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Medicina - Bruna Siqueira de Arruda CA���F��AÇÕES ����LÓGI��� CÁLCIO O cálcio é, principalmente, encontrado em forma de hidroxiapatita (ossos e dentes). As funções do cálcio são diversas: (1) processo de contração muscular; (2) coagulação sanguínea e hemostasia; (3) transmissão de impulsos nervosos; (3) excitabilidade celular (estabilidade de membrana); (4) liberação hormonal; (5) ativação enzimática (2º mensageiro); (6) manutenção da integridade estrutural de ossos e dentes. A quantidade sérica desse íon deve ser equilibrada (excesso e falta trazem prejuízos). O controle de cálcio é feito pela absorção intestinal (alimentação); oposição óssea (osteoblastos; depósito); reabsorção óssea (osteoclasto); excreção (urina, suor). Uma das formas de controle de cálcio é a partir de hormônios: paratormônio e calcitonina Se os níveis de cálcio estão elevados → liberação de calcitonina, que estimula a deposição de cálcio em ossos e a redução de absorção renal e intestinal. Se os níveis de cálcio estão reduzidos → liberação de paratormônio, que estimula a eliminação de cálcio dos ossos, o aumento da absorção intestinal e redução da excreção renal. ───────────────────────────────────────────────────────────────── 1 Medicina - Bruna Siqueira de Arruda CALCIFICAÇÃO PATOLÓGICA: deposição anormal de sais de cálcio e outros minerais que não obedece às regras do processo de calcificação fisiológica (em fibras de colágeno, formando a matriz osteóide), ou seja, acontece em substratos (“restos”) celulares e no meio extracelular, em tecidos moles (que não deveria sofrer calcificação). As calcificações patológicas podem ser: (1) DISTRÓFICA e (2) METASTÁTICA. Cal��fi��ção d���rófica ● Resultado de um modificação tecidual local ● É independente dos níveis séricos de cálcio; metabolismo de cálcio está normal ● Em áreas de necrose tecidual (lesão celular) área de lenta e progressiva degeneração (inicia com pequenos grânulos basofílicos periféricos resultantes da deposição concêntrica de cristais de hidroxiapatita) Necrose → exposição de lipídeos e proteínas → propicia o acúmulo de cálcio ● Iniciada a partir de lesão irreversível de mitocôndrias ou de estímulo extracelular ● MACROSCÓPICO: Sítio da lesão esbranquiçada; acúmulo de consistência arenosa ou pétrea; constatação do som de “ranger da navalha” ao corte na macroscopia. Em imagens radiológicas, os depósitos são vistos radiopacos. ● Exemplos: ○ Calcificação associada a estatonecrose observada em pancreatite aguda, resultado da combinação de ácidos graxos (triacilgliceróis sofrem ação de lipases pancreáticas). ○ Necrose isquêmica resultante de infarto agudo do miocárdio. 2 Medicina - Bruna Siqueira de Arruda ○ Calcificação em áreas de necrose caseosa na tuberculose (processos inflamatórios crônicos granulomatosos). ○ Calcificação de valvas cardíacas envelhecidas ou lesionadas, gerando comprometimento grave da movimentação. Obs.: calcificação distrófica de valvas aórticas é uma importante causa de estenose aórtica em idosos ● MICROSCÓPICA: acúmulo de característica basofílica (fortemente roxo). Coloração específica: Von Kossa (enegrecida) 3 Medicina - Bruna Siqueira de Arruda ● Possíveis mecanismos: ○ Fosfatase alcalina - geralmente observada nos processos normais de calcificação; a sua liberação está aumentada em tecidos lesados, o que facilita a formação de fosfato de cálcio. ○ Alcalinidade - em tecidos lesados/necrosados, a alcalinidade está elevada. O resultado é a redução da solubilidade de carbonato de cálcio, propiciando a precipitação do sal. ○ Presença de proteínas extracelulares - algumas proteínas possuem afinidade por íons de cálcio (exemplo: colágeno). Em tecidos necrosados, essas proteínas podem estar mais livres e essa associação acontecer mais facilmente, estimulando a deposição dessas proteínas associadas ao cálcio. ● Corpos de psamomas: calcificações arredondadas microscópicas com estruturas lamelares concêntricas; encontradas em algumas neoplasias benignas e malignas e em processos inflamatórios crônicos. ○ Presença de espaço esbranquiçado, como um aro. Carcinoma papilífero tireoidiano 4 Medicina - Bruna Siqueira de Arruda Cal��fi��ção m����táti�� ● Calcificação de tecidos normais em situação de HIPERCALCEMIA (ou seja, depende dos níveis séricos de cálcio). Obs.: raramente pode acontecer em situação de hiperfosfatemia ● Calcificação heterotópica (formação de tecido ósseo onde não existe ossos) ● Generalizada ou multifocal ● Principais causas: (1) Aumento da secreção de paratormônio decorrentes de tumores primários de paratireoides ou pela produção de proteínas relacionadas com o hormônio por tumores malignas Síndrome paraneoplásica: células cancerosas liberam mediadores que estimulam a paratireóide a secreção de paratormônio (2) Destruição óssea decorrente de renovação acelerada (exemplo: Doença de Paget), imobilização ou tumores. (3) Distúrbios relacionados a vitamina D (4) Insuficiência renal, resultando em retenção de fosfato → hiperparatireoidismo secundário (problema central não é na paratireoide). ● Principais locais de deposição: ○ Coração (interstício muscular) ○ Rins (epitélio tubular e interstício renal) ○ Pulmão (parede alveolar) ○ Mucosa gástrica (lâmina própria e membrana basal de glândulas) ● Teoria da alcalinidade dos órgãos: rins, pulmões e mucosa gástrica (muco alcalino) mais predispostos à precipitação de sais de cálcio devido ao pH. 5 Medicina - Bruna Siqueira de Arruda Macro e microscopicamente não há diferenças entre as duas calcificações: o que muda é somente no mecanismo de deposição de cálcio. Calcificação distrófica → lesão celular; independe dos níveis séricos de cálcio Calcificação metastática → hipercalcemia, ou seja, dependente dos níveis séricos de cálcio; tecidos normais ──────────────────────────────────────────────────────────── CALCULOSE ● Massas sólidas localizadas em estruturas tubulares ocas e sem fluxo sanguíneo ● Nefrolitíase (rins), colelitíase (vesícula biliar), coledocolitíase (colédoco), sialolitíase (glândulas salivares). ● Responsáveis por causar obstrução, lesão ou infecções ductais. Nefrolitíase (cálculos renais): - Saturação (excesso) constituintes do cálculo - Redução do volume urinário - Alterações de pH urinário - Ação bacteriana Atenção: NÃO CONFUNDIR COM CALCIFICAÇÃO!!!!! Calcificação ⇒ tecido Calculose ⇒ formação de massa sólida concreta (pedra) 6
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