave que a hipomania) Causa prejuízo funcional (as duas causam prejuízo funcional) Hospitalização (se precisou ser hospitalizado, provavelmente é mania) Psicose (se tem a presença de psicose, provavelmente é mania!) Transtorno bipolar 4 Sobre a classificação entre tipo 1 e tipo 2: é mais uma questão de referência, para sistematização, pedido de tratamentos, formulários. Na prática clínica não é tão relevante, pois os tipos podem ser mistos na prática. Sexo/início Prevalência em homem e mulheres 1:1 Episódios maníacos são mais comuns em homens Episódios com caracteristicas mistas mais comuns em mulhureseassim como T. B tipo II Mulheres tem taxa mais alta de ciclagem rápida (4 ou mais episódios em um nao) Data de início do T. bipolar 18-25 anos (transtorno depressivo maior inicia acima dos 25 anos) se um paciente teve um episódio depressivo grave aos 15, tem maior chance de ser t. bipolar, por o transtorno depressivo maior costuma aparecer depois dos 25 Pode iniciar na infancia? pode, ou até por volta de 50 anos (mania orgânica? iniciando pós 50, investigar outras causas) Carga de doença Sindrômicos, ou subsindrómicos em 50% do tempo da vida (princip. depressão); Trabalho prejudicado em 30%, ou mais do tempo Quanto maior o número de episódios, maior a chance de recorrênica Quanto mais episódios, mais longos, graves e refratários estes serão Quanto mais episódios, maior risco de demência (atrofia s. branca e cinzenta) atraso no diagnóstico de aprox. 10 anos, ou 4 episódios Diagnósticos errôneos mais comuns: T. depressivo maior e esquizofrenia Outros: TDAH, T.P Bordeline, T. pelo uso de substância pesicoativas O risco de suicídio no paciente com T. Bipolar é 1000x maior que na pop. normal principalmente episódios misto, junta a vontade de se matar coma energia para realizar isso. Adesão ao tratamento: o tratamento medicamentoso pode diminuir pela metade o surgimento de episódios além disso, diminui sua intensidade a má adesão ao tratamento é superior a 50% 50% a 90% dos pacientes que interrompem lítio recaem entre 3 a 5 meses fatores de risco p/ má adesão: homem jovem de pouco estudo Transtorno bipolar 5 uso de alcool, drogas associado início precoce, internações, tentativas de suicídios episódio misto, psicose, ciclagem rápida efeitos colaterais da medicação, baixas doses, melhora parcial Mania orgânica Por doença: TCE Tumor cerebral Esclerose múltipla AVC D. cushing Hipertireoidismo (mais comum) Por medicamento/droga de abuso: estimulante corticoide l-dopa antidepressivo b-adrenérgicos Especificadores dos episódios (dá o diagnóstico preciso) Gravidade: leve, moderado, grave, (não se aplicam a hipomania) Remissão (parcial ou total) Com características mistas (3) Com características melancólicas (pior de manhã, humor não reativo, insônia terminal, hiporexia) Com características atípicas (hipersonia, hiperfagia, reativo, paralisia de chumbo, rejeição interpessoal) Com características ansiosas Com psicose congruente com humor Com psicose incongruente com humor: exemplo deprimido e com delírios persecutórios Com catatonia Com início no periparto Com ciclagem rápida Padrão sazonal (toda época do ano a paciente fica dessa forma) Comorbidades mais comuns do T. bipolar: Psiquiátricas: Transtorno pelo uso de substâncias psicoativas (dependências): 43% isso dificulta o tratamento, como o paciente melhora se continua usando cocaína, por exemplo? Transtornos de ansiedade: 62% Pânico é o mais comum? TDAH Transtornos de personalidade (grupo B) Transtorno bipolar 6 T. alimentares Clínicas: HAS 30% Diabetes 17% Dislipidemia 22% Hipotireoidismo 19% Obesidade, enxaqueca Qual o desafio? Os tratamentos facilitam o ganham de peso, diabetes, HAS, sabendo que são comorbidades presentes, uma coisa piora a outra. Sinais indicativos de depressão bipolar Muitos episódios no ano Episódios de curta duração Início no pós parto Sintomas psicóticos associados Familiares com T bipolar Depressão de início precoce (antes dos 25 anos) Resistência, ou piora com antidepressivos Depressão atípica (hipersonia, hiperfagia, humor reativo) Irritabilidade, agitação psicomotora Tratamento da Mania/hipomania Na emergência: haldol 5mg + fenergan 50mgIM. Ou apenas haldol. Ou antipsicótico atípico. V.O ou IM? e benzodiazepínico? funciona Internar? se tá maníaco, sim T. bipolar ou mani secundária? se for por venvanse, tira o venvanse Agravantes? (estimulantes, álcool, antidepressivos, d. tireoideana: estes desencadeam ciclagem rápida) dá só o haldol, pq o fenergan vai deprimir demais? chegou maníaco e toma antidepressivo? tira o antidepressivo tá com alteração tireoideana? difícil melhorar assim Contém no leito! Monoterapia (50% melhoram): lítio (mania clássica: euforia, agitação) quetiapina, ác. valpróico (mistos), risperidona, aripiprazol (1ª linha) Transtorno bipolar 7 carbamazapina, olanzapina (dá sindrome metabólica, por isso não é primeira linha), haloperidol (2ª linha) Associação: lítio, ou valproato + atípico (quetiapina, risperidona, olanzapina) Não responde em 2 semanas, troca antes de tentar associar, potencializa doses. Psicoce associada? usar antipsicótico! Lamotrigina não é boa pra tratar mania! Pra prevenir mania sim, mas tratar não Medicamentos que podem ser medidos no sangue, medir! a pessoa pode metabolizadora rápida do medicamento Tratamento da depressão bipolar Avalaiar minuciosamente o risco de suicidio e itnernar se necessario lembrar ao prescrever que metodo suicida mais comum é intoxicação exogena retirar agravantes IMPORTANTÍSSIMO: O que funcionou, no passado (e foi bem tolerado)? garantir adesão ao tratamento 1ª linha: quetiapina (300-600mg) (efeito rápido) (paciente tá meio depressivo, não vai ser internado e precisa melhora rapido) lítio (0,8-1,2 sérico), lamotrigina (200mg ou mais: lento) (risco de stevens johnson, demora 6 semanas pra chegar em dose terapeutica, não é bom pra começar), olanzapina (5 a 20mg) Atenção: paciente depressivo, ideação suicídio, mora sozinho? não dar lítio! paciente pode tomar todo o lítio e morrer por intoxicação. Apesar do lítio se considerado um “anti suicida” ele precisa funcionar primeiro. Se não melhorar? Troca ou associa? não se associam 2 antipsicóticos! 2ª linha: antidepressivos: ISRS/bupropriona + LI/Valpr/atípico (polêmico). Evitar em pacientes com mania induzida por AD, mistos, ciclagem rápida. Educar sobre mania prodrômica. AD isolado, nunca Síndrome neurolépticos maníacos????? não peguei E as comorbidades? TB. com mais depressões, ou manias? psicoce? (20%) típico: Lítio não trata TAG, toc e pânico; Seria melhor os atípicos? quetiapina (CONFIRMAR) terceira escolha? ECT, adjuvantes (modafinil, levotiroxina, pramipexole), TMS, cetamina EV Mania psicotica em grávidas: ECT Tratamento de manutenção do T. B. Transtorno bipolar 8 Em geral, manter o que tratou depressão, ou mania aguda Usou antipsicótico para psicose, com Li/Val, suspende após 6 meses na manutenção Se medicamento funcionou para familiar com T. B. usar (lítio 70% chance) Medir níveis séricas, caso possível. Ef. terapêutico, ef. colaterais, metabolizadores Qual a polaridade dos episódios predominantes? 1ª linha: lítio (padrão ouro), quetiapina, valproato, lamotrigina 2ª linha: aripiprazol, olanzapina Se não melhorar, troca ou associa Associação: Li/val + quetiapina, lítio + valproato 2ª escolha: Li/Val/La+aripiprazol, Li/Val/La+olanzapina, Li/La Diagnóstico diferencial Transtorno depressivo maior TAG Mania induzida por droga/medicamento TDAH Transtorno da Personalidade Borderline Esquizofrenia/T. Esquizoafetivo Transtorno Ciclotímico Psicoeducação, psicoterapia e Apps Explicar o que é, os sintomas que sugerem hipomania/mania, porque tem que tomar remédio Psicoterapia não funciona na psicose e na mania! Detecção de pródromos de depressão e mania Gestão do estresse melhora da aderência ao tratamento estimula vida saudável evitar alcool drogas cafeína tavaco estimular atividade física sono regular descanso e lazar app: eMood diários para bipolares Nathália Farias
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