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semiologia abdome

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MD-643 
 
2o semestre de 2021 
ROTEIRO DE ESTUDO 
DEPARTAMENTO DE CLÍNICA MÉDICA 
FCM/UNICAMP 
 
DRA REGINA MARIA INNOCENCIO RUSCALLEDA 
 
 
EXAME FÍSICO DO ABDOME 
 
 
SUGESTÕES DE COMO ESCREVER COM COMENTÁRIOS DE 
SEMIOTÉCNICA 
 
 
Inspeção: formato: (plano, escavado, em batráquio, globoso, em avental), rede venosa 
visível ou não (em condições fisiológicas o sentido da corrente venosa é ascendente 
acima do umbigo e descendente abaixo deste), ausência de circulação colateral ou 
presença de circulação colateral* do tipo porta, cava inferior ou mista; cicatriz 
umbelical (plana, abaulada ou protrusa, com ou sem hérnia umbelical), ausência ou 
presença de hérnias incisionais, umbelicais, inguinais, crurais, visíveis em repouso ou 
após elevação do tronco ou manobra de aumento da pressão intra-abdominal. Presença 
ou não de cicatrizes cirúrgicas, movimentos peristálticos visíveis, batimentos aórticos. 
Presença ou não dos sinais de Cullen (equimose periumbilical por hemorragia 
peritoneal, na pancreatite aguda grave) e Grey Turner: equimose nos flancos ( causas 
idênticas ao do sinal de Cullen). 
*tipo porta- presença de cabeça de medusa e/ou veias xifoideas e longo torácicas 
superficiais dilatadas; tipo cava inferior- dilatação de veias subcutâneas e longo 
torácicas abdominais e inversão do fluxo venoso nesses vasos abaixo do umbigo; tipo 
mista ou porto-cava- apresenta características de ambas anteriores. 
 
Ausculta: ruídos hidroaéreos presentes, diminuídos, ausentes, aumentados (auscultar 
cerca de 20 segundos em cada quadrante), localização; frêmito hepático; ausência ou 
presença de sopros vasculares (aorta, artérias renais, ilíacas externas). 
 
Palpação superficial: indolor ou doloroso (intensidade da dor, leve moderada ou 
intensa) à palpação, descrever a região ou se em todo o abdome, a presença ou ausência 
rigidez da parede abdominal, compressão e descompressão dolorosa -Sinal de Blumberg 
no ponto de McBurney (localizado a dois terços da distância do umbigo à espinha ilíaca 
anterosuperior associado à apendicite) ou em outras regiões do abdome; tumores de 
parede ou intra-abdominais (teratomas, hipernefromas), tumorações pulsáteis 
(aneurisma de aorta abdominal) ou não (rins policísticos); útero gravídico após o 4o. 
mês, útero com miomas, bexigoma e bexiga neurogênica podem ser palpáveis em região 
suprapúbica; presença ou ausência de circulação colateral (estabelecer o sentido da 
corrente se ascendente ou descendente a partir da cicatriz umbelical) tipos porta, tipo 
cava inferior ou mista). Pesquisa de vascolejo e patinhação (com três dedos, em 
epigástrio e pode estar presente na distensão gástrica, com conteúdo líquido 
aumentado). 
 
Palpação profunda ou deslizante: estômago, cólon transverso, ceco, sigmóide, 
ascendente e descendente. Com maior frequência, em indivíduos saudáveis, o ceco e o 
sigmóide são palpáveis. Em pacientes mais magros, a grande curvatura do estômago e o 
colon transverso também, os demais segmentos mais raramente. Se houver tumoração 
ou tumorações palpáveis, descrever se são indolores ou dolorosas à palpação, 
localização, forma, tamanho aproximado do comprimento, largura ou diâmetro em cm, 
consistência, superfície, mobilidade, pulsatilidade. Exemplos de tumorações: rins 
policísticos, hipernefromas (tumores renais), pseudocisto de pâncreas, útero gravídico, 
útero com miomas, bexiga neurogênica. 
 
Fígado: percussão do limite superior, em hemitórax direito, em geral no 5º ou 6º 
espaços intercostais obtendo-se som maciço, punho-percussão dolorosa- nas distensões 
da cápsula hepática na insuficiência cardíaca congestiva; percussão dolorosa de área 
hepática circunscrita nos abscessos hepáticos- (Sinal de Torres Homem), som timpânico 
substituindo macicez hepática no pneumoperitônio- (Sinal de Jobert). Palpação 
superficial- às vezes é possível definir limites, superfície, consistência. Manobra do 
rechaço hepático- se houver ascite moderada a intensa, dificultando a palpação 
profunda. Palpação profunda- iniciar palpação desde fossa ilíaca direita. (métodos de 
Lemos Torres e de Mathieu), presença ou ausência de dor, borda hepática (fina, romba), 
a distância em cm do rebordo costal na linha hemiclavicular direita e no apêndice 
xifóide, superfície (lisa, irregular, micronodular, macronodular), consistência (mole, 
firme ou parenquimatosa, endurecida, pétrea) e pulso hepático. Realizar a técnica desde 
flanco direito no sentido transversal até o epigástrio, para se certificar se há aumento de 
lobos direito e esquerdo. 
 
Vesícula Biliar: inspeção-visível ou não, presença ou não do ponto cístico (localizado 
na borda subcostal direita, na linha hemiclavicular) doloroso à palpação profunda (sinal 
de Murphy- solicita-se ao paciente que faça respiração profunda ao mesmo tempo em 
que se comprime o ponto cístico. O paciente terá uma parada da inspiração devido à 
dor. A presença do sinal de Murphy indica irritação da vesícula biliar, e está presente 
em processos inflamatórios, especialmente na colecistite aguda. Presença ou não do 
sinal de Curvoisier-Terrier (icterícia e vesícula palpável- ‘Lei de Courvoisier‘, que diz: 
a dilatação da vesícula biliar é rara na obstrução do colédoco por cálculos e frequente 
por obstruções de outras naturezas. Sinal de Courvoisier-Terrier: refere-se à presença 
de vesícula biliar palpável secundária a dilatação, indolor e síndrome ictérica 
associada. É um forte indicativo de câncer pancreático (principalmente periampular), e 
pode ser usado para distinguir este da colecistite aguda ou coledocolitíase). 
 
Baço: O baço em indivíduos saudáveis não é percutível nem palpável, portanto, baço 
não percutível, não palpável. Percussão do limite superior no hemitórax esquerdo- em 
6º, 7º e 8º espaços intercostais na linha axilar anterior, 9º, 10º e 11º espaços intercostais 
na linha axilar posterior, sons submaciço ou maciço significa baço percutível. Palpação 
superficial- às vezes é possível definir limites, superfície, consistência. Palpação 
profunda- (métodos bimanual e Mathieu-Cardarelli, em decúbito dorsal ou em posição 
de Schuster, que corresponde ao hemidecúbito lateral direito, membro inferior direito 
estendido e esquerdo fletido (inclinação do tronco de 45º, que sensibiliza a manobra 
para pequenos aumentos do baço) presença ou ausência de dor à palpação, borda fina ou 
romba, superfície lisa ou irregular, consistência (firme, mole, endurecida) e presença ou 
não de chanfraduras esplênicas (duas ou três, em borda interna, às vezes é possível 
palpar). 
 
Rins: Palpação superficial- em geral não são palpáveis, exceto se existirem rins 
policisticos, hipernefroma, rins transplantados (em fossa ilíaca); palpação profunda- em 
geral não são palpáveis; às vezes em crianças, indivíduos magros os polos inferiores 
podem ser palpáveis e o polo direito situa-se em nível abaixo do esquerdo. l. Métodos 
de Trousseau e Israel. Regiões torácica baixa e lombar alta, lateralmente à musculatura 
paravertebral: Sinais de Murphy (Punho percussão) e Giordano (com borda ulnar da 
mão)- dor e retirada indicam acometimento renal, presentes em litíase, pielonefrite 
aguda. 
 
Aorta Abdominal: inspeção (pulsatilidade), palpação (tamanho em cm, características 
da parede), ausculta (batimentos, sopros), pesquisa de aneurisma. 
 
Hérnias: inguinais, umbelicais, crurais, escrotais e incisionais- descrever localização, 
tamanho em cm, se é redutível ou não. 
 
Percussão: som timpânico, submaciço, maciço, propedêutica de ascite presença ou não 
de macicez móvel, semicírculo de Skoda, descrevendo distância do processo xifóide em 
cm, sinal do piparote, Sinal de Jobert (pneumoperitônio), Sinal de Torres Homem 
(percussão dígito-digital intensamente dolorosa, localizada e circunscrita, característica 
de abscesso hepático).

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