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AVALIAÇÃO DO TRATO URINÁRIO

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EXAME DO TRATO URINÁRIO DA CRIANÇA 
TIPOS DE EXAMES 
• Exames de urina; 
• Exame radiológico simples; 
• USG de vias urinárias; 
• Uretrocistografia miccional 
(UCM); 
• Urografia excretora (EU); 
 
• Exames de medicina nuclear: 
o Cintilografia renal: 
▪ Estática = DMSA 
▪ Dinâmica = DTPA. 
EXAME DE URINA SIMPLES 
• EAS (elementos anormais do sedimento) ou também conhecido como Urina tipo 1. Ele faz análise de três características da urina: 
físicas, químicas e sedimento urinário (eritrócitos, leucócitos, cristais e cilindros). 
COLETA DE URINA 
• A coleta da urina deve ser do jato médio em crianças com controle esfincteriano. Já em crianças sem controle pode ser realizada 
no saco coletor (não é a melhor opção, porém é o mais acessível e comum nas unidades), sondagem vesical (é invasivo e necessita 
de profissional habilitado, asséptico*) e punção supra-púbica (PSP- invasivo, complexo, profissional habilitado, e asséptico*). 
o *Proporciona maior confiabilidade do resultado pela assepsia existente. 
• A higiene completa da genitália com água e sabão sempre = evitar contaminação da amostra. Expor a glande e grandes lábios, 
limpar toda a região. 
• Coleta preferencial da primeira urina da manhã = isso evita que tenha uma proteinúria ortostática fisiológica que pode falsear o 
exame, além de maior fidelidade da concentração urinária, no mínimo 4 horas sem urinar. 
• Encaminhamento, o mais breve, para processamento. Se for demorar > 1 horas devemos refrigerar a amostra. 
AVALIAÇÕES 
• Avaliação visual: da cor, aparência e ao odor. 
• Medida de PH, densidade, teor de proteínas, glicose, eritrócitos, nitritos e esterase de leucócitos por meio de reagentes químicos 
em tiras (dipstick). Exame microscópico = sedimento urinário: quanto à presença de cilindros, cristais e células. 
COR/APARÊNCIA/ODOR 
• Clara e límpida. Cor – clara e cristalina a amarelo escuro. Dependendo da dieta, da concentração urinária e da presença de pigmentos 
(urocromo, uroeritina e urobilina), a cor urinária normal pode variar desde clara e cristalina até o amarelo escuro. Vários 
medicamentos e alimentos podem alterar a cor da urina. 
• Se turva: leucócitos, hemácias, células epiteliais, bactérias e cristais. 
• Odor normal é o urinoide. 
• Alterações de cor: hematúria, ITU, bilirrubinúria, hemoglobinúria, Mioglobinúria, cristalúria maciça. 
 
• Odor urinário acentuado, azedo ou fétido: situações de retenção urinária e de inflamação e produção elevada de amônia (ITU?). 
• Odor urinário adocicado: sugere presença de cetonas. 
• Condições raras e erros inatos do metabolismo: 
o “Açúcar queimado ou caramelado’→ doença do 
xarope de bordo. 
o “Azedo ou mofado” → fenilcetonúria. 
o “Pés suados” → acidemia isovalérica”. 
o “Manteiga rançosa” → hipermetioninemia. 
o “Sulfídrico-like – ovo podre ou cadáver em 
decomposição” → cistinúria e homocistinúria. 
DENSIDADE URINÁRIA 
• É a medida aproximada da concentração urinária (osmolalidade). Depende da concentração osmolar urinária e proporção de água 
e solutos urinários (1005 a 1020). Mede-se por hidrômetro/urodensímetro ou refratômetro ou estima-se por meio de reagente de 
tira. 
• Aumento: desidratação, baixa ingesta hídrica. 
• Diminuição: polidipsia, necrose tubular aguda e doenças com comprometimento túbulo-intersticial. 
PH 
• Em torno de 5,0 a 6,0 (variação de 4,5 a 8,0). Apresenta utilidade, na interpretação dos mecanismos de acidificação urinária, acidose 
tubular renal, acidose metabólica sistêmica e urolitíase O retardo no processamento da amostra pode elevar o PH devido à liberação 
de amônia pela quebra de ureia pelas bactérias. A infecção por germes produtores de urease pode elevar de modo significativo o 
PH. 
• A mensuração usualmente é realizada através da leitura da fita reagente em amostra recém-emitida, apresentando melhor acurácia 
através de análise eletrométrica e potenciometria com PHmetro. O PH urinário ácido promove cristalização de ácido úrico e cistina, 
enquanto o PH alcalino promove precipitação de fosfato e oxalato de cálcio. 
HEMOGLOBINA 
• Eritrócitos e hemoglobina livre. É detectada pela fita reagente. Hemoglobinúria pode estar relacionada à hemólise intravascular ou 
lise eritrocitária no interior do trato urinário. Resultados: 0 a +4 (traços até 3 a 4 Hc/campo é normal). Diagnósticos diferenciais de 
hematúria e hemoglobinúria. 
PROTEINA 
• Detectada por reagentes em tiras, reflete principalmente a concentração de albumina urinária. 
• Valores: negativa, traços < 0,3g/l, +1 (0,3 a 1g/L), +2 (1 a 3g/L), +3 (3 a 20g/L), +4 (> 20g/L). 
• Proteína de Tamm-Horsfall (secretada pelas células epiteliais dos túbulos), albumina, globulina, proteínas de baixo peso molecular. 
• Filtração glomerular/tubular. 
• Condições que podem causar proteinúria transitória são: febre, desidratação, atividade física, estresse, hipovolemia, etc. A 
proteinúria postural ou ortostática, ocorre quando se estabelece em pé, durante o dia, normalizando-se na posição supina, sendo 
mais comum em adolescentes e, em geral, apresenta bom prognostico evolutivo. A proteinúria persistente pode apresentar diversas 
causas, glomerulares e tubulares e deve ser avaliado pelo nefrologista pediátrico, pois pode constituir marcador de glomerulopatia 
e patologias túbulo-intersticiais. 
• Proteinúria: depende da excreção total de proteínas (realizar medidas quantitativas de proteínas urinárias). 
 
GLICOSE 
• Glicose – filtração glomerular, reabsorção tubular proximal. 
• É positivo quando glicemia > 180 – 200mg/dl, quando a carga de glicose excede a capacidade de reabsorção tubular proximal. 
• Glicosúria: indicativo de hiperglicemia e/ou disfunção tubular. 
• A glicosúria pode ser isolada (glicosúria renal) ou associada à uma disfunção tubular generalizada (síndrome de Fanconi). 
• Perda de controle esfincteriano pode ser glicosúria. 
CETONAS 
• O resultado é apresentado em positivo ou negativo. 
• Cetonuria: alteração do metabolismo da glicose, dieta cetogênica, infecções agudas, doenças hepáticas, jejum. 
• Cetonuria: alterações endócrinas e metabólicas e não reflete a disfunção renal.* 
• Uso de captopril, ácido ascórbico e fenazopiridina pode resultar em falso-positivo. 
BILIRRUBINAS E UROBILINOGÊNIO 
• Bilirrubina conjugada – hidrossolúvel. 
• Urobilinogênio: produto da BC metabolizada pelas bactérias do cólon. O seu metabolismo ocorre no fígado. 
• O urobilinogênio é uma produto da BC metabolizada pelas bactérias do cólon. Parte do UBG é reabsorvido e entre pela circulação 
portal, sendo a maioria metabolizada pelo fígado e pequena quantidade excretada na urina. 
o O aumento do UBG na urina pode ser detectado nas disfunções hepáticas. O aumento do UBG urinário com bilirrubina 
negativa pode ser visto em casos de hemólise ou hemorragia tecidual. 
o A redução do UBG urinário pode ser observada em casos de obstrução biliar grave (por ausência de bilirrubina intestinal) e 
na utilização de antimicrobianos de largo espectro (decréscimo da formação de UBG no cólon). 
NITRITO E LEUCOCITOESTERASE 
• Nitrito: positivo ou negativo. O nitrato é convertido em nitrito por bactérias gram negativas. Possui alta especificidade se coleta 
bem-feita. 
• Leucocitoesterase: neutrófilos que sofreram lise. Associados à situações de ITU bacteriana ou com piúria estéril e processos 
inflamatórios (febre, infecções virais, vulvovaginites por vários agentes etiológicos, glomerulopatia, nefrites intersticiais, 
urolitíase). 
• Embora especifico, nitrito positivo apresenta baixa sensibilidade (particularmente na infância), enquanto, leucocitoesterase 
apresenta alta sensibilidade e baixa especificidade. 
ERITRÓCITOS 
• A presença de sangue na fita reagente deve ser confirmada pela microscopia urinária quanto ao aumento de eritrócitos. 
• Valores anormais: 
o >/= 5 eritrócitos/campo de grande aumento. 
o >10000 hemácias/ml após centrifugação. 
• Origem da hematúria: 
o Glomerular: hemácias menores e dismórficas (espículas e dobras)+ cilindros hemáticos. 
o Não glomerular: forma e tamanho normais. 
EOSINÓFILOS 
• Análise não realizada de rotina, a presença de eosinofilúria (> 1% dos leucócitos urinários – coloração de Wright) pode ser 
observada em casos de nefrite intersticial relacionada com medicamentos, entre outros distúrbios renais, podem ter falso-positivos 
e negativos. 
• Outras causas: glomerulonefrite rapidamente progressiva, prostatite aguda, ateroembolismo renal. 
LEUCÓCITOS 
• Piúria: processo inflamatório, bacteriano?? 
• > 5 a 10 leucócitos/campo centrifugado. 
• Pode ter falso-positivo. 
• Devemos diferenciar neutrófilos x eosinófilos. 
• Eosinófilos: coloração vermelho brilhante ou branco-róseo. Esta presente em nefrite intersticial aguda, glomerulonefrite 
rapidamente progressiva, prostatite aguda, ateroembolismo renal. 
CÉLULAS EPITELIAIS 
• Escamosas, transicionais e as originárias dos túbulos renais, podendo ser detectadas em pequena quantidade na urina normal. 
resultam da descamação normal ou podem representar lesão epitelial devido injúria renal ou processos inflamatórios. Um grande 
aumento das células escamosas, originárias do terço distal da uretra, vulva ou vagina, pode ser um indício de contaminação. O 
aumento de células transicionais pode ocorrer após Cateterização e instrumentação urinária e nos carcinomas renais, enquanto o 
aumento de células tubulares pode ser observado na necrose tubular aguda e em casos de nefrotoxicidade. 
• Descamação normal ou lesão epiteliais (injúria renal ou alterações inflamatórias. 
CRISTAIS 
• Sua frequência é frequente na análise do sedimento urinário normal, apresentando muitas vezes, significado limitado e relação com 
a dieta, ingestão hídrica entre outros fatores físico-químicos promotores ou inibidores da cristalização urinária. 
• Ingestão hídrica, dieta, fatores físico-químicos promotores ou inibidores da cristalização urinária. 
• Cristais de oxalato, fósforo e urato de sódio → não indica necessariamente relação com litogênese. 
• Patológico: cristais de cistina, tirosina, leucina, fosfato-amônio-magnesiano e colesterol. 
CILINDROS 
• Néfrons distais, túbulos renais. 
• São agrupamento de substâncias em grande quantidade na urina. É de matriz glicoprotéica (Tamm-Horsfall) com elementos 
adicionais. 
• Cilindros: 
o Hialinos: observados em pacientes saudáveis, na febre, associada ao exercício, uso de diuréticos e nas doenças glomerulares 
e intersticiais. 
o Cilindros granulosos em condições saudáveis e nas doenças glomerulares, intersticiais e infecções. 
o Cilindros graxos na síndrome nefrótica. 
o Cilindros céreos na doença renal crônica. 
o Cilindros hemáticos: em glomerulonefrites, nefrites túbulo-intersticiais e na necrose tubular aguda. 
o Cilindros leucocitários nas pielonefrites, glomerulonefrites e nefrites túbulo-intersticiais. 
AVALIAÇÃO MORFO-FUNCIONAL DO TRATO URINÁRIO 
• Tem objetivo de detectar condições predisponentes para infecção e recidivas, avaliação da presença de lesão renal, prevenção do 
surgimento da lesão renal ou seu agravamento e é melhor prognóstico para o paciente. 
• Os exames que podem ser solicitados são: USG, radiológicos, cintilografia (DTPA e DMSA), urodinâmicos e urológicos. 
FLUXO URINÁRIO 
• Avalia a continuidade, volume e força da micção. Isso é a primeira defesa contra invasão, fixação e multiplicação bacteriana. 
• Devemos estimular o esvaziamento completo da bexiga e intervalo máximo de 3 horas e jato de 1 a 2 minutos. 
• Estímulo de micção ao acordar e antes de deitar. 
USG DE VIAS URINÁRIAS 
• Seguro, não invasivo, sem efeitos colaterais, baixo custo e é examinador dependente. 
• É usada para rastreamento no trato superior e inferior. Faz avaliação da dinâmica das vias de drenagem e da micção. 
• Avaliação: 
o Volume e tamanho renal. 
o Espessura e características 
do parênquima renal. 
o Diâmetro ântero-posterior da 
pelve. 
o Diferenciação córtico 
medular. 
o Espessura da parede vesical. 
o Resíduo pós-miccional. 
• Diagnósticos: 
o Morfologia dos ureteres. 
o Anomalias da posição e 
localização renais. 
o Hidronefrose – dilatação da 
pelve e dos cálices renais. 
o Cálculos e abscessos renais. 
o Investigação funcional da 
bexiga. 
o Dinâmica da micção. 
URETROCISTOGRAFIA MICCIONAL 
• Define a morfologia do trato urinário inferior. 
• Faz a avaliação da uretra, da bexiga e dos ureteres (quando há RVU). 
• Identificação de anomalias na forma e espessura da parede vesical (divertículos, ureteroceles), na uretra (estenoses ou válvula de 
uretra posterior – VUP) e a presença de RVU. 
• Identifica o grau de acometimento, se primário ou secundário. 
• É um método invasivo e tem riscos com o uso de contraste iodado. 
• Deve ser realizado quando UROCULTURA NEGATIVA e/ou uso de ATB (risco de ITU iatrogênica). 
• Indicações restrita a situações especiais. 
• Algumas malformações complexas com possibilidade de abordagem cirúrgica. 
EXAME DE MEDICINA NUCLEAR 
• Diagnóstica lesões de parênquima renal e avalia a função renal. 
• Cintilografia renal estática (DMSA): 
o Ácido dimercaptosuccínico (DMSA) marcado com tecnécio 99. 
o Injeção EV e captação renal medida em 2 a 4 horas. 
o Áreas de captação renal diminuída = pielonefrite ou cicatriz renal. 
o Padrão ouro para diagnóstico de cicatriz renal. 
o As indicações são: 
▪ Todos os lactentes com ITU febril. 
▪ Crianças com pielonefrite. 
▪ RVU. 
▪ Após 4 – 6 meses do episódio inicial de ITU. 
• Cintilografia renal dinâmica (DTPA): 
o Ácido dietilenotriaminopentacético (DTPA). 
o Evidencia a filtração e excreção renal. 
o Imagens sequenciais – captação pelos rins até eliminação pela bexiga. 
o Avalia se sistema excretor urinário está pérvio – diferencia processos obstrutivos funcionais dos anatômicos. 
o Indicado para pacientes com ITU associada a hidronefrose. 
o Contraindicado em pacientes com RVU. 
ESTUDO URODINÂMICO 
• Avaliação urológica da função vesical. 
• Análise: capacidade e pressão vesical, atividade do músculo detrusor e da musculatura do assoalho pélvico durante enchimento e 
micção. 
• Indicação: ITU com bexiga neurogênica e distúrbios miccionais. 
• Sonda vesical e eletrodos no abdome e períneo.

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