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Distúrbios de Equilíbrio Acidobásico parte 2

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Distúrbios de Eqúilibrio Acidobásico: Acidose Respirátoriá/álcálose 
metábolicá/álcálose respirátoriá 
Alcalose Metabolica: 
Caracteriza-se por: 
• pH elevado, 
• Bicarbonato elevado, 
• PCO2 elevado, 
• Quase sempre com cloro e potássio baixos. 
Na prática clínica, as alcaloses metabólicas mais graves são 
associadas à contração de volume por perda de ácido gástrico ou pela 
administração de diuréticos de alça e tiazídicos. Estas são acidoses 
ditas cloreto-sensíveis. 
Nas alcaloses cloreto-resistentes, chamam a atenção a hipertensão e a 
hipopotassemia, ou seja, o restante do quadro clínico. o problema não 
tem a ver com a água, mas sim no SRAA, então, é necessário bloquear 
esse sistema através do uso da espironolactona (diurético poupador de 
potássio, que guarda potássio, resolvendo a hipocalemia, inibindo o 
hipoaldosteronismo, e, consequentemente, resolvendo a alcalose). 
Em alcaloses metabólicas, pode-se dividir a variação do PCO2 pela 
variação de bicarbonato. Contudo, pode-se realizar o cálculo de outra 
maneira: ΔPCO2 = 0,6 x ΔBIC. 
Portanto: 
• Se a variação de PCO2 for IGUAL a 0,6: pode-se dizer que o 
paciente tem uma resposta ventilatória normal e o distúrbio está 
compensado. 
• Se a variação de PCO2 for MAIOR que 0,6: pode-se dizer que o 
paciente tem uma alcalose metabólica associada a uma acidose 
respiratória. 
• Se a variação de PCO2 for MENOR que 0,6: pode-se dizer que o 
paciente tem uma alcalose metabólica associada a uma alcalose 
respiratória. 
Os casos de acidose, sejam eles metabólicos ou respiratórios, são 
acompanhados de hipercalemia (potássio alto), pois, em uma acidose, 
acumula-se H+, que tem carga positiva, tendendo a entrar em 
equilíbrio no meio intra e extracelular. Contudo, para o H+ entrar na 
célula, “alguém” precisa sair do meio intracelular, sendo que o íon 
mais abundante dentro da célula é o potássio, então, por isso, que, 
normalmente, as acidoses são acompanhadas de 
hipercalemia/hiperpotassemia. 
O inverso também é verdadeiro, ou seja, toda vez que tem uma 
alcalose, tem um consumo de H+ do meio extracelular, assim, o H+ 
do meio intracelular começa a sair para tentar compensar essa perda. 
Com isso, “alguém” precisa entrar na célula para manter a 
eletroneutralidade, sendo que o potássio é o que consegue entrar. 
Portanto, é normal ter hipocalemia em alcaloses. 
Quando o indivíduo fica hipovolêmico (vomita demais; desidrata um 
pouco; diarreia), ocorre uma alcalose de concentração, que é uma 
alcalose metabólica compensada. Se a hipovolemia for muito 
importante e o paciente ficar chocado, hipoperfundindo os tecidos, 
haverá a produção de ácido láctico em decorrência da respiração 
anaeróbia que os tecidos começam a realizar. Quando se acumula 
outros ácidos, pode-se dizer que está resultando em uma acidose 
metabólica com Ânion GAP aumentado. 
Alcalose respiratória: 
Quando o pH está alto (> 7,45) e o PCO2 está baixo (< 35), ocorre 
uma alcalose respiratória. 
Também pode-se calcular a PCO2 esperada, contudo, o cálculo 
diferencia-se se o distúrbio for agudo ou crônico, sendo que a história 
do paciente e o base excess (BE) contribuem para tal diferenciação. 
Um distúrbio agudo para o sistema renal equivale a 1-2 dias; já um 
distúrbio agudo para o sistema respiratório equivale a minutos ou 
algumas horas. 
O cálculo será: 
Acidose respiratória: 
Para acidoses respiratórias é necessário descobrir se o distúrbio é 
crônico ou agudo, pois o cálculo também se diferenciará. 
• Se for agudo: ΔBIC = 0,1 x ΔPCO2. 
• Se for crônico: ΔBIC = 0,4 x ΔPCO2. 
OBS: 
→ Para uma pessoa rebaixar o nível de consciência precisa ter 
hipoxemia (normalmente deixa o paciente agitado/angustiado) ou 
hipercapnia (deixa o paciente sonolento, rebaixado). 
→ Para fazer o diagnóstico de DPOC precisa-se de uma 
espirometria, ou seja, o diagnóstico depende de um teste funcional. 
→ Quando se administra muito oxigênio para um paciente que já 
estava compensado, dando mais do que ele precisa, o cérebro 
entende que não precisa mais respirar, diminuindo a FR, 
começando a reter CO2, deixando o paciente acidótico. 
Conclusão: 
• Distúrbios do equilíbrio acidobásico são comuns em situações de 
emergência. Para o correto diagnóstico da causa de base, é importante 
seguir uma abordagem sistemática. 
• O cenário clínico em que ocorre o distúrbio é de extrema 
importância, não só para o diagnóstico, mas também para a 
terapêutica. 
• Na grande maioria das situações, o tratamento implica em corrigir a 
doença de base. 
• Mudanças no pH sérico se correlacionam com três grandes 
componentes: tampões fisiológicos, ventilação alveolar e rins. 
• Bicarbonato está presente em grande quantidade no sangue e sofre 
“interferência” dos pulmões e rins. 
• Acidose respiratória aguda é definida como uma redução do pH 
resultante de hipoventilação e aumento da PaCO2. 
• Aumento na ventilação por minuto é o mecanismo básico da alcalose 
respiratória (↓ PaCO2). 
• Acidose metabólica pode dever-se a: 
■ Aumento da produção de ácidos. 
■ Diminuição da excreção de ácidos. 
■ Perda de álcalis. 
■ Ácidos externos (p. ex.: metanol, etilenoglicol etc.). 
• Alcalose metabólica, na grande maioria das vezes, é causada por ↑ 
da reabsorção de bicarbonato pelos rins (p. ex.: hipovolemia, perdas 
de potássio, perdas de cloro) ou por fonte exógena (p. ex.: reposição 
volêmica). 
• Diagnóstico de distúrbios mistos necessita de cálculos com as 
fórmulas descritas. 
Referencias bibliograficas: 
1. Medicina de Emergência – USP – 15º Edição 2021 – Velasco. 
2. Resumos da med.

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