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NODULOS DA TIREOIDE AUTOR: PEDRO V.F. MEDRADO INTRODUÇÃO - O que são nódulos da tireoide? · São discretas lesões dentro da tireoide que é, distinta do parênquima tireoidiano ao exame de imagem. - Os incidentalomas são nódulos não palpáveis, detectados em estudos de imagem para outros fins (frequentemente benignos). - Os microcarcinomas são tumores de 1 cm ou menos correspondendo a 30-50% de todos os CA diferenciados. Não implicam necessariamente no tratamento, a escola japonese prefere fazer acompanhamento do que tratar. EPIDEMIOLOGIA - A prevalência é muito variável, pois depende do método diagnóstico usado e da região estudada. · Em geral, pela palpação concluímos que seria algo em torno de 4-7% da população, sendo a grande maioria dos casos benignos (95%). Os malignos perfazem cerca de 5% dos nódulos palpáveis. · A frequência aumenta para 27-67% da população quando empregada a USG. · Nódulos únicos à palpação cerca de 50% e nódulos adicionais à USG 16-48%. · Dados de necropsia tem uma prevalência de 30 a 50% - Dos 4-7%, cerca de 6% são no sexo feminino, e 1% no sexo masculino. Embora, quando presente no sexo masculino a chance é 3x maior de malignidade. - A incidência anual é de 0,1% ao ano ETIOLOGIA - Etiologias · Benignas · BMN · Adenoma folicular · Adenoma célula de Hürthle · Tireoidites · Cistos · Malignas · CA papilífero (80%) · CA folicular (10%) · CA células Hürthle · CA medular · CA medular · CA anaplásico · Linfoma · CA metastático - Fatores de risco · Idade – extremos de idade (acima dos 50 anos e na infância com 40-60% de chance) · Sexo – sexo masculino 2-3x de malignidade · Doenças associadas – doença de graves, síndrome NEM 1, síndrome de Gardner (polipose intestinal familiar) · História familiar – CA papilífero familiar e CA medular familiar · História de irradiação cervical – fator de risco isolado importante (crianças tratadas para linfoma, acidente nuclear de Chernobyl) · Aumenta a incidência de nódulos benignos e malignos · Velocidade de crescimento e tamanho – >4cm ou crescimento rápido ao ano · Sintomas locais – fixação, sintomas compressivos, adenomegalia cervical e paralisia de cordas vocais (atinge o nervo laríngeo recorrente) CLÍNICA - Alteração funcional e importância clínica · 5-10% dos nódulos palpáveis são autônomos, e causam hipertireoidismo · Os nódulos podem ser únicos (Plummer) ou multinodulares · A possibilidade de nódulo hiperfuncionante ser maligno é remota (praticamente não existe) · Ou seja, a tireotoxicose por nódulo raramente se tratará de um câncer · Câncer de 5 a 6,5% · A mortalidade dos nódulos é baixa Quando investigar? · Todos os nódulos palpáveis precisam ser investigados · Quanto aos nódulos não palpáveis há uma divergência de escolas – escola americana acima de 1,5cm deve ser investigado, e na escola japonesa acima de 1 cm. · Professor prefere 1,5 cm · A investigação é feita com USG, PAAF e história clínica · O PAAF e USG são exames operadores dependentes DIAGNÓSTICO – avaliação laboratorial · Testes da função tireoidiana – TSH, T3 e T4 · Anticorpos anti-tireoideanos – serve afastar tireoidite de hashimoto · Cálcio e Calcitonina – carcinoma parafolicular de células C (medular) - Diante de um hipertiroidismo eu solicito uma Cintilografia · Se for um Nódulo quente e Frio ou nódulo frio em doença de Graves – é feito uma PAAF do FRIO · Se o nódulo for indeterminado – é feito uma cintilografia pós-supressão do hiperT · Se for nódulo de Plumer – é feito Radioiodo ou cirurgia - Em resumo – extraído de Amanda Leocádio - Identifiquei um nódulo à palpação, e ainda não sei o aspecto do nódulo, eu solicito uma ultrassonografia para avaliação. Nesse exame, vou verificar: · Laudo com todas as características ultrassonográficas da tireoide · Sinais de suspeição de doença maligna da tiroide · Presença de microcalcificações falam a favor de malignidade · As calcificações grosseiras, por outro lado falam a favor de inflamação. · Extensão extraglandular · Forma da tireoide – a altura maior que a largura é indicativa de malignidade. · Nódulo hipoecogênico é sinal de malignidade. · Um achado hiperecoico indica de nódulo cístico · Contornos irregulares – malignidade · Crescimento rápido · Vascularização – neovasos para nutrição do tumor, o aspecto vascular é diferente INVESTIGAÇÃO COM USG Microcalcificações - Agrupada em um ou vários focos, são confluentes com sombras (diferenciar das grosseiras) - Microcalcificações duas possibilidades de câncer da tireoide: papilífero ou medular - Presente em 29-59% dos tumores papilíferos ou medular - 75% de malignidade em nódulos solitários - Halo parcial - Microcalcificações mesmo sem nódulo aparente Extensão extraglandular - Está presente em 36% dos casos, principalmente no papilífero e especial em crianças - O envolvimento pode ser · Extracapsular – desaparece a imagem da parte da cápsula comprometida · Muscular · Nervo recorrente laríngeo · Vascular (carótida e jugular) – texturização no interior dos vasos · Traqueia Contorno - Altura maior que a largura (inversão) - Contornos – isoladamente tem baixa especificidade (tumores papilíferos podem ser bem delimitados) e o sinal do Halo só é valido se é completo Ecogenicidade e crescimento - Normalmente mais hipoecoicos - O crescimento é um pobre marcador, pois alguns tumores malignos podem ter uma estabilidade de crescimento Quanto à vascularização - Classificação de Chammas · I – Ausência de vascularização · II – Vascularização periférica · III – periférica>central · IV – Central> periférica (pode ser maligno) · V – Central (é maligno) - A avaliação é feita com USG Doppler Adenopatias patológicas · Aspecto circular · Perda do halo ecogênico · Aumento do tamanho · Margem irregular · Textura heterogenia · Calcificação/cistificaçao · Hipervascularização/distribuição anárquica vascular · Incidência – 19% papilífera, medular >50%, crianças 90% Granuloma por corpo estranho - Achados benignos, que geralmente ocorre por fios de sutura ou procedimento, podem ser múltiplos ou avascular TI-RADS · TI-RADS 1 – 0 pontos · Benigno · TI-RADS 2 – 2 pontos · Não Suspeito – seguimento · TI-RADS 3 – 3 pontos · Levemente suspeito – acima de 1,5 seguimento, PAAF acima de 2,5 cm · TI-RADS 4 – 4 a 6 pontos · Moderadamente suspeito – acima de 1 cm seguimento, PAAF acima de 1,5 cm · TI-RADS 5 – 7 ou mais pontos · Altamente suspeito – acima de 0,5 cm seguimento, PAAF acima de 1 cm INVESTIGAÇÃO COM PAAF - Enquanto na classificação de Chammas e TI-RADS é feito via ultrassom, na Chammas é aplicado um Doppler. Por outro lado, na Bethesda é feita com base no PAAF - PAAF · A única limitação, não consegue distinguir entre um adenoma folicular ou um câncer folicular · É o melhor método de avaliar malignidade · Com ele fazemos a classificação de BETHESDA BETHESDA · I – Não diagnóstico / amostra insatisfatória · Isso se deve à qualidade do material, tanto a PAAF quanto o USG são operador dependente. Além disso, a PAAF é lesão dependente · Se nas próximas PAAF vier material repetidamente hemático, há uma indicação de cirurgia (10% chance de maligno) · Quando considerar? Se há pelo menos 6 grupos de 10 células foliculares por lâmina. A exceção é o bócio colóide, nódulos sólidos com inflamação ou atipias. · II – Benigno · Representa cerca de 70% dos casos, e o risco de malignidade é de 0,3% · A chance de falso negativo é de 1-10% dos casos. · Reconsiderar PAAF se há mudanças de característica dos nódulos · III – Atipia de células ou lesão folicular de significado indeterminado · 3-18% das PAAFs, tem baixa reprodutividade. · É considerado aquele que não preenche critérios para neoplasia · Nódulo adenomatoso ou neoplasia folicular · Conduta – repete PAAF em 3 meses e correlacionar a clínica com o USG. Mas cerca de 20-25% persiste o diagnóstico. · IV – Neoplasia folicular ou suspeito para neoplasia · Chance de câncer é de 12-32%, a conduta é cirurgia de hemitireoidectomia. · V – Suspeitos para malignidade · Amostras com qualidade, porém em quantidade insuficiente para definir nódulo maligno. · Podem representaras variantes incomuns de CA papilífero e medular, como o tumor trabecular hialinizante de difícil diagnóstico diferencial com CA papilífero. · Valor preditivo positivo de 60 a 85% · Conduta · Cirurgia (congelamento) · Se suspeito de medular – a Calcitonina ou imuno histoquímica · Se suspeito de linfoma – Re PAAF e imuno-histoquímica. · VI – Maligno · Papilífero: papilas, psamomas e núcleos vazios. · Medular: células padrão triangular, navicular, granulações eosinofílicas · Anaplásico: esfregaços supercelulares e superatípicos CONDUTA - A cirurgia é o tratamento indicado para todos os carcinomas de tireoide, mas antes é necessário fazer uma avaliação cuidadosa pré-operatória. - Se o paciente tiver alteração da voz ou rouquidão, por exemplo, o tal deve ser submetido à laringoscopia indireta.
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