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MFC Maria Luiza Lima – T24 Amostragem INTRODUÇÃO Levantar dados de uma quantidade menor de indivíduos (a amostra), fornecendo informações que podem descrever, ainda que de maneira imperfeita, algumas características de interesse da respectiva população. Pesquisador deve definir a população antes de iniciar a coleta dos dados. Essa definição é feita por meio de: critérios de inclusão e exclusão. Critério de Inclusão: definem quem é o indivíduo que pertence à população de interesse (quem é elegível ao estudo). Critérios de Exclusão: listam as características dos indivíduos que não pertencem àquela população. População = conjunto constituído por todos os indivíduos que apresentam uma ou mais características em comum, sendo estas características definidas pelos critérios. Nas pesquisas de amostragem, os resultados têm pretensão de estimar alguma característica quantitativa da população, mas essa representação é sempre limitada. Parâmetros = características quantitativas. Prevalência, média, desvio padrão... Número fixo, de valor desconhecido. Variáveis = características quantitativas (altura, peso) e qualitativas (situação da doença, área de residência). Amostra = parte selecionada da totalidade de observações abrangidas pela população, pela qual se faz uma inferência sobre um ou mais parâmetros. Inferência Estatística = conjunto de técnicas para extrapolar as conclusões obtidas da amostra para a população. Permite conclusões sobre a população a partir de uma extrapolação (imperfeita, uma vez que não há informações disponíveis sobre todos os elementos da população) dos achados amostrais para todos os indivíduos (inclusive os que não entram na amostra). 2 técnicas: intervalo de confiança e os testes de hipóteses. MFC Maria Luiza Lima – T24 N = tamanho da população e n = tamanho da amostra. Na amostragem, n < N. Fração Amostral = n/N (fração de elementos da população selecionada para compor a amostra). PLANOS PROBABILÍSTICOS Mecanismos aleatórios de seleção dos elementos da população para a composição da amostra. Buscam evitar os possíveis vieses decorrentes de uma escolha arbitrária dos indivíduos, tendo assim uma amostra representativa (que tenha as mesmas características da população). AMOSTRAGEM ALEATÓRIA SIMPLES (AAS) n indivíduos de uma população N (n < N). Faz-se uma lista que relacione todos os indivíduos da população (1 a N), para que um processo aleatório escolha os n indivíduos. AMOSTRAGEM ALEATÓRIA ESTRATIFICADA (AAE) População (heterogênea, porém a variabilidade da característica estudada é pequena) dividida em subgrupos (estratos) Busca compor uma amostra representativa. Uma amostragem aleatória (ex AAS) é utilizada para selecionar indivíduos dentro dos estratos. 2 condições devem ser satisfeitas: a. Estratos mutuamente exclusivos (1 pessoa não pode participar de 2 ou + estratos). b. Estratos devem ser exaustivos (união de todos os estratos equivalente à população). 3 formas de distribuição do n indivíduos: a. Alocação Proporcional: número de indivíduos retirados de cada estrato é proporcional ao número total de indivíduos do estrato b. Alocação Uniforme: tamanho amostral é igual para cada estrato. Esta alocação é utilizada quando deseja-se obter estimativas separadas para cada estrato. c. Alocação Ótima: utilizada caso o interesse do pesquisador seja fazer inferências sobre médias ou prevalências populacionais. AMOSTRAGEM ALEATÓRIA POR CONGLOMERADOS (AAC) Conglomerado (cluster) = agrupamento natural de indivíduos (heterogêneos em relação ao que vai ser estudado), ex: escolas, hospitais... Vários conglomerados que constituem a população são parecidos, de forma que cada conglomerado é um ‘’resumo’’ das características da população. MFC Maria Luiza Lima – T24 Alguns conglomerados são sorteados para a composição da amostra. a. AAC em 1 estágio: k conglomerados. São sorteados c (c < k) e coletadas as informações de todos os seus indivíduos. b. AAC em 2 estágios: aleatoriamente, escolhe-se n indivíduos dentro do conglomerado c. AMOSTRAGEM ALEATÓRIA SISTEMÁTICA (AASI) N indivíduos que pertencem à população de interesse. Escolhe-se, ao acaso, um elemento entre os k primeiros da listagem. É importante ressaltar que k = N/n, sendo n o tamanho amostral previamente determinado. Possui melhor rendimento quando os indivíduos são ordenados por um critério que não tem relação com a medida de interesse. PLANOS NÃO PROBABILÍSTICOS Indivíduos NÃO são selecionados de maneira aleatória representatividade da amostra em relação à população não é assegurada. AMOSTRAGEM OU ALCANCE OU CONVENIENTE Estímulo: conveniência (indivíduos selecionados por serem de acesso fácil). AMOSTRAGEM DE VOLUNTÁRIOS Pesquisador não escolhe necessariamente os indivíduos para compor a amostra, mas divulga a pesquisa (mídia) a fim de estimular (ou não) a participação. Seleção potencialmente passível de selecionar amostras não representativas, por trazer viés. AMOSTRAGEM INTENCIONAL Pesquisador elege indivíduos que considera representativo ao propósito do estudo. Não há sorteio e os indivíduos são selecionados segundo os critérios do pesquisador. Desvantagem: resultados não serão necessariamente válidos para toda a população. AMOSTRAGEM OU POR COTAS Utilizada em pesquisa de mercados (baixo custo e dados coletados em um período curto). Entrevistadores precisam preencher cotas para certas categorias de pessoas. Estas envolvem elementos de acessibilidade e conveniência. DETERMINAÇÃO DO TAMANHO AMOSTRAL Tamanhos amostrais grandes podem trazer desperdício de recursos, tempo, entre outros fatores, podendo ter resultados inconclusivos e falta de precisão para as estimativas. O tamanho da amostra deve ser determinado quando o estudo está sendo planejado. Perguntas para quando deseja-se determinar o tamanho amostral: a. Qual parâmetro de interesse? Pode ser uma média, prevalência, proporção e etc... Além disso, alguns estudos podem objetivar estimar o tamanho N de uma população. Utiliza-se ferramentas como modelos de MFC Maria Luiza Lima – T24 captura e recaptura a fim de determinar o tamanho amostral. b. Qual é o plano de amostragem? AAS, AAE... c. A população é de tamanho finito ou pode ser considerada de tamanho infinito? Tamanho infinito quando N é tão grande que não precisa ser especificado na determinação do tamanho amostral ou nas análises estatísticas. ESTIMANDO UMA PREVALÊNCIA COM UTILIZAÇÃO DE AAS, POPULAÇÃO INFINITA Prevalência de X de uma enfermidade ou condição, utilizando AAS, sendo a população de tamanho infinito. Supondo que a estimativa de prevalência, obtida em uma amostra de tamanho n é X’. Erro tolerável de amostragem = o maior tamanho da diferença entre a prevalência populacional O e Ô, tolerável pelo pesquisador. Assim, | X – X’ | Quanto menor o e, maior a precisão da estimativa de prevalência e, maior o tamanho amostral necessário ao estudo. Gama = coeficiente de confiança confiança que o pesquisador deposita na crença de que a estimativa a ser obtida da amostra esteja dentro do limite tolerável. Quanto menor o , maior a precisão da estimativa de prevalência e, consequentemente, maior é o tamanho amostral necessário ao estudo. Quanto mais X se aproxima de 50%, maior n. ESTIMANDO UMA PREVALÊNCIA UTILIZANDO AAS, POPULAÇÃO FINITA Em alguns estudos, os autores usam o cálculo para determinar a amostra de uma população finita e em seguida realizam um ajuste para ‘’corrigir’’ essa amostra para uma população infinita. ESTIMANDO UMA MÉDIA POPULACIONAL COM A UTILIZAÇÃO DE AAS O erro tolerávelde amostragem é agora o maior tamanho tolerável pelo pesquisador da diferença entre a média populacional e a média amostral. Quanto maior a prevalência, maior será o tamanho amostral, ou seja, populações heterogêneas em relação à característica de interesse demandam tamanhos amostrais diferentes. Maior dificuldade encontrada, nesse caso, é o conhecimento do valor da prevalência, que pode ser encontrada em revisão de literatura, estudos anteriores. ESTIMANDO PREVALÊNCIAS COM A UTILIZAÇÃO DE AAE População dividida em estratos serão consideradas prevalências de dada doença em cada estrato, com base em estudo prévio. Realizam-se uma seleção de indivíduos de cada amostra de acordo com a proporção desse estrato dentro da população geral (quanto maior o estrato, mais indivíduos provenientes dele irão compor a amostra). ESTIMANDO MÉDIAS POPULACIONAIS COM A UTILIZAÇÃO DE AAE MFC Maria Luiza Lima – T24 Ao adotar uma AAE, é possível determinar o tamanho amostral n necessário para a estimação de uma média populacional. Todas as estratégias anteriormente descritas para a determinação do tamanho amostral necessário à estimativa de uma prevalência populacional considerando alocações uniforme, proporcional ou ótima também são válidas quando se deseja estimar uma média populacional substituindo valores nos cálculos. A variância de cada estrato pode ser obtida de estudos anteriores ou similares encontrados na literatura.
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