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Reações Adversas às Drogas

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Reações Adversas às Drogas
Introdução 
• Eritema pigmentar fixo; 
• Eritema multiforme; 
• Síndrome de Stevens-Johnson; 
• Necrólise epidérmica tóxica; 
• Eritema nodoso; 
• Urticária; 
• Vasculite. 
 
Eritema pigmentar 
fixo 
• Forma frequente de erupção por droga que 
se caracteriza pela recidiva sempre no 
mesmo local, ainda que novas lesões pos-
sam surgir simultaneamente em outras áreas. 
 
→ 
 
• Mancha de cor vermelho-azulada, redonda 
ou oval, com limites nítidos; 
• Há prurido e sensação de queimação; 
• Manchas podem desaparecer em semanas 
ou permanentes; 
• Qualquer droga pode desencadear este tipo 
de reação. 
 
→ 
• Analgésicos e antipiréticos (dipirona, sali-
cilatos, fenilbutazona); 
• Anovulatórios; 
• Tetraciclinas; 
• Barbitúricos; 
• Sulfas; 
• Fenolftaleína. 
 
→ 
• A diagnose é fundamental para exclusão 
do agente responsável; 
• Inquisição minuciosa; 
• Muitas vezes, paciente apresenta por 
longo período de tempo, decorre com surtos 
repetidos; 
• Não é necessário tratamento, apenas afas-
tar agente causal; 
• Tratar hipercromia residual se for necessá-
rio. 
 
Eritema multiforme 
• É uma síndrome de hipersensibilidade; 
• Caracteriza-se pelo aparecimento súbito 
de lesões eritêmato-vésico-bolhosas na pele 
e/ou mucosas, 
 
→ 
• Viroses: herpes simples (mais comum); 
• Drogas: anti-inflamatórios não hormonais, 
analgésicos, barbitúricos e sulfas; 
• Bacterioses: infecções de vias aéreas su-
periores (ocorre de 2-3 semanas após a in-
fecção); 
• Micoses: histoplasmose e coccidioidomi-
cose. 
 
→ 
 
• Início súbito; 
M a r i a n n e B a r o n e ( 1 5 A ) D e r m a t o l o g i a – P r o f . F á b i o H e i d i S a k a m o t o 
• Lesões eritêmato-papulosas ou eritêmato- 
vésico-bolhosas ou purpúricas; 
• Classicamente, manchas eritêmato-ede-
matosas com vesícula central (lesões em 
alvo); 
• As mucosas podem estar comprometidas 
(enantema e erosões ou manchas esbranqui-
çadas) 
 
→ 
• Infiltrado perivascular, principalmente, de 
células mononucleares; 
• Edema na derme papilar com formação de 
vésico-bolhas; 
• Depósitos de IgM e C3 são encontrados 
eventualmente nas paredes dos vasos 
• Exame histopatológico e a imunofluores-
cência permitem excluir outras dermatoses 
bolhosas. 
 
→ 
Tópico: 
• Limpeza de curativos nas lesões erosadas; 
• Creme com corticóide com ou sem anti-
biótico; 
• Xilocaína para alívio de lesões dolorosas 
na mucosa oral. 
 
Sistêmica: 
• Anti-histamínicos; 
• Aciclovir 200mg/dia durante 5-10 dias (se 
houver suspeita de etiologia herpética); 
• Corticoterapia sistêmica: prednisona 0,5 
– 1,0mg/kg/dia (retirada gradual e lenta 
após melhora das lesões). 
 
Síndrome de Stevens-
Johnson 
• Forma grave e eventualmente fatal de eri-
tema multiforme bolhoso; 
• Drogas: 
 - Principais: sulfas, anticonvulsivantes 
(difenil-hidantoína e barbitúricos) e anti-in-
flamatórios não esteróides. 
→ 
• Acometimento cutâneo-mucoso múltiplo, 
precedida por sinais prodômicos de infec-
ção (até febre, olhos ardendo e odinofagia); 
• Atinge mais a boca com lesões nos lábios, 
língua e mucosa oral, surgindo bolhas he-
morrágica ou purulentas; 
• Frequentemente, lesões em palmas e em 
plantas aparecem precocemente; 
• Lesões oculares são frequentes (conjunti-
vite, uveíte anterior, lesões da córnea e até 
mesmo panoftalmia); 
• Geralmente, como acometimento menor 
de 10% de desprendimento epidérmico; 
• Sinal de Nikolsky positivo (pressão mecâ-
nica na área eritematosa; 
• Teste positivo se houver descolamento 
dermoepidérmico. 
 
→ 
• Hospitalização (UTI); 
• Afastar agente causal; 
• Suporte clínico e cirúrgico semelhante ao 
grande queimado; 
• Antibioticoterapia (prevenção de infec-
ção); 
• Corticoterapia (controversa – pode facili-
tar ainda mais infecção). 
 
Necrólise epidérmica 
tóxica (NET) 
• Também conhecida como Síndrome de 
Lyell; 
• Afecção bolhosa extremamente grave; 
• Principais causas: drogas (sulfonamidas, 
AINEs, dipirona, fenilbutazona, alopurinol, 
anticonvulsivos, cefalosporinas, corticóides 
e antineoplásicos); 
• Possíveis agentes predisponentes: infec-
ções virais, vacinações, radioterapia, linfo-
mas, doença exerto versus hospedeiro, in-
fecção por HIV. 
 
→ 
• Erupção plena é precedida de fase prodô-
mica com duração variável; 
 
• Inicia-se por eritema nas grandes pregas 
tegumentares, seguindo-se de necrose ex-
plosiva da pele (geralmente, mais de 30% 
da pele); 
• Bolhas flácidas sero-hemorrágicas com 
desprendimento de extensos retalhos epi-
dérmicos (aspecto de grande queimado); 
• Paralelamente, desenvolvem-se lesões 
mucosas, febre alta e intensa toxemia; 
• Risco de morte por septicemia e coagula-
ção intravascular disseminada (CIVD); 
• Sinal de Nikolsky positivo (pressão mecâ-
nica na área eritematosa; 
• Teste positivo se houver descolamento 
dermoepidérmico. 
 
→ 
• Hospitalização (UTI): isolamento; 
• Afastar agente causal; 
• Não administrar medicamentos utilizados 
nos últimos 10 dias; 
• Antibioticoterapia (se hemocultura for po-
sitiva); 
• Corticoterapia (controversa – pode facili-
tar ainda mais infecção); 
• Ciclofosfamida 100-300mg/dia 5 dias (EV) 
• Ciclosporina A 3mg/kg/dia; 
• Plasmaférese; 
• N-Acetilcisteína 2g a cada 6 horas; 
• Imunoglobulina endovenosa (IgEV) 
1mg/kg/dia por 3 dias de tratamento. 
 
Eritema nodoso 
• Síndrome de hipersensibilidade a agentes 
infecciosos, drogas e outras causas; 
• Reação de hipersensibilidade tardia. 
 
→ 
• Infecções estreptocóccicicas; 
• Tuberculose; 
• Hanseníase; 
• Sarcoidose; 
• Drogas (sulfonamidas, anticoncepcionais, 
penicilinas, salicilatos, iodetos, brometos e 
outros); 
• Gravidez (raro). 
 
→ 
 
• Inicia-se com febre, dores articulares e nas 
panturrilhas e com aparecimento de man-
chas eritematosas e nódulos (mais palpáveis 
do que visíveis), são duros e dolorosos. 
 
→ 
• Biopsia profunda (até subcutâneo); 
• Paniculite septal sem vasculite. 
 
→ 
• Doença estreptocócica; 
• Tuberculose (exame clínico, PPD e Rx de 
tórax); 
• Hanseníase; 
• Drogas (anamnese). 
 
→ 
• Repouso e elevação dos membros inferio-
res; 
• Tratar causa específica; 
• Aspirina 2 a 3g/dia (alívio da dor); 
• Corticoides sistêmicos (se não houver eti-
ologia infecciosa); 
• Talidomida (eritema nodoso hansênico). 
 
Urticária 
• Erupção caracterizada pelo súbito apareci-
mento de urticas (pápulas edematosas, de 
duração efêmera e extremamente prurigino-
sas); 
• Basicamente, por liberação de histaminas 
nos mastócitos localizados nos vasos da 
derme; 
• Histamina ativa os receptores H1, H2, 
H3 e H4: 
 - H1: contração de músculo liso; 
 - H2: aumento da secreção gástrica; 
 - H3: localizam-se no sistema nervoso; 
 - H4: medula óssea para síntese de neutró-
filos. 
 
→ 
• Drogas: penicilinas, sulfas, sedativos, 
analgésicos, laxativos, hormônios e diuréti-
cos; 
• Alimentos: ovos, peixes, nozes, frutos do 
mar; 
• Inalantes: poeiras, pólens, inseticidas, pe-
nas, cosméticos; 
• Parasitoses; 
• Infecções: bactérias, fungos e vírus; 
• Agentes físicos: luz, calor, frio, pressão e 
vibração; 
• Contactantes: alimentos, pêlos, saliva de 
animais, artrópodes, vegetais, medicamen-
tos, cosméticos e antígenos em suspensão 
aérea. 
 
→ 
 
• Urticas de tamanhos variados, localizadas 
ou difuso; 
• Edema de Quincke: edema agudo, in-
tenso e localizado (extremidades, pálpebras, 
lábios, língua e laringe); 
• Lesões dura poucas horas e raramente 
maior que 24 horas; 
• O quadro clínico da urticária é bastante ca-
racterístico, porém, a descoberta do agente 
causal pode ser extremamente difícil. 
 
→ 
Urticária aguda: 
• Adrenalina 1:1.000 em SC 0,5 – 1,0mLa 
cada 2-3 horas; 
• Corticóide injetável (prednisona 0,5 – 
1,0mg/kg); 
• Administração de antiistamínicos (por até 
14 dias após melhora dos sintomas); 
• Anti-histamínicosH1: 
 - 1ª escolha: Hidroxizine 10 – 100mg/dia 
(muito sedativo); 
 - 2ª escolha: Loratadina 10mg/d OU des-
loratadina 5mg/dia OU fexofenadina 
180mg/dia OU ebastina 10mg/dia OU bilas-
tina 10mg/dia. 
 
Urticária crônica (sintomas por mais de 6 semanas de forma 
recorrente): 
• Anti-histamínicos H1; 
• Anti-histamínicos H2 (cimetidina 400 – 
1200mg/d); 
• Antidepressivos Triciclicos (doxepina 
10mg 8/8h); 
• Urticária crônica espontânea (UCE): 
Omalizumabe 150mg – 2 seringas a cada 4 
semanas 
 
Vasculites 
• Processo de inflamação vascular; 
• Divide-se em dois grandes grupos: 
 -Vasculite cutânea de pequenos vasos 
(VCPV): vasculite cutânea de pequenos va-
sos idiopática, púrpura de Henoch-Shönlein, 
crioglobulinemia mista essencial, púpura 
hipoglobulinêmica de Waldenström, púr-
pura associada à doença autoimune do te-
cido conectivo, urticária vasculite, 
erythema elevatum diutinum, nódulos reu-
matóides, reação hansênica, vasculite sép-
tica; 
• Vasculite necrotizante de grandes vasos: 
poliartrite nodosa, vasculite granulomatosa, 
arterite de células gigantes, vasculite de 
grandes vasos com doença autoimune do te-
cido conectivo, vasculite nodular. 
 
→ 
• Infecções (bactéria, vírus, parasitoses); 
• Drogas (anticoncepicionais hormonais, 
derivado do soro, vitaminas, vacinas antiin-
fluenza, sulfonamidas, fenolftaleína, AAS, 
estreptomicina, hidantoína, insulina, diuré-
ticos tiazídicos, fenotiazina, estreptoqui-
nase, tamoxifeno); 
• Produtos químicos (inseticidas e derivados 
do petróleo); 
• Alérgenos alimentares (produtos do leite e 
glúten). 
 
→ 
 
• Espectro clínico variável, mas é muito co-
mum a púrpura palpável; 
• Podem evoluir para pápulas, pápula-nodu-
lares, vesiculares, bolhosas, pustulosas ou 
ulceradas; 
• Inicia-se em pernas e tornozelos; 
• Podem estar associados a mal-estar, artral-
gias, febre e mialgias. 
 
→ 
• Corticosteróides sistêmicos: prednisona 
60 – 80mg/dia; 
• Colchicina 0,6mg de 2 a 3 vezes por dia; 
• Dapsona de 50 a 200mg/dia; 
• Anti-histamínicos (anti-H1 ou em combi-
nação com anti-H2); 
• Imunossupressores: 
 - Ciclofosfamida 2mg/kg/dia; 
 - Azatioprina 50-200mg/semana; 
 - Ciclosporina 3 a 5mg/kg/dia. 
 
Discromias 
• São elas: albinismo, nevus acrômico, viti-
ligo, hipomelanose de Ito, vitiligo, mancha 
mongólica, nevo de Ota, nevo de Ito e Me-
lasma. 
 
→ 
• É acromia-hipocromia hereditária devida 
à ausência total ou quase total de melanina 
na pele, cabelos e olhos; 
 
• Caracteriza-se pela cor branca da pele, ca-
belos branco-amarelados, íris translúcida e 
rósea, nistagmo, diminuição da acuidade vi-
sual, fotofobia e fundo de olho hipopigmen-
tado; 
• Genodermatose autossômica recessiva 
com pelo menos 10 diferentes tipos de albi-
nismo cutâneo-ocular (características gené-
ticas, bioquímicas, incidência e clínica). 
 
→ 
 
• É uma área com hipocromia; 
• Evidencia-se nos primeiros meses com o 
desenvolvimento e exposição solar; 
• Herança autossômica dominante; 
• Luz de Wood revela hipocromia, mas não 
branco nacarado do vitiligo. 
 
→ 
• Provavelmente, herança autossômica do-
minante; 
 
• Caracteriza-se por lesões despigmentadas, 
lineares, consoante as linhas de Blaschko ou 
por manchas irregulares; 
• Há associação com atraso mental, convul-
sões, dimorfismo craniofacial, hipertelo-
rismo e outras alterações musculoesqueléti-
cas e neurológicas; 
• Tratamento: psoralênicos e exposição 
UV. 
 
→ 
• Leucodermia adquirida; 
• Ausência de melanócitos na mancha; 
• Etiologia desconhecida; 
• Fatores desencadeantes: trauma físico ou 
psíquico. 
 
Manifestação clínica: 
 
• Manchas acrômicas de limites nítidos; 
• Predileção por áreas de maior trauma; 
• Com a Luz de Wood, vemos a lesão des-
tacada e um “branco nacarado”. 
 
Tratamento 
• Tópico: 
 - Filtro solar; 
 - Corticoides: tópicos (betametasona); 
 - Psoralênicos: óleo de bergamota, 5-Me-
toxipsoraleno, 8-Metoxipesoraleno; 
 - Imunomoduladores: pimecrolimus e ta-
crolimus; 
• Sistêmico: 
 - Corticoides (prednisona 1mg/kg/d ou em 
pulsoterapia); 
 - Trioxsalen 0,3 a 0,6mg/kg 2 – 3 vezes por 
seman e exposição solar por 10-60 minutos; 
 - Fototerapia (PUVA e UVB-Narrow 
Band); 
 - Despigmentação (hidroquinona 20%); 
 - Enxertos; 
 - Camuflagem. 
 
→ 
 
• Mácula de castanha a azulada na região 
lombossacral; 
• Mais comum em negros, indígenas e ori-
entais, raro em caucasianos; 
• Presente ao nascimento e desparece em al-
guns anos. 
 
→ 
 
• Mácula de castanha a azulada na região do 
ramo maxilar do nervo trigêmeo; 
• Mais comum em negros, indígenas e ori-
entais, raro em caucasianos; 
• Quase sempre associado com pigmentação 
ocular. 
 
→ 
• Mácula de castanha a azulada na região do 
ombro, área supraescpular e pescoço; 
• Mais comum em negros, indígenas e ori-
entais, raro em caucasianos. 
 
→ 
• Melanodermia que ocorre na face; 
• Fatores causais: 
 - Predisposição constitucional; 
 - Gravidez; 
 - Estrógenos e prostágenos; 
 - Exposição solar. 
 
Manifestações clínicas: 
 
• Manchas de cor castanha clara a escura; 
• Geralmente, em regiões malares (mas 
pode atingir, fronte, buço e nariz); 
• Luz de Wood: pode classificar da se-
guinte forma: 
 - Epidérmico: tornam-se mais acentuada; 
 - Dérmico: acentua ou não; 
 - Misto: áreas de acentuação com áreas de 
atenuação; 
 - Inaparente: visíveis a luz do dia, mas in-
visíveis na luz de Wood. 
 
Tratamento: 
• Fotoproteção; 
• Hidroquinona 2 a 4%; 
• Tretinoína 0,025 a 0,1%; 
• Ácido azelaico 20%; 
• Ácido ascórbico 5, 10 ou 20%; 
• Ácido kójico 1 a 2%; 
• Ácido tranexâmico 0,4 a 3%.

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