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1 Khilver Doanne Sousa Soares Material restrito, favor não reproduzir nem distribuir sua posse!!! Nenhum serviço de impressão e xerox pode redistribuir este material a outros clientes!!! Clínica Cirúrgica, VII° A hemorragia digestiva alta (HDA) se refere ao sangramento gastrointestinal de origem proximal ao ligamento de Treitz na junção duodenojejunal. https://www.passeidireto.com/arquivo/56345409/gastrolo gia. Pode se manifestar de várias formas: hematêmese, vômito em borra de café, retorno de sangue vermelho vivo através de uma sonda nasogástrica e melena. Hematoquezia raramente acontece, mas é possível se a HDA for de grande volume! Pacientes com HDA podem ser separados nos grupos com lesões varicosas (esofágicas ou gástricas) e aqueles com lesões não varicosas (geralmente úlceras pépticas). As etiologias da hemorragia digestiva alta mais frequentes são: 1. Úlcera péptica (26%); 2. Gastrite/erosões (16%); 3. Esofagite (17%); 4. Nenhuma causa encontrada (12%); 5. Duodenite erosiva (9%); 6. Varizes (8%); 7. Gastropatia hipertensiva portal (4%); 8. Laceração de Mallory-Weiss (3%); 9. Malignidade (3%); 10. Ectasia vascular (2%). Tomar cuidado com possível síndrome de Dieulafoy: A lesão de Dieulafoy é uma causa rara de hemorragia gastrintestinal maciça e recorrente, extremamente difícil de diagnosticar. O sangramento decorre da ruptura de artéria calibrosa anormal, geralmente situada no centro de erosão superficial, circundada por mucosa de aspecto normal. A lesão localiza-se geralmente nos 6cm proximais à junção esofagogástrica, na curvatura menor. Escores O escore de Glasgow-Blatchford (GBS) e o escore de Rockall podem ser usados para decidir quem necessita de endoscopia urgente (nas próximas 12 horas), quem está estável o suficiente para ser internado e fazer uma endoscopia não urgente (em 24 horas) ou quem pode receber alta do pronto-socorro. Um escore de "0" indica baixo risco e potencial adequação para manejo ambulatorial ou adiamento do tratamento endoscópico. Um escore de "6 ou mais" está associado a um risco >50% de necessidade de https://www.passeidireto.com/arquivo/56345409/gastrologia https://www.passeidireto.com/arquivo/56345409/gastrologia 2 Khilver Doanne Sousa Soares Material restrito, favor não reproduzir nem distribuir sua posse!!! Nenhum serviço de impressão e xerox pode redistribuir este material a outros clientes!!! intervenção. https://endoscopiaterapeutica.com.br/assuntosgerais/hda -guia-resumido-de-condutas-desde-admissao-a-alta- hospitalar/. Dados comparativos sugerem que o escore GBS é superior ao escore Rockall para predizer os desfechos clínicos nos pacientes com hemorragia digestiva alta não varicosa. Um escore inferior a 3 indica um bom prognóstico, mas um escore total de 8 ou mais indica um alto risco de mortalidade. Classificação de Forrest Para avaliar as características relacionadas ao sangramento digestivo alto não varicoso, a classificação mais utilizada é a de Forrest. Diagnóstico Antes da realização de exames diagnósticos é importante coletar a história clínica completa. Atenção específica deve ser direcionada aos seguintes sinais e sintomas: Náuseas e vômitos: - Ausência de náuseas e vômitos + melena ou hematoquezia: fonte de sangramento distal ao piloro; - Vômito em borra de café: sangramento mais lento e mais sugestivo de úlcera péptica; - Hematêmese volumosa: lesão com sangramento ativo; - HDA após vômitos: laceração de Mallory-Weiss; Melena: - Sua presença por si só não indica EDA; Hematoquezia: é mais comum na HDB, mas está presente na HDA quando o sangramento é volumoso; OBS.: a realização de exame de toque retal é mandatória. A inspeção visual do períneo pode descartar a presença de hemorroidas externas. Exame de sangue oculto nas fezes deve ser realizado. Dieta: não é incomum pacientes confundirem gelatina ou comidas vermelhas no vômito como sangramento digestivo; Medicamentos: o uso de AINEs está relacionado ao surgimento de úlcera péptica, assim como o uso de + de 4 medicações; História de alcoolismo ou doença hepática crônica: está associado à hipertensão portal e isso predispõe o surgimento de varizes. É importante avaliar a cavidade bucal e eliminar possíveis sangramentos de gengiva, narina ou qualquer local do trato respiratório superior. Na úlcera péptica (UP), a ingestão de alimentos frequentemente melhora a dor abdominal; é comum ocorrer sensibilidade à palpação na região epigástrica média. O sangramento às vezes é acompanhado de dor na região epigástrica média ou de dor https://endoscopiaterapeutica.com.br/assuntosgerais/hda-guia-resumido-de-condutas-desde-admissao-a-alta-hospitalar/ https://endoscopiaterapeutica.com.br/assuntosgerais/hda-guia-resumido-de-condutas-desde-admissao-a-alta-hospitalar/ https://endoscopiaterapeutica.com.br/assuntosgerais/hda-guia-resumido-de-condutas-desde-admissao-a-alta-hospitalar/ 3 Khilver Doanne Sousa Soares Material restrito, favor não reproduzir nem distribuir sua posse!!! Nenhum serviço de impressão e xerox pode redistribuir este material a outros clientes!!! retroesternal em pacientes com laceração de Mallory-Weiss. A esofagite às vezes está associada à rouquidão. Exames Laboratoriais e de Imagem A EDA é o principal exame diagnóstico a se realizar nos pacientes. Antes de sua realização é importante considerar o uso de eritromicina. A infusão intravenosa de eritromicina antes da endoscopia pode ser considerada para melhorar o rendimento diagnóstico e diminuir a necessidade de repetição da endoscopia. Se possível devemos realizar a EDA nas primeiras 24 horas após internação hospitalar. Deve-se realizar hemograma completo e os índices de coagulação. OBS: se o nível de hemoglobina chega a 7 g/dL a transfusão de sangue pode ser iniciada. Nos casos em que a origem do sangramento não é evidente a partir da anamnese e do exame físico, uma tomografia computadorizada abdominal com contraste oral e intravenoso deve ser realizada. A endoscopia oferece aos médicos muitas opções de tratamento das causas de HDA. Métodos térmicos para induzir cauterização, injeção de soro fisiológico ou adrenalina diluída para induzir o tamponamento, clipes mecânicos. Tratamento A hemorragia digestiva alta que causa hipotensão, taquicardia, hipotensão postural ou outros sinais de choque hipovolêmico deve ser tratada com rapidez, devendo ser considerada a internação dos pacientes na unidade de terapia intensiva. Estabelecer imediatamente 2 linhas intravenosas de grosso calibre; Infundir cristaloides para manutenção da PA adequada; Em pacientes com evidente sangramento ativo contínuo ou que sofreram sangramento significativo: Realizar transfusão de concentrado de eritrócitos; Plasma fresco congelado para corrigir coagulopatia. Um inibidor da bomba de prótons (IBP) é necessário, e pode ser administrado por via intravenosa ou oral. As opções de IBP intravenosos incluem omeprazol, pantoprazol, lansoprazol e esomeprazol. HDA Varicosa Nestes casos, realizar administração IV de terlipressina até interrupção do sangramento ou por no máximo 5 dias. Outra alternativa é a infusão de octreotida em bolus intravenoso, seguida de infusão intravenosa contínua por 2 a 5 dias. Em casos de alto risco, pode-se realizar um shunt portossistêmico intra-hepático – caso a endoscopia falhe na ligação das varizes ou ressangramento. Um dispositivo de tamponamento com balão pode ser usado para controlar o sangramento até que o shunt seja colocado (sonda de Sengstaken- Blakemore para varizes esofágicas; balão de Linton-Nachlas para varizes gástricas). https://twitter.com/fercamriv/status/42897866014274764 8?lang=fr. https://twitter.com/fercamriv/status/428978660142747648?lang=fr https://twitter.com/fercamriv/status/428978660142747648?lang=fr 4 Khilver Doanne Sousa Soares Materialrestrito, favor não reproduzir nem distribuir sua posse!!! Nenhum serviço de impressão e xerox pode redistribuir este material a outros clientes!!! Os antibióticos profiláticos reduzem o risco de infecção, hemorragia recorrente e morte, e devem ser administrados por 7 dias. --------------------------- Resumindo. . . O que define HDA? Sangramento gastrointestinal acima ou próximo ao ângulo de Treitz Sinais da HDA? Vômito em borra de café, hematêmese, melena Pode haver hematoquezia? Sim SE a HDA for volumosa Quais as principais etiologias da HDA? Úlcera péptica (26%), gastrite/erosões (16%) e esofagite (17%) DIVIDIR A HDA EM: VARICOSAS E NÃO VARICOSAS Varicosas: causadas por varizes esofágicas ou gástricas, comumente por úlceras pépticas Quais escores utilizo para estratificação do risco nas HDAs? Glasgow-Blatchford e Rockall O que fazer com pacientes hipovolêmicos graves ou choque hipovolêmico?!? 2 acessos IV de calibre grosso + cristaloides * saber as classes de choque hipovolêmico e a conduta em cada uma Lembrar de avaliar necessidade de transfusão: HB <7 Coagulopatia? Realizar plasma fresco EDA só é realizada em pacientes estáveis – utilizar eritromicina antes da endoscopia Sangramento varicoso agudo?!? Não sei o que fazer?!? Balão das varizes esofágicas: Sengstaken-Blakemore ATENÇÃO aos pacientes com hipertensão portal: religo as varizes; não deu certo? Faço shunt portossistêmico Não varicosa: iniciar terlipressina até interrupção do sangramento ou por no máximo 5 dias. Se não resolver posso usar octreotida em bolus + infusão contínua por 2 a 5 dias Caso a origem do sangramento não for evidente após toda pesquisa: realizo TC abdominal + contraste Principais diagnósticos diferenciais das possíveis causas de HDA = úlcera péptica, Mallory Weiss, síndrome de Dieulafoy ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ BMJ Best Practice. Avaliação da hemorragia digestiva alta. Out. 13, 2020.
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