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Doenças Infecciosas Hepatoesplenomegalias Febris: Etiopatogenia: - Inflamação; infecção; toxinas; drogas ; autoimune; colagenoses; - depósito excessivo - infiltração celular - congestão do fluxo sanguíneo - obstrução biliar _______________________________________________ Calazar / Leishmaniose Visceral: → Doença crônica sistêmica. A Leishmaniose Visceral é uma doença grave, causada pelo protozoário Leishmania chagasi, que é transmitido através da picada de um inseto chamado flebotomíneo (Lutzomyia longipalpis), popularmente conhecido por mosquito palha e que pode atingir pessoas e animais, principalmente o cão. Transmissão e Ciclo de Vida: 1. O mosquito infectado pica a pessoa e injeta promastigotas na pele. 2. As promastigotas são fagocitadas por macrófagos ou outros tipos de células mononucleares fagocíticas e se transformam em amastigotas (elas perdem o flagelo no vacúolo fagocítico). 3. As amastigotas navegam pela corrente sanguínea através dos macrófagos e alcançam vários órgãos do sistema reticuloendotelial, como fígado, baço e medula, se multiplicando (por divisão binária) em células de vários tecidos e infectando outras células. Doenças Infecciosas 4. Outro mosquito não infectado pica o indivíduo e se infecta com macrófagos que contém amastigotas, que se transformam novamente em promastigotas, e o ciclo se reinicia.. Sinais e sintomas: Esse tipo de leishmaniose afeta os órgãos internos, geralmente vísceras ricas em macrófagos: - baço, fígado e medula óssea. Algumas pessoas não apresentam sintomas. Em outras, os sintomas podem incluir: - febre alta - calafrios - diarreia - perda de peso - hepato e esplenomegalia. - pancitopenia → que consiste na redução das três linhagens hematopoiéticas levando à anemia, leucopenia e plaquetopenia. Fisiopatologia: Dentro do corpo humano, o protozoário vai migrar para o fígado, baço e medula óssea e causar inflamação. - Surgimento de uma resposta de perfil Th1. OBS: em alguns pacientes, o perfil de citocinas secretadas é diferente, eles geram maior secreção de IL-10, uma citocina que não estimula uma eliminação eficaz das formas amastigotas da Leishmania. Desse modo, a resposta Th1 acaba sendo frustrada. Tratamento: Existem medicamentos para eliminar os parasitas. Se não forem tratados, os casos graves costumam ser fatais. - Antimoniais pentavalentes - Anfotericina B Diagnóstico: - A tendência do hemograma é para pancitopenia (anemia, leucopenia e plaquetopenia) - Material da medula óssea. Doenças Infecciosas _______________________________________________ Questões: _______________________________________________ Malária: Doença infecciosa febril aguda. Etiologia: - É a parasitose que mais mata e infecta mais de 200 mil pessoas no mundo. 90% no continente Africano. - Países tropicais e subtropicais. - Brasil: principalmente na região Amazônica/Amazônia Legal. - Nas estações chuvosas tem o maior número de transmissão. Agente etiológico: → A malária é, causada por protozoários do gênero Plasmodium. - Plasmodium falciparum - P. ovale (África) - P. vivax - P. malariae. Transmissão e Ciclo de vida: → Transmitida pela picada da fêmea infectada do mosquito do gênero Anopheles, também conhecido como mosquito-prego. → No Brasil, o principal vetor é o mosquito Anopheles darlingi. → A fêmea do mosquito é infectada pelos esporozoítos do Plasmodium e, ao picar o ser humano, essa forma esporozoíta vai ser injetada e vai migrar para os órgãos e para o sangue. Doenças Infecciosas → No sangue do ser humano, ele penetra nas hemácias, mas, ao invés de iniciar nova esquizogonia, se transformam em elementos sexualmente diferenciados, os gametócitos. Porém, a reprodução sexuada só acontece dentro do mosquito, quando outro mosquito pica o ser humano infectado e adquire a forma sexuada. ● Ciclo pré-eritrocitário (hepático): → O esporozoíto passa a circular livremente por 30 a 60 minutos. - A primeira célula infectada é o hepatócito, que é a célula do fígado. - Ao penetrar na célula hepática ele se transforma em criptozoíto e acontece o primeiro ciclo de reprodução assexuada (esquizogonia), em que cada célula filha é a forma merozoíta do Plasmodium. → O processo todo dura de 6 a 16 dias, que é o período de incubação da malária. - Depois disso, os merozoítos rompem a membrana da célula, sendo liberados nos sinusóides hepáticos, infectando as hemácias que por ali passarem. ● Ciclo eritrocitário (hemácias): → Nas hemácias, começa o ciclo reprodutivo assexuado da esquizogonia eritrocitária, que é a principal fase responsável pelos sinais e sintomas da malária. → Esse processo dura de 48 a 72 horas. - Cada hemácia rompida libera de 24 a 32 merozoítos, que são capazes de infectar outras hemácias, dando prosseguimento ao ciclo. OBS: O Plasmodium possui uma diversidade de formas, que podem modular o sistema imune. As formas intra eritrocitárias ficam relativamente protegidas do reconhecimento do sistema imune. Transmissão parenteral: (merozoítos) - hemotransfusão - compartilhamento de agulhas - transplante de órgãos - congênita Sinais e sintomas: A gravidade da malária varia de acordo com a espécie de Plasmodium. Os sintomas ocorrem geralmente algumas semanas depois da picada, sendo os mais comuns: - calafrios - febre - sudorese - fadiga - mal-estar - tontura - tremores Pode haver: - dores abdominais - dor muscular - diarreia, náusea ou vômito - dor de cabeça, falta de ar, palidez - pele e olhos amarelados - ritmo cardíaco acelerado O P. falciparum causa febre terçã maligna (paludismo) → febre que reaparece a cada 3 dias. - Os recém nascidos não desenvolvem a doença por até 3 meses mas, entre 3 meses e 5 anos eles podem apresentar a forma grave da doença. Doenças Infecciosas Os pacientes mais propensos a desenvolver a doença são: - crianças até 5 anos - gestantes - indivíduos provenientes de região não malarígenas. OBS: a lesão hepática não evolui para cirrose ou fibrose hepática apreciável. Síndrome da esplenomegalia tropical ou Síndrome da malária hiperreativa: - Acomete preferencialmente o adulto jovem, geralmente negros. - Apresenta hepatoesplenomegalia volumosa, anemia e sintomas gerais. Fisiopatologia: Diagnóstico: Os critérios são: - Esplenomegalia volumosa de evolução crônica - Hipergamaglobulinemia acentuada - Alto teor de anticorpos circulantes contra os plasmódios da malária. - Infiltração linfocitária sinusoidal hepática. - Hiperesplenismo acentuado. - Regressão do quadro clínicolaboratorial após a terapia antimalárica prolongada. → O hiperesplenismo é revelado pela pancitopenia no hemograma. → Os exames mostram hipoalbuminemia com hipergamaglobulinemia (assim como na Leishmaniose visceral) Tratamento: Geralmente, pessoas que viajam para áreas onde a malária é comum tomam remédios preventivos antes, durante e depois da viagem. – O tratamento inclui medicamentos antimaláricos. P. falciparum: - Forma não grave. - Sulfato de alumínio (voltou a ser utilizado, devido ao predomínio das cepas de P. falciparum resistentes à Cloroquina. - Astemetar + Lumefantrina VO por 3 dias + Primaquina dose única no primeiro dia. - Artesuato timefloquina VO por 3 dias + Primaquina dose única no primeiro dia. P. vivax e P. ovale: - Cloroquina VO por 3 dias + Primaquina VO por 7 dias. _______________________________________________ Doenças Infecciosas Questões: _______________________________________________ Leptospirose: Doença infecciosa febril aguda causada pela espiroqueta → Leptospira interrogans. Leptospira deriva do grego “leptos” (fina) e do latim “spiros” (enrolada). São microrganismos aeróbicos obrigatórios, helicoidais, flexíveis e móveis, que podem permanecer viáveis em solo úmido ou na água por semanas ou meses, mas que precisam de um hospedeiro para manter seu ciclo vital. Transmissão e Ciclo de vida: Diversas espécies de mamíferos, répteis e anfíbios podem abrigá-la, mas o rato é o seu principal reservatório. → Ao se infectar, o rato não desenvolve a doença e torna-se portador,abrigando o germe no rim. → É transmitida ao ser humano através da urina desses roedores, ao entrar em contato com a pele em solos ou água contaminados. Doenças Infecciosas → Os surtos de leptospirose são muito comuns nas enchentes de verão, nas zonas urbanas e periurbanas do país. → Dentro do corpo humano, o verme vai migrar para o fígado e causar inflamação. Sinais e sintomas: - Na maioria das vezes, manifesta-se como uma doença febril, muito semelhante à dengue. - Febre alta - dor de cabeça - sangramento - dor muscular e nas articulações - dor na panturrilha - calafrios, fadiga - olhos vermelhos - irritação na pele - vômitos, diarreia Forma anictérica; 1. Fase da Leptospira: 3 a 7 dias (PRECOCE) - febre alta, calafrios, cefaléia, náuseas, vômitos e intensa mialgia, com frequente dor na panturrilha, linfadenopatia cervical, hepatomegalia e esplenomegalia. - Termina pela redução da febre de forma gradual, sem sudorese profunda. 2. Segunda fase - Imune: (TARDIA) - recrudescimento da febre, porém de menor intensidade. - determinadas complicações reativas podem acontecer, com queixas de cefaleia intensa, vômitos e estado confusional: → meningite asséptica (quadro semelhante ao da meningite viral) → uveíte (inflamação da camada média do olho (úvea)) - Pode se apresentar como uma forma grave e potencialmente fatal: a doença de Weil, caracterizada por: - icterícia - hemorragias - insuficiência renal aguda Síndrome de Weil: Ocorre na maioria dos pacientes, afeta principalmente o rim. → Bastante excreção de sódio e potássio. → Aumenta a diurese, paciente fica desidratado E no fígado: → Processo necrótico, perto da veia centro lobular. Processo de estase: não tem fluxo sanguíneo adequado). - hepatomegalia - esplenomegalia - hiperbilirrubinemia direta (colestase intra-hepática) → O paciente inicia o quadro idêntico ao da fase leptospirêmica da leptospirose anictérica. → Evolui de maneira fulminante para a síndrome multissistêmica. → Após 4 a 9 dias, as complicações que definem a síndrome começam a aparecer. Fisiopatologia: Afeta principalmente: - rim, pulmão, coração, fígado e músculos esqueléticos. Fígado: mudança de tecido parenquimatoso para fibrótico. Doenças Infecciosas Diagnóstico: - Ultrassonografia: exame barato, de fácil acesso, pode ver vísceras maciças. Tratamento: O tratamento é feito por meio do uso de antibióticos. - Penincilina g. cristalina → Sem tratamento, a leptospirose pode causar danos renais e hepáticos e até mesmo a morte. _______________________________________________ Questões:
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