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07/06/2021 1 Diabetes Mellitus Pâncreas 1 2 07/06/2021 2 Pâncreas Glucagon Insulina Insulina ◼ Proteína composta de 2 cadeias de aminoácidos ◼ Seqüência de aa semelhante entre as espécies domésticas e humana Absorção de glicose glicemia Liberação de insulina 3 4 07/06/2021 3 Ações da insulina Proteínas Captação de aminoácidos Síntese protéica Degradação protéica Carboidratos Síntese de glicogênio Glicogenólise (quebra do glicogênio) Gliconeogênese Lipídeos Lipogênese Lipólise Reserva de Energia Glucagon Ações opostas à insulina ◼ Síntese de glicogênio ◼ Glicogenólise ◼ Gliconeogênese Consumo de energia glicemia Liberação de glucagon 5 6 07/06/2021 4 Diabetes Diabetes Insipidus Diabetes 1.deficiência de hormônio anti-diurético (central) Insipidus 2.néfron não responde ao HAD (nefrogênica) diminuição da reabsorção de água poliúria Polidipsia compensatória •Rara em cães e gatos •Poliúria e polidipsia sem outras alterações 7 8 07/06/2021 5 Diabetes Mellitus Diabetes Mellitus ◼ Desordem pancreática mais comum em cães e gatos ◼ Caracterizada pela deficiência relativa ou absoluta de insulina 9 10 07/06/2021 6 Classificação ◼ Tipo 1: Ausência de secreção de insulina pelo pâncreas ◼ Tipo 2: Resistência periférica à ação da insulina ◼ DMID (diabetes mellitus insulina dependente) e DMNID (diabetes mellitus não insulina dependente) ◼ Cães: tipo 1 ◼ Gatos: tipo 2 (85%) e tipo 1 Não é bom nome pois tratamento requer insulina Classificação Tipo 1 Tipo 2 Secreção de insulina Sempre insulino-dependente Cães Destruição imuno-mediada das células beta Secreção e ação inadequadas da insulina (resistência periférica) Insulino-dependente ou não insulino-dependente Amiloidose Gatos 11 12 07/06/2021 7 0 10 20 30 40 50 60 50 55 60 65 70 75 80 85 90 95 100 105 110 120 180 240 300 360 Obese Weight reduced Main Control* * * * * * * * * Time (min) G lu c o s e ( m g /d L ) Concentração posprandial de glicose plasmática em cães * Valores mais elevados nos obesos Obesos Emagrecidos Manutenção Controle Gatos C Reusch, 2011 Deposito de amilina (somente gatos, seres humanos, primatas) Glicotoxicidade (concentração elevada de glicose sanguínea) Secundária à falência células beta pelo deposito amilina), relevante para remissão da diabetes (reduz chance remissão) Lipotoxicidade (devida à elevação dos ácidos graxos livres) Menos importantes no gato 13 14 07/06/2021 8 Incidência Cães 6 em 1000 Fêmeas mais acometidas (2:1) Animais idosos Pinscher Miniatura, Poodle, Dachshund Schnauzer Gatos 1:100 a 1:400 7 anos ou mais(pico de 10 a 13 anos) 1,5: 1 machos (castrados) Fisiopatogenia Deficiência de insulina HIPERGLICEMIA HIPERGLICEMIA GLICOSÚRIA Glicosúria Diurese osmótica POLIÚRIA Poliúria desidratação POLIDIPSIA Catabolismo proteico e lipídico EMAGRECIMENTO 15 16 07/06/2021 9 Sinais clínicos ◼ Polidipsia ◼ Poliúria ◼ Polifagia ◼ Perda de peso Cães Gatos Catarata (cegueira) •Opacidade de cristalino •Uveíte Neuropatia Periférica •Dificuldade de locomoção •Posição plantígrada Sinais Clássicos 17 18 07/06/2021 10 ◼ Sinais clínicos compatíveis ◼ Glicemia em jejum: ALTA! ◼ Urinálise:GLICOSÚRIA (≠ stress) ◼ Hemograma: normal ou policitemia (desidratação) ◼ Cistite bacteriana ◼ Hiperlipidemia: triglicérides e colesterol Diagnóstico OBRIGATÓRIOS 19 20 07/06/2021 11 Tratamento Meta Insulinoterapia Dieta Eliminar os sinais clínicos Glicemia entre 100 a 250 mg/dL Evitar picos de hiperglicemia Evitar hipoglicemia Tipos de insulina . Cão Gato Cão Gato Regular IV, IM Rápida 0,5–2h 0,5–2h 1-4h 1-4h Semilenta IM Rápida 1–4h 1–4h 3-8h 3-8h NPH SC Intermed . 2-10h 2-8h 4-24h 4-12h PZI SC Lenta 4-14h 3-12h 6-28h 6-24h Lenta SC Intermed . 2-10h 2-8h 6-24h 6-14h Ultralenta SC lenta 4-26h 4-16h 8-28h 8-24h Pico de ação Tempo de efeitoTipo de insulina Via de administração Ação 21 22 07/06/2021 12 Insulinoterapia ◼ Cães: NPH: 0,25-0,5U/kg PC 2X/dia/SC ◼ Manter sempre em geladeira ◼ Homogeneização antes da aplicação (“rolamento”, nunca chacoalhar) ◼ Aplicar rigorosamente no horário!!!! Manejo nutricional Minimizar as flutuações pós-prandiais da glicemia Evitar hipoglicemia Evitar hiperglicemia Corrigir e prevenir obesidade Conteúdo calórico constante Objetivos 23 24 07/06/2021 13 Obesidade ◼ Correção ◼ Restrição calórica moderada ◼ Dieta de baixa densidade calórica e rica em fibras ◼ Exercícios físicos ◼ Prevenção ◼ Pesagens semanais (nos retornos) para o ajuste da quantidade ideal de alimento a ser fornecido para manter o peso ◼ Reajuste de 10% da quantidade oferecida Dieta ◼ Peça chave no controle glicêmico ◼ Responsável pelas flutuações glicêmicas pós prandiais ◼ O tipo e a quantidade influenciam diretamente na glicemia 25 26 07/06/2021 14 E qual o manejo nutricional mais adequado para os cães? Fibra? Amido? Proteína? ? Fibra o esvaziamento gástrico Retardo na hidrólise do amido Tempo de trânsito intestinal na absorção intestinal dos nutrientes Retarda a absorção intestinal de glicose Mecanismo de ação? 27 28 07/06/2021 15 AF BF Fibra ✓ Aumento na freqüência de defecações ✓ Constipação/obstipação ✓ Diarréia ✓ Flatulência ✓ Baixa palatabilidade ✓ Perda de peso Efeitos adversos 29 30 07/06/2021 16 resistentes Digestão rápida Amido de assimilação lenta A presença de amido de digestão lenta favorece menor flutuação da glicemia pós-prandial e melhor ajuste entre a absorção de glicose e a ação da insulina que foi aplicada no animal. 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 70 75 80 85 90 95 Tempo (min) G lic o s e ( m g /d L ) 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 70 75 80 85 90 95 Tempo (min) G lic o s e ( m g /d L ) Sorgo (assimilação lenta) Arroz (assimilação rápida) Resposta glicêmica de cães frente a diferentes fontes de amido Carciofi et al. 2008 31 32 07/06/2021 17 Curva glicêmica – Manejo 1 (duas refeições por dia) 0 2 4 6 8 10 12 14 0 50 100 150 200 250 300 350 400 Dieta A Dieta S Alimento/insulina Alimento/insulina tempo (h) G lic e m ia ( m g /d L ) Teshima, 2010 0 2 4 6 8 10 12 0 50 100 150 200 250 300 DIeta A Dieta S alimento/insulina alimento alimento/insulina tempo (h) G lic e m ia ( m g /d L ) Curva glicêmica – Manejo 2 (três refeições por dia) Teshima, 2010 33 34 07/06/2021 18 E para os gatos? Fibra? Amido? Proteína? Gatos ◼ Dieta com muito baixo carboidrato!! ◼ Pode reverter resistência insulínica em >80% casos ◼ Tratado no início (hiperglicemia é toxica para células B) ◼ Insulina Glargina (ou NPH) ◼ Glicemia > 360mg/dL – 0,5U/kg BID ◼ Glicemia < 360mg/dL – 0,25U/kg BID 35 36 07/06/2021 19 Gatos ◼ Fazer curva glicemica de 12h (medir glicose cada 3h) ◼ Ajustar a dose, se necessário Amido em alimentos para gatos ➢Perda de peso é o principal fator para se restaurar a sensibilidade à insulina ➢Substituir amido por proteína, utilizando rações baixas em amido ➢Fibras podem ajudar no programa de emagrecimento 37 38 07/06/2021 20 ◼ 16 gatos com DM natural tratados com insulina ◼ 2 dietas por 16 semanas ◼ Alta fibra (celulose em pó) ◼ Baixa fibra (amido de milho) % MS Nutriente AF BF PB 44,6 44,5 EE 8,7 8,7 ENN 27,2 38,2 FB 12,6 1,8 FDI 19,0 4,1 Nelson et al. 2000 AF BF ◼ Estudo com 63 gatos diabéticos ◼ 2 grupos - 2 dietas enlatadas ◼ Baixo carboidrato-baixa fibra ◼ Carboidrato moderado-alta fibra ◼ 16 semanas Bennet et al. (2006) Dieta BC - BF Dieta CM - AF 22/31 (68%) dos casos revertidos para NID (1,7x mais chance) Todos não-responsivos melhoraram controle glicêmico (frutosamina e sinais clínicos) 13/32 (41%) dos casos revertidos para NID 89% dos não-responsivos melhoraram controle glicêmico (frutosaminae sinais clínicos) Dieta g/100 kcal CHO FB PB EE CM-AF 7,6 3,1 11,5 4,8 BC-BF 3,5 0,1 10,6 6,0 39 40 07/06/2021 21 Conclusões Para cães ◼ Fibra benéfica, porém a dose ideal nem o tipo ainda não foi totalmente estabelecido ◼ O tipo de amido pode influenciar no controle glicêmico dos diabéticos Para gatos ◼ A alta fibra é benéfica no controle glicêmico de gatos diabéticos ◼ A restrição de carboidrato (alta proteína) é mais eficiente no controle glicêmico e na reversão do estado insulino-dependente Alimentação Ingestão calórica (Kcal): Cães: 80-110 (95) (peso em kg)0,75 Gatos: 70-85 x Peso (kg) 0,67 •Dietas específicas – Guabi Natural Gatos Obesos e Diabéticos, Guabi Natural Cães Diabéticos, Royal Canin Obesity ou rações light ou seniors (menos eficientes) •Comida caseira •Dividir em duas refeições, uma antes de cada aplicação de insulina 41 42 07/06/2021 22 “Sugestão” perfil nutricional Alimentos específicos (linha veterinária) “Leitura do rótulo” Cães – Proteína normal: > 24% Gatos – Proteína elevada: > 42% Fibra elevada: > 8% (magros ??) Gordura moderada/baixa: 10 – 15% Baixa matéria mineral < 7% (<1,5% Ca max) cuidado com o fósforo (máximo 0,8%)! (rins) Gatos – baixo Extrativos Não Nitrogenados: < 20% 30% 35% 15% 3% 7% 10% Carbohydrates Protein Fat Fiber Ash Water (100 – (umidade + cinzas + gordura + fibra + proteína) Adequado processamento Evitar “super processamento” – moagem muito fina e cozimento muito elevado Leitura da lista de ingredientes Carboidratos (cães) bom – sorgo, lentilha, ervilha, aveia, cevada .... Fibras insolúvel não fermentável Fibra de cana, celulose, ... solúvel não fermentável psyllium Dieta comercial 43 44 07/06/2021 23 Esquema de fornecimento Fornecer conteúdo energético constante ◼ somente a quantidade calculada ◼ Proibir/controlar petiscos ◼ Horários de alimentação constantes – geralmente após/antes a aplicação de insulina ◼ Esquema 12 x 12: duas refeições no dia e duas aplicações de insulina, uma após cada refeição. Avaliação do tratamento ◼ Remissão dos sinais clínicos e melhora da condição clínica do animal - PROPRIETÁRIO ◼ Avaliação da glicemia em jejum pela manhã (< 350 mg/dL) ◼ Curva glicêmica após 1-2 semanas do início do tratamento ◼ Dosagem da frutosamina sérica ◼ Proteínas glicosiladas com meia vida de ~2-3 semanas ◼ Importante em gatos/cães estressados 45 46 07/06/2021 24 Curva glicêmica ◼ Colheita de sangue ao longo do dia para dosagem da glicemia ◼ Em laboratório ou glicosímetro ◼ Mínimas condições de stress (pode fazer em casa) ◼ Protocolo: ◼ 1ª dosagem – pela manhã em jejum ◼ Alimento, insulina ◼ Dosagens a cada 2 horas durante 12 horas (se possível!) Curva glicêmica 100 200 300 400 500 0 8h 12h 20h16h Insulina e alimento Insulina e alimento Excesso insulina Falta de insulina Insulina OK 47 48 07/06/2021 25 Efeito Somogyi Excesso de insulina Hipoglicemia Liberação de epinefrina e glucagon Hiperglicemia Curva glicêmica (avaliar pelo nadir!) ◼ Glicemia minima < 80 mg/dL: diminuir a dose ◼ Glicemia minima > 150 mg/dL: aumentar a dose ◼ Reavaliar após 1 semana ◼ Hiperglicemia persistente: problemas com a insulina ou desordens concomitantes ◼ Dose, armazenamento, administração ◼ Diestro, tumor mamário, ITU, HAC ◼ Fêmeas: indicar castração! 49 50 07/06/2021 26 Frutosamina Ingestão de água ◼ Ingestão de água - gatos > 25 mL/kg/d (úmida) ou > 70 mL/kg/d (seca) aumentar dose 0,5 a 1 UI/gato ◼ Ingestão de água – cães > 100 mL/kg/d aumentar dose 10-20% Limiar de excreção renal Glicemia > 250 mg/dL Glicemia > 200 mg/dL 51 52 07/06/2021 27 Hipoglicemia ◼ Sintomas ◼ Excitação, ansiedade, vocalização, ataxia, tremores musculares, dilatação da pupila. ◼ Se prolongada: shock, convulsão, coma, morte ◼ Tratamento ◼ Casa proprietario: administrar mel, karo, solução de glicose (dextrose) 50% via oral com seringa. ◼ Clínica: Infusão em bolus lento de 0,5mL/kg de solução glicosada a 50% (diluída 1:4 para redução de osmolalidade - flebite). Manutenção com solução glicosada a 5% até animal voltar a se alimentar. J Am Anim Hosp Assoc 2018; 54:1–21. DOI 10.5326/JAAHA-MS-6822 53 54 07/06/2021 28 Cetoacidose diabética ◼ Complicação séria da DM ◼ Deficiência absoluta ou relativa de insulina ◼ Excesso de corpos cetônicos (acetoacetato, ß- hidroxibutirato e acetona) formados a partir dos ácidos graxos livres Diabetes mellitus ainda sem diagnóstico/tratamento Diestro* Tumor (mama)* Infecções/ sepse Hiperadreno corticismo Pancreatite Tratamento com corticóides Fatores que causam resistência à insulina mesmo nos que recebem tratamento 55 56 07/06/2021 29 insulina Utilização/ Produção de glicose quebra de proteína lipólise Hiperglicemia Glicosúria Diurese osmótica Liberação de aminoácidos Produção AGL hiperlipidemia Perda de H2O, K +, Na+, PO4- ß oxidação Cetogênese [ßHB]/[AcAc] cetonúria [H+] perda de K+ Hipotermia hiperventilação Náusea Ingestão fluidos vômitoDesidratação Desidratação Hipovolemia Hemoconcentração stress metabólico choqueAzotemia pré-renal catecolaminas glucagon cortisol GH gliconeogênese proteólise resistência à insulina [H+], [K+] Necrose tubular aguda Acidose lática lipólise cetogênese produção de glicose resist. insulina 57 58 07/06/2021 30 Sinais clínicos ◼ PU, PD, PF, PP anteriormente ◼ Anorexia, vômito, letargia ◼ Desidratação, taquipnéia, hálito cetônico ◼ Hiperglicemia e glicosúsia em jejum ◼ Cetonúria ◼ Acidose metabólica - hemogasometria Diagnóstico Tratamento - metas ◼ Administrar insulina para normalizar o metabolismo ◼ Repor perdas de água e eletrólitos ◼ Corrigir a acidose ◼ Identificar e corrigir a doença desencadeadora 59 60 07/06/2021 31 Tratamento - Insulina regular - Fluidoterapia IV - Suplementação de potássio e bicarbonato, se necessário - Controle do vômito - Sonda nasoesofágica – na ausência de vômito e recusa do animal em se alimentar Insulinoterapia Insulina Regular Dose inicial: 0,2 U/kg IM 0,1 U/kg IM a cada hora Monitoramento a cd hora da glicemia (glicosímetro) Se a glicemia não diminuir, aumentar para 0,2 U/kg IM/hora Glicemia < 300mg/dL Insulina regular 0,5 U/kg cd 6 horas Correção da acidose Melhora do paciente Ausência de vômitos Alimentação por sonda ou voluntária Insulina NPH 61 62 07/06/2021 32 Fluidoterapia ◼ Solução fisiológica (NaCl 0,9%) ◼ Quantidade de fluido: mL/dia = % desidratação x P(kg) x 10 + 60ml/kg/dia Suplementar potássio KCl 19,1% (2,56 mEq/mL) K+ sérico (mEq/L) Reposição (mEq/L) > 3,5 20 3,0 – 3,5 30 2,5 – 3,0 40 2,0 – 2,5 60 < 2,0 80 ? 20 *NUNCA exceder 0,5 mEq/kg/hora Acidose metabólica ◼ Hemogasometria ◼ pH sanguíneo e [ ] de bicarbonato HCO3- 11 mEq/L 12 mEq/L mEq HCO3- = PC(kg) x 0,2 x (12 - HCO3- atual) Infusão lenta na fluidoterapia Sem hemogasometria Não repor HCO3 - Repor somente em casos graves mEq HCO3- = PC(kg) x 2 Dose única Reavaliar em 6 horas 63 64
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