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Universidade Federal de Santa Maria Gabrieli C Tomasi Exodontias Complexas Realizadas quando há alguma dificuldade em realizar a técnica convencional. O que devo saber? » Anatomia; » Semiologia; » Técnicas anestésicas; » Princípios cirúrgicos; » Planejamento pré-operatório bem delineado. Preparo do paciente » Preparo psíquico do paciente (em alguns casos, pode ser necessário a sedação consciente com óxido nitroso); » Medidas gerais e locais (pensar na saúde sistêmica e demarcar sítio cirúrgico); » Definir posição do operador e paciente (inferior – 45º; superior – paciente bem deitado); » Isolamento do campo operatório e afatamento. Classificação das técnicas cirúrgicas (graziani, 1968) TÉCNICA PRIMEIRA: é aquela em que se realiza a remoção do elemento dentário com a utilização do fórceps. TÉCNICA SEGUNDA: se dá através da utilização de elevadores, extratores ou alavancas. TÉCNICA TERCEIRA: é a técnica retalho, muito presente nas exodontias complexas. exodontia a retalho ð RETALHO: é a divisão dos tecidos moles em todas as suas camadas, demarcada por uma incisão cirúrgica permitindo acesso adequado aos tecidos subjacentes, seja ósseo, dentário ou alguma patologia associada. Características: incisão precisa e mucoperiostal; base do retalho precisa ser mais ampla que extremidade livre para que tenha suprimento sanguíneo; a via de vascularização do retalho deve ser ininterrupta; as incisões devem ser retas e longas para permitir visualização do campo e que o afastador repouse em osso sadio. ð Exodontia a retalho é quando precisamos expor o campo operatório de maneira adequada. ð Se precisamos chegar em um sítio cirúrgico e realizamos uma incisão pequena demais ou sem uma relaxante, podemos levar a uma laceração tecidual, impedindo a coaptação das bordas da ferida e a cicatrização é retardada. ð Portanto, a exposição do campo operatório deve ser adequada, e em alguns casos, até mesmo extra-oral se tratando de uma placa mais robusta. ð Os procedimentos da exodontia complexa são: » Incisão; » Ostectomia: corte com remoção do osso (osteotomia é corte do osso sem remoção); » Odontossecção. Ostectomia e odontossecção são procedimentos realizados na sequência do retalho para auxiliar na remoção do elemento que pode estar retido. TIPOS DE INCISÕES ð Incisão em Envelope/Sulcular: aquela em que não há relaxante. É preciso 2 dentes anteriores e 1 posterior ao ser extraído. ð Incisão de Neumann/Triangular: apresenta 3 ângulos. É uma incisão com uma relaxante. ð Incisão de Novak-Peter/Quadrangular: também chamada de Neumann modificada. Apresenta 2 incisões relaxantes – a de Neumann e mais uma criada por Novak- Peter. Universidade Federal de Santa Maria Gabrieli C Tomasi Exodontias Complexas ð Incisão de Partsch: também chamada de semilunar, em razão do seu formato. Incisão alta. Para quando for preciso acessar o ápice de um elemento dentário, pois dá acesso direto. ð Incisão Palatina: utilizada para remoção de dente retido no palato. Precisa de uma amplitude que faça com que haja tecido ósseo sadio para repousar o afastador. É preciso espaço de tecido ósseo ao redor da área de ostectomia, ou seja, é preciso um retalho amplo, normalmente feito de PM a PM, podendo envolver um molar, dependendo da localização. Pode precisar de mais precisão em função do tecido mais espesso. ð Incisão em Y de Mead: ð Incisão Wasmund: para quando for necessário um acesso mais alto, próximo ao ápice dentário. É uma incisão quadrangular alta, deixando as papilas livres. Normalmente envolve o dente em questão e na altura 2 dentes as relaxantes oblíquas. ð Incisão de Ochsenbein-Luebke: incisão alta quadrangular não retilínea, que contorna as papilas, os colos dentários. Na prática clínica não é uma das melhores incisões, pois no momento da sutura podem ficar tensões. ð Retalho Palatino Pedunculado: também chamado de retalho em raquete. Utilizado em casos de comunicação bucosinusal. O retalho tem como suprimento sanguíneo a artéria e via palatina maior. Desenhar o retalho palatino, rodar esse retalho para tapar a comunicação bucosinusal e a fístula oroantral e assim haverá uma área de tecido ósseo, na qual o retalho exposto é um tecido que irá cicatrizar por 2ª intenção. Para auxiliar, coloca-se uma gaze com hipogloss, vaselina, pomada colagenase ou cimentos cirúrgicos. TÉCNICA ABERTA 9 É realizada uma incisão relaxante oblíqua até a região anterior a ser atingida. Sempre com apoio para o bisturi. Após a incisão, faz-se a divulsão tecidual com os instrumentais próprios para isso. Posteriormente é feito o afastamento. O afastador deve apoiar em tecido ósseo sadio. 9 Para a ostectomia, são utilizadas brocas longas, normalmente em baixa rotação. Em maxila, geralmente não utilizamos alta rotação pelo risco de enfisema. Há a possibilidade de utilizar os cinzéis e martelo. Removemos osso em quantidade suficiente para se obter apoio para fórceps ou elevadores. Brocas: tronco-cônica - 701, 702, 703 esférica - 6, 8, 10 (para um acesso maior). Sempre acionar sobre irrigação com soro na porção ativa da broca para preservamos o tecido ósseo. 9 Realizamos a odontossecção quando a ostectomia não foi suficiente para a remoção de um elemento dentário. Universidade Federal de Santa Maria Gabrieli C Tomasi Exodontias Complexas INDICAÇÕES: dentes multirradiculares com coroa destruída; raízes divergentes e volumosas; dentes decíduos com germe do permanente entre suas raízes. à INDICAÇÃO: raízes residuais sem apoio; situações que exijam forças excessivas capazes de gerar fraturas; presença de osso espesso ou denso; dentes reimplantados, pois normalmente apresentam anquilose; evidência de atrição grave; raízes dilaceradas ou divergentes; hipercementose; dentes amplamente cariados/restaurados; dentes inclusos ou impactados. à PRÍNCIPIOS DE PLANEJAMENTO, EXECUÇÃO E MANUSEIO ADEQUADO DO RETALHO: planejar a demarcação da incisão (Neumann ou Wasmund); o suprimento sanguíneo precisa ser adequado; o retalho precisa ser suturado para poder ser reposicionado; espera-se cicatrização tecidual adequada, por isso devemos apreender o tecido com delicadeza. DENTES UNIRRADICULARES ð Necessário: acesso, visualização adequada (retalho mucoperiostal ou envelope); tentar colocar o fórceps por visão direta. Em alguns casos, incisão relaxante e extrator podem ser necessários. DENTES MULTIRRADICULARES ð Mesmo procedimento, porém em caso de coroa íntegra, pode ser necessário secciona- la; se não houver coroa, pode ser necessário dividir as raízes. Em alguns casos, ambas as técnicas podem ser feitas. ð Podemos fazer uma odontosecção vertical, separando 2 raízes, ou podemos fazer odontosecção horizontal, separando a coroa das raízes. Também pode-se fazer odontosecção combinada (primeiro uma vertical e depois horizontal para a menor remoção possível de tecido ósseo). ð Confecção de retalho adequado; remoção óssea; divisão do dente com broca; transformar em vários dentes unirradiculares; se a coroa estiver íntegra - seccioná-la; se não houver coroa divide-se as raízes; alavancas; fórceps (se necessário). à MOLARES INFERIORES: quando é feita a odontossecção vertical, coloca-se o extrator entre as raízes na altura da coroa com o intuito de transformar o dente em dois PM. Com um fórceps de PM, remove-se a raiz mesial, e depois a outra raiz. Outra alternativa: expor furcas e seccionar a raiz mesial; extrair a coroa só com a raiz distal e posteriormente a raiz mesial. à MOLARES SUPERIORES: em caso de coroa intacta, as raízes vestibulares podem ser separadas, e a palatina é extraída com a coroa; depois, luxar as 2 raízes vestibular e extrair uma de cada vez. Remoção de pequenos fragmentos e ápices radiculares: necessário iluminação e aspiração adequadas. Umalima endodôntica 80 pode ser utilizada, ou então as alavancas apicais. Ter cuidado com a proximidade com o seio maxilar. EXTRAÇÕES MÚLTIPLAS ð Plano de tratamento para reabilitação; ð Extrações sequenciais » Superiores: posteriores; anteriores; 1º molar; canino. » Inferiores: posteriores; anteriores; 1º molar; canino. ð Sempre iniciar pelos dentes superiores, pois debris podem cair durante o ato operatório e se estivermos com os alvéolos inferiores abertos, esses fragmentos podem agir como corpos estranhos. ð Primeiramente os dentes posteriores e depois os anteriores, deixando o 1º molar e o canino por último, pois são mais difíceis. O canino é sempre o último a ser extraído, e a remoção dos dentes contralaterais fragilizam Universidade Federal de Santa Maria Gabrieli C Tomasi Exodontias Complexas as tábuas ósseas mesial e distal do canino, facilitando sua remoção. ð Precisamos: estender a divulsão tecidual (pequeno retalho em envelope, expor as cristas ósseas, ter cuidado com a luxação – se formos extrair todos, pode ser colocado o elevador entre os dois dentes para luxar); remoção com fórceps; ostectomia vestibular se exigir força excessiva; reposicionar tecido mole; palpar rebordo; regularização. NOVAS TÉCNICAS ð Ao realizar um implante, deve-se pensar em uma cirurgia o mais atraumática possível. ð É colocada uma peça no dente, feita uma perfuração dentro da raiz, colocada uma broca, um apoio e puxa-se o dente, preservando toda a estrutura óssea. ð Há periótomos flexíveis que fazem o corte das fibras do ligamento periodontal ao redor do dente. O periótomo é inserido entre a tábua óssea e a raiz do dente. CUIDADOS COM O ALVÉOLO ð Manobra de Chompret; ð Curetagem; ð Remoção de septo interradicular; ð Irrigação; ð Manobra de Valsava em dentes superiores; ð Obtenção de coágulo; ð Hemostasia; ð Manter fundo de vestíbulo; ð Sutura adequada. » Reposicionamento do retalho com função de coaptar margens da ferida, mantendo o retalho em posição e possibilitando a cicatrização; manutenção do coágulo; hemostasia. » Fios de sutura não-absorvíveis em cirurgia dento-alveolares. Em casos de pacientes especiais (cirurgia hospitalar), aí sim utiliza-se reabsorvíveis. O primeiro ponto é o ângulo da relaxante. Posteriormente, suturar o envelope, as papilas e por último a relaxante (1, 2 pontos, o quanto for necessário para o fechamento). PÓS-OPERATÓRIO ð Controle e prevenção do edema; ð Controle da dor; ð Controle da infecção; ð Recomendações.
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